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terça-feira, 2 de outubro de 2012

Refletindo Sobre as Lesões Afetivas



Foi em comentário do Espírito Emmanuel psicografado por Chico Xavier que li pela primeira vez sobre lesão afetiva. Fator determinante de muitos desajustes comportamentais, a lesão afetiva constitui-se num distúrbio da emoção. Emoção, do ponto de vista espiritual representa didática e cartesianamente uma das partes em que se bifurca  o instinto – uma inteligência rudimentar -,quando o princípio inteligente alcança a capacidade do pensamento contínuo, iniciando a longa caminhada na direção da sua humanização, em busca da própria espiritualização. O Instrutor Espiritual, em várias ocasiões nos oferece material para reflexões.  O primeiro, talvez, insira-se na resposta 173 da obra O CONSOLADOR (feb), em que opinando sobre simpatia e antipatia – base da afeição – diz: “-A simpatia ou a antipatia tem as suas raízes profundas no espírito, na sutilíssima entrosagem dos fluidos peculiares a cada um”. Essa explicação ajuda-nos a entender a resposta à questão 386 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS”, onde questionados por Allan Kardec se dois seres que se conheceram e amaram podem encontrar-se noutra existência corpórea e se reconhecerem dizem que “reconhecerem-se, não, mas serem atraídos um pelo outro, sim; e frequentemente as ligações íntimas, fundadas numa afeição sincera, não provém de outra causa”. Tal atração pode-se supor seja fluídica já que cada Espírito emite uma vibração peculiar ao seu estado evolutivo, sintonizando com aqueles com que se afiniza. Em interessante comentário de Chico ao jornalista Fernando Worm no livro A PONTE, considera que “é atendendo aos vínculos do afeto que duas pessoas, atraídas pela complementação magnética, normalmente se unem na comunhão sexual”. Alerta contudo que “os Espíritos Orientadores esclarecem que devemos evitar a promiscuidade”(...). “Não se deve usar um corpo usado por outrem, assim como não se mora em duas casas concomitantemente. Conscientizemo-nos também que o problema da sedução irresponsável, egoística, é muito grave, de vez que contraímos séria dívida com a pessoa seduzida”. Esta conduta vai se refinando a medida em que se avança na senda da evolução, explicando André Luiz em EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS (feb), que “quanto mais aperfeiçoado o grau de aprimoramento da alma, mais reclamará espontaneamente de si própria a necessária disciplina das energias do mundo afetivo”. Na obra NOSSO LAR (feb), aprendemos que o casamento também é uma convenção existente no Mundo Espiritual segundo explicações de Tobias a André Luiz,  ocorrendo “pela combinação vibratória, pela afinidade máxima ou completa”. Do ponto de vista dos reajustes interpessoais impostos pelo egoísmo peculiar à maior parte dos Espíritos em evolução na Terra, no E A VIDA CONTINUA (feb), o Instrutor Ribas, diz que “somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com os nossos problemas”. Em mensagem constante do livro MOMENTOS DE OURO (geem), justamente analisando o problema das lesões afetivas, Emmanuel lembra que “todos nós, os Espíritos vinculados à evolução da Terra, estamos altamente compromissados em matéria de amor e sexo, e, em matéria de amor e sexo irresponsáveis, não podemos estranhar os estudos respeitáveis nesse sentido, porque, um dia, todos seremos chamados a examinar semelhantes realidades, especialmente as que se relacionem conosco, que podem efetivamente ser muito amargas, mas que devem ser ditas”. Nesses tempos de tanta falta de referências, recomenda: “-Se habitas um corpo masculino, conforme as tarefas que te foram assinaladas, e encontraste essa ou aquela irmã que se te afinou com o modo de ser, não lhe desarticules os sentimentos, a pretexto de amá-la, se não está em condição de cumprir a palavra, no que tange a promessas de amor. E se moras presentemente num corpo feminino, para o desempenho de atividades determinadas, se surpreendeste esse ou aquele irmão que se harmonizou com as tuas preferências, não lhe perturbes a sensibilidade sob a desculpa de desejar-lhe a proteção, caso não estejas na posição de quem desfruta a possibilidade de honorificar os próprios compromissos. Não comeces um romance de carinho a dois, quando não possas e nem queiras manter-lhe a continuidade”. Pondera que “ninguém no mundo pode medir a resistência de um coração quando abandonado por outro e nem sabe a qualidade das reações que virão daqueles que enlouquecem, na dor da afeição incompreendida, quando isso acontece por nossa causa”. Assevera que “as Leis do Universo esperar-nos-ão pelos milênios afora, mas terminarão por se inscreverem, a caracteres de luz, em nossas próprias consciências. E essas Leis determinam amemos os outros qual nos amamos”. Lembra no livro VIDA E SEXO (feb) que “em matéria de afetividade, no curso dos séculos, vezes inúmeras disparamos na direção do narcisismo e, estirados na volúpia do prazer estéril, espezinhamos sentimentos alheios, impelindo criaturas estimáveis e nobres a processos de angústia e criminalidade, depois de prendê-las a nós mesmos com o vínculo de promessas brilhantes, das quais nos descartamos em movimentação imponderada”. Explica que “toda vez que determinada pessoas convide outra à comunhão sexual ou aceita de alguém um apelo neste sentido, em bases de afinidade e confiança, estabelece-se entre ambas um circuito de forças, pelo qual a dupla se alimenta psiquicamente de energias espirituais, em regime de reciprocidade. Quando um dos parceiros foge ao compromisso assumido, sem razão justa, lesa o outro na sustentação do equilíbrio emotivo, seja qual for o campo de circunstâncias em que esse compromisso venha a ser efetuado. Criada a ruptura no sistema de permuta das cargas magnéticas de manutenção, de alma para alma, o parceiro prejudicado, se não dispõe de conhecimentos superiores na auto-defensiva, entra em pânico, sem que se lhe possa prever o descontrole que, muitas vezes, raia na delinquência. Tais resultados da imprudência e da invigilância repercutem no agressor, que partilhará das consequências desencadeadas por ele próprio, debitando-se-lhe ao caminho a sementeira partilhada de conflitos e frustrações que carreará para o futuro”. Para finalizar, André Luiz no excelente SINAL VERDE (cec), diz que “toda pessoa que lesa outra, nos compromissos do coração, está fatalmente lesando a si própria”, visto que segundo a Lei que nos rege o destino, receberemos, de retorno, tudo o que dermos aos outros”. 

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