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quarta-feira, 29 de setembro de 2021

LONGA, ACELERADA, MAS, ARDUA CAMINHADA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 -“A Humanidade terrestre, tendo chegado a um desses períodos de crescimento, está em cheio, há quase um século, no trabalho da sua transformação, pelo que a vemos agitar-se de todos os lados, presa de uma espécie de febre e como que impelida por invisível força. Assim continuará, até que se haja outra vez estabilizado em novas bases”. O comentário faz parte de mensagem assinada por um Espírito chamado Dr. Barry e foi inserida por Allan Kardec no capítulo final do livro A GÊNESE. Considerando a informação “há quase um século”, conclui-se que o programa objetivando a elevação do Planeta Terra na escala dos mundos, alcançando a condição de Mundo de Regeneração iniciou-se por volta de 1755, introduzindo na Humanidade terrena Espíritos que voluntariamente deixaram sociedades mais evoluídas dentre as distribuídas pelas “muitas moradas na Casa do Pai”, para aqui vir e colaborar no progresso observado nas revoluções politicas, sociais, industriais, tecnológicas surgidas nos últimos dois séculos. Na seção ESTUDOS MORAIS da edição de julho de 1865 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec comenta matéria divulgada em publicação da época lida e comentada em reunião da Sociedade Espírita de Paris sobre pequena localidade existente na Floresta Negra, onde se notava o modelo do Mundo Futuro em miniatura. Depois de reproduzir breve mensagem psicografada pelo Espírito Lamennais, através da médium Sra Didier, Kardec formula interessante comentário do qual destacamos alguns pontos que nos permitem entender a dimensão dos problemas atuais: -“Qual a causa da maior parte dos males da Terra, senão o contato incessante dos homens maus e perversos? O egoísmo mata a benevolência, a condescendência, a indulgência, o devotamento, a afeição desinteressada e todas as qualidades que fazem o encanto e a segurança das relações sociais. Numa sociedade de egoístas não há segurança para ninguém, porque cada um, apenas buscando o próprio interesse, sacrifica sem escrúpulo o do vizinho. Muitas criaturas se julgam perfeitamente honestas, porque incapazes de assassinar e de roubar nas estradas; mas será que aquele que, por cupidez e severidade, causa a ruína de um indivíduo e o impele ao suicídio, reduzindo toda uma família à miséria, ao desespero, não é pior que um assassino e um ladrão? Assassina em fogo brando; e porque a lei não o condena e os semelhantes aplaudem sua maneira de agir e sua habilidade, crê-se isento de censuras e marcha de fronte erguida! Assim os homens estão sempre desconfiados uns dos outros; sua vida é uma ansiedade perpétua; se não temem o ferro, nem o veneno, são alvo das chicanas, da inveja, do ciúme, da calúnia, numa palavra, do assassinato moral. Que seria preciso fazer para cessar esse estado de coisas? Praticar a caridade. Tudo está aí, como diz Lamennais. A comuna de Koenigsfeld oferece-nos em miniatura o que será o mundo quando for regenerado. O que é possível em pequena escala sê-lo-á em grande? Duvidar disto seria negar o progresso. Dia virá em que os homens, vencidos pelos males gerados pelo egoísmo, compreenderão que seguem caminho errado, e quer Deus que eles o aprendam à própria custa, porque lhes deu o livre-arbítrio. O excesso do mal lhes fará sentir a necessidade do Bem e eles se voltarão para este lado, como para a única âncora de salvação. (...)Tendo a Terra chegado a uma de suas fases progressivas basta não mais permitir aos Espíritos atrasados de aqui reencarnarem, de modo que, à medida que se forem extinguindo, Espíritos mais adiantados venham tomar o lugar dos que partem, para que em uma ou duas gerações o caráter geral da Humanidade seja mudado.


Quando Jesus disse em João 10:16, que haverá um só rebanho para um só pastor, ele queria dizer que haverá uma única religião e todas as outras religiões desaparecerão da Terra? Que religião seria essa? (Maria Luzia Paes)


As religiões, são meras criações humanas. Toda vez que alguém resolve interpretar de maneira própria algum texto na Bíblia, funda uma nova religião e sai a procura de seguidores. E é por isso que, no mundo, existem tantas e não pára de surgir outras mais, todos os dias. Jesus, porém, não veio fundar mais uma religião e nem se preocupou em introduzir novos rituais celebrativos e deveres de adoração, como faziam seus contemporâneos fariseus, que viviam soprando nos ouvidos das pessoas a necessidade de seguirem os preceitos rigorosos da tradição religiosa.


Jesus veio ensinar a doutrina do amor; e amor está acima de todas as religiões, acima de todas as doutrinas que existem na Terra. Analise bem os evangelhos e você não vai encontrar um só momento em que Jesus se entregou a uma celebração religiosa. Religião, para ele, era o amor vivido no dia-a-dia, em relação ao próximo. Por isso, ele fez questão de desvalorizar as figuras do sacerdote e do levita na parábola do Bom Samaritano, onde mostrou que a prática do bem pode não ter nada a ver com religião, ao mesmo tempo em que o fato de uma pessoa ser religião não quer dizer que ela ame o próximo.


O que Jesus mais exaltou foi o amor e o que ele mais criticou foi a hipocrisia dos que ostentam o rótulo de religiosos mas que, na verdade, segundo ele, são túmulos caiados – bonitos por fora, mas cheios de podridão por dentro. Não poderia haver uma imagem mais adequada para simbolizar a hipocrisia. Religião para Jesus, portanto, é seguir os preceitos do bem, é fazer o bem quanto possa, servir quanto possa, lutando contra o orgulho e contra o egoísmo. Ele sabia que, um dia, o mundo se aproximaria dessa condição ideal de vivencia do amor, fazendo do amor uma linguagem universal entre os homens.


Eis o rebanho único a que ele se referia, rebanho dos que se respeitam e dos que se amam de verdade, independente de um ter uma religião e o outro ter outra, independente de raça, de cor, de sexo, de idade, de partido político, de condição social ou de qualquer outro fator que diferencia as pessoas. O amor está acima de todas as diferenças humanas; é a força que congrega e unifica todas as forças da Terra, todas as religiões do mundo, uma espécie de ecumenismo que alguns religiosos mais abertos hoje estão defendendo.


Assim, cara ouvinte, não podemos esperar que haja uma só religião, mas podemos lutar para que as diferentes religiões – antes de pensarem em se digladiarem – se esforcem para falar a mesma linguagem do amor, onde há chance para todos e por onde caminharemos sob o comando de Jesus.



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