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segunda-feira, 20 de agosto de 2012

A Lei Que Funciona, Corrigindo Injustiças

O livre-arbítrio, atributo que se amplia à medida que o Espírito adquire consciência de si mesmo, continua lançando na esteira do tempo, felicidade ou infortúnio. Exceção, naturalmente dos que, por terem exagerado na aplicação dessa prerrogativa, ressurgem nas diferentes dimensões compreendidas pela vida na Terra, ostentando limitações físicas ou mentais. E, como acentua Allan Kardec, no passivo da individualidade, da família, da sociedade, nas suas diferentes formas de manifestação - grupos raciais, países, Humanidade planetária - a raiz dos fatores causais interpretados como dor, sofrimento, provação. Temos uma visão de curto prazo, desconsiderando, por conveniente desconhecimento, o antes ou o depois. Um século de nosso tempo, como objetivamente responderam a Kardec na questão 738 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, é um relâmpago na Eternidade. Casualmente assisti recentemente um documentário exibido pela TV SESC intitulado “Tocantins Afogado” (está no Youtube), produzido em 2005, mostrando o impacto das inúmeras usinas hidrelétricas construídas ao longo do importante Rio do Centro-Oeste, especialmente o descaso dos responsáveis pela contratação das diversas obras em relação aos habitantes das regiões alagadas. Independentemente das possíveis elocubrações que possamos fazer considerando os princípios da Lei de Causa e Efeito que coloca o infrator sempre diante da necessária expiação considerando abusos cometidos nas múltiplas encarnações que experimentamos na rota da evolução espiritual, o fato é que o poder e seu abuso continuam a gerar infortúnio onde se manifestam. As Leis vigentes em nossa Dimensão podem até ser bem formuladas; sua aplicação, contudo, nem tanto. Diversos interesses – geralmente econômicos - se interpõem à sua execução. A Lei que regula nosso retorno a essa realidade transitória, porém, funciona, exata e inexoravelmente. De forma coerente, perfeitamente ajustada à variável tempo. Isso é o que depreendemos dos dois exemplos localizados na obra construída através de Chico Xavier. O primeiro é um daqueles casos que só o conhecimento das informações disseminadas pelo Espiritismo pode ajudar a entender, considerando que nos grandes acontecimentos enfrentados em nossas vidas, ocultam-se necessárias experiências reparatórias originadas em ações assumidas nas vidas remotas ou recentes. Envolve um jovem, Claudio Rogério Alves Nascimento, desencarnado aos 22 anos de uma forma inusitada, no dia 15 de fevereiro de 1980. Filho de importante empresário do ramo da mineração oriundo do Acre, o rapaz atuava na empresa paterna. No dia em que sua vida em nossa dimensão se interrompeu, em retornando de atividades externas, se deteve por instantes na sala do cunhado que também trabalhava na empresa, colocando sua valise sobre móvel ali existente. Distraído no dialogo que se estabeleceu, não percebeu que a mesma deslizou, caindo no chão. O impacto do choque fez com que revolver nela guardada disparasse acidentalmente o tiro fatal que decretou sua morte. A referida arma, na verdade velha garrucha, havia comprado ante a sensação de insegurança disseminada pelos órgãos de comunicação diariamente. Nem sabia usá-la, tampouco a havia manuseado. A prova de que Claudio continuava a viver além da morte ocorreu noventa dias após a triste ocorrência, onde perante numeroso público, seus pais ouviram Chico Xavier ler, entre outras psicografias, a carta escrita pelo querido filho. Detalhes surpreendentes e inesperados nela se encontravam convencendo os desesperados pais de sua autoria. Claudio se manifestaria novamente em vinte e sete de setembro, em maio do ano seguinte, enfim, em várias ocasiões que possibilitaram à sua mãe organizar o livro VIAGEM SEM ADEUS, testemunhando sua dolorosa experiência para, quem sabe, despertar esperança em pessoas que passaram por semelhante prova.  Na segunda mensagem, Claudio conta ter sido levado pelo avô Luiz e a avó Maria Eugênia, a rever a região onde seus familiares viveram antes de se fixar na capital paulista.  Lá, emocionado encontrou velho amigo da família, o Monsenhor Dom Júlio Maria Mattioli, sacerdote que honrou sua missão na Terra, exercendo seu ministério focado na população sofrida do antigo território brasileiro. Claudio diz: “- Chorei muito ao receber a bênção do nosso venerável Dom Júlio, o Monsenhor da Caridade, que ainda prossegue, viajando em espírito, em canoas orientadas por Amigos Espirituais, abençoando e levantando o ânimo dos índios maltratados e, por vezes, batidos até os últimos sofrimentos. Pois aquele maravilhoso líder da compaixão humana, aconchega os índios desencarnados ao próprio coração, encaminha-os para os estabelecimentos socorristas junto das águas”. Na continuidade, repassa a inusitada revelação: “Nos disse – Dom Júlio -, com respeitoso amor, que nossos irmãos expulsos da terra que amaram e retiveram durante séculos, sem encontrarem socorro ou atendimento da parte de nossa gente cristianizada, renascerão, todos eles, na descendência daqueles mesmos conquistadores do chão, em que clamavam por Deus, a fim de recuperarem de novo na condição de filhos e netos dos chamados pioneiros do progresso nas regiões do Acre e do Amazonas, então beneficiados pelo próprio auxílio dos adversários de hoje, que lhes serão pais ou avós e lhes entregarão, enriquecidas de cultura e de ações industriosas, as propriedades que por direito humano, lhes pertenciam até agora e das quais estão sendo despojados desapiedadamente”. O segundo exemplo nasce no final da década de 40, quando um aparente acidente com arma de fogo numa caçada na região da Serra do Mar, próximo à cidade de São Paulo, interrompe a relação entre três amigos: Ernesto, Amâncio e Desidério, este vitima fatal de tiro desferido contra um animal que perseguiam. Na verdade, a bala certeira, partira da espingarda de Amâncio, embora ele e Ernesto tivessem disparado ao mesmo tempo. Por trás da fatalidade, contudo, interesses diferentes ocultavam-se nas intenções dos dois atiradores: Ernesto tentava livrar-se de rival que, suspeitava, despertara o afeto de sua esposa Elisa; enquanto Amâncio desejava livrar-se do marido de Brígida, por quem se sentia irresistivelmente atraído. A investigação levada a efeito concluiu ter sido a morte acidental. A vítima desembaraçada dos laços que o prendiam ao corpo físico, instalou-se na casa do casal Ernesto/Elisa, imantando-se a esta que o percebia por discretas percepções mediúnicas, afastando-se do marido que desconfiava ter algo a ver com a morte do ex-amigo. Amâncio conquistou o afeto da viúva com quem se casou, cuidando ambos de encaminhar a filha de Desidério para colégio interno, de onde saia somente nas férias escolares. Os anos rolaram sobre os anos, e, Amâncio, o homicida, de posse dos bens de Desidério, embora ateu, mas profundamente caritativo e humano, dilatou-os com administração judiciosa e profícua, fez-se esteio econômico para mais de duzentos espíritos reencarnados, de forma direta e seus descendentes, indiretamente. Dez anos antes de desencarnar, atendendo a desejo manifestado por Brígida, concorda em adotar o filho de miserável moradora de propriedade rural vizinha da que possuiam, abatida por insidiosa tuberculose, sem grandes possibilidades de sobreviver ao parto. A criança a reencarnar naquele pobre lar, pelas articulações da Espiritualidade, não era outra senão o Espírito de Desidério, o rival abatido décadas antes, que, dessa forma teria restituído seu patrimônio, por sinal ampliado. Nesse processo levantado e revelado por André Luiz na obra E A VIDA CONTINUA (feb), a última por ele transmitida pelo inesquecível Chico Xavier, reafirmam-se os meios pelos quais age a Justiça Divina para reparar prejuízos e injustiças, geralmente ignorados em nossa Dimensão.    

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