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terça-feira, 7 de fevereiro de 2023

AINDA SOBRE A REENCARNAÇÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Discorrendo sobre a razão da encarnação dos Espíritos, Allan Kardec afirma “estar ela nas Leis da Natureza; é necessária ao adiantamento deles e à execução das obras de Deus. Pelo trabalho que a existência corpórea lhes impõe, eles aperfeiçoam a inteligência e adquirem, cumprindo a Lei de Deus, os méritos que os conduzirão à felicidade plena”. Sobre o número de existências, explica ser “indeterminado; dependendo da vontade do Espírito reduzir esse número, trabalhando ativamente pelo seu progresso moral”, acrescentando que, “quando, num mundo, os Espíritos tem realizado a soma de progresso que o estado desse mundo lhe faculta efetuar, deixam-no, e, passam a encarnar noutro mais adiantado, onde entesouram novos conhecimentos e assim por diante, até que, de nenhuma utilidade mais lhe sendo a encarnação em corpos materiais, entram a viver exclusivamente a vida espiritual, em que também progridem noutro sentido e por outros meios”. Voltando à criança, diz:-“Até ao nascer, todas as faculdades se lhe encontram em estado latente, nenhuma consciência de si mesmo tem o Espírito. As que devam desenvolver-se não desabrocham de súbito no ato de nascer; o desenvolvimento delas acompanha o dos órgãos que terão de servir para suas manifestações; por meio da atividade íntima em que se põem, elas impulsionam o desenvolvimento dos órgãos que lhes correspondem, do mesmo modo que o broto, ao nascer, força a casca da árvore. Daí resulta que, na primeira infância, o Espírito não goza em plenitude de nenhuma de suas faculdades, não só como encarnado, mas também como Espírito livre. Ele é verdadeiramente infantil, como o corpo a que se acha ligado, sem contudo, estar neste comprimido penosamente. A não ser assim, Deus houvera feito da encarnação um suplício para todos os Espíritos, bons e maus. O mesmo, porém, não acontece com o idiota ou o cretino. Nestes, não se tendo os órgãos desenvolvido paralelamente às faculdades, o Espírito acaba por achar-se na posição de um homem preso por laços que lhe tiram a liberdade dos movimentos. Tal a razão porque se pode evocar o Espírito de um idiota e obter respostas sensatas, ao passo que o de uma criança de muito pouca idade, ou que ainda não veio à luz, é incapaz de responder. Todas as faculdades, todas as aptidões se encontram em gérmen no Espírito, desde a sua criação, mas em estado rudimentar, como todos os órgãos no primeiro filete do feto informe, como todas as partes da árvores na semente. O selvagem que mais tarde se tornará homem civilizado possui, pois, em si os germens que, um dia, farão dele um sábio, um grande artista, ou um grande filósofo. À medida que esses gérmens chegam à maturidade, a Providência lhes dá, para a vida terrestre, um corpo apropriado às suas novas aptidões. É assim que o cérebro de um europeu é organizado de modo mais completo, provido de maior número de teclas, do que o do selvagem. Para a vida espiritual, dá-lhes um corpo fluídico, ou períspirito, mais sutil e impressionável por novas sensações. À proporção que o Espírito se engrandece, a natureza o provê dos instrumentos que lhe são necessários (...). No sentido de transformação, regeneração, pode dizer-se que o Espírito morre a cada encarnação, para renascer com atributos novos, sem deixar de ser o EU que era. Tal, por exemplo, um camponês que enriquece e se torna importante senhor. Trocou a choupana por um palácio, as roupas modestas por vestuários de brocado. Todos os seus hábitos mudaram, seus gostos, sua linguagem, até o seu caráter. Numa palavra, o camponês morreu, enterrou as vestes de grosseiro tecido, para renascer homem da sociedade, sendo sempre, no entanto, o mesmo indivíduo, porém transformado. Cada existência corpórea é, pois, para o Espírito, um meio de progredir mais ou menos sensivelmente. De volta ao mundo dos Espíritos, leva para lá novas ideias; um horizonte moral mais dilatado; percepções mais agudas, mais delicadas. Vê e compreende o que antes não via, nem compreendia; sua visão que, a princípio, não ia além da última existência que tivera, passa a abranger sucessivamente as suas existências pretéritas, como o homem que sobe uma montanha e para quem o nevoeiro vai se dissipando, abrange com olhar um horizonte cada vez mais vasto”.


O Espiritismo diz que, durante o sono, a gente pode receber orientação espiritual. O problema é que a gente não se lembra de nada, depois que acorda.

Desde O LIVRO DOS ESPÍRITOS, em 1857, os instrutores espirituais disseram que todos sofremos influência de Espíritos bem ou mal intencionados. Essa influência é mais pronunciada durante o sono, pois, enquanto o corpo dorme, a alma fica mais livre e mais exposta à ação do pensamento. Nas obras de Allan Kardec não encontramos informações mais detalhadas, mas vamos encontra-las nos livros de André Luiz, que vieram um século depois pelo médium Chico Xavier, quando os conhecimentos científicos permitiram um entendimento mais amplo da questão.

Portanto, encontramos em André Luiz uma série de casos em que o encarnado se encontra com desencarnados, principalmente com familiares. No entanto, ao acordar, geralmente o encarnado não traz uma lembrança objetiva e nítida do que passou, até porque não se trata de um contato físico, que estimulou os sentidos do corpo.

No corpo físico, o sistema nervoso permite que as impressões captadas pelos sentidos ( visão, audição, olfato, paladar e tato) cheguem ao cérebro pelas nervos periféricos, sejam aí decodificadas e permaneçam no hipocampo, região responsável pela memória. Porém, as informações do mundo espiritual, captadas pelo encarnado, não seguem esse caminho e vão diretamente ao inconsciente, via glândula pineal, segundo André Luiz.

Desse modo, ao que tudo indica, tais informações entram na alma pelo inconsciente, de modo que o cérebro consegue registrá-las por meio de uma linguagem simbólica, que deixa no encarnado, quando acorda, certas impressões ou certas lembranças muito vagas ou até confusas. Geralmente, o protetor ou Espírito bom deixa no encarnado boas sensações (leveza e alegria) que servem para estimular bons pensamentos, ao passo que, os Espíritos mal intencionados acabam causando desconforto ou pensamentos negativos.

Sabemos, hoje, pelos estudos da psicologia, que o chamado inconsciente é a instância profunda da mente. É o depositário de enorme conteúdo de informações que colhemos no dia a dia, a grande maioria das quais ficam esquecidas. Com o Espiritismo podemos acrescentar que informações dos bons Espíritos, inclusive protetores e familiares, não entrando pelos sentidos comuns, deixam boas impressões na alma, como é o caso de uma pessoa que sonhou a mãe ( hoje desencarnada) lhe passando alguma orientação.

É assim que se tornam possíveis as chamadas “revelações pelos sonhos” que ocorrem raras vezes em nossa vida. O problema da transmissão, portanto, é uma questão de sintonia mental, pois a comunicação entre Espíritos ocorrem de mente para mente. Ademais, quando nosso protetor espiritual fala conosco, enquanto dormimos, o conteúdo da conversa fica no inconsciente mais profundo, e pode aflorar ao consciente a qualquer momento.

Logo, a crença de que cada um de nós é assediado por forças contrárias tem razão de ser. Todos trazemos as nossas próprias tendências para o bem ou para o mal, mas não estamos sozinhos: os Espíritos (bem ou mal intencionados) se comunicam conosco pelo pensamento, utilizando muitas vezes a linguagem simbólica do nosso inconsciente. Essas impressões frequentemente nos afetam, mas depende muito da nossa sintonia ou das nossas tendências para o bem ou para o mal.

Concluindo, podemos dizer que é de grande importância nos preparar mentalmente para dormir, a fim de que estejamos mais expostos aos bons. É claro que a preparação mental é importante, mas a mais efetiva preparação está em nosso modo de viver e, principalmente, de conviver no dia a dia. As pessoas, que conseguem criar ou contribuir para um bom ambiente de convivência, são mais suscetíveis de perceber a presença e a orientação de seus protetores espirituais.



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