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segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Não Devemos Adiar


“-Estou muito jovem ainda... -Sou velho demais.... -Assumi compromissos de monta e não posso atender... -Minhas atribulações são enormes... -Obrigações de família estão crescendo... .-Os negócios não me permitem qualquer atividade espiritual... -Empenhei-me a débitos que me afligem.... -Os filhos tomam tempo... -Problemas são muitos”...Desculpismo sempre foi porta de escape dos que abandonam as próprias obrigações. Tantas são as evasivas e tão veementes aparecem que os ouvintes mais argutos terminam convencidos de que se encontram à frente de grandes sofredores ou de criaturas francamente incapazes, passando até mesmo a sustentá-los na fuga. Quando o Espírito Emmanuel escreveu através de Chico Xavier essas palavras comentando o versículo 18 do capítulo 14 do Evangelho de Lucas – “mas todos um a um começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: comprei um terreno e preciso sair para ir vê-lo; rogo-te me dês por escusado”.-, o orgulho, a superficialidade das relações humanas e a pressão do tempo não eram tão determinantes do comportamento humano quanto hoje. O propósito da reencarnação, contudo, continua o mesmo: promover a evolução do Ser. E, na mesma mensagem o Instrutor Espiritual previne que desculpismo “não exonera a consciência do resgate preciso” e “o que tenta legitimar as atitudes infelizes que adotam, comovendo a quem ouve, acaba suportando em si mesmos as consequências das responsabilidades a que se afeiçoa”.  Fundamentando-se no depoimento de centenas de Espíritos evocados na Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, Allan Kardec compôs o Código Penal da Vida Futura, inserido no capítulo sete da obra O CÉU E O INFERNO. Estudando os trinta e dois artigos que o compõem aprendemos que arrependimento, expiação e reparação são fases a que inevitavelmente nos submetemos no processo evolutivo que nos conduz na direção da própria iluminação. Ampliando nosso entendimento sobre o funcionamento desse mecanismo, Emmanuel na obra PENSAMENTO E VIDA (feb,1958), explica que “quando fugimos ao dever, precipitamo-nos no sentimento de culpa, do qual se origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma. E o arrependimento, incessantemente fortalecido pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio”. Para que entendamos melhor, acrescenta que “à feição do imã, que possui campo magnético específico, toda criatura traz consigo o halo ou aura de forças criativas ou destrutivas que lhe marca a índole, no feixe de raios invisíveis que arroja de si mesma. É por esse halo que estabelecemos as nossas ligações de natureza invisível nos domínios da afinidade”. Salienta ainda que “operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência”. Retomando o raciocínio inicial, esclarece: “-Operando a onda mental em regime de circuito, por ela incorporamos, quando moralmente desalentados, os princípios corrosivos que emanam de todas as Inteligências, encarnadas ou desencarnadas, que se entrosem conosco no âmbito de nossa atividade e influência. Projetando as energias dilacerantes de nosso próprio desgosto, ante a culpa que adquirimos, quase sempre somos subitamente visitados por silenciosa argumentação interior que nos converte o pesar, incialmente alimentado contra nós mesmos, em mágoa e irritação contra os outros. É que os reflexos de nossa defecção, a torvelinharem junto de nós, assimilam, de imediato, as indisposições alheias, carreando para a acústica de nossa alma todas as mensagens inarticuladas de revolta e desânimo, angústia e desespero que vagueiam na atmosfera psíquica em que respiramos, metamorfoseando-nos em autênticos rebelados sociais, famintos de insulamento ou de escândalo, nos quais possamos dar pasto à imaginação virulada pelas mórbidas sensações de nossas próprias culpas”. Revela que “é nesse estado negativo que, martelados pelas vibrações de sentimentos e pensamentos doentios, atingimos o desequilíbrio parcial ou total da harmonia orgânica, enredando corpo e alma nas teias da enfermidade, com a mais complicada diagnose da patologia clássica. A noção de culpa, com todo o séquito das perturbações que lhe são consequentes, agirá com os seus reflexos incessantes sobre a região do corpo ou da alma que corresponda ao tema do remorso de que sejamos portadores. Toda deserção do dever a cumprir traz consigo o arrependimento que, alentado no Espírito, se faz acompanhar de resultantes atrozes, exigindo, por vezes, demoradas existências de reaprendizado e restauração”. Previne que “cair na culpa demanda, por isso mesmo, humildade viva para o reajustamento tão imediato quanto possível de nosso equilíbrio vibratório, se não desejamos o ingresso inquietante na escola das longas reparações”. O estudo das obras de André Luiz nos permite concluir sobre o sincronismo em que trabalham os atributos do princípio inteligente convertido em Espírito a partir da conquista do pensamento contínuomemória, inteligência, consciência, livre-arbítrio, vontade -. Pelo mesmo Instrutor Espiritual, aprendemos no ENTRE A TERRA E O CÉU (feb) que “o sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sombrias forças se insinuam”. E na obra AÇÃO E REAÇÃO (feb): “-Perdemos o carro fisiológico, mas prosseguimos atados ao pelourinho invisível de nossas culpas; e a culpa(...), é sempre uma nesga de sombra eclipsando-nos a visão”.  O ideal, naturalmente, é não nos acomodarmos,comprometendo-nos nos labirintos da culpa. Especialmente pela omissão do que nos é possível ou solicitado fazer. O tempo é de mudanças substanciais no Planeta em que vivemos e a avaliação do nosso aproveitamento espiritual mais rigorosa. Procurando  uma orientação de Emmanuel, lembramos trecho do capítulo 11 do livro NÓS (ceu): “- A culpa, por enquanto, é um fantasma interior que nos persegue em todos os ângulos do mundo, sob as mais variadas formas. Recordemo-nos de que no estágio evolutivo em que nos achamos ninguém existe sem débitos a resgatar. No entanto, não nos detenhamos na culpa. Usemos a caridade recíproca e, com a liberdade relativa de que dispomos, ser-nos-á então possível edificar com Jesus, o nosso iluminado amanhã”. 

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