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quinta-feira, 5 de julho de 2012

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“Creio que nesta sala ninguém poderá compreender o que seja a longa tortura dos navegantes do ar. O que se sofre na expectativa da queda do veículo que nos serve à condução é indescritível. O que será? Como será? Ninguém sabe. A máquina sob a orientação do piloto, baila na atmosfera agressiva, e dentro dela somos pigmeus suplicando um socorro que sabemos não se faz possível”. Esta ponderação/comentário é feita pelo empresário Celso Maeda na extensa carta que escreveu em reunião publica aos familiares, através do médium Chico Xavier, pouco mais de cinco meses após o acidente aéreo - causado por inesperado fenômeno atmosférico - de que foi vitima juntamente com seu irmão, o piloto e o co-piloto da aeronave em que voavam de Itumbiara (Go) para o sul do País, no dia 18 de agosto de 1992. Diretores de importante grupo mundial ligado ao setor algodoeiro   deslocavam-se a negócios, quando no espaço aéreo de Santa Catarina, na altura da cidade de Navegantes, acabaram tendo um "desvio" de rota, pois, com certeza, concluíam dessa forma sua passagem por nossa Dimensão. Em sua mensagem aos entes queridos - admitida por eles como autêntica -, confirma sua sobrevivência em outra Dimensão de Vida, revivendo detalhes de seus últimos momentos em nossa Dimensão: “-Viajávamos tranquilos sob a perícia do nosso amigo Hélio, quando nos aproximamos mais propriamente do Sul. Começou, porém, uma ventania fantástica que nos movimentava no ar, qual se fôssemos crianças desajeitadas à frente de um perigo. Francisco, meu irmão, olhava para mim ansiosamente. Para trás haviam ficado nossos pais, nossas esposas e nossos filhos... Aqueles olhares de meu irmão gelavam minh’alma. O que fazer, não sabiamos. Telepaticamente, nos entendemos que a oração aprendida em nossa casa era o derradeiro recurso, enquanto o avião parecia um gigante pensante a fazer reviravoltas que nos apavoravam. O Hélio nos pedia calma. Entretanto, de que modo resguardar a própria serenidade se a saudade dos momentos queridos começou a fustigar-nos, obrigando-nos a pensar no pior que nos poderia acontecer?”. Importante se observar que o nome do piloto não havia sido citado ao médium que, antes de psicografar a carta, o desconhecia. Percebe-se também no conteúdo da narrativa de Celso, as tumultuadas emoções que se apoderaram dos ocupantes da aeronave. Prosseguindo, diz: “- Meu Deus, haverá suplício maior para as criaturas da Terra? Não Sei. Estávamos à mercê dos acontecimentos que o furacão nos impunha. O piloto e o companheiro que o assessorava estavam pálidos, agravando-nos as dúvidas e o desconforto de que nos sentíamos possuídos. Debalde procurávamos alguma nesga de céu azul. Achávamo-nos como que trancados por dentro de uma nuvem que parecia guardar o vento furioso que não encontrava uma saída a fim de expandir-se. Instantes de pavorosa angústia exerceram sobre a nossa ansiedade quando o Hélio fez um sinal para o aeroporto mais próximo. Pedíamos pouso, no entanto, debalde a máquina se inclinou para baixo, como se procurasse conscientemente algum lugar para agasalhar-nos. O meu coração batia apressado. Você, querida Silvia, e nossas crianças, nossos queridos Milton, Marcelo e a irmãzinha pareciam vivos dentro de mim. Eu daria tudo o que possuíamos na vida material para que o avião pudesse encontrar o apoio desejado. Nossas esperanças, porém, foram frustradas. A aterrisagem não se fazia possível. O aeroporto de Curitiba não tinha condições para receber-nos. Devíamos buscar algum processo de arremeter-nos de novo, para cima, o que foi feito com muita segurança dentro de nossa própria insegurança, por nosso Hélio que tentou a manobra ante a impossibilidade de pousar. Subimos céus acima ou tentamos subir... Não era fácil raciocinar ante o perigo maior que se aproximava. Tentou-se a elevação da ma´quina, mas o vento prosseguia implacável qual se fosse um conjunto de forças maléficas interessadas em derrubar-nos. Meu irmão devia estar pensando no mesmo angustiso problema que principiava a suforcar-nos. Havíamos trabalhado tanto para erguer um edifício econômico que nos assegurasse a paz no futuro, no entanto, a ventania nos furtava qualquer possibilidade de escape. Vendo o sofrimento no rosto de nosso Hélio que tudo fazia para salvar-nos, confesso à mãezinha Delfina e à querida Silvia, que chorei prevendo a queda próxima. O ciclone prosseguia avançando sobre nós, até que depois do esforço supremo do piloto e do companheiro, tendo conseguido voar até pequena distância, vimos o mar que se nos afigurava um outro inimigo a vigiar-nos. Um sopro de esperança nos aqueceu por dentro, durante alguns instantes e o piloto julgou que a praia nos ofereceria refúgio, mas ao invés de descer, caímos sobre as águas...Por dentro éramos a aflição de quem não eximia-se da morte compulsória e por fora de nós vimos claramente que um enorme banco de areia nos aguardava, asfixiando-nos a todos. Sei apenas que pude endereçar uma prece ansiosa, implorando a proteção de Deus e de nossos Maiores e mais nada”.   Já tivemos a oportunidade de citar em outra abordagem, observação feita em cartas recebidas mediunicamente por Chico Xavier, segundo a qual, acontecimentos imprevisíveis na Terra, estão marcados para acontecer no Plano Espiritual, bem como a resposta (questão 160) obtida por Allan Kardec junto às Entidades que o auxiliaram a compor O LIVRO DOS ESPÍRITOS dando conta que familiares ou amigos espirituais, por ocasião do temido fenômeno chamado morte, nos prestam assistência junto aos técnicos especializados designados para as operações comuns nos processos de desligamento corpo espiritual / corpo físico.  Esta a confirmação que Celso Maeda nos dá na sequência de seu depoimento: “- A água marinha encharcada de areia penetrava-nos os pulmões e quando me vi totalmente esmagado, nada sabendo de meu irmão e dos companheiros que nos guardavam a viagem, no auge do meu desespero íntimo, vi que uma senhora caminhava naturalmente sobre as águas e, ao abraçar-me, solicitou-me concentrar na fé em Deus e me disse: “- Meu filho, você está conosco. Sou a sua avó Ai, que venho retirá-lo da areia. Seu avô Tsunezaemon retirará seu irmão. Haverá socorro para vocês todos. O piloto e o co-piloto serão resguardados”. Depois de pronunciar estas palavras, aquela mulher que me parecia tão frágil me carregou nos braços, colocando-me em terra firme. Francisco chegou depois ao mesmo local em companhia do avô. Os dois companheiros da orientação estavam amparados por parentes que não cheguei a conhecer. Em seguida, conduzidos nos braços dos queridos avós, não sei ainda por quais processos, fomos transportados por outro avião mais complexo até um abrigo hospitalar que nos recebeu com espírito de inesperada beneficência, onde estamos até hoje em reajustamento, mas com a possibilidade de visitar as nossas famílias e confortar nossos entes amados”. A carta, inserida no livro DÁDIVAS ESPIRITUAIS (ide), oferece outras importantes informações, dados e nomes do conhecimento dos familiares, levando-nos a pensar: teria sido tudo imaginado por Chico Xavier?



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