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sexta-feira, 9 de junho de 2023

ANJO DA GUARDA- A VISÃO DO ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Várias gerações influenciadas por ensinos religiosos se formaram acreditando na existência do Anjo da Guarda, o personagem capaz de proteger-nos ou livrar-nos de perigos eminentes ou atitudes de consequências imprevisíveis. Seria apenas uma fantasia ou ficção? No número de janeiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec reproduz mensagem espontânea assinada conjuntamente pelos Espíritos São Luiz e Santo Agostinho, oferecendo dados importantes para nossa reflexão sobre o tema. Indagam: -“Pensar que tendes sempre junto a vós seres que vos são superiores, que aí estão sempre para vos aconselhar, sustentar, ajudar a subir a áspera montanha do Bem, que são os amigos mais certos e mais delicados que as mais íntimas ligações que possais estabelecer nesta Terra, não é uma ideia consoladora?”, acrescentando: -“Estes seres aí estão por ordem de Deus; foi ele que os pôs ao vosso lado; aí se acham por amor a Ele e junto a vós realizam bela e penosa missão. Sim; onde quer que estejais, estarão convosco: os calabouços, os hospitais, os lugares de deboche, a solidão, nada vos separa destes amigos que não vedes, mas cujos suaves impulsos vossa alma sente, como escuta os sábios conselhos”. Em outro trecho afirmam: - “Cada Anjo da Guarda tem o seu protegido, sobre o qual vela, como um pai sobre o filho; é feliz quando o vê seguir o bom caminho e sofre quando seus conselhos são desprezados”. Meses depois, a versão definitiva d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS dedicaria trinta e três perguntas ao assunto, disponibilizando mais elementos para ampliar nosso entendimento, inserindo a referida mensagem como um adendo à questão 495. Dentre eles, destacamos: 1- Trata-se de um Espírito protetor de uma ordem elevada; 2- Acompanha seu tutelado do o nascimento até a morte, frequentemente o seguindo depois dela, na vida espiritual, e mesmo através de numerosas experiências corpóreas, consideradas fases bem curtas na vida do Espírito; 3- Para o protetor é, às vezes, um prazer, noutras uma missão ou um dever; 4- Em caso de deixar sua posição para cumprir diversas missões, são substituídos; 5- Afasta-se quando vê que seus conselhos são inúteis pela vontade mais forte do protegido em submeter-se à influência dos Espíritos inferiores, não o abandonando completamente, sempre se fazendo ouvir, voltando logo que chamado; 6- Jamais fazem o mal, deixando que o façam os que lhe tomam o lugar; 7- Quando deixa seu protegido se extraviar na vida, não é por incompetência sua, mas porque ele não o quer, saindo seu protegido mais instruído e perfeito, assistindo-o, porém, com seus conselhos, pelos bons pensamentos que lhe sugere, infelizmente nem sempre ouvidos; 8- Há circunstâncias em que a presença do Espírito protetor não é necessária; 9- Sua ação não é ostensiva pelo fato de que se o fosse o protegido não agiria por si mesmos e não progrediria, visto necessitar da experiência, exercitar suas forças, sendo a ação dos Bons Espíritos efetuada de forma a lhe deixar o livre arbítrio; 10- Quando vê seu protegido seguir o mau caminho, sofre com seus erros e os lamenta mas essa aflição nada tem das angústias da paternidade terrena, porque ele sabe que há remédio para o mal, e que o que hoje não se fez, amanhã se fará. Em nota, Allan Kardec, comenta: Dessas explicações e das observações feitas sobre a natureza dos Espíritos que se ligam ao homem podemos deduzir o seguinte: 1- O Espírito Protetor, anjo da guarda ou bom gênio, é aquele que tem por missão seguir o homem na vida e o ajudar a progredir, sendo sempre de natureza superior à do protegido; 2- Os Espíritos familiares se ligam a certas pessoas por meio de laços mais ou menos duráveis, com o fim de ajuda-las na medida de seu poder., frequentemente bastante limitado, sendo bons, mas às vezes pouco adiantados; 3- Os Espíritos simpáticos são os que atraímos a nós por afeições particulares e uma certa semelhança de gostos e sentimentos, tanto no Bem como no mal, durando e se subordinando suas relações às circunstâncias; 4- O mau gênio é um Espírito imperfeito ou perverso que se liga ao homem com o fim de o desviar do Bem, mas age pelo seu próprio impulso e não em virtude de uma missão, manifestando sua tenacidade na razão do acesso mais fácil ou mais difícil que encontre. Conclui dizendo: -“O homem é sempre livre de ouvir a sua voz ou de a repelir”.


É verdade que, quando uma pessoa morre, ela é recebida pelos seus parentes, que já estão do outro lado? E isso é motivo de alegria do lado de lá... (Maria Emilia, Sol Nascente)


Não poderia ser de outro modo, cara ouvinte. A bondade de Deus é tão grande que nos permite desfrutar de outras companhias, após a desencarnação. A morte, que existe para o corpo, não existe para o Espírito. De um modo geral, é o que acontece, embora devamos dizer que cada desencarnação tem suas características próprias. No livro MISSIONÁRIOS DA LUZ, o Espírito André Luiz, através do médium Chico Xavier, faz vários relatos de desencarnação, para servir de exemplos. Se você tiver curiosidade, leia esse livro: Missionários da Luz.


Pois bem! Nesse intercâmbio entre o plano físico e o plano espiritual, ocorrem fatos curiosos. Quando algum dos nossos entes queridos parte, através da morte, ficamos tristes, consternados e arrasados, chorando a sua partida, lamentando a sua perda. No entanto, do outro lado da vida, lá estão outros familiares e amigos para fazer a recepção. Ao contrário, quando algum Espírito reencarna em nossa casa em forma de bebê, ficamos alegres e eufóricos ao recebê-lo. Todavia, do outro lado, sempre há os que lamentam por terem perdido a sua companhia, para recomeçar nova existência.


Precisamos atentar para um detalhe: tanto a desencarnação quanto a encarnação dependem muito das condições do Espírito. Assim, uma desencarnação pode ser mais fácil ou mais difícil. Ela se dará de uma maneira mais fácil, quando a pessoa é dotada de bons sentimentos, quando ela viveu com dignidade, sabendo respeitar e amar o semelhante. Mas poderá ser mais difícil, justamente porque está muito apegada às coisas materiais, cheia de ódio e rancor. O que determina a qualidade da desencarnação é sempre o estado espiritual do individuo e a tranqüilidade de consciência.


Desse modo, a visão que nós, os encarnados, temos da vida é uma; os desencarnados, naturalmente, têm outra. É claro que, na condição de desencarnados, eles têm uma visão mais ampla, pois estão mais bem informados a respeito do passado e das possibilidades do futuro. A morte, ao longo da história, sempre foi vista como um ponto final ou, no mínimo, como uma despedida definitiva desta vida. Para a Espiritualidade não é assim. O Espírito, nas condições em que nos encontramos, não está definitivamente lá e nem aqui; as encarnações, que se sucedem, são experiências – as diversas – pelas quais ele tem de passar, para garantir a sua evolução.


Embora para muitos Espíritos, a desencarnação seja, a princípio, indesejável e até desconfortável, eles acabam se integrando na vida espiritual e isso com o apoio dos entes queridos que lá os esperam. Cada um de nós, inevitavelmente, vai viver essa experiência. Quanto mais estivermos esclarecidos a respeito, menos dificuldades vamos encontrar e mais condições para ajudar aqueles que ainda não compreenderam bem o sentido da vida.




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