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segunda-feira, 14 de novembro de 2016

UMA DAS ETAPAS DO ‘MORRER’

-“Toda a minha vida se desenrolou diante de minha lembrança”, revelou J Sanson, antigo membro da Sociedade Espírita de Paris, ao contar os instantes que marcaram sua passagem pela chamada morte após um ano de cruéis sofrimentos. Já o senhor M. Jobard, morto de um ataque da apoplexia fulminante, aos 69 anos, relata que: -“Senti um abalo estranho e lembrei-me, de repente, o meu nascimento, a minha juventude, a minha idade madura, toda a minha vida se retratou nitidamente em minha lembrança’. Os depoimentos obtidos através da mediunidade, incluem-se entre os mais de sessenta que compõem a segunda parte do excelente O CÉU E O INFERNO organizado em 1865 por Allan Kardec enfocando a questão da morte e o morrer conforme Justiça Divina Segundo o Espiritismo. Meio século depois, em 1931, o advogado e pesquisador italiano Ernesto Bozzano, ignorando o fato recolhe de várias publicações da língua inglesa vários casos expostos na sua obra A MORTE E OS SEUS MISTÉRIOS, casos confirmando o tema. Bozzano pelo que se observa se apoiava em suas monografias e teses na Metapsíquica de Charles Richet, omitindo ou ignorando o trabalho do pesquisador francês e seus livros sobreviveram ao tempo no Brasil, graças ao trabalho de seguidores da Doutrina Espírita que os traduziram para português. Na obra citada, dedica uma parte à visão panorâmica ou memória sintética na iminência da morte, dividindo os exemplos em três categorias: acontecidos em perigo de vida; em pessoas sãs sem o perigo da morte e casos de espíritos comunicantes destacando sobre estes que não apresentavam valor científico dada a impossibilidade de verificar, diretamente, as afirmações das personalidades mediúnicas.  No início dos anos 70 do século XX, os médicos Raymond Junior e Elizabeth Kubler Ross, em obras tratando do tema morte, a partir de depoimentos de várias pessoas que vivenciaram as chamadas EQMs – Experiências de Quase Morte ampliam o número de confirmações sobre essa etapa peculiar ao processo de desligamento entre as estruturas corpo físico-corpo espiritual. No mesmo período no Brasil, através do médium Chico Xavier, em reuniões públicas se construía o acervo das chamadas cartas de Espíritos recentemente desencarnados confirmando aos entes queridos sua sobrevivência à chamada morte, detalhando as ocorrências que marcaram a inesperada mudança. Desse manancial destacamos dois exemplos: Ivan Sergio Athaide Vicente; 20 anos; acidente de avião entre Londrina-PR e Pirassununga-SP; na carta escrita aos pais -“Tive a ideia de rever toda a minha existência, como num sonho que estivemos vivendo acordado, até que as minhas lembranças se condensaram na rememoração do acidente que me transtornava a cabeça”. No segundo, Luiz Antonio Biazzio; 29 anos; vitimado por um  Acidente vascular enquanto dormia, revelou: -“Rememorei meus estudos de Medicina, revisei os meus doentes e os meus apuros na psiquiatria para definir-lhe as emoções e, em seguida, querida mãezinha, as recordações da infância e do lar desfilaram diante da minha visão íntima. De tudo me lembrei”. A passagem por essa etapa conforme Bozzano, já era ensinada pelas escolas ocultistas presentes em várias Civilizações. Tentando entender o tema, o respeitado estudioso Hermínio Côrreia de Miranda, no seu livro AS DUAS FACES DA VIDA (lachatre), afirma que na iminência da morte física, a mente“dispara um dispositivo de transcrição dos arquivos biológicos para os perispirituais, do que resulta aquele belo e curioso espetáculo de ‘replay’ da vida, para o qual estamos propondo o nome de recapitulação. Uma vez transcrita a gravação nos “tapes” perispirituais, o corpo físico é liberado para a desintegração celular inevitável”. Como se vê, trata-se de situação natural a ser defrontada por todos nós que mais dia menos dia, nos veremos diante do fenômeno tão temido.



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