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sábado, 18 de fevereiro de 2017

CARMA E ESPIRITISMO

Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Nem sempre, entretanto, sua abordagem se faz dentro da racionalidade e lógica característica do Espiritismo. Do trabalho A LEI DE CAUSA E EFEITO – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, destacamos algumas questões que elucidam muitas dúvidas. Vamos a elas:   1-Qual a relação do chamado Carma com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.  Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.  Há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.  Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida. Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça (AR) 2- Existindo esses Departamentos de Justiça, como interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso próprio destino? A morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita Bondade.  Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho.  Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações.  Através de nossos pensamentos, palavras e atos, que fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.  3 - Sendo o primeiro impacto experimentado pelo Espirito  os efeitos de suas ações insensatas após a morte física qual o critério  determinante de sua intensidade? Não há uma única imperfeição da alma que não importe tristes e inevitáveis consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo. A soma das penas é, assim, proporcional à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.  A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, então a alma será perfeitamente feliz. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito. O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos.  Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.  Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso. Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez. O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições.


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