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terça-feira, 28 de agosto de 2012

Chico Xavier, a Índia e a Reencarnação


“- Em 1933, eu já tinha o primeiro livro publicado. Numa noite, eu me senti fora do corpo e me levaram a um lugar que disseram ser no Himalaia. Havia a paisagem, um lago. Em torno dali, vinte Espíritos muito iluminados. Eu não cheguei a falar com eles, mas estive próximo. Deram-me então, como se fosse, um banho de forças. De suas cabeças, saia um facho de luz, que parecia, como se fosse, uma mensagem para o mundo. E o Espírito de Emmanuel nos disse que aquela mensagem, cada criatura que a recebia traduzia conforme o grau de cultura espiritual. Falaram também sobre as dificuldades que o Tibete enfrentaria. A região toda passaria por muitas transformações”. O depoimento faz parte do recém-lançado CHICO XAVIER – LUZ EM NOSSAS VIDAS (ceu), organizado por Nena Galves e pertence a Chico Xavier, tendo sido feito em encontro havido em São Paulo, reunindo ele e estudiosos, numa recepção ao professor e pesquisador  Hemendra Nath Banerjee, catedrático da Universidade de Jaipur, na Índia, no ano de 1971. A autora, em cuja residência o momento histórico se gravou para todo o sempre, lembra que Chico relatou vários desdobramentos ocorridos com ele, descrevendo minuciosamente o local onde o evento inicialmente descrito se deu, maravilhando o cientista, pois conhecia o local - nunca visitado por Chico em corpo físico -, dizendo tratar-se de uma reunião fechada, à qual só tem acesso pessoas autorizadas, pertencentes a grupo de sábios hindus.  Outras coisas interessantes resultaram da reunião. Chico disse que na cidade onde residia criava-se gado indiano, revelando que em meados do século 19, alguns criadores da região sentiam tanta atração pela Índia, que foram até lá buscar o gado. Os Espíritos disseram que isso se deu porque eles eram hindus reencarnados, acrescentando que na região uberabense, o Sol bate com o mesmo grau de calor que em algumas regiões da Índia. A conversa, como não poderia deixar de ser centrou-se também no tema reencarnação e Chico fez comentários interessantes. Disse que “a Espiritualidade acha as pesquisas sobre a reencarnação do maior alcance, pois, quando se positivar, vai alterar a psicologia, a psiquiatria, a analise.O mundo precisa da ideia da reencarnação. Os Espíritos estão juntos com todos os grupos que estudam o tema”. Sobre procedimentos medicamentosos utilizados fartamente nos tratamentos psiquiátricos, afirmou: “- Sinceramente não acreditamos que dopar alguém seja curar. Quando estudarem o problema da libido e as vinculações do ódio, as aversões congênitas, na base da reencarnação, a psiquiatria certamente irá mudar. Freud viu, vamos dizer, o problema sexual nos primeiros tempos do reencarnado, mas sem a reencarnação, nós não podemos resolver. Freud mudou algumas de suas concepções no decurso da vida, mas não tanto quanto era preciso”. Noutro trecho do diálogo entre os participantes, incluído na obra de Carlos A. Baccelli, CHICO XAVIER: MEDIUNIDADE E PAZ (Didier) Chico considerou “como seria importante estudar a reencarnação com a Lei de Causa e Efeito para que, sabendo que o fogo queima e traz dor, eu não pusesse a mão no fogo”. Ponderando sobre o caso citado por Banerjee, de uma criança acometida pela doença de Cushing – crianças normais em outras áreas que não tem o menor sentimento por quem quer que seja, inclusive seus pais -, Chico disse que “se uma pessoa nasce ausente da realidade objetiva, este alheamento foi produzido por um ato pelo próprio dono do corpo. Por exemplo: se eu der um tiro na minha cabeça, perturbo determinada estrutura do corpo espiritual, chegando ao Além, como uma pessoa retardada, estando fora da realidade lá. Volto para o renascimento, trazendo as consequências no cérebro. Se dei um tiro no coração, chego lá também com os fenômenos correlacionados com isso, mas, quando volto, estou também com o coração exposto por cardiopatia congênita natural. Se uma pessoa vem fora da realidade sem uma causa, então não haveria justiça na vida. Ela está como vítima precisando da mão de todo mundo. O corpo faz o papel de mata-borrão, como a tinta, o corpo absorve para que a gente possa se recuperar. A mesma coisa, por exemplo, se atiro no crâneo de um inimigo, chego no outro mundo, ele me perdoa, mas guardo a culpa, volto, também retardado, porque viciei os centros cerebrais, porque senão não há justiça(...). O melhor e o pior juiz para nós, somos nós mesmos. Jesus disse “que chegará o tempo em que ninguém precisará adorar a Deus, nem aqui nem ali, porque o Reino de Deus está dentro do homem”.  Falando ainda dessa relação de Chico com a Índia, o Dr Romulo Joviano seu chefe na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo, contou ao professor Clóvis Tavares, conforme relatado na obra TRINTA ANOS COM CHICO XAVIER (ide) que, certa vez, “em visita a uma parenta sua residente em Barbacena, MG, a escritora Maria Lacerda de Moura, assistindo uma reunião de estudos orientalistas, após esta ter escrito no quadro-negro algumas palavras em português, possivelmente um “mantra”, para meditação dos presentes, Chico recebe, através da psicofonia sonambúlica, uma mensagem em idioma hindu, havendo a entidade comunicante, conduzido o médium até o mesmo quadro-negro, traçando diversas expressões ininteligíveis para os presentes, posteriormente reconhecidas como mantras grafados em caracteres sânscritos”. Cezar Carneiro de Souza que durante vários anos conviveu com Chico em Uberaba, onde também residia, conta no livro VALIOSOS ENSINAMENTOS COM CHICO XAVIER (ide), que estando em Araguari, em abril de 1973, no dia seguinte ao recebimento do Titulo de Cidadão Honorário daquela cidade mineira, testemunhou breve diálogo entre Chico e o Martins Peralva, amigo ligado à União Espírita Mineira, no qual o conhecido autor de ESTUDANDO A MEDIUNIDADE(feb), informava haver lido o livro de autor oriental que lhe recomendara, discordando, contudo, de certo ponto que, no seu entendimento contradizia a Doutrina Espírita. Calmo e com a segurança de quem sabe o que fala, Chico respondeu para Peralva e os que acompanhavam a conversa: “-Olha, gente, vou dizer a vocês: existem revelações da Espiritualidade Superior que surgiram no Oriente e que, por enquanto, não podem ser transmitidas para o Ocidente. Não se assustem mas é isso mesmo”.

6 comentários:

  1. Muito interessante esta ligação do Chico Xavier com a Índia!
    Fiquei especialmente feliz por saber destas informações, Luiz Armando!
    Obrigado pela postagem.
    Abs e parabéns pelo blog, que tem muito conteúdo bom.

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  2. Absurdo! Chico Xavier então quer suplantar a Codificação? Quer dizer que a Índia tem muito o que dizer?... Sei... Nós devemos nos reportar à Kardec sempre! Não foi mesmo o "guia" de Chico que disse que se ele, Emmanuel, fosse contra Kardec, que deveríamos ficar com Cristo e Kardec? Pois então, eu fico com Kardec!

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    1. Tula, os próprios Espíritos sempre disseram a Kardec que a verdade nos será revelada aos poucos, nunca de uma só vez, pois não compreenderíamos. Não creio que seja exatamente uma contradição, acredito que está mais para complemento. Analise com o coração também, junto com a mente. O Espiritismo nunca foi fundamentalista, não nos devemos ater à estagnação. Sabemos que evoluímos aos poucos, e aos poucos vamos aprendendo. Assim também é o Espiritismo, que vai se ampliando cada vez mais, sem perder a sua essência, claro, mas agregando, crescendo, se revelando.

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  3. Muitíssimo bonito esse relato! Nós que trazemos intuições de uma anterior vida na Índia e temos o Espiritismo e Chico Xavier, hoje, como fontes de orientações sobre a vida espiritual ficamos muito contentes em ver essa admiração de Chico pela milenar sabedoria da Índia. Obrigado amigo por essa postagem!

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  4. Comecei a estudar e praticar yoga e a espiritualidade hindu no início dos anos 1970. Conheci o kardecismo em 1990. Minha vida tem sido dedicada a ambas doutrinas até hoje.Estou preparando uma serie de palestras sobre Espiritismo e Hinduísmo que serão apresentadas na Índia em Janeiro de 2019. Se alguém se interessar favor entrar em contato: araujopalmeida@yahoo.com.br

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