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sexta-feira, 3 de abril de 2015

AMPLIANDO HORIZONTES

A visão meramente fisiológica do Ser humano muito raras vezes conduz ao equilíbrio da funcionalidade do corpo doente. A ignorada contribuição oferecida pelo Espiritismo a partir da extraordinária pesquisa conduzida por Allan Kardec de 1855 a 1869, tem substancial conteúdo para provocar uma reflexão mais precisa e objetiva naqueles que efetivamente se preocupam com a cura dos seus pacientes. No número de fevereiro de 1867 da REVISTA ESPÍRITA, pode ser encontrada na seção DISSERTAÇÕES ESPÍRITAS, a mensagem assinada pelo Espírito do um médico chamado Dr Morel Lavallée. Sempre oportuno lembrar a observação feita por Allan Kardec num de seus artigos falando sobre a visão propiciada pelo Espiritismo, onde diz que “a mediunidade curadora não vem suplantar a Medicina e os médicos; vem simplesmente provar a estes últimos que há coisas que eles não sabem e os convidar a estudá-las; que a natureza tem recursos que eles ignoram”. Notadamente na atualidade em que se observa a proliferação de trabalhos nessa área como que tentando socorrer aos desventurados do caminho macerados pelos sofrimentos físicos e morais. Mas, vamos ao texto psicografado em Paris, na reunião de 25 de outubro de 1866, através do médium Sr. Desliens: -“Que é o homem?... Um composto de três princípios essenciais: o Espírito, o períspirito e o corpo. A ausência de qualquer um destes três princípios acarretaria necessariamente o aniquilamento do Ser no estado humano. Se o corpo não mais existir, haverá o Espírito e não mais o homem; se o períspirito faltar ou não puder funcionar, não podendo o imaterial agir diretamente sobre a matéria, poderá haver alguma coisa no gênero do cretino ou do idiota, mas jamais um Ser inteligente. Enfim, se o Espírito faltar, ter-se-á um feto vivendo vida animal e não um Espírito encarnado. Se, pois, temos três princípios em presença, esses três princípios devem reagir um sobre o outro, e seguir-se-á a saúde ou a doença, conforme haja entre eles a harmonia perfeita ou desacordo parcial. Se a doença ou desordem orgânica, como se queira chamar, procede do corpo, os medicamentos materiais, sabiamente empregados, bastarão para restabelecer a harmonia geral. Se a perturbação vier do períspirito, se for uma modificação do princípio fluídico que o compõe, que se acha alterado, será preciso uma modificação em relação com a natureza do órgão perturbado, para que as funções possam retomar seu estado normal. Se a doença proceder do Espírito, não se poderia empregar, para a combater, outra coisa senão uma medicação espiritual. Se, enfim, como é o caso mais geral, e, pode mesmo dizer-se, que se e apresenta exclusivamente, se a doença procede do corpo, do períspirito e do Espírito, será preciso que a medicação combata simultaneamente todas as causas da desordem por meios diversos, para obter a cura. Ora, que fazem geralmente os médicos? Cuidam do corpo e o curam; mas curam a doença? Não. Porque? Porque sendo o períspirito um princípio superior à matéria propriamente dita, poderá tornar-se a causa em relação a esta. E, se for entravado, os órgãos materiais, que se acham em relação com ele, serão igualmente atingidos na sua vitalidade. Cuidando do corpo, destruireis o efeito; mas, residindo a causa no períspirito, a doença voltará novamente, quando cessarem os cuidados, até que se percebam que é preciso levar alhures a atenção, eliminando fluidicamente o princípio fluídico mórbido. Se, enfim, a doença proceder da mente, do Espírito, o períspirito e o corpo, postos sob sua dependência, serão entravados em suas funções, e nem é cuidando de um nem do outro que se fará desaparecer a causa. Não é, pois, vestindo a camisa de força num louco, ou lhe dando pílulas ou duchas, que se conseguirá repô-lo no estado normal. Apenas acalmarão seus sentidos revoltados; acalmarão os seus acessos, mas não destruirão o germe senão combatendo por seus semelhantes, fazendo homeopatia espiritual e fluidicamente, como se faz materialmente, dando ao doente, pela prece, uma dose infinitesimal de paciência, de calma, de resignação, conforme o caso, como se lhe dá uma dose infinitesimal de Brucina, de Digitalis ou de Aconitum. Para destruir uma causa mórbida, há que combatê-la em seu terreno”. Uma pesquisa criteriosa na coleção da publicação fundada e mantida por Allan Kardec entre 1858 e sua morte em 31 de março de 1869, revela aspectos importantes e reveladores – nem sempre encontrados nas chamadas OBRAS BÁSICAS -,  sobre essa revolucionária visão oferecida pelo Dr Morel.



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