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sexta-feira, 31 de janeiro de 2020

CRISTO : VISÃO AMPLIADA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Lacordaire, cujo nome completo é Jean Baptiste-Henri Dominique Lacordaire, é autor de mensagens de conteúdo significativo, incluídas por Allan Kardec em várias edições da REVISTA ESPÍRITA e três n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO. Considerado como um precursor do catolicismo moderno, foi Padre, jornalista, educador, deputado e acadêmico. Advogado aos 22 anos, ordenado Sacerdote aos 26, aos 28 passa a colaborar no jornal diário católico L’AVENIR, periódico que defende a liberdade religiosa e de ensino, defendendo também a separação da Igreja do Estado. Atraído pela Ordem Dominicana suprimida pela Revolução Francesa, Lacordaire assume, em 1830, o projeto de restabelecê-la na França, especialmente pela missão da mesma que era o de pregar e ensinar, bem como pelas regras de funcionamento, visto que todas as autoridades internas dos dominicanos se baseiam em estruturas democraticamente eleitas e com mandatos previamente limitados temporalmente. No mesmo ano, foi eleito, aos 29 de idade, para o parlamento francês, destacando-se pelos discursos inflamados em defesa da liberdade de expressão e de associação, provocando fortes reações entre os adversários. Escolhido para a Academia Francesa, apenas proferiu seu discurso de aceitação, desencarnando pouco depois, em 1861, aos 59 anos. Já no ano de 1862, ressurge em Paris, através da mediunidade, ofertando sua contribuição sobre temas importantes nas obras básicas do nascente Espiritismo. Uma delas curiosamente seria inserida na edição de fevereiro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA, numa coletânea com que Kardec compôs a seção Instruções dos Espíritos. Com um conteúdo revelador, Lacordaire diz o seguinte: -“Eis uma pergunta que se repete por toda a parte: O Messias anunciado é a pessoa mesma do Cristo? Perto de Deus estão numerosos Espíritos chegados ao topo da escada dos Espíritos puros, entre eles seus enviados superiores, encarregados de missões especiais. Podeis chama-los Cristos: é a mesma escola; são as mesmas ideias modificadas conforme os tempos. Não fiqueis, pois, admirados de todas as comunicações que vos anunciam a vida de um Espirito poderoso sob o nome do Cristo; é o pensamento de Deus revelado numa certa época, e que é transmitido pelo grupo dos Espíritos Superiores que se aproximam de Deus e recebe as suas emanações para presidir ao futuro dos Mundos que gravitam no Espaço. O que morreu na cruz tinha uma missão a cumprir, e essa missão se renova hoje por outros Espíritos desse grupo divino, que vem, eu vo-lo repito, presidir aos destinos do vosso mundo. Se o Messias de que falam essas comunicações não é a personalidade de Jesus, é o mesmo pensamento. É aquele que Jesus anunciou, quando disse: -‘Eu vos enviarei o Espírito de Verdade, que deve restabelecer todas as coisas’, isto é, reconduzir os homens à sã interpretação de seus ensinamentos, porque previa que os homens se desviariam do caminho que lhes havia traçado. Aliás, era necessário completar o que então não lhes havia dito, porque não teria sido compreendido. Eis porque uma multidão de Espíritos de todas as ordens, sob a direção do Espírito de Verdade, vieram a todas as partes do mundo e a todos os povos, revelar as leis do Mundo Espiritual, cujo ensino Jesus havia adiado e lançar, pelo Espiritismo, os fundamentos da nova ordem social. Quando todas as suas bases estiverem postas, então virá o Messias que deve coroar o edifício e presidir à reorganização com o auxílio dos elementos que tiverem sido preparados. Mas não creiais que esse Messias esteja só; haverá muitos que abraçarão, pela posição que cada um ocupará no Mundo, as grandes partes da ordem social: a politica, a religião, a legislação, a fim de as fazer concordar com o mesmo objetivo. Além dos Messias principais, surgirão Espíritos de escol em todas as partes do detalhe e que, com lugares-tenentes animados da mesma fé e do mesmo desejo, agirão de comum acordo, sob o impulso do pensamento superior. Assim é que, pouco a pouco, estabelecer-se-á a harmonia do conjunto; mas é necessário, previamente, que se realizem certos acontecimentos”.

Recebemos a seguinte questão. Pela Lei de Causa e Efeito, pergunto: É verdade que todos sofremos e vamos morrer um dia. Mas o bem que as pessoas fazem não conta? Uma pessoa que teve uma boa conduta, teve uma religião, ajudou e trabalhou pelos necessidades, não mereceria sofrer menos e ter uma morte mais suave?
Esta conclusão seria válida, se considerássemos que a vida é uma única, que não teremos outra oportunidade de viver aqui na Terra e refazer nosso caminho. No Espiritismo, ao analisar uma vida, percebemos que existe um passado que não estamos levando em conta e tampouco sabemos o que a dificuldade de hoje representa de positivo na escala evolutiva do Espírito. Daí a importância de se conhecer o Espiritismo para melhor avaliar o trajeto de uma encarnação.
Além disso, num mundo como o nosso, de provas e expiações, os bons geralmente sofrem, mas é um sofrimento diferente do sofrimento dos que praticam atos de maldade. Os maus sofrem por egoísmo, por orgulho, por ganância, por sede de vingança. Os bons sofrem por amor e por uma boa causa; por isso, encontram Deus no coração.
O maior exemplo disso é Jesus, que não se intimidou diante do ódio e da violência com que homens de seu tempo o trataram. Se a sua santidade fosse reconhecida por todos, ele seria homenageado e aplaudido; mas como os homens não estavam em condições de compreender a sublimidade de sua missão por causa dos interesses materiais, o perseguiram e o crucificaram. Jesus, porém, os compreendeu na sua ignorância e limitação. E aquele lamentável episódio que, para o mundo, foi uma derrota do bem, para Jesus que deu exemplo de perdão, foi uma vitória.
   Desse modo, o bons não estão imunes ao sofrimento, quando eles têm consciência de que estão ajudando a construir um mundo melhor com sua conduta. Todo aquele que age com honestidade e decência, com bondade e amor na sua vida, acaba encontrando obstáculos por parte de quem ainda não atingiu esse nível de elevação espiritual. No entanto, os que sofrem pelo bem, sofrem resignados, aliviados pelas benesses da própria consciência, porque se sentem felizes em preservar os valores da alma, que se constituem no seu mais rico tesouro.
Os que não entenderam a necessidade do bem e vivem apenas em função das vantagens imediatas da vida, vivem angustiados diante das mil necessidades que criam para si mesmos, agitam-se e se desgastam ante as perdas materiais, sofrem os aguilhões da revolta porque não conseguem suprir suas mais intimas necessidades e, quase sempre, se sentem inseguros quanto ao futuro que os perturba com graves conflitos que nascem da reprovação da sua consciência moral.



 















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