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sábado, 5 de janeiro de 2019

INEVITÁVEIS SURPRESAS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 133


No ano de 1996, chegou ao Brasil o filme OS ESPÍRITOS estrelado pelo consagrado Michael J. Fox. Embora baseado na cultura norte-americana, o conteúdo guarda muita semelhança com o exposto em obras psicográficas de Chico Xavier como CARTAS DE UMA MORTA de Maria João de Deus  - sua mãe na ultima encarnação -  e do médico oculto no pseudônimo André Luiz reunidas na série conhecida como NOSSO LAR, ou em comentários esparsos espantam como o de que “no cemitério, podem ser encontrados Espíritos que permanecem junto ao corpo durante muitos anos, deitados lado a lado com ele. É como se estivessem mumificados. quando não reagem ou não possuem merecimento bastante para serem socorridos, vão ficando desmemoriados, perdendo a consciência de si mesmos. Assistem a decomposição cadavérica, permanecendo como que imantados à matéria por muito tempo”. No trabalho OBREIROS DA VIDA ETERNA, de 1947, pode ser colhida uma curiosa descrição das surpresas verificadas pelo autor do trabalho acompanhando o enterro de um dos personagens da obra. Conta ele: - Logo após, ante as exclamações dolorosas dos familiares, o ataúde foi cerrado e iniciou-se o préstito silencioso. Seguíamos, ao fim do cortejo, em número superior a vinte entidades desencarnadas, inclusive o irmão recém-liberto. Abraçado à genitora, Dimas, em passos incertos e vagarosos, ouvia-lhe discretas exortações e sábios conselhos. Entre os muitos afeiçoados do círculo carnal, reinava profundo constrangimento, mas entre nós imperava tranquilidade efetiva e espontânea. Prosseguíamos com as melhores notas de calma, quando nos acercamos do campo-santo. Estranha surpresa empolgou-me de súbito. Nenhum dos meus companheiros, exceção de Dimas, que fazia visível esforço para sossegar a si mesmo, exteriorizou qualquer emoção, diante do quadro que víamos. Mas não pude sofrear o espanto que me tomou o coração. As grades da necrópole estavam cheias de gente da Esfera Invisível, em gritaria ensurdecedora. Verdadeira concentração de vagabundos sem corpo físico apinhava-se à porta. Endereçavam ditérios e piadas à longa fila de amigos do morto. No entanto, ao perceberem a nossa presença, mostraram carantonhas de enfado e um deles, mais decidido, depois de fitar-nos com desapontamento, bradou aos demais: – Não adianta! É protegido... Voltei-me, preocupado, e indaguei do padre Hipólito que significava tudo aquilo. O ex-sacerdote não se fez de rogado. – Nossa função, acompanhando os despojos – esclareceu ele, afavelmente –, não se verifica apenas no sentido de exercitar o desencarnado para os movimentos iniciais da libertação. Destina-se também à sua defesa. Nos cemitérios costuma congregar-se compacta fileira de malfeitores, atacando vísceras cadavéricas, para subtrair-lhes resíduos vitais. Ante a minha estranheza, Hipólito considerou: – Não é para admirar. O Evangelho, descrevendo o encontro de Jesus com endemoninhados, refere-se a Espíritos perturbados que habitam entre os sepulcros. Reconhecendo-me a inexperiência no trato com a matéria religiosa, Hipólito continuou: – Como você não ignora, as igrejas dogmáticas da Crosta Terrena possuem erradas noções acerca do diabo, mas, inegavelmente, os diabos existem. Somos nós mesmos, quando, desviados dos divinos desígnios, pervertemos o coração e a inteligência, na satisfação de criminosos caprichos... – Oh! mas que paisagem repugnante! – exclamei, surpreendido, interrompendo a instrutiva explanação. – É verdade – concordou o interlocutor –, é quadro deveras ascoroso; todavia, é reflexo do mundo, onde, também nós, nem sempre fomos leais filhos de Deus. A observação me satisfez integralmente.










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