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terça-feira, 26 de setembro de 2017

UMA VISÃO LOGICA

Tema sempre instigante, afinal todos vivenciam experiências ainda não explicadas de modo satisfatório pelas áreas da ciência que dele se ocupa. A Doutrina Espírita, com meio século de antecedência do surgimento do clássico livro do Psiquiatra austríaco Freud já dava sua contribuição sobre a questão. Na sequência alguns pontos apreciados por Allan Kardec e pelo Espírito André Luiz.. 1-O Espiritismo tem uma visão original sobre o sonho. Qual é? Os sonhos são o resultado da emancipação da alma, que se torna mais independente pela suspensão da vida ativa e de relação. Daí uma espécie de  clarividência indefinida, que se estende aos lugares os mais distantes ou que jamais se viu, e algumas vezes mesmo a outros mundos.  Daí também a lembrança que retraça na memória os acontecimentos verificados na existência presente ou nas existências anteriores.  A extravagância das imagens referentes ao que se passa ou se  passou em mundos desconhecidos entremeadas de coisas do mundo atual formam esses conjuntos bizarros e confusos que parecem não ter senso nem nexo. A incoerência dos sonhos ainda se explica pelas lacunas decorrentes da lembrança incompleta do que nos apareceu no sonho.  Tal como um relato ao qual se tivessem truncado frases ou partes de frases ao acaso: os fragmentos restantes sendo reunidos perderiam toda significação racional. (LE, 402)    2-- O afastamento durante o sono físico é pleno? Durante a encarnação, o Espírito jamais se acha completamente separado do corpo; qualquer que seja a distância a que se transporte, conserva-se preso sempre àquele por um laço fluídico que serve para fazê-lo voltar à prisão corpórea, desde que a sua presença ali se torne necessária. Esse laço só a morte o rompe.  3- É necessário o sono completo, para a emancipação do Espírito? Não. O Espírito recobra a sua liberdade quando os sentidos se entorpecem; ele aproveita para se emancipar, todos os instantes de descanso que o corpo lhe oferece.  Desde que haja prostração das forças vitais, o Espírito se desprende, e quanto mais fraco estiver o corpo, mais o Espírito estará livre. É assim que o cochilar, ou um simples entorpecimento dos sentidos, apresenta muitas vezes as mesmas imagens do sonho. (LE,407) 4-Essa reação é igual para todas as criaturas humanas? Na maioria das situações, a criatura, tem a mente como que voltada para si mesma, em qualquer expressão de descanso, tomando o sono para claustro tranquilo das impressões que lhe são agradáveis, qual criança que, à solta, procura simplesmente o objeto de seus caprichos.  Nesse ensejo, configura na onda mental que lhe é característica as imagens com que se acalenta, sacando da memória a visualização dos próprios desejos, imitando alguém que improvisasse miragens, na antecipação de acontecimentos que aspira a concretizar.  Atreita ao narcisismo, tão logo demande o sono, quase sempre se detém justaposta ao veículo físico, entregando-se à volúpia mental com que alimenta os próprios impulsos afetivos, enquanto a máquina se refaz.  Ensimesmada, a alma, usando os recursos da visão profunda, localizada nos fulcros do diencéfalo, e plenamente desacolchetada do corpo carnal, por temporário desnervamento, não apenas se retempera nas telas mentais com que preliba satisfações distantes, mas experimenta de igual modo o resultado dos próprios abusos, suportando o desconforto das vísceras destratadas por ele mesmo ou a inquietude dos órgãos que desrespeita, quando não padece a presença de remorsos constrangedores, à face dos atos reprováveis que pratica, porquanto ninguém se livra, no próprio pensamento, dos reflexos de si mesmo.  Qual ocorre no animal de evolução superior, no homem de evolução positivamente inferior o desdobramento da individualidade, por intermédio do sono, é quase que absoluto estágio de mero refazimento físico. No primeiro, em que a onda mental é simplesmente fraca emissão de forças fragmentárias, o sonho é puro reflexo das atividades fisiológicas. No segundo, em que a onda mental está em fase iniciante de expansão, o sonho, por muito tempo, será invariável ação reflexa de seu próprio mundo consciencial ou afetivo. Evolui, no entanto, o pensamento na criatura que amadurece, espiritualmente, através da repercussão. (MM )


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