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sábado, 6 de janeiro de 2018

INFLUÊNCIA ESPIRITUAL

Ao responder na questão 459 d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS que a ação dos desencarnados sobre os encarnados é maior do que eles supõem, Allan Kardec abriu campo para o desenvolvimento da realidade da obsessão explicada anos depois n’O LIVRO DOS MÉDIUNS. Na sequencia, algumas respostas de Kardec a perguntas que naturalmente surgem. Os Espíritos desencarnados tomam parte ativa em nossas vidas? Muito comumente os Espíritos são vistos assim pelos videntes: os veem ir, vir, entrar, sair, circular em meio aos vivos, dando a impressão – pelo menos os Espíritos comuns – de tomar parte ativa no que se passa em seu redor e interessar-se conforme o assunto, escutando o que se diz. Por vezes, vê-se que se aproximam das pessoas, soprando-lhes ideias, influenciando-as, consolando-as.  (RE,4/1861) De que forma? Em todos os tempos os bons e os sábios ajudaram os intelectualmente desenvolvidos por inspirações, ao passo que outros se limitam a nos guiar nos atos ordinários da vida; mas essas inspirações, que ocorrem pela transmissão de pensamento a pensamento, são imperceptíveis, discretas e não podem deixar qualquer traço material. Se o Espírito quiser manifestar-se ostensivamente, é preciso que aja sobre a matéria; se quer que seu ensino, em vez de ter o vago e incerto pensamento, tenha precisão e estabilidade, precisa de sinais materiais e para tanto – deixam passar a expressão – serve-se de tudo que lhe cai às mãos, desde que nas condições apropriadas à sua natureza. Serve-se de uma pena, de um lápis, se quiser escrever, de um objeto qualquer, mesa ou panela, se quiser bater, sem que por isso seja humilhado. (RE; 4/1861) Mesmo ignorando a realidade da influência espiritual seremos responsabilizados por efeitos advindos dela? Se sucumbirmos não nos poderemos queixar senão de nós mesmos, porque a ignorância não nos servirá de desculpa. O perigo está no império que os maus Espíritos exercem sobre as pessoas, o que não é apenas uma coisa funesta, do ponto de vista dos erros de princípios que aqueles podem propagar, como ainda do ponto de vista dos interesses da vida material. (RE; 7/1859) Tal influência é constante e permanente ? É preciso não perder de vista que os Espíritos constituem todo um mundo, toda uma população que enche o espaço, circula ao nosso lado, mistura-se em tudo quanto fazemos. Se se viesse a levantar o véu que nô-los oculta, vê-los-íamos em redor de nós, indo e vindo, seguindo-nos, ou nos evitando segundo o grau de simpatia; uns indiferentes, ocultos, outros muito ocupados quer consigo mesmos, quer com os homens, aos quais se ligam, com um propósito mais ou menos louvável, segundo as qualidades que os distinguem. Numa palavra veríamos uma réplica do gênero humano, com suas boas e más qualidades, com suas virtudes e com seus vícios. Este acompanhamento, ao qual não podemos escapar, porque não há recanto bastante oculto para se tornar inacessível aos Espíritos, exerce sobre nós, queiramos ou não, uma influência permanente. Uns nos impelem para o Bem, outros para o mal; muitas vezes as nossas decisões são resultado de sua sugestão; felizes quando temos juízo bastante para discernir o bom e o mau caminho, por onde nos procuram arrastar. (RE; 8/1859) Os Espíritos mal intencionados podem se servir de qualquer encarnado para produzir o mal que intencionam? Quando os Espíritos imperfeitos solicitam alguém a fazer uma coisa má, sabem eles muito bem a quem se dirigem e não vão perder tempo onde veem que serão mal recebidos; eles nos excitam conforme nossas inclinações ou conforme os germens que em nós veem e segundo as nossas disposições para os escutar. Eis porque o homem firme nos princípios do Bem, não lhes dá oportunidade. (RE; 1/1859)



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