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sábado, 14 de janeiro de 2023

PORQUE NÃO EXPERIMENTAR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Na obra O LIVRO DOS ESPÍRITOS E SUA TRADIÇÃO HISTÓRICA, o erudito autor Dr Silvino Canuto de Abreu diz que Allan Kardec a conheceu na noite de 18 de abril de 1857, em reunião promovida para celebrar a chegada a Paris dos primeiros exemplares da primeira edição da original obra resultante das conversas e entrevistas entretecidas com o ESPÍRITO DA VERDADE e sua equipe, desde dois anos antes. O fato - conforme registros em OBRAS PÓSTUMAS - é que a jovem Ermance Dufaux que já tivera publicados dois livros por ela recebidos mediúnicamente, entre os quais, JOANA D’ARC POR ELA MESMA, intermediou a conversa de Allan Kardec com a Espiritualidade ouvindo-a na casa do Sr Dufaux, em 15 de novembro de 1857, sobre o lançamento da REVISTA ESPÍRITA e, seis meses após a fundação da Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, passou a contar com ela por um bom tempo, como médium principal nas reuniões da instituição. O motivo deste preâmbulo, contudo, mereceu comentário no número de novembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, sob o título REMÉDIO DADO PELOS ESPÍRITOS, em que o editor escreve: -“O título vai provocar o sorriso dos incrédulos. Que importa! Eles riram de muitas outras coisas, o que não impediu fossem reconhecidas como verdades. Os bons Espíritos se interessam pelo sofrimento da Humanidade. Não é, pois, de admirar que nos procurem aliviar e, em muitas ocasiões, provaram que o podem, quando bastante elevados para terem os necessários conhecimentos, pois o que não veem os olhos do corpo; preveem o que o homem não pode prever. O remédio de quase trata foi dado nas circunstâncias seguintes à senhorita Ermance Dufaux, a qual nos remeteu a formula autorizando sua publicação, em favor dos que a necessitassem. Um de seus parentes, falecido há muito tempo, tinha trazido da América a receita de um unguento ou pomada, de maravilhosa eficácia para toda sorte de chagas e feridas. Com sua morte, perdeu-se a receita, que não tinha sido dada a ninguém. A senhorita Dufaux estava afetada de um mal na perna, muito grave e muito antigo, e que havia existido a todo tratamento. Cansada do emprego inútil de tantos remédios, um dia perguntou a seu Espírito protetor se para ela não haveria cura possível. “-Sim”, respondeu ele, ‘serve-te da pomada de teu tio”. “-Mas, sabeis que a receita se perdeu”, lembrou ela. “-Eu vou repeti-la”, ditando o seguinte: Açafrão...20 centigramas / Cuminho...4 gramas / Cera amarela...31 a 32 gramas / Oleo de amêndoas doces...uma colher. Derreter a cera e depois untar o óleo de amêndoas; juntar o açafrão e o cuminho num saquinho de pano fino e ferver, durante dez minutos, em fogo brando. Emprega-se espalhando a pomada num pedaço de pano e cobrindo a parte doente, renovando diariamente o tratamento”. Tendo seguido a prescrição, em pouco tempo a perna da senhorita Dufaux estava cicatrizada, a pele restaurada e, desde então, não sobreveio qualquer acidente. Também sua lavadeira foi felizmente curada de mal idêntico. Um operário se havia ferido com um fragmento de foice, que penetrou profundamente na feria, produzindo inchação e supuração. Falavam em amputar-lhe a perna. Com o emprego daquela pomada a inchação desapareceu, parou a supuração e o pedaço de ferro saiu da ferida. Em oito dias aquele homem recuperou-se e pode voltar ao trabalho. Aplicada sobre furúnculos, abcessos, panarícios, ela faz rebentar em pouco tempo e cicatrizar. Atua tirando da chaga os princípios mórbidos, semeando-a e, conforme o caso, provocando a saída de corpos estranhos, como esquírolas de ossos, de madeira, etc. Parece que é também eficaz para os dartros e, em geral, para as afecções da pele. Sua composição, como se vê, é muito simples, fácil e, em todo caso inofensiva. Pode, pois, experimentar-se sem receio”.



Leninha) O Espiritismo, na sua missão de Consolador, na feição de Cristianismo Redivivo, deve ter um papel fundamental para a humanidade nesta fase de transição?


Sem dúvida, Leninha. Não só o Espiritismo, mas todos os movimentos que defendem a necessidade do amor para a conquista da paz, objetivo comum dos homens de boa vontade. Entretanto, a Doutrina Espírita, desde seu surgimento, nasceu proclamando a necessidade de uma união de esforços de todos os segmentos, religiosos ou não, para sustentar um movimento amplo em favor da paz e da justiça no mundo, conforme lemos nas obras de Allan Kardec. Seu principal objetivo é a reforma moral do homem, e sua ação começa nos indivíduos e assumem, aos poucos, uma dimensão social, atingindo as instituições, as coletividades e os povos.


Na verdade, a grande contribuição que a Doutrina Espírita tem a dar ao mundo é a compreensão ampla e profunda da vida: por que nascemos, por que vivemos, o que fazemos neste mundo e para onde vamos depois desta vida. Sem essa visão ampla de nossa existência, o homem se perde no emaranhado de seus problemas, porque não entende a ordem universal, acredita-se abandonado de Deus e, muitas vezes, torna-se um descrente, porque só vê injustiça e a vida não lhe faz sentido. É justamente onde entra o Espiritismo para dizer que não estamos aqui por acaso, que tudo que acontece tem um sentido, que viemos de outras encarnações e estamos de passagem para um futuro melhor.


As religiões, de um modo geral, sempre colocaram a finalidade da vida no outro mundo além da morte, para onde todos iriam, mas onde poucos se salvariam – o céu dos cristãos. Todavia, a Doutrina Espírita dá à vida em si uma finalidade divina, que todos devemos compreender para viver bem aqui e agora, uma vez que ninguém está perdido, pois tudo é de Deus e tudo para Ele volta. A visão otimista, que o Espiritismo tem a respeito do homem e da vida, faz com que o ser humano nunca pare de lutar por um mundo melhor, confie em si mesmo e tenha fé nos desígnios divinos. Isso faz com que ele esteja sempre motivado a buscar aquela condição de amor e felicidade a que Jesus se referiu no sermão da montanha.


Logo, não é o movimento espírita em si que vai desencadear a reforma moral do mundo, mas as idéias que a doutrina apresenta, como a imortalidade, a comunicabilidade dos Espíritos, a reencarnação, a lei de amor e a evolução espiritual, que nos impulsiona para o futuro. Quando essas ideias estiverem generalizadas ( e nós percebemos que elas estão de alastrando cada vez mais, principalmente hoje com a facilidade de comunicação), nós teremos melhores condições de lutar por um mundo melhor e por uma humanidade mais feliz, dando importante passo para passarmos de um mundo de provas e expiação para um mundo de regeneração.


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