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terça-feira, 28 de janeiro de 2020

UMA ENTREVISTA SURPREENDENTE E EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR


Um dos países mais habitados do Planeta, a Índia conserva tradições milenares que denotam, especialmente em relação à condição da mulher, o quanto parte de seu povo precisa avançar no caminho do progresso espiritual. Episódios recentes envolvendo estupros coletivos estampados nos noticiários internacionais mostram que a inspiração, por exemplo, de grande parte do que se conhece hoje no aspecto religioso, da comunicação através da escrita, perdeu-se na esteira do tempo, desfigurado em milhares de seitas derivadas da chamada zoolatria, simbolizando as divindades de devoção a milhares de criaturas humanas. Aqueles Espíritos exilados do Sistema Capela alocados por Jesus naquela região da Terra, que detentores de maiores conhecimentos sobre os aspectos filosófico/religiosos, devem tem cumprido suas tarefas, liberando-se para seguir seus programas evolutivos em outras das moradas da Imensidão do Cosmos. Além do casamento infantil, uma das tradições sustentada pela cultura hindu era o cerimonial do sacrifício da esposa viúva, amarrada e sacrificada viva na fogueira da pira onde o corpo de seu marido era cremado, pela “humilhação de seu pai viver enquanto seu marido morrera”. Conhecida como sati, apesar da proibição governamental, persiste pelas dezenas de relatos de ocorrências nas últimas décadas, exigindo um esforço contínuo por parte das autoridades para sua erradicação, bem como a variação do enterramento vivo, em regiões onde a prática excepcional do enterramento prevalece. A propósito, no item 232 d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, recolhemos a informação que “se tomarmos cada povo em particular, poderemos, pelo caráter dominante dos habitantes, pelas suas preocupações, seus sentimentos mais ou menos morais e humanitários, dizer de que ordem são os Espíritos que, de preferência, se reúnem no seio dele”. Nas pesquisas da Sociedade Espírita de Paris, o assunto foi pesquisado, como revelado na edição de dezembro de 1858 da REVISTA ESPÍRITA. Anota Kardec: -“Desejávamos interrogar uma dessas mulheres da Índia, sujeitas ao costume de queimar-se sobre o cadáver do marido. Não conhecendo nenhuma, tínhamos pedido a São Luiz nos enviasse uma em condições de responder às nossas perguntas de maneira satisfatória. Ele nos respondeu que de boa vontade o faria oportunamente. Na sessão de 2 de novembro de 1858, o Sr. Adrien, médium vidente, avistou uma, disposta a falar, e dela nos deu a seguinte descrição: Olhos negros e grandes, com a esclerótica amarela, rosto arredondado, faces salientes e gordas, pele açafroada e trigueira, cílios longos e supercílios arqueados e negros; nariz um pouco grande, ligeiramente achatado; boca grande e sensual, belos dentes largos e iguais; cabelos lisos, abundantes, negros e empastados de gordura. Corpo bem gordo, grande e atarracado. Roupagem de seda, deixando o peito meio descoberto. Pulseiras nos braços e nas pernas”. As onze perguntas que constituíram a entrevista feita por Kardec resultaram em informações interessantes para nossas reflexões. 1- Quanto a época em que viveu na Índia e teve seu corpo queimado com o do marido, sinalizou não se lembrar, dado fornecido pelo dirigentes espiritual dos trabalhos que disse ter sido cem anos antes. 2 – Chamara-se Fátima, tendo professado a religião maometana e, embora tendo nascido muçulmana, por ser mulher, teve de se conformar com o costume da região onde morava, submetendo-se à religião do marido que era seguidor de Brahma, considerando que as mulheres não se pertencem. 3 – Que tinha 20 anos quando morreu. 4 – Sobre se teria se sacrificado voluntariamente, disse que no fundo teria preferido não fazê-lo, pensamento comum entre as mulheres que precisavam seguir o costume. 5 – Que o sentimento que poderia ter ditado esta lei foi a superstição por imaginarem que queimando a esposa juntamente com o corpo do marido, agradavam à Divindade, crendo que resgatavam as faltas daquele que perderam, ajudando-o a viver feliz no outros mundo. 6 – Que nunca procurara rever seu marido. 7 -  Que poucas mulheres se sacrificavam de boa vontade - uma em mil -, embora no fundo não desejassem fazê-lo. 8 – Que no momento em que se extinguiu sua vida corporal experimentou perturbação, sentindo um escurecimento, não sabendo o que se passou depois, sendo que suas ideias se tornaram claras muito tempo depois; que ia a toda parte, embora não se vendo bem; que ainda não se sentia completamente esclarecida, necessitando passar por muitas encarnações para se elevar, más que não se queimaria mais por não ver a necessidade de alguém atirar-se às chamas a fim de levar-se, sobretudo por faltas que não cometeu” Terminando por pedir preces em seu favor para ter mais coragem a fim de suportar as provas a ela enviadas, ouve Kardec observar que as preces que lhe seriam oferecidas seriam cristãs e responde: -“Só há um Deus para todos os homens”. Concluindo a matéria, há o seguinte comentário: -“Em várias sessões seguidas, a mesma mulher foi vista entre os Espíritos que as assistiam. Disse que vinha para instruir-se. Parece que foi sensível ao interesse por ela demonstrado, porque nos acompanhou em várias outras reuniões e até na rua”.



Questão proposta pelo Cristiano, residente na cidade de Vera Cruz (SP): “Qual a relação entre a frase “o amor cobre a multidão de pecados” com a Lei de Ação e Reação?”
Na verdade, Cristiano, quando Pedro proferiu essa frase, “o amor cobre a multidão de pecados”, ele quis dizer que todos podemos compensar nossos erros com o amor, e isso, sem dúvida, decorre da Lei de Ação e Reação, também conhecida como Lei de Causa e Efeito ou Lei da Causalidade.
Essa questão é quase matemática, pois nesse caso, os pecados, significam dividas e os atos de amor significam pagamentos. Por maior a dívida contraída, quando começamos a pagá-la, mesmo que seja em suaves prestações, automaticamente vamos amortizando o montante a pagar, até a cobertura total da dívida, o que certamente vai exigir algum tempo. Quanto tempo? Isso depende do ritmo de crescimento espiritual de cada um.
Do ponto de vista moral, Cristiano, pecar quer dizer “errar contra alguém, causar-lhe prejuízo, moral ou material”. Segundo o Espiritismo, por maior o prejuízo que causamos, por maior a dor que provocamos no outro, sempre haverá oportunidade de cobri-los, ainda que seja em longas e suaves parcelas de amor. Amor aqui, no sentido que Jesus usou esta palavra , é o amor fraterno, incondicional. Portanto, não é amor contemplação ou simplesmente amor declaração, mas o amor-ação que, no Espiritismo, damos o nome de caridade.
  Muita gente ainda pensa que caridade é apenas dar esmola ou socorrer alguém num momento de necessidade. Isso também é caridade, mas está longe de ser toda a caridade a que Jesus se referiu, quando falou do amor fraterno, do amor que respeita, que compreende, que se solidariza e até que se sacrifica em favor do próximo, como o samaritano da parábola.  Só a reiterada prática desse amor é capaz de anular os efeitos do pecado, à medida que vai amortizando e, portanto, diminuindo a dívida moral.
 No Espiritismo dá para entender bem esse mecanismo de amortização ou quitação gradativa da dívida pela lei da reencarnação. Isso porque não é possível alguém se redimir de seus erros e cobrir tudo que deve a todos numa única existência. Quase sempre levamos para a outra vida problemas não resolvidos, pendências não satisfeitas, em face do mal causado. Mas, reencarnando, passamos a ter oportunidade de ir cobrindo essas dívidas através da prática do bem, que é a única forma de manifestar o amor fraterno.
Fica clara, portanto, a frase de Pedro, quando fala que o amor cobre a multidão de pecados, pois isso acontece, não apenas numa existência – que, por sinal, pode ser muito curta – mas ao longo das existências sucessivas pelas quais o Espírito endividado vai passando. À medida que ele vai se despertando para os valores espirituais, fazendo o bem e evitando o mal ( ou seja, amando), ele vai se sentindo liberto da opressão que tanto suas vítimas, como sua própria consciência, exercem sobre ele.
Em última análise, Pedro quis dizer que o amor é o único caminho da felicidade ou da bem aventurança. Logo, todos os ensinamentos de Jesus  se resumem no amor fraterno, incondicional e sobretudo ativo, realizador, que é a caridade.  “Fora caridade não há salvação” – eis o lema da Doutrina Espírita,  Por isso o mandamento maior,  amai-vos uns aos outros, pois somente amando o próximo, que é filho de Deus, podemos amar a Deus.






















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