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terça-feira, 29 de setembro de 2020

ALLAN KARDEC E OS FLUIDOS; UM CASO DE PSICOMETRIA; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR





 



 Eu vejo que a grande diferença entre os evangélicos, os católicos e os espíritas; é que os espíritas não leem a Bíblia, leem apenas as obras de Kardec. Minha pergunta é a seguinte: podemos confiar mais em Kardec do que na Bíblia? (Anônimo)

  Evidentemente, caro ouvinte, católicos e evangélicos não falam a mesma língua do espírita, porque atuam apenas no campo exclusivo da fé. Desse modo, muitos deles aceitam os textos bíblicos como verdade absoluta, enquanto que os espíritas, por princípio, devem colocar a razão para controlar a fé, baseando-se no princípio de que para crer é necessário compreender. Assim, o espírita não costuma ler, nem mesmo as obras de Allan Kardec, apenas para aceitar passivamente o que lá está escrito, sem examinar e sem questionar.

 São duas posturas diferentes ou formas diferentes de interpretar o que está escrito. Não é que os espíritas não se interessam pela Bíblia; muito pelo contrário. A questão está na maneira como eles interpretam seus textos Porque não basta ler, no sentido de verbalizar o que lá está escrito, mas de verificar o que se pode descobrir e concluir a respeito daquelas informações. Para tanto, é preciso conhecer a cultura da época e o que podia significar cada regra ou cada mandamento que a religião estabelecia.

Vamos dar um exemplo para você melhor entender.  Adão e Eva são tidos, na Bíblia, como os primeiros seres humanos a habitar este planeta, como se aquele cenário do paraíso tivesse sido uma realidade concreta. Para os espíritas, no entanto, trata-se de um mito, ou de uma alegoria – que serviu para atender às necessidades do homem da antiguidade, mas não mais atende ao homem de hoje, que vive a era da ciência. Sabemos, todavia, que atrás dessa alegoria há uma grande lição moral para a humanidade, mas não podemos confundir aquele relato com a realidade.

  Desse modo, a Bíblia tem que ser muito bem estudada, para se saber como eram a cultura, os costumes e os usos daquele tempo. Ela tem um conteúdo tão vasto que, até hoje, dá margem a muitos entendimentos, fazendo com que surjam em torno dela milhares de religiões, cada uma querendo a verdade para si. Desse modo, o que você quiser, vai encontrar ali, conforme sua fé, suas crenças e seus valores de vida. Por que? Porque se trata de relatos antigos de fatos mais antigos ainda, que se deram num seio de um povo totalmente diferente do nosso.

  Os espíritas, no entanto – aqueles que seguem os princípios enunciados por Allan Kardec – interessam-se sobremaneira pelos ensinamentos de Jesus e que estão nos evangelhos.  Mas, mesmo os ensinamentos de Jesus precisam de estudo e de reflexão, pois Jesus viveu numa época e num cenário bem diferentes dos nossos, com um povo de idéias, concepções, problemas e dificuldades muito próprios e dos quais ele participou. Muitos dos usos, dos costumes, dos valores, da forma de encarar a vida, das leis de então não se adequam às condições de vida atualidade.

 É claro que na Bíblia existem valores universais, idéias que servem para todos os tempos e povos, como, por exemplo -  não matar, não roubar, amar o próximo; mas é o bom senso que leva o leitor a separar o que é universal e o que é próprio de um momento e de um lugar. Por isso, o leitor tem que ser um estudioso do texto bíblico, consultar a história, conhecer as diversas épocas por que passaram aquele povo, compreender suas necessidades e aspirações.

 Só para você ter uma idéia até onde chega essa discrepância de valores morais, cara ouvinte, na lei mosaica, ouça estas: Deus mandava matar os inimigos de forma cruel, não tolerava desobediência de seu povo, ordenava que se apedrejassem os adúlteros e os homossexuais, também os filhos rebeldes e os que fossem surpreendidos trabalhando aos sábados – isso, apenas para dar alguns poucos exemplos.  É claro que essa lei não faz nenhum sentido para nós, hoje; e nem fez para Jesus, que já quis mudar tudo isso há 2 mil anos.                               

 Logo a Bíblia é uma das obras mais importantes para a humanidade, que revela  muito da história e do pensamento religioso de um povo respeitável, mas precisa ser compreendida de forma adequada, pois não podemos trazer para o presente muita coisa que ficou no passado, muito entendimento que atendiam a determinados momentos, e que nada mais tem a ver com as necessidades e aspirações do homem da atualidade.


















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