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sábado, 13 de dezembro de 2014

SURREAL, MAS BEM REAL

Embora a literatura e o cinema somente recentemente tenham descoberto o sucesso comercial que representa a exploração do tema dimensões ou universos paralelos, a verdade é que descrições de uma realidade que caminha e interage com a nossa já era tratada e popularizada nos anos 40 através da mediunidade de Chico Xavier, especialmente nos livros recebidos do Espírito conhecido como André Luiz. O mais fascinante é a riqueza de detalhes com que os roteiristas atualmente criam cenas, cenários e sequências como em MATRIX, INTERESTELAR. Ou recriam? Poderiam tranquilamente ser enquadrados na possibilidade aventada por Allan Kardec num de seus textos onde diz que “como os Espíritos não podem sustentar a pena sem intermediário, fazem-no sustentar por alguém que se chama médium, que inspiram e dirigem. Por vezes, esse médium age sem conhecimento de causa: é um médium propriamente dito; outras vezes age de maneira inconsciente da causa que o solicita: é o caso de todos os homens inspirados, que assim são médiuns sem o saber”.  Poderíamos também cogitar  tais imagens serem reminiscências de incursões no Plano Espiritual possibilitada pelo desdobramento natural do sono. Estudos possíveis a qualquer interessado hoje, demonstram que os Celtas séculos antes do Mestre Jesus falar das “muitas moradas da casa de nosso Pai”; do poeta Dante Aliguieri nos levar às paisagens da Divina Comédia; do gênio Emmanuel Swedenborg, oferecer as obras derivadas das suas visões dos Planos Existenciais adjacentes ao nosso; de Allan Kardec reproduzir na questão 85 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, que entre o ‘Mundo Material e o Espiritual, o segundo é o mais importante, pois, lá tudo que aqui há se origina e prossegue’; do reverendo Dale Owen oferecer detalhes d’ A VIDA ALÉM DO VÉU; e, do Espírito Maria João de Deus com suas CARTAS DE UMA MORTA (1935, lake), a vida além da morte já era encarada como um fato natural e real. Chico Xavier, a propósito, antes da Teoria das Supercordas ser formulada, disse com naturalidade em entrevista que o “plano em que vivemos nada mais é que um prolongamento do Espiritual”. No livro LIBERTAÇÃO (1957, feb), capítulo 4, por exemplo, somos levados a conhecer  “uma cidade estranha, situada em ‘vasto domínio de sombras’, céu cinzento, vegetação exibindo aspecto sinistro, aves agoureiras, de grande tamanho, semelhando-se a pequenos monstros alados, espiando presas ocultas”. Indagando do Instrutor Gúbio que acompanhava, “porque Deus permite semelhante absurdo”, informa-se que “pelas mesmas razões educativas através das quais não aniquila uma nação humana quando, desvairada pela sede de dominação, desencadeia guerras cruentas e destruidoras, mas a entrega à expiação dos próprios crimes e ao infortúnio de si mesma, para que aprenda a integrar-se na ordem eterna que preside à vida universal. De período a período, contado cada um por vários séculos, a matéria utilizada por semelhantes inteligências é revolvida e reestruturada, qual acontece nos círculos terrenos”, registrando, por fim, que “os gênios malditos, os demônios de todos os tempos somos nós mesmos quando nos desviamos, impenitentes, da Lei”. Já no livro, OBREIROS DA VIDA ETERNA (1947; feb), descrevendo sua participação em excursão por região trevosa além dos limites magnéticos abrangidos por uma instituição itinerante denominada Casa Transitória Fabiano de Cristo, André Luiz confessa que noutras circunstâncias e noutro tempo, não conseguiria dominar o pavor que infundia a paisagem escura e misteriosa (...). Vagavam no espaço estranhos sons. Ouvia perfeitamente gritos de seres selvagens e, em meio deles, dolorosos gemidos humanos, emitidos, talvez, a imensa distância.. Aves de monstruosa configuração, mais negras do que a noite, de longe em longe se afastavam de nosso caminho, assustadiças. E embora a sombra espessa, observava alguma coisa da infinita desolação ambiente”. Após atingirem zona pantanosa, em que sobressaia rasteira vegetação, em que ervas mirradas e arbustos tristes assomavam indistintamente do solo, André guardando a nítida impressão de que vozes procediam de pessoas atoladas em repelentes substâncias, não contendo a indagação em voz alta se ali jaziam almas humanas, “desencadeou reações inesperadas como  a transformação dos lamentos indiscriminados em rogativas tocantes, ao mesmo tempo em que figuras animalescas e rastejantes, lembrando sáurios de descomunais proporções, avançaram para a caravana, ausentando-se da zona mais funda do charco, em grande número, dando para estarrecer o ânimo mais intrépido”. Acrescenta que “minúsculos aparelhos, emitindo raios elétricos de choque, através de insignificantes explosões, que não obstante ser de detonação fraca revelava vigoroso poder, fizeram com que os atacantes monstruosos recuassem, precipitados, recolhendo-se ao pântano, em queda espetacular sobre a lama grossa”

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