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quinta-feira, 2 de junho de 2022

CURIOSA VISÃO DA LEI DE AÇÃO E REAÇÃO ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Há livros cuja história precisa ser conhecida não só pela utilidade que tem, mas, também pela originalidade que envolveu sua concepção. Assim como O CONSOLADOR (1940, feb) sobre o qual já falamos noutra ocasião. Outro deles pertence ao substancial acervo construído através do médium Chico Xavier. Um dos cinco publicados no ano de 1963, embora, provavelmente, organizado no ano anterior pela data do prefácio: 17 de janeiro. Nasceu da proposição de questões em torno de dez temas propostos por um grupo de companheiros da Federação Espírita do Estado de São Paulo, segundo o autor espiritual Emmanuel, “desejosos de analisar o sofrimento humano em curso ligeiro de esclarecimento, à luz da Doutrina Espírita”. Daí o título LEIS DE AMOR (1963; feesp). Causas Espirituais das Doenças, Parentesco e Filiação, Escolha Social e Profissional, Divórcio, Suicídio, Aborto, Obsessão, Consequências do Passado, O tratamento das Doenças e o Espírito e Redenção, enfeixam um considerável número de perguntas e respostas sempre atuais. Para materializá-las no nosso Plano Existencial, o Orientador das atividades do médium Chico Xavier, aproveitou uma série de reuniões íntimas, convidando também o médico-médium Dr. Waldo Vieira, que responsabilizou pelos capítulos de números impares, neste que seria o décimo terceiro produziria junto ao médium de Pedro Leopoldo, visto que o intelectualizado amigo se afastaria das atividades espíritas tempos depois. Enaltecendo um dos aspectos observáveis na época – a multiplicação de escolas e cursos técnicos, estabelecimentos culturais e anfiteatros de ensino, em que perguntas e respostas sedimentam a renovação do mundo -, Emmanuel considera “natural transportemos igualmente a questão da dor para os recintos de aula, disciplina a examinar em regime de urgência”, certamente, diante não só do crescimento populacional do Planeta, como da multiplicidade de sofrimento enfrentados pelas criaturas humanas. Imaginava, como frisa no final do texto-apresentação do opúsculo, servisse o “obscuro ensaio para a instituição de cursos rápidos ou minuciosos, destinados à elucidação espírita, entre os homens, agora e no futuro”. Pelo que se vê, sua expectativa deve ter se frustrado, nos sugerindo uma reflexão: de que servem as orientações oferecidas pelos Amigos Espirituais? Ao longo de décadas de convivência com manifestações de Espíritos manifestando suas opiniões sobre problemas difíceis enfrentados por pessoas a quem se dirigem, suas palavras apenas sensibilizam superficialmente os mesmos, caindo o conteúdo em esquecimento quase de imediato. Massageiam EGOS. Apenas isso. O remédio para nossas doenças da alma mais eficiente é a dor, em doses contínuas. Alguns exemplos de respostas encontráveis no livro, por capítulo: (1) O erro de uma encarnação passada pode influir na encarnação presente, predispondo o corpo físico às doenças? De que modo?; (2) Qual a conexão entre a consanguinidade e o destino; (3) É a fatalidade que faz a pessoa escolher determinada profissão?; (4) Como interpretar as contrariedades e desgostos domésticos?; Como é encarado o divórcio nos Planos Superiores do Espírito?; Quais os resultados imediatos do aborto para as mães e pais que o praticam?; As criaturas que se suicidam, em razão das desilusões encontradas nas ligações afetivas, agravam os sofrimentos de outrem, além dos sofrimentos que elas próprias encontram? (5) Existe relação entre obsessão e correntes mentais?; (6) Como entender, na essência, as dívidas ou vantagens que trazemos de existências passadas? (7) O Espiritismo pode contribuir para o tratamento das doenças?; (8) Como redimiremos espiritualmente a nós mesmos?. Como se vê, uma obra que não pode permanecer ignorada.




É muito fácil as pessoas dizerem que precisamos ter fé. Não acredito nessa fé que elas dizem ter, porque, por mais que a gente queira acreditar, sempre vai ter alguma dúvida. Por exemplo: as pessoas falam que estão salvas, que quando morrer elas vão para o céu. Mas, quando alguém morre na família, essas mesmas pessoas ficam desesperadas, aflitas. Aquela fé, que elas diziam que tinham, vai por água abaixo. Não sei que fé é essa; por isso, não acredito nessa fé que elas dizem que têm.


Fé é um sentimento que nos leva a confiar em alguma coisa ou em alguém. Assim, podemos confiar num familiar, num amigo ou numa causa que abraçamos. Podemos acreditar que a vida é só esta que estamos vivendo, como podemos acreditar que a vida continua. Há os que acreditam no céu e no inferno, como há os que acreditam na reencarnação: tudo isso são formas de crer e de conceber a vida. Mas a expressão mais elevada da fé é a fé em Deus, pois sendo Deus a idéia mais perfeita que concebemos, se nele acreditamos de fato, nos sentimos amparados e seguros. Porque o efeito principal da fé é a segurança, e a segurança, por sua vez, nos traz tranqüilidade, paz.


Existem dois estágios de fé. O primeiro é a fé natural, aquele que se desenvolve em nós, desde a infância, e que nos faz acreditar piamente nos valores que aprendemos com nossos pais, com nossos professores e com a nossa religião. Esse primeiro estágio de fé é próprio da infância, pois acredita sem questionar, aceita sem as verdades sem exigir explicações – simplesmente acredita. Essa fé provém da autoridade que atribuímos às pessoas. É o que geralmente chamamos de “boa fé”. Na criança é natural, mas no adulto chamamos de “fé cega”. Isso porque, à medida que desenvolve na pessoa o raciocínio ou pensamento crítico, é natural que ela queira maiores explicações sobre aquilo que acredita.


Mas quando a pessoa não examina com mais profundidade o objeto de sua crença, quando aceita uma coisa com muita facilidade, essa crença carecendo de base sólida, se estremece diante dos fatos que parecem contraditórios, e desmorona. É o que acontece, por exemplo, com a crença na bondade de Deus. De repente, a própria pessoa ou um ente querido começa a passar por uma dura provação, período de muito sofrimento, incluindo a perda de entes amados, e ela não tem como explicar a bondade de Deus, se a sua crença não se baseou na razão, mas apenas na fé. É quanto vem o desespero.


A Doutrina Espírita procura nos orientar no sentido de dar uma sustentação à fé. E isso se consegue pelo conhecimento e pelo uso da razão. É por isso que o Espiritismo dá tanto valor ao conhecimento, relembrando aquela frase de Jesus, “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. O conhecimento, de fato, é uma chave de libertação. Liberta-nos da ignorância. Ele não nos dá apenas a esperança no futuro, mas a certeza sólida na imortalidade e na continuidade da vida. E, libertando-nos da ignorância, liberta-nos do medo infundado, evitando as aflições do desespero.

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