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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

A VOLTA DO GRANDE ESCRITOR


Um dos grandes nomes da literatura mundial, o inglês Charles Dickens morreu em 9 de junho de 1870, antes de ter concluído a obra que escrevia. Sua paixão pelas letras, contudo, não o impediu de fazê-lo, pois três anos depois, encontrou o caminho da mediunidade para consumar seu trabalho, fato que alcançou grande repercussão nos Estados Unidos da América do Norte, visto ter sido tornada publica sua intenção. Conta o pesquisador Alexandre Aksakof em seu livro ANIMISMO E ESPIRITISMO (feb): -“Quando se espalhou o boato de que o romance de Dickens ia ser terminado por tão extraordinário e insólito processo, o Springfield Daily Union expediu um de seus colaboradores a Brattleborough (Vermont), onde morava o médium, para fazer uma investigação, no local, de todos os pormenores dessa estranha empresa literária. Do que se escreveu na época,  extraímos: “Ele (o médium) nasceu em Boston; aos catorze anos foi colocado como aprendiz em casa de um mecânico, ofício que até hoje exerce; de maneira que sua instrução escolar terminou na idade de treze anos. Se bem que não fosse nem destituído de inteligência, nem iletrado, não manifestava gosto algum pela literatura e nunca se tinha interessado por ela. Até então, nunca tinha experimentado publicar, em qualquer jornal, o menor artigo. Tal é o homem de quem Charles Dickens lançou mão da pena para continuar THE MISTERY OF EDWIN DROOD Eis como se passaram as coisas. Havia dez meses, um jovem, o médium que, para ser breve, designarei pela inicial A (pois que ele não quis ainda divulgar seu nome), tinha sido convidado por seus amigos a sentar-se perto de uma mesa para fazer parte de uma experiência espírita. Até aquele dia, sempre havia zombado dos “milagres espíritas”, considerando-os fraudes, sem suspeitar que ele próprio possuía dons mediúnicos. Apenas começou a sessão, ouviram-se pancadas rápidas e a mesa, depois de movimentos bruscos e desordenados, cai sobre os joelhos do Sr. A. para fazer-lhe ver que é ele o médium. No dia seguinte, à noite, convidaram-no para tomar parte em uma segunda sessão; as manifestações foram ainda mais acentuadas. O Sr. A. caiu subitamente em transe, tomou um lápis e escreveu uma comunicação assinada com o nome do filho de uma das pessoas presentes, de cuja existência o Sr. A. não suspeitava. Em fins do mês de outubro de 1872, no decurso de uma sessão, o Sr. A. escreveu uma comunicação dirigida a si mesmo assinada com o nome de Charles Dickens, com o pedido de organizar para ele uma sessão especial, a 15 de novembro. Entre outubro e meados de novembro, novas comunicações lembraram-lhe aquele pedido por muitas vezes. A sessão de 15 de novembro, que, segundo as indicações recebidas, se realizou às escuras, em presença do Sr. A. somente, deu em resultado uma longa comunicação de Dickens, que externou o desejo de terminar, com o auxílio do médium, seu romance não acabado. Essa comunicação informava que Dickens tinha procurado por longo tempo o meio de conseguir esse intento, mas que até aquele dia não tinha encontrado médium apto para realizar semelhante incumbência. Ele desejava que o primeiro ditado fosse feito na véspera do Natal, noite que prezava particularmente, e pedia encarecidamente ao médium que consagrasse àquela obra todo o tempo de que pudesse dispor, sem prejudicar as suas ocupações habituais... Em breve tornou-se evidente que era a mão do mestre que escrevia, e o Sr. A. aceitou com a melhor boa vontade essa estranha situação. Esses trabalhos, executados pelo médium, fora de suas ocupações profissionais, que lhe tomavam dez horas por dia, produziram, até julho de 1873, 200 folhas de manuscrito, o que representa um volume de 400 páginas”. Conforme conclusão de uma dos críticos que analisaram o conteúdo do trabalho, “é difícil admitir que o gênio e o senso artístico com que esse escrito está marcado e que têm tanta semelhança com o gênio e com o senso artístico de Charles Dickens tenham induzido o seu autor, qualquer que ele seja, a só se apresentar ao mundo como hábil falsificador.”



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