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segunda-feira, 11 de setembro de 2017

PREVISÕES E OS DINOSSAUROS E A BÍBLIA

O professor José Benevides Cavalcante empresta um pouco mais de seus conhecimentos para esclarecer duvidas de nossos leitores.1- Em que livro espírita posso encontrar informações sobre previsão do futuro? Quando isso pode acontecer e até que ponto posso confiar num médium vidente? As previsões podem eventualmente acontecer. Não só o Espiritismo afirma isso, mas a própria Parapsicologia, quando comandada por sérios pesquisadores, já fez interessantes estudos a respeito com resultados satisfatórios. Joseph Banks Rhine, quando na Universidade de Duke, na Carolina do Norte, Estados Unidos, durante décadas estudou o que chamou de “funções psi” (percepções extra-sensoriais/PES), constatando em experiências de laboratório, com as cartas Zener, que há certas pessoas propensas a captarem informações de fatos que ainda não se deram em nossa linha de tempo. O que os Espíritos disseram a Kardec a respeito encontra-se, principalmente, em O LIVRO DOS ESPÍRITOS, questões 868 a 871, em O LIVRO DOS MÉDIUNS, capítulo XXVI, ítem 289 e em A GÊNESE, capítulo XVI, “Teoria da Presciência”. De um modo geral, o Espiritismo não vê nenhuma utilidade em se procurar informações sobre o futuro porque, como dizem os Espíritos, se o homem conhecer o futuro negligenciará o presente. E é o presente que lhe interessa, até porque o depois vai depender do que fizer agora. Não devemos nos alimentar de fantasias ou acreditar que há caminhos mágicos que nos levam à felicidade, como nos contos de fada. Os meios espíritas sérios jamais se prestam a esse tipo de revelação, nem os Espíritos bons e esclarecidos se envolveriam com algo nocivo ao desenvolvimento natural do homem. Portanto, não existe essa prática no Espiritismo e, quando alguma revelação dessa natureza surge, ela vem de maneira espontânea em qualquer meio ou situação, porque é útil. No tocante ao “médium vidente”, de que você fala, convém esclarecer que, no meio espírita, assim denominamos a pessoa que tem capacidade de perceber, além do espaço físico, os Espíritos ou a dimensão espiritual não perceptível ao homem comum. Todavia, o termo “vidente”, de uso muito comum hoje em dia, não se refere ao mesmo médium vidente do meio espírita, mas a pessoas que teriam capacidade de prever o futuro, como essas que se apresentam na televisão e que fazem propaganda de suas pretensas faculdades precognitivas para fins exclusivamente comerciais, as quais, com certeza, nada têm a ver com o Espiritismo nem com o Movimento Espírita. Quanto ao aspecto de confiabilidade nas informações apresentadas, basta que você leia com atenção essas referências bibliográficas de Kardec e tire sua próprias conclusões.  2- Vi na televisão uma reportagem sobre dinossauros, aqueles animais gigantescos que habitaram a Terra há milhões de anos e que existiram também no Brasil. Fiquei pensando por que a Bíblia, que fala na criação do mundo, não fala em dinossauros... A Bíblia, embora se refira à criação do mundo e dos seres vivos, não poderia se referir aos dinossauros, porque quando foi escrita não se sabia e nem sequer se desconfiava da existência desses animais. A visão de mundo que se tinha, então, era muitíssimo acanhada. A Gênese da Bíblia fala de Adão e Eva como pessoas iguais a nós, mas não faz nenhuma referência aos ancestrais humanos que nos antecederam na longa experiência evolutiva de milhões de anos, descobertos pelos pesquisadores no século XIX, mais de 3.000 anos depois de Moisés. Logo, Moisés - ou quem escreveu o episódio da criação - estava muito distante desses conhecimentos e tinha outra visão de mundo e outra concepção de vida. Naquela época, não se tinha a mínima noção de evolução. Os conceitos vinham do mito, tanto entre os hebreus como em qualquer outro povo; aliás, os sumérios, antes de Moisés, já falavam do episódio da criação e do dilúvio, através da epopéia Gilgamesh. O homem precisava encontrar uma explicação para o mundo em que vivia e do qual fazia parte: o mito, próprio da infância da Humanidade, foi o seu primeiro recurso. Logo, a Bíblia, como nenhum livro antigo, não poderia antecipar os conhecimentos que, só recentemente, foram alcançados pelo progresso do pensamento humano e pela investigação e pela ciência. 

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