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terça-feira, 28 de outubro de 2014

SOBRE O DEPOIS

Consideradas experiências de alto risco para os Espíritos em processo evolutivo, a riqueza, a inteligência, a beleza e a autoridade representam realmente provas duras diante das quais é difícil manter o equilíbrio. Tal conclusão se depreende da conversa mantida pelo Espírito André Luiz com a entidade designada para apresentar-lhe o Instituto da Reencarnação, órgão da Colônia Espiritual Nosso lar, dedicado a acompanhar, orientar, programar e planejar o retorno de seus habitantes à nossa Dimensão. Notadamente no que se refere ao exercício da autoridade que nos remete ao tema poder, os desdobramentos revelados pela Espiritualidade dentro dos mecanismos da chamada Lei de Causa e Efeito são instigantes nos casos existentes na série escrita através de Chico Xavier pelo ex-médico do nosso Plano. Um deles é referido no livro OBREIROS DA VIDA ETERNA (1947, feb) pela personagem Luciana. Solicitada a cooperar em determinada tarefa pelas suas habilidades no campo da clarividência, informou “tê-las desenvolvido a fim de socorrer em outro tempo, o Espírito de seu pai, desencarnado numa guerra civil na qual tivera preponderância no movimento de insurreição pública, permanecendo após sua desencarnação nas Esferas inferiores, alucinado pelas paixões políticas, reajustando emoções depois de paciente auxílio e obtendo possibilidades de reencarnar em grande cidade brasileira”. Noutra obra, OS MENSAGEIROS (1944, feb), é apresentado o caso de Belarmino Ferreira, que, Na derradeira encarnação “retornara comprometido com a causa do Espiritismo, após  enormes promessas e auxílio dos que lhe endossaram os propósitos através de múltiplas condições para que lograsse êxito, apesar do seu passado culposo. Circunstâncias várias que lhe pareceram casuais o situaram o esforço na presidência de um grande grupo espírita, e, envaidecido com seus conhecimentos do assunto, começou a atrair amigos de mentalidade inferior ao seu círculo pessoal, tornando-se irritadiço, caprichoso, perdendo-se em dúvidas infundadas, surdo aos conselhos da dedicada esposa que também reencarnara para dar-lhe suporte, até que, de desastre em desastre, “amigos brilhantes”, arrastaram-no ao movimento, não da política que eleva, mas da politicalha inferior, que impede o progresso comum e estabelece a confusão nos Espíritos encarnados, onde a escravidão ao dinheiro lhe transformara os sentimentos, acabando seus dias com bela situação financeira  e um corpo crivado de enfermidades, com um palácio confortável de pedra e um deserto no coração, precipitando-o a tormentos, remorsos e expiações”. Já em NO MUNDO MAIOR (1947,feb), André Luiz conhece um “menino de oito anos, primogênito de um casal aparentemente feliz, ostentando um corpo paralítico de nascença, mudo, quase cego e surdo na esfera humana, psiquicamente tendo a vida de um sentenciado sensível a cumprir severa pena, lavrada por ele mesmo há quase dois séculos, decretando a morte de muitos compatriotas numa insurreição civil, valendo-se da desordem político-administrativa para vingar-se de desafetos pessoais, semeando ódio e ruínas. Depois de morto, viveu nas regiões inferiores, inomináveis suplícios através das vítimas de outrora, que o seguiram, obstinadas, anos afora, reduzindo-se pouco a pouco, até que sobraram dois inimigos à época em processo final de transformação. Com as lutas vividas em sombrias e dantescas furnas de sofrimento, aprestou-se para a fase conclusiva de resgate através da reencarnação da forma descrita, há muitos anos, a fim de completar a cura efetiva”. Cada caso, contudo, é um caso, assinalado por detalhes graduados conforme a extensão do comprometimento da individualidade com as Leis de Deus e seu nível de consciência, refletido pelo estado evolutivo do Ser. No excelente LEIS DE AMOR, (1963, feesp), o orientador Emmanuel, revela que “através da profissão, o pretérito também se revela, visto que , muitos renascem gravitando para o campo de serviço em que se lhe afinam disposições e tendências”. Ressalva, porém, que “a situação da personalidade em determinada carreira não obedece à fatalidade visto que o livre arbítrio no mundo interior comanda sentimentos e ideias, palavras e atos do Espírito, constantemente”. Salienta que “a Lei nos faculta empreendimentos e obrigações junto daqueles com os quais se verificaram nossos próprios delitos ou deserções em existências passadas”. Exemplifica, entre outras associações, que políticos que dilapidaram a confiança do povo, quando já situados nas linhas do reajuste, retornam no comércio ou na agricultura, com valiosa oportunidade de transpirar no auxílio àquelas mesmas comunidades que deprimiram; tiranos que não vacilaram em forjar a miséria física e moral dos semelhantes, voltam na condição de administradores capacitados à distribuição de valores e tarefas edificantes; guerreiros e soldados que se valiam de armas para assegurarem seus instintos destruidores, quando internados na regeneração começante, transfiguram-se em mecânicos e operários modeladores.


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