faça sua pesquisa

terça-feira, 19 de setembro de 2017

DOIS TEMAS IMPORTANTES

Leitores enviam suas dúvidas e o professor José Benevides Cavalcante as esclarece. 1- ELIAS E JOÃO BATISTA Ouvi de um padre que a afirmação de que João Batista é Elias nada tem a ver com a reencarnação, pois, no caso, Elias estaria representando apenas o papel de profeta, que também coube a João Batista. Jesus estaria usando uma linguagem figurada, referindo-se não à pessoa de Elias, mas ao papel que representou. Compreendemos e respeitamos a opinião do sacerdote, e nem poderia ser diferente sua posição. Mas, se compulsarmos os Evangelhos, vamos perceber que as figuras de João e de Jesus causaram no povo grandes especulações. Profetas, como Jeremias, haviam anunciado a vinda de um Messias e o povo sofrido aguardava ansioso o surgimento desse libertador que viria extirpar seu sofrimento. Havia vagas noções a respeito da volta à vida, o que era entendido mais comumente como ressurreição - uma crença que os hebreus herdaram dos persas, no período pós-exílio, de 539 a 300 a.C.. Por isso, sem maiores conhecimentos, apenas amparados pela fé, alguns diziam que João Batista era Elias ressuscitado. Depois que João morreu, chegaram a levantar a hipótese de que Jesus era o João ressuscitado, ou mesmo Elias, ou até Jeremias, ou outros profetas, conforme podemos ler nos escritos de Mateus, Marcos e Lucas. Conta Mateus ( capítulo 11) que, quando João estava na prisão, enviou dois discípulos a Jesus para confirmar se ele, Jesus, era o messias anunciado, e Jesus afirmou, entre outras coisas, que João “é o Elias que há de vir”, e ainda acrescentou: “quem ouvidos para ouvir, ouça”. É evidente, portanto, que se falava de pessoas concretas e reais e que João, segundo a opinião de Jesus, era a mesma pessoa que Elias; só que entre essas duas personalidades havia um espaço de cerca de 900 anos, que o corpo de João não podia ser o de Elias, pois João era filho de Izabel e Zacharias, conhecido desde criança, conforme Lucas, capítulo 1. Um aspecto importante, que salta aos olhos dos que estudam detidamente os Evangelhos, é o fato de que Jesus não questionava os dogmas religiosos e parece que não gostava muito de entrar nesse tipo de discussão. Raras vezes o fêz. Estava preocupado, sim, com a sua doutrina moral, com a mudança interior do homem. Por isso, tratou de leve esse e outros assuntos e de acordo com a compreensão do povo, pois, do contrário, não teria tempo e nem tampouco seria ouvido. Veja “REENCARNAÇÃO NA BÍBLIA” de Herminio C. Miranda e “REENCARNAÇÃO, O ELO PERDIDO DO CRISTIANISMO” de Elizabeth Clare Prophet. 2- INVEJA É verdade que, quando uma pessoa tem inveja da gente, ela passa um fluido negativo, aquilo que se conhece por “mau olhado”. Existe alguma verdade nisso? Para o Espiritismo, o pensamento é um componente natural que exerce alguma ação e pode produzir ou não o resultado desejado. No caso da inveja depende de uma série de fatores, mas depende fundamentalmente das defesas naturais daquele contra quem o mau pensamento foi desferido. Todos nós estamos mais ou menos expostos a diversos tipos de agentes invisíveis, físicos ou mentais, que podem atingir o corpo ou o Espírito, que podem provir tanto do meio que nos cerca, dos encarnados, quanto dos desencarnados. O “orai e vigiai” de Jesus é uma recomendação sensata para não nos expormos demasiadamente a esse tipo de investida gratuita que pode nos ferir, e o preventivo essencial é, sem dúvida, o amor, a prática do Bem, a vida reta. Mas, ao contrário do que muita gente pensa, o principal alvo da inveja não é a vítima, mas, sim, o autor. O invejoso é, por assim dizer, um dos maiores sofredores do mundo, porque a inveja é um sentimento que vai da intranqüilidade à insatisfação, da inconformação à revolta, deixando profundas marcas de amargura no coração e podendo, até mesmo, influir negativamente no equilíbrio orgânico, provocando-lhe distúrbios funcionais. A pessoa, ao sentir inveja de alguém, nada mais faz do que reconhecer a sua própria infelicidade, colocando-se, sem o querer, num patamar inferior. Sofre intensamente o orgulho ferido, deixandose arrastar por um impulso incontrolável de rebeldia ( não propriamente contra o outro, mas contra si mesma), o que lhe vai causar mais uma ferida na alma, porta aberta a todo tipo de agente mental pernicioso, inclusive a obsessão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário