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sábado, 7 de julho de 2012

Lucidez no Estado de Coma

 -(....) Você teve quatro enfartes ? “- Dois. Tive foram quatro operações, com hemorragias inacreditáveis. Uma de úlcera. Outra de aneurisma abdominal...” – Ficou em estado de coma?.. “- Fiquei em coma perto de quinze dias. Uma experiência terrível. Lembro que eram pessoas que já haviam morrido. Parentes mortos, estou vendo, eles se assentam no canto do quarto, e ficam me olhando...Ouvi o Lacerda fazendo discurso. Ouvi-o falando. Ele estava morto. Muita gente que morrera apareceu no quarto. Era um quarto de um sofrimento incrível. Eu sofri barbaramente.” – E quando voltou a si, que sensação? “-Espanto, surpresa, clarividência. Eu enxergava mais que normalmente. Porque eu estava do outro lado. Eu estava muito mais pra lá do que pra cá...” Este é um fragmento de   entrevista feita pelo jornalista e cronista Lourenço Diaféria para a seção que assinava no suplemento Folhetim do jornal Folha de São Paulo, edição de 5 de agosto de 1979. O entrevistado, ninguém menos que o grande escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues, alguns meses antes de morrer. Sua transcrição objetiva demonstrar, no período em que esteve em coma, sua lucidez diante dos fatos que o cercavam onde se encontrava hospitalizado. A propósito, o resultado de pesquisas levadas a efeito e tornadas públicas nos Estados Unidos da América do Norte, a partir dos anos 70, pelos médicos Raymond Moody Junior e Elizabeth Kubler Ross, no campo de investigações que se tornaria conhecido como EQM (Experiências de Quase Morte) com pessoas que, por determinantes diferentes - inclusive comas prolongados -, relatam, em muitos casos, terem atravessado tais transes lúcidas, embora inconscientes fisicamente. Se considerarmos que o estado de coma, sob determinado aspecto, corresponde a certa imobilização do corpo determinada pela manifestação de desarranjos ou avarias havidas em componentes ou sistemas integrantes da máquina física, ocorre-nos uma dúvida: se o Espírito jamais está inativo (questão 401, O LIVRO DOS ESPÍRITOS), durante os processos comatosos, onde se encontra o corpo espiritual? Na obra EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), André Luiz através do médium Chico Xavier, disse  que “ seu aprisionamento ou a parcial liberação do arcabouço físico, depende da situação mental do enfermo”. Posteriormente, o orientador espiritual Emmanuel, no livro PLANTÃO DE RESPOSTAS (ceu), perguntado sobre o que se passa com os espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, até mesmo anos, no estado vegetativo do coma, respondeu que “seu estado será de acordo com sua situação mental, havendo casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais”. Esses, avalia, “são pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação”. “Em outros casos’, diz ele, ‘os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade”. Salienta que “em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem as paisagens e os contatos com seres que já os precederam na passagem para a Vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos”. Corresponde à informação contida no depoimento de Nelson Rodrigues. Concluindo sua resposta, Emmanuel afirma: “- Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados, familiares e médicos”. Buscando elementos para nossas reflexões, acompanhemos sintetizadamente, o depoimento de uma testemunha da etapa comatosa precedente ao processo de falecimento de um ângulo quase somente acessível para experimentados médiuns videntes. Diz o narrador: “Chegamos à residência do enfermo, cujo estado era gravíssimo. Alguns amigos desencarnados velavam, atentos”. Avaliando a situação o especialista designado para promover a liberação espiritual disse: “Ele permanece agora sob agitações psíquicas muito forte. Conhece o fim próximo do aparelho carnal, mas não pode esquivar-se, de súbito, às algemas domésticas. Teme o futuro dos seus, conserva-se em total descontrole dos nervos e enlaça-se nas emissões de inquietude da esposa e dos filhos”. Após alguns outros registros, nosso comentarista prossegue: “- O transe era, sem duvida, melindroso. A esposa, ao pé dele, não obstante prolongadas vigílias e sacrifícios estafantes, que a expressão fisionômica denunciava, mantinha-se firme a seu lado, olhos vermelhos de chorar, emitindo forças de retenção amorosa que prendiam o moribundo em vasto emaranhado de fios cinzentos, dando-nos a impressão de peixe encarcerado em rede caprichosa”. Apontando-a, o técnico acompanhado, explicou: “Nossa pobre amiga é o primeiro empecilho a remover. Improvisemos temporária melhora para o agonizante, a fim de sossegar-lhe a mente aflita. Somente depois de semelhante medida conseguiremos retirá-lo, sem maior impedimento. As correntes de força, exteriorizadas por ela, infundem vida aparente aos centros de energia vital, já em adiantado processo de desintegração”. Orientando a dois assistentes que se mantivessem ao lado da senhora modificando-lhe as vibrações mentais através da influenciação, o especialista manteve as mãos coladas ao cérebro do doente, propiciando-lhe a renovação das forças gerais, aplicando-lhe passes longitudinais, desfazendo os fios magnéticos que se entrecruzavam sobre o corpo abatido. Analisando o moribundo em condição privilegiada, nosso observador reparou que o mesmo se encontrava já em dolorosas condições. Médico que fora na nossa dimensão, após fazer uma avaliação da falência progressiva do organismo físico, disse que o que mais o impressionou, porém, “era a movimentação da fauna microscópica. Corpúsculos das mais variadas espécies nadavam nos líquidos acumulados no ventre, concentrando-se particularmente no ângulo hepático, como a buscarem alguma coisa, com avidez, nas vizinhanças da vesícula”. O dirigente das atividades que ali se realizavam asseverou ser preciso fornecer ao enfermo melhoras fictícias, tranquilizando-lhe os parentes aflitos, já que o quarto estava repleto de substâncias mentais torturantes. Exercendo sobre ele intensiva atuação magnética, infundiu-lhe sensação de calma, levando-o a respirar em ritmo quase normal, abrir, por fim os olhos e exclamar: “Graças a Deus! Louvado seja Deus!”. Seguiu-se animador diálogo entre pai, filhos e esposa, que aliviados, solicitaram a presença do médico encarnado que o assistia, o qual, por sua vez, estranhou a surpreendente melhora, contrariando prognósticos que sugeriam ser a morte questão de horas. Recomendou repouso absoluto ao doente, sugerindo deixa-lo só para que tivesse sono reparador. Não sabia que, ao fazê-lo, atendia a sugestões dos trabalhadores desencarnados, a fim de que tivessem melhores condições de executar o serviço pelo qual aquela equipe se mobilizara até ali. Esse conteúdo que prossegue rico de informações, faz parte do capítulo 13, d’ OBREIROS DA VIDA ETERNA (feb), quarto livro da série escrita por André Luiz, através de Chico Xavier.

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