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quarta-feira, 2 de janeiro de 2019

TEORIA E PRÁTICA eE KARDEC - HOJE E SEMPRE 130


O Professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENTOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) comparece com mais esclarecimentos aos leitores.Por que, mesmo sabendo que estamos errados, continuamos errando, censurando os defeitos dos outros, e ferindo a nossa consciência? Não existe uma maneira de evitar tudo isso? Existe, com certeza. Mas é que, mesmo sabendo que estamos errados, continuamos errando, censurando os defeitos dos outros, e ferindo a nossa consciência? Não existe uma maneira de evitar tudo isso? Existe, com certeza. Mas é difícil, muito difícil. Se fosse fácil mudarmos as nossas disposições intimas, não teríamos tantos problemas, mas também não haveria tanto mérito. Porém, uma mudança interior requer muito esforço e muita perseverança. Vemos isso nas insistentes recomendações de Jesus. Ninguém melhor que ele conhecia o limite e as fraquezas de seus discípulos. No entanto, ele soube compreendê-los nos momentos cruciais. Veja que, apesar da presença física de Jesus – um privilégio que bem poucos puderam gozar – seus discípulos tiveram muita dificuldade em seguir seus ensinamentos e se transformar interiormente. E eles não eram pessoas quaisquer! Foi o próprio Jesus que os escolheu. Judas o traiu, Pedro o negou e, quando ele foi preso, todos fugiram. Só retornaram quando, depois de morto, Jesus apareceu anunciando a imortalidade. Aí perceberam que, de fato, Jesus tinha razão. A respeito disso, Chico Xavier exalta a personalidade de Jesus, que jamais exigiu nada de alguém. Para a mulher adúltera, Jesus simplesmente recomendou: “Vai e não peques mais...” Não fez sermão, não censurou, não perguntou com quem ela havia caído... Simplesmente recomendou. “No Evangelho – diz o Chico – não existe um moralismo farisaico; a mensagem do Cristo é de elevação, de compreensão do erro, de incentivo a quem deseja melhorar”. E completa o Chico: “ Quem olhar para dentro de si não terá coragem de olhar alguém na condição de pecador. Precisamos destacar o valor daqueles que estão ao nosso lado...” Logo, quem está interessado em melhorar-se moralmente, e tem plena consciência disso, não tem tempo para censurar ou julgar alguém. A mudança interior exige de todos nós um esforço descomunal e constante. Mudar a roupa é simples. Mudar de casa ou de automóvel pode custar dinheiro, mas não se compara à cirurgia espiritual que temos de fazer para mudar nossas atitudes e comportamento diante dos outros, a luta que temos a empreender todos os dias contra o nosso egoísmo e contra o nosso orgulho. Entretanto, cabe a nós tornar essa mudança mais fácil ou mais difícil. Seguindo os passos de Jesus, o Espiritismo afirma o seguinte: o único caminho para a mudança é a ação no bem. Não há outro. Como você aprende a nadar? – nadando. Como você aprende a andar de bicicleta? – andando... Se você quiser ser bom, faça o bem; mas faça-o bem feito, constantemente, todos os dias. Só nossos atos nos transformam. Nem orações, nem promessas, nem aspirações, nem tampouco sonhos, contribuirão para que mudemos. Para isso, só a ação, só o esforço para fazer algo de bom. Para a Doutrina Espírita, Jesus ensinou-nos três pontos fundamentais que nos ajudarão na transformação moral: a benevolência, a compreensão para com os defeitos alheios e o perdão. A benevolência é o mais fácil degrau da evolução moral: basta você ajudar alguém, basta você exercitar a ação estendendo um bem material ou um bem moral em favor de alguém: isso é benevolência, ou seja, fazer o bem, ajudar, ser companheiro, ser solidário. Por incrível que pareça, é esta a caridade mais fácil, acessível a todos nós. Podemos fazer o bem todos os dias – um gesto, uma palavra, uma presença, uma ajuda material, seja o que for: o bem é inerente às nossas ações. O segundo degrau da transformação espiritual é um pouco mais difícil: é a indulgência ou a compreensão para com os erros alheios. Geralmente, temos muita dificuldade de ver alguém errar, sem censurar, sem comentar seu erro. Muitas vezes, parece que gostamos que os outros errem, porque assim podemos criticá-los e, ao mesmo tempo, podemos proclamar ao mundo a nossa superioridade. Mesmo não tendo nada com a vida dos outros, nos comprazemos na censura, na maledicência, porque, de certa forma, sentimo-nos numa condição privilegiada em relação a quem erra e a quem a hipocrisia social critica e condena. Entretanto, o degrau mais alto da caridade é o perdão. O perdão é a compreensão na sua expressão mais elevada, mais divina. Perdoar é compreender os motivos do ofensor, é ser ofendido por ele e compreendê-lo, é pensar no ofensor antes de pensar em si mesmo, é sair um pouco de si para observar o ato infeliz daquele que errou, de um ângulo mais alto. “Pai, perdoai-lhes porque não sabem o que fazem” – disse Jesus. E, com esse ato extremo de compreensão e amor, ele encerra a sua missão.

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