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quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE E AS CRIANÇAS

Detentor do crédito de ter pela primeira vez publicado um livro – VIDA DEPOIS DA VIDA (1975) tratando das chamadas EQMs – Experiências de quase morte, Raymond A. Moody Jr, tornou-se referência no tema. Doutor em Filosofia, Psicologia e Psiquiatria, Moody Jr fez incursões também pela regressão a vidas passadas, se submetendo à experiência que revelou ele próprio ter tido nove reencarnações anteriores. Para quem não leu o livro que se tornou um campeão de vendagem, a obra baseia-se no depoimento de 150 pessoas que passaram pela chamada morte clínica.  O estudo apurou existir um padrão entre os que retornaram da experiência de quase morte, baseado nas seguintes percepções: 1- Ouvir um zumbido nos ouvidos; 2- Um sentimento de profunda paz e ausência de dor; 3- Ter uma experiência fora do corpo; 4 - Sentir-se viajar dentro de um túnel; 5- Sentir-se subir pelos céus; 6- Ver pessoas, especialmente familiares falecidos; 7- Encontrar seres espirituais, por vezes identificados como sendo Deus; 8 – Ver uma revisão da própria vida; 9 – Sentir enorme relutância em voltar à vida. Cerca de treze anos depois, em 1988, o Dr. Moody publicou nova obra somente traduzida para o português em 2004 em tradução que ganhou o título A LUZ QUE VEM DO ALÉM, (butterfly, 2004). Chama a atenção a bibliografia construída sobre doze obras ou artigos de outros autores incluídos em revistas especializadas e dirigidas para o meio científico tratando das EQMs. Outro detalhe interessante é o que diz respeito às tais experiências vividas por crianças de várias idades, relatando os mesmos sintomas que adultos de variadas culturas. Narra que o primeiro caso que chegou ao seu conhecimento é o de um garoto de 9 anos que examinava após uma parada cardíaca devido a uma doença na glândula supra renal. Espontânea e timidamente, induzido a relatar a experiência, contou que em sua incrível vivência, sentiu-se flutuar para fora de seu corpo físico, olhando para baixo no exato instante em que o médico comprimia seu peito para reavivar seu coração, o que o fez em vão tentar que o médico parasse de esmurra-lo. Sentiu-se mover-se rapidamente para cima, vendo a Terra desaparecer atrás dele, passar por um túnel escuro, no fim do qual o aguardava um grupo de anjos, brilhando, parecendo todos amarem-no muito, num lugar cheio de luz, um lugar celestial, circundado por uma cerca, que, segundo os anjos, fosse ultrapassada por ele, não seria capaz de retornar à vida, até que um deles disse que ele teria de voltar e reentrar no corpo, o que, por fim, teve de obedecer”. Moody Jr, considera que crianças abaixo de 7 anos tendem a pensar na morte como temporária, pois para eles a morte é algo de onde se retorna. Dos 7 aos 10 anos, é um conceito mágico, substituído nos anos seguintes pelo conhecimento de que a morte envolve decomposição orgânica. Noutro caso observado, uma menina de nove anos morta durante uma cirurgia de apendicite, viu-se flutuando fora do corpo, observando tudo como se estivesse no teto do Centro Cirúrgico de onde podia ver tudo, ouviu dizerem que seu coração havia parado. Vendo seu corpo, a princípio não sabia que era o dela, e, ao reconhecê-lo, saiu para o corredor, vendo sua mãe chorando, perguntando sem ser ouvida a ela a razão das lágrimas, ficando, portanto, sem obter resposta. Assustada, viu aproximar-se uma senhora bonita que a auxiliou, por sabê-la confusa em suas emoções. A conduziu a um túnel de luz que ia até o céu, contemplando lá lindas flores. Sentia-se com Deus e Jesus que lhe disseram ser necessário retornar para ficar com sua mãe porque ela estava muito triste. Disseram também que tinha de terminar sua vida, o que a fez voltar e acordar, observando, agora, que o túnel pelo qual passava muito rápido, era longo e escuro, tendo uma luz muito brilhante no final, o que a alegrou bastante”. Considerando os relatos por ele compilados e pesquisas conduzidas por outros especialistas com crianças que passaram pelas EQMs, Moody Jr concluiu que “o fato de envolver crianças fornecem maior evidência da vida após a morte do que as ocorridas com pessoas mais velhas que tiveram mais tempo de ser influenciadas pelas experiências de suas vidas e uma infinidade de crenças religiosas”. Crê também que, “em nível clínico, o aspecto mais importante é o vislumbre que tem do ‘além-vida’, e como isto as afeta pelo resto de suas vidas, mostrando-se mais felizes e esperançosas do que outras pessoas ao seu redor”. 

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