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sábado, 4 de agosto de 2012

A Escravidão no Brasil e a Lei de Causa e Efeito

Foram 300 anos de exploração, violência, dores e amores que, certamente, gerou não só dívidas coletivas, mas também individuais para os pioneiros que ajudaram a construir a nação brasileira. Historiadores, por outro lado, consideram que o braço cativo foi o elemento propulsor da nossa economia. Caçados, aprisionados, transportados acorrentados em porões de navios infectos, vendidos em lotes ou individualmente como mercadoria a que se atribuía valor pela dentição ou massa muscular, tratados como animais capazes de gerar crias, castigados cruel e selvagemente, às vezes morriam em função das agressões físicas a que eram submetidos. Fêmeas, como eram tratadas, vítimas de estupros, tinham seus filhotes separados para venda, mal nasciam. Oriundos do Continente Africano estima-se chegassem ao Brasil em torno de 130 mil anualmente, procedentes de Luanda, Benguela, Congo, Guiné Moçambique. Entre seis e nove milhões em três séculos. Do ponto de vista histórico-espiritual, talvez não seja errado afirmar-se que houve certa evolução em alguns milênios. Afinal, nas Eras Antes de Cristo, escravizavam-se os vencidos nas guerras de domínio, e, na Depois de Cristo, os escravos eram negociados por traficantes. Como sabemos, a interpretação da Lei de Causa e Efeito explica que além das transgressões cometidas pelo indivíduo, há aquelas que podem ser assumidas por uma família, uma nação, uma raça, ao conjunto de habitantes dos mundos, os quais formam individualidades coletivas. Assim sendo, como explicado a André Luiz - LIBERTAÇÃO (feb) -, pelo Instrutor Espiritual Gubio analisando um processo iniciado no período da escravatura brasileira, “a individualidade responsável pela desarmonia reinante converte-se em centro de gravitação das consciências desequilibradas por sua culpa e assume o comando dos trabalhos de reajustamento, sempre longos e complicados, de acordo com os ditames da Lei”. Acrescenta que “os princípios de atração governam o Universo inteiro. Nos sistemas planetários e nos sistemas atômicos vemos o núcleo e os satélites. Na vida espiritual, os ascendentes essenciais não diferem. Se os bons representam centros de atenção dos Espíritos que se lhes afinam pelos ideais e tendências, os grandes delinquentes se transformam em núcleos magnéticos das mentes que se extraviaram da senda reta, em obediência a eles. Elevamo-nos com aqueles que amamos e redimimos ou rebaixamo-nos com aqueles que perseguimos e odiamos”. A mediunidade em nossa Dimensão, tem contribuído para o reequilíbrio de muitas criaturas presas a fatos por elas gerados durante a referida época. Alguns, senhores tirânicos de então, servem às próprias vitimas na condição de médiuns para que elas,  já redimidas pelo exercício do perdão e conquista da humildade, operem o Bem em práticas resultantes do sincretismo religioso derivados do catolicismo e crenças indígenas e africanas. Na incalculável legião de necessitados que o abordaram ao longo das décadas em que serviu ao próximo em nome do Espiritismo, Chico Xavier, se fez instrumento para que muitos casos dolorosos e enigmáticos pudessem ser avaliados sob a ótica de Lei de Causa e Efeito. Dentre os que ficaram registrados em livro, selecionamos alguns. No primeiro, chama a atenção, a precisão da data em que a execução da sentença se operou. A exemplo da forma utilizada em postagem anterior, apresentaremos o Efeito, remontando a Causa. CASO 1 – EFEITO - Mulher, morta por afogamento na antevéspera do natal de 1956, na cidade de Passa Quatro (MG), após se ver separada dos dois filhos e do marido, ao ter sua modesta moradia invadida pela inundação resultante da intensa chuva que se precipitava na região há horas, tendo sido levada pelo turbilhão envolvente e destruidor do inesperado e imenso rio que se formara, arrastando o que se lhe opusesse à passagem. CAUSA – Ordem dada a capataz no final da tarde chuvosa e escura da antevéspera do natal de 1856, por Dona Maria Augusta Correia da Silva, senhora de extensos haveres, ao retornar à sua fazenda às margens do Rio Paraíba, após quase um ano de passeio repousante na Corte, ante a confirmação de jovem escrava de que, segundo ela, as duas “crias” da moça eram de seu filho, determinando que o rude feitor lhe estalasse o chicote nas costas, obrigando-a a entrar nas águas transbordantes do imponente rio, cuja correnteza motivou seu afogamento, levando o corpo da desafortunada no silêncio da noite que caia. CASO 2 – EFEITO – Menino, 10 anos, mudo, conduzido pela mão pelo pai, acometido por convulsões epilépticas intermitentes. CAUSA – Ações em encarnação anterior, em que ele, senhor de escravos, se comprazia em exercitar sua crueldade na boca dos cativos, aplicando ferro em brasa na boca dos coitados. Os acessos que tem são provocados pelo aflorar das lembranças das surras e castigos impostos aos escravos. CASO 3 – EFEITO – Mulher, acometida por implacável câncer que a constringe e exaure, pouco a pouco, impondo-lhe a dor que lhe fere a carne, sentindo o corpo examine e alquebrado.  CAUSA -  Ações ordenadas por ela a mãos implacáveis que impuseram a morte a muitos escravos pertencentes à senzala da fazenda que possuía na época do império no Brasil. Após sua morte, no Além, chora, esbraveja , censura, reclama e, por fim , quer renascer e, obtendo a concessão, embora bela mulher, a partir de certa idade, guarda um leito em prova, por vários anos. CASO 4 – EFEITO – Mulher, cujo corpo era acometido de estranha moléstia que lhe impunha constantes cirurgias pelo aparecimento nos tendões nervosos, vermes, provocando-lhe dores atrozes, até serem extraídos pelas operações. CAUSA - Em vida passada, rica fazendeira, ao perceber a atração de seu marido por escrava moça recem comprada, roída pelo ciúme, a enclausurou num dos quartos da Fazenda, em lugar ermo, deixando-a morrer de fome e sede. Localizado o quarto, dias depois, pelo mau cheiro exalado, aberta a porta, foi encontrado o corpo da bela escrava todo coberto de vermes. CASO 5 – EFEITO – Homem, braço direito deformado com uns babados de carne mole, arroxeada, esquisita, mais parecendo um açoite enrolado, cheio de nós. CAUSA – Ações praticadas em encarnação anterior em que na condição de capataz, açoitou uma infinidade de escravos, levando muitos ao desencarne, por sua impiedade. Na existência atual, traz no braço o que lhe está no Espírito, um eco dos açoites irados que deu, impondo sofrimentos indescritíveis nas suas vítimas,  experimentando  o endurecimento gradual dos tais babados que se converterão num câncer que o ajudará a se livrar da culpa que carrega. CASO 6 - EFEITO - Evaldo A.S.,14 anos, vitima fatal, em Cáceres(MT), em acidente em que foi arrastado alguns metros por um cavalo sobre cujo dorso se apoiava ao tentar alcançar uma penca de mexiricas em  pomar de fazenda em que se encontrava participando de festa de aniversário de um amigo. Um movimento em falso, assustou o animal, sendo que um de seus pés prendeu-se a laço do arreio. CAUSA - Ações em encarnação anterior quando,da varanda da sede da sua propriedade rural  avistou um escravo furtando algumas laranjas. Sem raciocinar, irritou-se de tal modo que  após chicoteá-lo impiedosamente, determinou fosse atado à cauda de um potro selvagem, ordenando que o animal o arrastasse pelo campo ainda não destocado, ignorando súplicas dele ou ninguém. CASO 7 – EFEITO - Três moças tratadas nos trabalhos de desobsessão no Centro Espírita Luiz Gonzaga, em Pedro Leopoldo (MG), uma das quais tinha o estranho hábito de mastigar vidros, o que deixava os anfitriões que as hospedavam em sua casa, assustados e preocupados. CAUSA – Tratamento impiedoso aplicado a escravos de sua propriedade em vida anterior. Como ”Sinhás” da fazenda, usavam a força e o poder através de cruéis capatazes. Uma delas, por motivo fútil, fez enterrar um escravo – o Espirito que se manifestava – deixando apenas a cabeça de fora, mandando a besuntassem com mel, a fim de atrair insetos, onde permaneceu sozinho, em intermináveis sofrimentos, até encontrar a morte. Nas horas finais, em desespero ele clamava: “- Sinhá! Se existe alma depois desta vida, eu vou me vingar”, convertendo-se a jura, atualmente, na forte obsessão que acometera as três jovens...

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