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quarta-feira, 8 de junho de 2022

MOMENTO DE REFLEXÃO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Os acontecimentos dos últimos meses, especialmente na Europa, mas, sobretudo nos episódios recentes na França, solicitam racionalidade, na avaliação do assustador quadro mostrado ao mundo pela mídia internacional. Mais um efeito de um processo que vem sendo construído a partir da segunda metade do século 20 de forma mais intensa. Questionado nos fim dos anos 70 sobre a evolução da violência e terrorismo no mundo, o médium Chico Xavier disse: -“Emmanuel afirma que esse quadro de perturbações de nosso tempo é, em grande parte, devido à ausência da influência religiosa nas novas gerações. Precisamos encontrar um caminho de ajustamento da nossa alma à ideia de Deus e aos preceitos da Religião, quaisquer que sejam esses preceitos, que nos conduzam para o bem, a fim de que venhamos a encontrar o reequilíbrio de que estamos necessitando. A falta de ideia de Deus e a ausência da religião no pensamento da criatura geram tendências à criminalidade, à violência, à subversão, a dificuldades que chegam, às vezes, até a loucura. Outra importante opinião por ele emitida diz respeito ao papel do Espiritismo diante das contradições da atualidade”. Qual a utilidade do Espiritismo diante dessa caótica situação? O médium acrescenta mais alguns elementos para meditarmos: -“O Espiritismo guarda mesmo as características do CONSOLADOR prometido por Jesus. O progresso tecnológico tem sido imenso e é irreversível. A máquina dominará o nosso presente e o nosso futuro, como sendo aquele agente que, vai diminuir nossas fadigas, as nossas dificuldades, no trato das experiências físicas que necessitamos, mas até que nos habituemos a respeitar a máquina e as leis que são estabelecidas para as máquinas. Como pessoas humanas estamos pagando e vamos pagar um tributo muito grande até que haja dentro de nós a racionalização necessária para lidar com a máquina, ou o preço que ela exija. Genericamente, do ponto de vista coletivo, se nós ainda não sabemos dirigir com sabedoria os nossos processos de alimentação, se nós ainda não sabemos regulamentar com a precisão necessária, com o regime preciso a nossa conduta sexual, se temos dificuldades imensas para lidar com o nosso próprio corpo, imaginemos a nossa dificuldade com os veículos, com as máquinas que nos auxiliam. Assim, estamos diante de uma série de acidentes e dificuldades no trato com a máquina e no aprendizado do respeito às leis que devemos frente a elas. Dispomos de vantagens e de um reconforto que absolutamente não tínhamos há 50 anos atrás. Somos povos de vanguarda no mundo, todos estamos cogitando da própria independência, queremos viver dentro da auto suficiência do ponto de vista de ações livres. O progresso tecnológico nos encontrou numa condição muito inferior do ponto de vista de sentimento. Estamos sofrendo terrivelmente quanto a este aspecto porque a série de desastres, de lutas enormes, de incompreensões, de abusos estão por toda parte. Atos de manifesta agressividade estão por aí, atingindo a todos, indistintamente. Todos esses acidentes somados formam uma lista imensa de experiências dolorosas para nós, as criaturas humanas. E nesta hora precisa a Doutrina Espírita nos ajuda a compreender que a morte não existe, que a reencarnação está aí, que nós podemos ter muitos erros, mas que vamos terá oportunidade da restauração necessária. A nossa esperança não deve esmorecer nunca, porque a Doutrina Espírita é uma doutrina de otimismo. Ela nos traz a visão da vida eterna. Recebendo uma mensagem de nosso Emmanuel, ele passou uma frase assim: “Haja o que houver à noite, ninguém prende a alvorada”. Quanta esperança e quanta beleza nesta frase! Nós que estamos vendo tantos filhos, tantos parentes mortos repentinamente nas estradas, tantos deles internados na toxicomania, às vezes em processos irreversíveis durante a vida física, e, no entanto, não estamos sem esperança, porque temos Deus, a imortalidade. Ele nos criou para sermos imortais e a Doutrina Espírita nos amplia a crença, nos dá uma nova visão do Cristo, o nosso Amigo Eterno. Nenhum de nós está excluído do esquema de Deus”.


Natalício José Pereira levanta a seguinte questão: “ Gostaria de saber como um ateu reage quando ele morre e chega ao mundo espiritual, quando percebe que tudo o que ele não acreditava existe e que a vida continua. Se ele não acreditava no Espírito e agora se vê desencarnado, o que acontece com ele?”


Em primeiro lugar, Natalício, precisamos considerar que existem pessoas das mais variadas crenças neste mundo, como existem aqueles que só acreditam na matéria – entre eles, os ateus, ou seja, as pessoas que dizem não acreditar na existência de Deus. No entanto, deve haver vários tipos de ateus - os ateus por convicção, os ateus por conveniência, os ateus por desilusão, os ateus céticos, aqueles que estão na dúvida se Deus existe ou não, e assim por diante. Como não podemos penetrar no íntimo das pessoas, nós não sabemos realmente em que elas acreditam.


Ateus convictos são os que se convenceram de que o universo é produto do acaso. É difícil acreditar que alguém realmente pense assim; no entanto, existem pessoas sérias, honestas, sinceras, que se declaram ateus. Há os ateus desiludidos – aqueles que tiveram decepções com a religião e que, diante disso, não querem mais ouvir falar de Deus e se declaram ateus. Há os ateus por conveniência – dizem-se ateus para se convencerem a si mesmos e não se comprometerem com as leis da vida. Os céticos são os que pedem provas e, geralmente, não está lá nem cá: duvidam, mas não deixam de acreditar.


Os ateus são pessoas humanas; eles não são piores nem melhores do que nós. Há ateus de elevada conduta moral, que dariam lições de amor e fraternidade a muitos religiosos e há também os que se prevalecem de sua condição para agirem sem compromisso ou sem responsabilidade para com o próximo.


A condição do ateu no mundo espiritual não vai depender tanto de sua crença ou descrença, mas do que realmente ele é, na sua essência, como pessoa. O que importa nas pessoas, na verdade, não são propriamente suas crenças, mas sua conduta diante da vida e diante de si mesmas. Pessoas de boa conduta, sejam quais forem sua maneira de crer, sempre se sentirão bem consigo mesmas, e este é o ponto essencial para um Espírito desencarnado estar bem.


Quanto à crença em si, cada um vai encarar a realidade espiritual de seu modo. Alguns reconhecerão que estavam errados – os humildes, é claro! – e abraçarão a nova verdade. Outros nem perceberão o que está acontecendo e outros, ainda, continuarão combatendo aquilo que não acreditam, pois a vida espiritual é uma continuidade desta vida. Por incrível que pareça, há Espíritos que se declaram ateus.


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