“Uma coisa que vos parecerá estranhável, mas que por isso
não deixa de ser rigorosa verdade, é que o Mundo dos Espíritos, mundo que vos
rodeia, experimenta o contra-choque de todas as comoções que abalam o mundo dos
encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções. Nada tem
isto de surpreendente, para quem sabe que os Espíritos fazem corpo com a
Humanidade”. A
revelação faz parte de mensagem assinada por um Espírito identificado como Dr
Barry, reproduzida no capítulo 18 do livro A GÊNESE de Allan Kardec. E os surpreendentes relatos
do Espírito André Luiz confirmam
isso. Na obra OS MENSAGEIROS (feb,1944), por exemplo, imagens
que ilustram o comentário anterior. Reflitamos, percebendo inclusive o valor da
oração em nossas vidas: “Embora as luzes que nos rodeavam, notei
que os céus prometiam aguaceiros próximos. As brisas leves transformavam-se,
repentinamente, em ventania forte. Não obstante, as sensações de sossego eram
agradabilíssimas. — O vento, na Crosta, é sempre uma bênção celeste — exclamou Aniceto, sentencioso. — Podemos avaliar-lhe o caráter divino, em
virtude da nossa condição atual. A pressão atmosférica sobre os Espíritos
encarnados é, aproximadamente, de quinze mil quilos.— . Todavia, é interessante
notar — aduziu Vicente — que não sentimos
tamanho peso sobre os ombros. — É a diferença dos veículos de manifestação — esclareceu
Aniceto, atencioso. — Nossos corpos e os
de nossos companheiros encarnados apresentam diversidade essencial. Imaginemos
o círculo da Crosta como um oceano de oxigênio. As criaturas terrestres são
elementos pesados que se movimentam no fundo, enquanto nós somos as gotas de
óleo, que podem voltar à tona, sem maiores dificuldades, pela qualidade do
material de que se constituem. A essa altura do esclarecimento, notei que
formas sombrias, algumas monstruosas, se arrastavam na rua, à procura de abrigo
conveniente. Reparei, com espanto, que muitas tomavam a nossa direção, para,
depois de alguns passos, recuarem amedrontadas. Provocavam assombro.
Muitas, pareciam verdadeiros animais perambulando na via pública. Confesso que
insopitável receio me invadira o coração. Calmo, como sempre, Aniceto nos tranquilizou:
— Não temam — disse. Sempre que ameaça tempestade, os seres vagabundos
da sombra se movimentam procurando asilo. São os ignorantes que vagueiam nas
ruas, escravizados as sensações mais fortes dos sentidos físicos. Encontram-se
ainda colados às expressões mais baixas da experiência terrestre e os
aguaceiros os incomodam tanto quanto ao homem comum, distante do lar. Buscam,
de preferência, as casas de diversão noturna, onde a ociosidade encontra
válvula nas dissipações. Quando isto não se lhes torna acessível, penetram as
residências abertas, considerando que, para eles, a matéria do plano ainda
apresenta a mesma densidade característica. E, demonstrando interesse em
valorizar a lição do minuto, acrescentou.
— Observem como se inclinam para cá, fugindo, em seguida, espantados e
inquietos. Estamos colhendo mais um ensinamento sobre os efeitos da prece.
Nunca poderemos enumerar todos os benefícios da oração. Toda vez que se ora num
lar, prepara-se a melhoria do ambiente doméstico. Cada prece do coração
constitui emissão eletromagnética de relativo poder. Por isso mesmo, o culto
familiar do Evangelho não é tão só um curso de iluminação interior, mas também
processo avançado de defesa exterior, pelas claridades espirituais que acende
em torno. O homem que ora traz consigo inalienável couraça. O lar que cultiva a
prece transforma-se em fortaleza, compreenderam? As entidades da sombra experimentam
choques de vulto, em contato com as vibrações luminosas deste santuário
doméstico, e é por isso que se mantêm à distância, procurando outros rumos”...
Nenhum comentário:
Postar um comentário