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terça-feira, 15 de janeiro de 2013

QUEM FOI (11) - a primeira mensagem


“-Afirmou-me que prosseguia trabalhando ativamente em organizações espirita-cristãs do Plano Superior e que nós, os espíritas, carregamos enormes responsabilidades nos ombros, porque recebemos o conhecimento libertador de que as Leis de Deus funcionam na consciência de cada um. Acrescentou que somos tão beneficiados no Plano Físico pelos princípios espíritas evangélicos e por isso mesmo tão agraciados pela Misericórdia de Deus que, até a época em que conversava comigo, pela primeira vez, não havia visto, dentre os companheiros já desencarnados com os quais convivia, um só que não se queixasse de condições deficitárias para com a Doutrina Espírita”. O depoimento pertence a Chico Xavier referindo-se ao advogado, professor e escritor paulista Romeu de Amaral Camargo com quem trocou algumas cartas ao tempo em que o médium residia em Pedro Leopoldo (MG). Católico de nascimento, converteu-se ao Protestantismo aos 19 anos, ordenando-se Diácono em 1913, servindo à escola religiosa por 22 anos, até que, em 1923, conheceu as obras de Allan Kardec, as quais lhe esclareceram lógica e racionalmente pontos a ele obscuros no entendimento das palavras de Jesus. Em 1925 aos 43 anos, retirou-se, em definitivo, das atividades protestantes, publicando na Revista REFORMADOR, artigo intitulado AOS PÉS DO MESTRE, respondendo a outro, escrito sobre sua “conversão” por um amigo e pastor evangélico na revista Estandarte, órgão da Igreja Presbiteriana Independente. Escreveria quatro obras notáveis, vibrantes defesas do Espiritismo, além de tornar-se entusiasmado pregador doutrinário no seu aspecto moral-evangélico. Intensa também  foi sua atuação em vários veículos de difusão do Espiritismo e  órgãos diretivos do movimento existente em torno de seus princípios. Em 1937, onze anos antes de desencarnar, o Espírito Emmanuel, através do lápis de Chico Xavier, escreveu-lhe: “-Continue na sua bela missão de levar a luz espiritual do Evangelho pelos caminhos ensombrados da Terra”. Desencarnado trabalhando às 19:45 horas, de dezembro de 1948, na capital paulista, voltaria pelas mãos de Chico Xavier, tempos depois, cumprindo promessa a ele feita em carta que, “na hipótese de antecedê-lo na desencarnação, se possível, escreveria por seu intermédio”. Na carta, transformada em capítulo do livro FALANDO À TERRA (feb), diz: “- Por mais afeito esteja o aprendiz da Revelação Nova aos enunciados da fé que o reconforta e educa para a grande transição, a morte é sempre um caminho surpreendente”. Recuperando impressões sobre registros que lhe assinalaram os momentos iniciais da chamada desencarnação, conta: “-Por muito que nos disponhamos a encarar, face a face, as realidades da morte, atravessamos os pórticos da vida nova, de coração aos pulos e a passos vacilantes. A paisagem dos mundos felizes e a residência dos eleitos ficam ainda muito distantes. A visão pormenorizada de toda a existência humana, no estado de liberdade de nosso corpo espiritual (...), começa por reintegrar-nos na posse de nós mesmos. Enquanto a caridade dos irmãos mais velhos nos auxilia a libertação da grade orgânica do mundo, a memória como que retira da câmara cerebral, às pressas, o conjunto das imagens que gravou em si mesma, durante a permanência na carne, a fim de incorporá-las, definitivamente, aos seus arquivos eternos (...). Assisti ao desenrolar de minha existência última, com todo o séquito de meus atos, palavras e pensamentos, como se a minha vida fosse uma película cinematográfica projetada, ao inverso, na tela de minha consciência. Tudo claro, eficiente e rápido. Atingido, porém, o instante em que reapareciam as horas da meninice, intraduzível turvação mental me absorveu o raciocínio...Debati-me inquieto, buscando clarear as minhas reminiscências e precisar-lhes os contornos; no entanto, incoercível vacuidade me assaltou o pensamento expectante e caí num repouso inconsciente e profundo, qual trabalhador fatigado, após longo dia de estafante labor. Quando acordei, convenci-me de haver reconquistado o equilíbrio total”. Não era bem assim pelo que detalha na sequência da longa descrição sobre sua reentrada na outra Dimensão, deixando-nos a seguinte ponderação: “-Saibam, destarte, que o corpo de sangue e ossos é simplesmente uma sombra de nossa entidade real e que todas as nossas virtudes ou vícios a nós se atrelam além da Terra; pelo que, de cada qual depende o caminho aberto ou o desfiladeiro sombrio na sublime romagem para a Luz”.


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