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quinta-feira, 8 de janeiro de 2015

NEM TUDO

- “Todas as tribulações da vida foram previstas e escolhidas por nós? – constitui-se numa dúvida comum àqueles que começam a raciocinar com base nas informações oferecidas pela visão do Espiritismo sobre A LEI DE CAUSA E EFEITO, resumida no Código Penal da Vida Futura apresentado no capítulo 7 do livro O CÉU E O INFERNO - a Justiça Divina segundo o Espiritismo. Nas revelações feitas a Allan Kardec e constantes n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, as Entidade Superiores disseram que “só os grandes acontecimentos, que influem no destino, estão previstos, nascendo os detalhes das circunstâncias e da força das coisas”. Família de origem,  família organizada, formação, encaminhamento profissional, doenças, limitações físicas, intelectuais ou mentais, certamente estão entre elas. As circunstâncias da vida nos encaminham sempre ao meio em que possamos sofrer as provas que nos reabilitem perante nossa própria consciência, a qual reflete não apenas as Leis de Deus nela inscritas como também nossa condição evolutiva. Para lutar contra o instinto do bandido que, eventualmente, habite em nós, é preciso que nos encontremos entre gente dessa espécie. Para uns, impõem-se uma vida de misérias e provações para tentar suportá-la com coragem; outros devem experimentar as tentações da fortuna e do poder, bem mais perigosas, pelo abuso e o mau emprego que se lhes pode dar e pelas paixões que desenvolvem; outros, enfim, querem ser provados nas lutas que terão de sustentar no contato com o vício. Sobre aqueles que, em meio às dificuldades da vida, afirmam que, se pudessem escolher a sua existência, teriam pedido a dos príncipes ou milionários, Allan Kardec diz “serem como os míopes que não veem o que tocam, ou como as crianças gulosas, que respondem, quando perguntamos que profissão preferem: confeiteiros ou pasteleiros”. Explicando-se melhor, ele diz: -“Da mesma maneira, o viajante, no fundo de um vale nevoento, não vê a extensão nem os pontos extremos da sua rota; mas, chegando ao cume da montanha, seu olhar abrange o caminho percorrido e o que falta a percorrer, vê o final de sua viagem, os obstáculos que ainda tem de vencer, e pode então escolher com mais segurança os meios de o atingir. O Espírito encarnado é como o viajante no fundo do vale; desembaraçado dos liames terrestres, é como o que atingiu o cume. Para o viajante, o fim é o repouso após a fadiga; para o Espírito é a felicidade suprema, após as tribulações e as provas”. Acrescenta que temos um exemplo disso na vida corpórea. Não buscamos muitas vezes, através dos anos, a carreira que livremente acabamos por escolher, porque a achamos a mais apropriada aos nossos objetivos? Se fracassamos numa, procuramos outra. Cada carreira que abraçamos é uma fase, um período da vida. Não empregamos cada dia em escolher o que faremos no outro? Ora, o que são as diferentes existências corpóreas para o Espírito, senão fases, períodos, dias da sua vida espíritual que, como sabemos, é a vida normal, não sendo a vida corpórea mais do que transitória, passageira?”. Em meio às informações oferecidas pela Espiritualidade, uma que talvez nos ajude a entender tanta violência gratuita na sociedade humana é a de que Espíritos procedentes de povos mais atrasados como os canibais, ou procedentes de um mundo inferior à Terra, podem nascer entre os povos dito civilizados. Por terem hábitos e instintos que se chocam com os daqueles em meio aos quais ressurgem, os faz dar o triste espetáculo da ferocidade em meio da civilização. Retornando, eventualmente, para o meio dos canibais, não estarão retrocedendo, mas retomando seu lugar, e talvez com mais proveito.  Da mesma forma, um homem pertencente a uma raça civilizada pode, por expiação, reencarnar-se numa raça selvagem, dependendo do gênero da expiação de que se faz necessitado. Um senhor que tenha sido duro para os seus escravos poderá tornar-se escravo e sofrer os maus tratos que infringiu a outros. Aquele que mandou numa época, pode, em outra existência, obedecer aos que se curvaram ante a sua vontade. É uma expiação, se ele abusou do poder, e Deus pode determina-la. Pode ainda ocorrer de um bom Espírito, escolher uma vida de influência entre esses povos, para os fazer avançar, o que seria uma missão. Pelas explicações dos Espíritos responsáveis pela Codificação da Doutrina Espírita, a questão da escolha funciona da seguinte forma: - “A Providência Divina supre a inexperiência daqueles que se encontram no início do processo evolutivo, simples e ignorante, traçando-lhe o caminho que deve seguir, como fazemos com uma criança desde o berço. Mas deixa-lhe pouco a pouco a liberdade de escolher, à medida que seu livre-arbítrio se desenvolve”.


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