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segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Certificando-se da Verdade

Buscando a confirmação da existência do Espírito como condutor do corpo físico – que, por sinal, lhe é revestimento -, como um operador à máquina sob seu comando, Allan Kardec cercou essa constatação de diferentes formas. Uma das experiências testadas na Sociedade Espírita de Paris, por várias vezes, foi a da manifestação mediúnica entre pessoas encarnadas ou, como preferem dizer alguns, vivas. Um dos principais objetivos era comprovar a existência de uma estrutura além do corpo físico, sendo que a  maioria dessas pesquisas ficaram registradas e relatadas nas páginas da REVISTA ESPÍRITA. Pioneiro nestas investigações, Kardec, todavia, não foi o único, como mostrado em 1924, pelo estudioso Ernesto Bozzano numa das suas riquíssimas compilações intitulada COMUNICAÇÕES MEDIÚNICAS ENTRE VIVOS (edicel), em que reúne e comenta, entre outras, as incursões de William Barret, Julian Ochorowicz, Oliver Lodge, William Stead, Gustav Geley, Frederic Mayers.  Quanto a Kardec, contou com a colaboração de sócios efetivos ou correspondentes da Sociedade, que se inscreviam para os  experimentos, às vezes residentes a grandes distâncias, sob controle de entidades espirituais que dirigiam os trabalhos mediúnicos daquele verdadeiro laboratório da realidade invisível, prospectada através do instrumento chamado médium. Uma dessas curiosas investigações deu-se na sessão de 3 de fevereiro de 1860 e encontra-se relatada no número de março da REVISTA. Envolveu um voluntário de nome Dr Vignal, médico, residente a mais de cem quilômetros ao sul de Paris, na comuna de Sully, próxima a Orleans. Confirmado com o dirigente espiritual dos trabalhos do grupo a inexistência de perigo para o Dr Vignal e se ele estava preparado, procedida e efetivada a evocação, mais de quatro dezenas de perguntas sobre variados aspectos de interesse para a pesquisa foram respondidas, oferecendo variados elementos para reflexão. Dentre estes, destacamos os seguintes: 1 - Informou estar vendo os presentes à reunião claramente, situando-se à direita e um pouco atrás do médium. 2 - Que não tivera consciência do espaço transposto de Sully até o local em que se encontrava nem vira o caminho percorrido. 3 - Que não experimentava cansaço4 – Que constatava sua individualidade por meio do períspirito ou corpo espiritual, réplica de sua estrutura física. 5 – Que este períspirito é uma espécie de corpo circunscrito e limitado. 6- Que não via seu corpo adormecido. 7 – Que  relação entre o corpo em Sully e o perispiritual presente se fazia através do cordão fluídico. 8 – Que se via como a gente se vê em sonho, que tinha consciência de que seu corpo de manifestação naquele momento é organizado de modo diferente e mais leve que o de Sully, não sentindo o peso, a força de atração que o prende à Terra quando desperto.. 9 – Que a luz não se lhe apresentava com o mesmo tom que no estado normal, sendo esse tom acrescido de uma luz não perceptível por nossos sentidos grosseiros, esclarecendo, contudo,  que a sensação produzida pelas cores sobre o nervo ótico não lhe era diferente: por exemplo, o vermelho era vermelho, e, assim por diante. Apenas alguns objetos, acrescenta, não vistos por ele na obscuridade em vigília, eram luminosos e perceptíveis para ele, não existindo obscuridade para o Espírito, que pode estabelecer uma diferença entre o que para o encarnado é claro e o que não é. 10 – Que o sentido da visão não era indefinida, nem limitada, ao objeto em que fixava sua atenção, não sabendo o que ela pode experimentar, como modificações, para um Espírito inteiramente desprendido, sendo para ele possível observar objetos materiais no seu interior, atravessados por sua vista, embora impossibilitado de ver por toda parte e ao longe. 11- Que não podia ver-se num espelho, por não ser material a menos que tornasse seu períspirito tangível produzindo o fenômeno conhecido como agênere. 12 – Que no estado em que se encontrava poderia fazer diagnósticos sobre doença e saúde com mais segurança. 13 – Que seu corpo não poderia morrer enquanto estava ali sem que ele suspeitasse, pois, seria instantaneamente para ele atraído antes que um hipotético golpe homicida lhe fosse desferido. 14 – Que se seu Espírito estivesse em casa passeando enquanto o corpo dormia, veria tudo que lá se passasse inclusive testemunhando uma eventual ação má de algum parente ou estranho, embora nem sempre livre para se opor, salientando que isso ocorre com mais frequência do que se pensa. Comentando essa resposta, Kardec diz que “a pessoa que dorme sabe perfeitamente o que se passa a seu redor, podendo guardar uma intuição muito forte do que vê, por vezes, inspirando preocupações”. A entrevista prossegue, revelando outros instigantes aspectos ignorados pelos que desconhecem o excelente material resultante das prospecções conduzidas pelo Codificador do Espiritismo.  

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