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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

INFORMAÇÃO UTIL

Eu, você, todos nós chegaremos ao mesmo momento. Questão de tempo. As religiões de modo geral se serviram do fato para dominar, atemorizar e explorar a fé irracional das criaturas humanas. O Espiritismo, há 160 anos tem procurado demonstrar que como dito por psiquiatra americano, morrer “nada mais é que abrir uma porta e passar a outra sala”. Como uma mudança de cidade de forma imprevista. Na sequência do trabalho SOBRE A MORTE E O MORRER – as respostas que o ESPIRITISMO dá, destacamos algumas informações extremamente úteis pelo seu teor esclarecedor. Vejamos: 1- Porque tememos a morte? Tal temor é algo natural, consequência do instinto de conservação comum a todos os seres vivos. É necessária enquanto o homem não for bastante esclarecido quanto às condições da vida futura, como contra peso ao arrastamento que, sem esse freio o levaria a deixar prematuramente a vida terrestre, e a negligenciar  o trabalho daqui, que deve servir para o seu adiantamento. Sua intensidade resulta do atavismo trazido de vidas anteriores pelo fato do tema ter se transformado num instrumento religioso de controle social, especialmente no lado Ocidental da Terra. 2- Como nos livramos dele? Para libertar-se desta apreensão, deve-se poder encará-la sob seu verdadeiro ponto de vista, isto é, ter penetrado pelo pensamento no Mundo Invisível e dela ter feito uma ideia tão exata quanto possível, o que denota no Espírito encarnado um certo desenvolvimento e uma certa aptidão para se desprender da matéria. Nos que não são suficientemente avançados, a vida material ainda predomina sobre a vida espiritual. 3- Esse sentimento tende a desaparecer com a evolução do Espírito?  A apreensão da morte depende da insuficiência das noções sobre a vida futura. Enfraquece à medida que se forma a certeza; desaparece quando a certeza é completa. À medida que o homem melhor compreende a vida futura, diminui a apreensão da morte. 4- A educação desde a infância pode mudar isso? Naturalmente, visto que outra razão para alimentar-se este medo se deve à impressão, que as pessoas conservam do ensino que lhes foi dado ou não desde a infância. 5 – A informação de que no programa reencarnatório a ser cumprido pela criatura na nossa Dimensão prevê a hora da morte é válida? Dentre as revelações obtidas por Allan Kardec incluídas n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 853, encontramos que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o instante da morte, momento que quando chega, seja por um meio ou por outro, não poderemos nos livrar”. Anos depois, o Instrutor Espiritual Emmanuel, através do médium Chico Xavier, esclareceria que “a morte, em geral, ocorre sempre no instante determinado. Há, todavia, exceções e essas se verificam segundo o livre arbítrio do homem. A liberdade individual está, pois, acima de todas as circunstâncias e, daí, se depreende a necessidade da educação da vontade e disciplina de emoções de cada um”.  6 - Supondo-se que a existência do Espírito seja real, qual a situação dos Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até anos em estado de coma? Dependerá da sua situação mental. Há casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a situação. Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade. Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem paisagens e contatos com seres que já os precederam na passagem para a vida Espiritual. É comum que após essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus valores íntimos. Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e médicos)


quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

INERENTE À ESPÉCIE HUMANA

Rejeitado facilmente através do combate da milenar escola religiosa do lado Ocidental da Terra com os argumentos de que “seria coisa do Demônio”, “que mediunidade levava à loucura”, o Espiritismo rompeu a barreira do preconceito e intolerância, floresceu no Brasil e, após 160 anos, embora reconhecido pela sua atuação social, prossegue ignorado em sua essência, aquela capaz de desenvolver a fé raciocinada, levando a criatura humana de forma consciente na direção de sua própria iluminação espiritual. Tal quadro sobre a fase europeia do Espiritismo na época de seu início pode ser deduzido na leitura da REVISTA ESPIRITA, na qual Allan Kardec publica na edição de março de 1863 o artigo abaixo destacando inclusive a péssima qualidade doutrinária das obras literárias produzidas em nome de ‘revelações espirituais’, de onde destacamos alguns importantes argumentos: -“ Nada poderia prevalecer contra o destino providencial do Espiritismo. Do mesmo modo que ninguém pode impedir a queda daquilo que, pelos decretos divinos – homens, povos ou coisas – deve cair, ninguém pode deter a marcha daquilo que tem de avançar. Em relação ao Espiritismo, esta verdade ressalta dos fatos realizados e, muito mais ainda, de outro ponto capital. Se o Espiritismo fosse uma simples teoria, um sistema, poderia ser combatido por outro sistema; mas repousa sobre uma lei da Natureza, tão bem quanto o movimento da Terra.  A existência dos Espíritos é inerente à espécie humana; não se pode impedir que existam, como não se lhes pode impedir a manifestação, do mesmo modo que não se impede o homem de marchar. Para isso não necessitam de nenhuma permissão e se riem de toda proibição, pois não se deve perder de vista que, além das manifestações mediúnicas propriamente ditas, há manifestações naturais e espontâneas, que se produziram em todos os tempos e que se produzem diariamente num grande número de pessoas que jamais ouviu falar de Espíritos. Quem, pois, poderia opor-se ao desenvolvimento de uma lei da Natureza? Sendo obra de Deus, insurgir-se contra ela é revoltar-se contra Deus. Estas considerações explicam a inutilidade dos ataques dirigidos contra o Espiritismo. O que os espíritas têm a fazer em presença dessas agressões é continuar pacificamente seus trabalhos, sem fanfarrice, com a calma e a confiança dadas pela certeza de chegar ao fim. Todavia, se nada pode deter a marcha geral, há circunstâncias que podem provocar entraves parciais, como uma pequena barragem pode retardar o curso de um rio, sem o impedir de correr. Deste número são as atitudes irrefletidas de certos adeptos, mais zelosos que prudentes, que não calculam bem o alcance de seus atos ou de suas palavras, produzindo, por isso mesmo, uma impressão desfavorável sobre as pessoas ainda não iniciadas na doutrina. (...) Nunca seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de agir. Em tais casos manda a prudência não confiar em sua opinião pessoal. (...) Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um verdadeiro espírita. Seria dar prova de orgulho, se não de obsessão.  Entre as inabilidades é preciso colocar em primeira linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem os fatos de maior repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a soberana ciência; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como certos homens também, têm a pretensão de tudo saber. Sobre todas as coisas têm sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Ora, ainda como os homens, em geral os que têm idéias mais falsas são os mais obstinados. Esses pseudo-sábios falam de tudo, constroem sistemas, criam utopias ou ditam as coisas mais excêntricas, sentindo-se felizes quando encontram intérpretes complacentes e crédulos que lhes aceitam as elucubrações de olhos fechados. Esse tipo de publicação tem grave inconveniente, pois o médium, iludido e muitas vezes seduzido por um nome apócrifo, tem-na como coisa séria, de que se apodera a crítica prontamente para denegrir o Espiritismo, ao passo que, com menos presunção, bastaria que se tivesse aconselhado com os colegas para ser esclarecido. É muito raro, neste caso, que o médium não ceda às injunções de um Espírito que, ainda como certos homens, quer ser publicado a qualquer preço. Com mais experiência ele saberia que os Espíritos verdadeiramente superiores aconselham, mas não impõem nem adulam jamais, e que toda prescrição imperiosa é um sinal suspeito. Quando o Espiritismo estiver completamente implantado e conhecido, as publicações desta natureza não terão mais inconvenientes que os maus tratados de Ciência em nossos dias”. 

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

ALLAN KARDEC E O SEXTO SENTIDO

Pele, olhos, ouvidos, língua, nariz são os sensores apontados pelo nossa Ciência como os responsáveis por captar as vibrações do mundo exterior e leva-las ao cérebro em forma de percepções para identificação e providências na relação do Ser humano com o meio. Quando do surgimento do Espiritismo, porém, Allan Kardec baseado nas observações e informações dadas pelos Espíritos propôs a existência de um sexto sentido que através de outro sensor - sabe-se hoje a glândula pineal ou epífise neural - , interno no corpo humano, colocava as criaturas em relação com o Mundo Invisível. Graças a isso entendemos sua afirmação n’ O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO de que a mediunidade faz parte da condição orgânica de qualquer pessoa. Qualquer um a pode ter, assim como vê, ouve e fala, e, n’ A GÊNESE de que os fenômenos espirituais são as mais das vezes espontâneos e se produzem sem nenhuma ideia preconcebida da parte das pessoas com quem eles se dão e que, em regra, são as que neles menos pensam. Essa a razão porque para Allan Kardec, todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium, podendo dizer-se que todo mundo é médium. Acrescenta ainda que os médiuns são os intérpretes dos Espíritos; suprem-lhes os organismos materiais que lhes faltam para transmitir suas instruções; eis porque são capacitados com percepção para esse fim. Do extraordinário acervo legado aos estudiosos da Doutrina Espírita através da REVISTA ESPÍRITA, destacamos alguns de seus comentários provando sua proposição: 1-Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não, em seus pressentimentos e a intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc. 3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido espiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis.  4- Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição. (RE, 6/1867) 5- Amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 10/1864) Já no século XX, o Espírito conhecido como André Luiz, através do médium Chico Xavier, repassaria em seus livros mais alguns elementos importantes: 1- O pensamento em si é a base de todas as mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os seres de toda espécie. (NL; 37) 2- A intuição é o disco milagroso da consciência, funcionando livremente, retransmitindo sugestões (Li; 13) 3- A mediunidade mais estável e mais bela começa entre os homens, no império da intuição pura. (NMM;9)


sábado, 18 de fevereiro de 2017

CARMA E ESPIRITISMO

Recorrente em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Nem sempre, entretanto, sua abordagem se faz dentro da racionalidade e lógica característica do Espiritismo. Do trabalho A LEI DE CAUSA E EFEITO – AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, destacamos algumas questões que elucidam muitas dúvidas. Vamos a elas:   1-Qual a relação do chamado Carma com a visão do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores.  Para nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em particular, nos digam respeito.  Há conta dessa natureza, não apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças, estados e instituições.  Para melhor entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida. Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus, fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem devedores complicados ante a Divina Justiça (AR) 2- Existindo esses Departamentos de Justiça, como interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso próprio destino? A morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita Bondade.  Aí, vemos os princípios de causa e efeito, em toda a força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso das reservas da vida que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do caminho.  Quanto mais amplitude em nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações.  Através de nossos pensamentos, palavras e atos, que fluem, invariáveis, do coração, gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino.  3 - Sendo o primeiro impacto experimentado pelo Espirito  os efeitos de suas ações insensatas após a morte física qual o critério  determinante de sua intensidade? Não há uma única imperfeição da alma que não importe tristes e inevitáveis consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo. A soma das penas é, assim, proporcional à soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades.  A alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um quarto, menos sofrerá. De todo extintas, então a alma será perfeitamente feliz. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito. O bem e o mal que fazemos decorrem das qualidades que possuímos.  Não fazer o bem quando podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre.  Sendo infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais, como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca, mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de progresso. Toda falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga; se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não terá necessidade de pagar segunda vez. O Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das suas imperfeições.


quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

AGENERE: SERÁ POSSÍVEL?

Contra fatos não há argumentos. E a história contada por Allan Kardec na edição de fevereiro de 1859 da REVISTA ESPÍRITA ilustra isso. Conta ele: Uma pobre mulher estava na igreja de São Roque e rogava a Deus que a auxiliasse em sua aflição. À saída, na rua Saint Honoré, encontra um senhor que a aborda e lhe diz: “Boa mulher, ficaríeis contente se arranjasses trabalho?” – “Ah! meu bom senhor” – responde ela – “peço a Deus que me conceda esse favor, porque estou muito necessitada.” – “Pois bem! Ide a tal rua, número tanto. Procurai a senhora T...: ela vos dará trabalho.” Então continuou seu caminho. A pobre mulher dirigiu-se sem demora ao endereço indicado. – “Com efeito, tenho um trabalho para mandar fazer” – diz a senhora em questão – “mas como não o dissera a ninguém, como pôde a senhora vir me procurar?” Então a pobre indigente, avistando um retrato suspenso à parede, respondeu: – “Senhora, foi esse cavalheiro que me enviou aqui.” – “Esse cavalheiro!” – replicou espantada a senhora – “Mas isso não é possível; este é o retrato de meu filho, morto há três anos.” – “Não sei como pode ser isto, mas vos asseguro que foi esse senhor que acabei de encontrar ao sair da igreja, onde tinha ido pedir a Deus que me assistisse. Ele me abordou e foi ele mesmo que me mandou aqui”. A respeito, Kardec comenta: -“Conforme o que acabamos de ver, nada haveria de surpreendente em que o Espírito do filho daquela senhora, a fim de prestar um serviço à pobre mulher, da qual sem dúvida ouvira a prece, lhe tivesse aparecido sob a forma corpórea para indicar-lhe o endereço da própria mãe. Em que se transformou depois? Sem dúvida no que era antes: um Espírito, a menos que, continuando seu passeio, tenha julgado conveniente mostrar-se a outras pessoas sob a mesma aparência. Essa mulher teria, assim, encontrado um agênere, com o qual havia conversado. Mas, então – dirão – por que não se teria apresentado à sua mãe? Nessas circunstâncias os motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos. Agem como bem lhes pareça, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem a qual não podem revelar sua existência de modo material. Compreende-se, ademais, que sua visão poderia causar à mãe perigosa emoção. E quem sabe se não se apresentou a ela durante o sono ou de qualquer outro modo? E, aliás, não terá sido um meio de lhe revelar sua existência? É muito provável que tenha testemunhado aquela conversa entre as duas senhoras. O assunto seria aprofundado na próximo trabalho publicado pelo sistematizador do Espiritismo em 1861: O LIVRO DOS MÉDIUNS. Quando da abordagem na publicação mensal mantida por Allan Kardec, aproveitou para ouvir o responsável pelas atividade da Sociedade Espírita da Paris, São Luiz. Da entrevista de 16 perguntas, destacamos algumas das informações prestadas pela entidade. Sobre a possibilidade de Espíritos desencarnados aparecerem corporalmente em outros locais e a outras pessoas além da sua família? Esclareceu que “sim, sem dúvida; não dependendo, porém de sua vontade”, por ser “o poder dos Espíritos é limitado; só fazem o que lhes é permitido fazer”; que podem pertencer à classe dos Espíritos inferiores ou superiores; que são fatos raros, existindo exemplos na própria Bíblia; que um eventual ferimento mortal que sofresse o faria desaparecer subitamente; “que como Espíritos têm as paixões dos Espíritos, conforme sua inferioridade, algumas vezes tomando um corpo aparente é para fruir as paixões humanas; se são elevados, é com um fim útil que o fazem; que não podem procriar, o que seria contrário às leis que estabelecidas na Terra que não podem ser derrogadas; não havendo um meio de o reconhecer a não ser que seu desaparecimento se fizesse de modo inesperado; que o objetivo que pode levar certos Espíritos a tomar esse estado corporal é frequentemente o mal; os Espíritos bons têm a seu favor a inspiração; agem pela alma e pelo coração; que os Espíritos que protagonizam tais fenômenos só têm o poder que lhes faculta a sua posição como Espírito; que não tem necessidade real de alimento, pois, seu  corpo não é real; que tais fatos são excessivamente raros e jamais têm um caráter de permanência, e, finalmente, que o Espírito familiar protetor não dispõe de recursos interiores algumas vezes toma essa forma.


terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O SURPREENDENTE E INCANSÁVEL CHICO XAVIER

Além das riquíssimas informações sobre sua atividade no campo do livro espírita, Chico Xavier foi protagonista de inúmeros fatos testemunhados por inúmeras pessoas mostrando a diversidade de suas percepções no campo da mediunidade. No depoimento de pessoas cuja credibilidade é insuspeita, recolhemos algumas passagens do conhecimento dos que as testemunharam. Alguns estão preservados no livro LUZ BENDITA (ideal,1977), organizado pelo querido amigo Rubens Silvio Germinhasi para celebrar o cinquentenário do trabalho ininterrupto de Chico Xavier. Pertencem à hoje também desencarnada Maria Philomena Aluotto Beruto, dirigente por várias décadas da UEM- União Espírita Mineira, no estado de Minas Gerais.  Dentre suas lembranças ali contidas, destacamos duas. Diz ela: - Valendo-nos da oportunidade de nossa presença em sua casa, em Uberaba outro acontecimento mediúnico. Encontrava-se ali o comandante Santinônimo (assim entendemos o seu nome), que nos relatou singular ocorrência. Aterrisara ele seu avião em pequena cidade do interior do Maranhão, a fim de pernoitar e levantar voo na manhã seguinte. Como a temperatura estivesse elevada, deixou aberta a janela do quarto, pensando fechá-la mais tarde, antes de adormecer, o que não fez, porque dormiu profundamente. Mais ou menos às 4 horas da madrugada, despertando, lembrou-se da janela aberta. Levantou-se para fechá-la, mas verificou, surpreso, que estava fechada. Estranhou, naturalmente, o fato, mas logo o esqueceu. Semanas depois foi a Uberaba para visitar o Chico, que o recebeu com as seguintes palavras: "Meu caro Santinônimo, que susto você me deu, deixando aberta a janela do hotel! Receoso de que algo lhe acontecesse, fui fechá-la, enquanto você dormia! Relato, agora. outro episódio revelador da personalidade espiritual de Chico Xavier, ocorrido por ocasião de sua vinda a capital mineira para receber, na Secretaria de Saúde, em 8 de novembro de 1974, o diploma de Cidadão de Belo Horizonte. Dia seguinte, visitou a União Espírita Mineira. Após 7 horas de atendimento aos que o procuravam, com a bondade de sempre, fomos surpreendidos com ruidosa manifestação em um grupo de pessoas que vinham em nossa direção. Empunhando uma arma, alguém bradava: "Ninguém vai tocarem Chico Xavier: Eu o defenderei de qualquer um. Ele é um santo!" Notava-se o desequilíbrio da pessoa, o que aumentava a apreensão de todos, especialmente porque em sua mão havia a realidade de uma arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumenta no recinto, uns se apavorando, outros procurando correr, e outros, ainda, tentando controlar a pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe se em silêncio, permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao andar térreo pensando em providências defensivas, e, para, nosso alívio, um jipe com militares da PMMG estaciona junto ao meio-fio e os seus ocupantes, comandados por um distinto sargento, vêm ao nosso encontro, sendo recebidos com as seguintes palavras:
"Graças a Deus vocês chegaram em boa hora: estamos com problemas lá em cima!" E antes de qualquer explicação, para surpresa, nossa, o Chefe da Patrulha fala: "Não tem nada não, vamos subir. O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA, onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao chamado!" Fora evidente o fenômeno de bilocação. Em poucos minutos a situação normalizava-se. O difícil foi impedir os nossos estarrecidos comentários...




domingo, 12 de fevereiro de 2017

VIVÍAMOS ANTES, VIVEREMOS DEPOIS

Apontado no seu surgimento  como causador da loucura a quem o seguisse, o Espiritismo, na verdade representa um importante auxiliar para a compreensão dos fatores determinantes da mesma quando diz ser a vida física a continuação de um processo objetivando a evolução do Espírito. Enfim, vivíamos antes, viveremos depois experimentando os efeitos de nossas ações. Na sequência destacamos do trabalho TRANSTORNOS MENTAIS PATOLOGICOS E OBSESSIVOS – as respostas que o Espiritismo dá, disponível no YOUTUBE alguns argumentos para termos uma ideia da importância da revolucionária proposta apresentada por Allan Kardec: 1- Na REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da matéria”, acrescentando que Vontadeé o pensamento chegado a um certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não está na caixa craniana.  O cérebro é o instrumento do pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície sólida que se molda aos movimentos do instrumento.  Se o instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE; 7/1860) O pensamento é... a - preexistente e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) b - força viva, em toda parte; atmosfera criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) c -  força criadora de nossa própria alma. d - a continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L; 17) f  e - matéria, a matéria mental, compondo maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) f- fluxo energético do campo espiritual dos seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando  pelas oscilações curtas, médias e longas em que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou raios descontínuos. (MM;4) g - vibração e transmite-se por onda, que só excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2- Onde se forma o pensamento ? -  As fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas.  E, nesse sentido, cada criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que se encontra ligada de mente e coração.   Assim, as esferas dos encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa, pois, os próprios impulsos.  Desejando, sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo, refletes.  E refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do grupo com que te afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo (circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) 3-  Na relação da Individualidade consigo mesma, a partir de certo nível de evolução, o ser pode experimentar graus variados de insanidade. Como distinguir a loucura patológica da loucura obsessiva? A primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento.  Notemos que, nesse estado de coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor dizendo, a expressão do pensamento é incoerente.  Na loucura obsessiva não há lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um Espírito estranho, que o domina e subjuga.  No primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade.  Casos semelhantes são muito frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão, para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas.  Pelo tratamento físico e, sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia.  Abrindo novos horizontes a todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja verdade mais tarde será reconhecida. (RE, 3/1862)


sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

COMO É POSSÍVEL PREVER O FUTURO?

Abrindo o número de maio de 1864 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec na habitual linha de racionalidade com que sempre trata os assuntos sobre os quais fala, analisa a questão da previsibilidade do futuro. Formula a Teoria da Presciência. Na sua abordagem, entre outras coisas, explica: -“Como o homem tem de concorrer para o progresso geral, como certos acontecimentos devem resultar da sua cooperação, pode acontecer que, em casos especiais, ele pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o encaminhamento e de estar pronto a agir, em chegando a ocasião. Por isso é que Deus, às vezes, permite se levante uma ponta do véu; mas, sempre com fim útil, nunca para satisfação da vã curiosidade. Tal missão pode, pois, ser conferida, não a todos os Espíritos, porquanto muitos há que do futuro não conhecem mais do que os homens, porém a alguns Espíritos bastante adiantados para desempenhá-la. Ora, é de notar-se que as revelações dessa espécie são sempre feitas espontaneamente e jamais, ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a uma pergunta direta. Pode também semelhante missão ser confiada a certos homens, desta maneira: Aquele a quem é dado o encargo de revelar uma coisa oculta recebe, à sua revelia e por inspiração dos Espíritos que a conhecem, a revelação dela e a transmite maquinalmente, sem se aperceber do que faz. É sabido, ao demais, que, assim durante o sono, como em estado de vigília, nos êxtases da dupla vista, a alma se desprende e adquire, em grau mais ou menos alto, as faculdades do Espírito livre. Se for um Espírito adiantado, se, sobretudo, houver recebido, como os profetas, uma missão especial para esse efeito, gozará, nos momentos de emancipação da alma, da faculdade de abarcar, por si mesmo, um período mais ou menos extenso, e verá, como presente, os sucessos desse período. Pode então revelá-los no mesmo instante, ou conservar lembrança deles ao despertar. Se os sucessos hajam de permanecer secretos, ele os esquecerá, ou apenas guardará uma vaga intuição do que lhe foi revelado, bastante para o guiar instintivamente. É assim que em certas ocasiões essa faculdade se desenvolve providencialmente, na iminência de perigos, nas grandes calamidades, nas revoluções, e é assim também que a maioria das seitas perseguidas adquire numerosos videntes. É ainda por isso que se veem os grandes capitães avançar resolutamente contra o inimigo, certos da vitória; que homens de gênio, por exemplo, Cristóvão Colombo, caminham para uma meta, anunciando previamente, por assim dizer, o instante em que a alcançarão. É que eles viram essa meta, que, para seus Espíritos, deixou de ser o desconhecido. Todos os fenômenos cuja causa era ignorada foram tidos à conta de maravilhosos. Uma vez conhecida a lei segundo a qual eles se realizam, eles entraram na ordem das coisas naturais. Nada, pois, tem de sobrenatural o dom da predição, mais do que uma imensidade de outros fenômenos. Ele se funda nas propriedades da alma e na lei das relações do Mundo Visível com o Mundo Invisível, que o Espiritismo veio dar a conhecer.  (...)  A teoria da presciência talvez não resolva de modo absoluto todos os casos que se possam apresentar de revelação do futuro, mas não se pode deixar de convir em que lhe estabelece o princípio fundamental. Se não explica tudo, é pela dificuldade, para o homem, de colocar-se nesse ponto de vista extraterrestre; por sua própria inferioridade, seu pensamento, incessantemente arrastado para o atalho da vida material, muitas vezes é impotente para se destacar do solo. A esse respeito, certos homens são como filhotes de aves, cujas asas, demasiado fracas, não lhes permitem elevar-se no ar, ou como aqueles cuja vista é muito curta para ver ao longe, ou, enfim, como aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. Entretanto, com alguns esforços e o hábito da reflexão, lá chegaram: os espíritas, mais facilmente que os outros, podem identificar-se com a Vida Espiritual, que compreendem. Para compreendermos as coisas espirituais, isto é, para delas fazermos ideia tão clara como a que fazemos de uma paisagem que tenhamos ante os olhos, falta-nos em verdade um sentido, exatamente como ao cego de nascença falta um que lhe faculte compreender os efeitos da luz, das cores e da vista, sem o contato. Daí se segue que somente por esforço da imaginação e por meio de comparações com coisas materiais que nos sejam familiares chegamos a consegui-lo. (...) Tal faculdade é inerente ao estado de espiritualização, ou, se o preferirem, de desmaterialização. (..) Portanto, para gozar dessa percepção, não precisa o Espírito transportar-se a um ponto qualquer do espaço. Pode possuí-la em toda a sua plenitude aquele que na Terra se acha ao nosso lado, tanto quanto se achasse a mil léguas de distância, ao passo que nós nada vemos além do nosso horizonte visual. Não se operando a visão, nos Espíritos, do mesmo modo, nem com os mesmos elementos que no homem, muito diverso é o horizonte visual dos primeiros. Ora, é precisamente esse o sentido que nos falece para o concebermos. O Espírito, ao lado do encarnado, é como o vidente ao lado do cego. Devemos, além disso, ponderar que essa percepção não se limita ao que diz respeito à extensão; que ela abrange a penetração de todas as coisas. É, repetimo-lo, uma faculdade inerente e proporcionada ao estado de desmaterialização 

terça-feira, 7 de fevereiro de 2017

QUEM CONFERE CONCORDA

No capítulo três d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, Allan Kardec aconselha para estudo da Doutrina Espírita primeiro O QUE É O ESPIRITISMO; segundo O LIVRO DOS ESPÍRITOS ;  terceiro O LIVRO DOS MÉDIUNS e, quarto, a REVISTA ESPÍRITA. Publicada entre janeiro de 1858 e março de 1869, com recursos próprios o que garantiu que nenhuma interferência pudesse comprometer seu conteúdo, o trabalho ininterrupto constitui-se num instigante documentário complementando as duas principais obras básicas da chamada Codificação. Publicada pela primeira vez em idioma diferente do francês no Brasil em meados dos anos 60, por iniciativa de um idealista – Frederico Gianinni Jr – que investiu na fundação da EDICEL -  Editora Cultural Espírita, após um esforço incomum por mais de uma década do cearense  Júlio de Abreu Filho os diferentes números analisam problemas, responde a contestações, elucida dúvidas de leitores que se multiplicavam se transformando muitos em correspondentes do periódico em vários pontos da Europa e alguns países. Destacamos a seguir algumas afirmações de Kardec desconhecidos por certo de muitos seguidores do Espiritismo.  1- O Espiritismo é o resultado do ensino dos Espíritos, de tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos, não haveria Espiritismo.  (RE; 1866); 2- O grande juiz, o juiz soberano, é a opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e sofrerão a força das circunstâncias. (RE;1859) 3- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de ESPIRITISMO; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (RE; 1866) 4- O médium fez pelo Mundo Invisível o mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. (RE; 1862) 5- Porque não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista, visto que o que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã. (RE; 7/1868) Allan Kardec quando revela a mediunidade como a grande responsável por uma infinidade de fenômenos sem ela inexplicáveis, a apresenta como o sexto sentido, escrevendo, entre outras coisas o seguinte: 1-Sendo o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não e a intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc.  3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido perispiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis.  4- Como os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição.. (RE, 6/1867 ) 5- Amortecido pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de produzir sobre todas as criaturas uma porção de efeitos reputados maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 1864)

Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube

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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

SAÚDE, DOENÇAS E CURA

O Espiritismo demonstrando que as desarmonias físicas podem ser manifestação de processos emanados tanto do Espírito, quanto do perispÍrito (corpo espiritual) quanto do corpo físico amplia sobremaneira o entendimento das doenças experimentadas pelo Ser humano nas múltiplas reencarnações de que se vale para avançar no seu progresso. Na sequencia algumas explicações para nossas reflexões sobre o tema Saúde, Doenças e Cura. 1- Saúde: como definir a partir de uma visão espiritual do Ser humano? Em todos os Planos do Universo, somos Espírito e manifestação, pensamento e forma. Todo mal praticado conscientemente expressa de algum modo, lesão em nossa consciência e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que nos exterioriza o modo de ser. Todos os estados acidentais das formas de que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental que nos é próprio. A Medicina há de considerar o doente como um todo psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar. (AR, 19) Da mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as chamadas glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos garantem a estabilidade do campo celular. Nas criaturas encarnadas esses elementos se consubstanciam nos hormônios diversos que atuam sobre todos os órgãos do corpo físico, através do sangue. (AR, 19) 2- E as doenças: como, com base nas revelações espíritas, entende-las? A maioria das doenças, como todas as misérias humanas, são expiações do presente ou do passado, ou provas para o futuro; são dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas, até que tenham sido saldadas. Aquele, pois, que deve suportar sua provação até o fim não pode ser curado.  São inerentes à grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos. As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos organismos condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela hereditariedade. (RE, 1868) 3- A doença não seria apenas um reflexo da condição mental inferior dos Espíritos na condição humana constituindo-se desse modo numa necessidade no processo evolutivo? Cada qual de nós renasce na Terra a exprimir na matéria densa o patrimônio de bens ou males que incorporamos aos tecidos sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve estudos que remontam ao corpo espiritual, para que não seja um quadro de conclusões falhas ou de todo irreais. (ETC, 10) Milhares de pessoas registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para mais segura acomodação com o menor esforço.  Dizem-se prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em diferentes manifestações, auxiliando-as a cultivar a posição de vítimas, na qual se comprazem.  Isso acontece na maioria dos fenômenos de obsessão. Encarnados e desencarnados se prendem uns aos outros, sob vigorosa fascinação mútua, até que o centro da vida mental se lhes altere.  É por esse motivo que, em muitas ocasiões, as dores maiores são chamadas a funcionar sobre as dores menores, com o objetivo de acordar as almas viciadas nesse gênero de trocas inferiores. (NDM, 14) 4 - E no caso das chamadas doenças de nascença? Doenças de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, entre outras (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo, essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. (ESE, 5, 6)

sábado, 4 de fevereiro de 2017

O OUTRO MAL DO SÉCULO

Confirmado pelas estatísticas como sendo dois dos mais graves problemas de saúde publica da atualidade, a depressão e o suicídio encontram um forte parceiro comprometendo a saúde espiritual das criaturas humanas: a obsessão. Mal revelado pelo Espiritismo, ante a vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, responde inclusive pela intensidade dos dois  problemas citados no início deste comentário, monitorados pela OMS – Organização Mundial da Saúde. Possibilidade ignorada pela importante instituição pode ser melhor entendido nos argumentos lógicos da proposta até certo ponto combatida e desdenhada pelos que representam ciência da nossa Dimensão. Mas como se instala a perturbação espiritual? Allan kardec com a racionalidade de sempre, em artigo com que abre a edição de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, afirma que “ o primeiro ponto que importa nos compenetremos, é da natureza dos espíritos, do ponto de vista moral. Não sendo os espíritos senão as almas dos homens, e não sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o espírito de um homem perverso se transforme subitamente; caso contrário não haveria necessidade de castigo na vida futura. A experiência vem confirmar a teoria ou, melhor dizendo, esta teoria é fruto da experiência. De fato, as relações com o Mundo Invisível nos mostram, ao lado de espíritos sublimes em sabedoria e conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da humanidade. Depois da morte, a alma de um homem de bem será um espírito bom. Do mesmo modo, encarnando-se, um espírito bom será um homem de bem. Pela mesma razão, ao morrer, um homem perverso dará um espírito perverso ao mundo invisível; e um espírito mau, ao se encarnar, não pode transformar-se num homem virtuoso, pelo menos enquanto o espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de melhorar-se. Porque, uma vez entrado na via do progresso, pouco a pouco se despoja de seus maus instintos; eleva-se gradualmente na hierarquia dos espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, porquanto não pode deus ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos visível e invisível se interpenetram e se alternam incessantemente, se assim nos podemos exprimir, e se alimentam mutuamente; ou, melhor dizendo, na realidade esses dois mundos não constituem senão um só, em dois estados diferentes”. Na mesma matéria, Allan Kardec apresenta o segundo ponto da influência perturbadora como sendo o modo recíproco de ação dos Espíritos encarnados e desencarnados. Sabemos que os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso, formando para eles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de perispírito, e cujos elementos são colhidos do fluido universal ou cósmico, princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une a um corpo, aí vive com seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente dito e a matéria corporal; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. Mas o perispírito não está confinado no corpo, como numa caixa; por sua natureza fluídica, ele irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma espécie de atmosfera, como o vapor que dele se desprende. Mas o vapor liberado de um corpo enfermiço é igualmente insalubre, acre e nauseabundo, o que infecta o ar dos lugares onde se reúnem muitas pessoas doentes. Assim como esse vapor é impregnado das qualidades do corpo, o perispírito é impregnado de qualidades, isto é, do pensamento do Espírito, e irradia tais qualidades em torno do corpo. Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. (...) Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. (...) O fluido perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante”. 

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

SONHAR: EXPERIÊNCIA IGNORADA EM SUA AMPLITUDE

O chamado pai da Psicanálise somente revelaria suas hipóteses sobre ele através do livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS lançado em 1899. O Espiritismo, contudo desde 1857 apresentava as informações dos autores das respostas d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, dizendo que do simples cochilo ao sono profundo, o Espírito ligado ao corpo da personalidade de nossa Dimensão, desenvolve experiências nas múltiplas regiões vibratórias que envolvem o Planeta Terra, nas quais se envolve em vivências condizentes com sua realidade mento/emocional naquele momento de sua reencarnação. Mas, porque não retém integralmente os registros destas experiências contra argumentam os céticos? Na terceira obra das construídas pelo Espírito identificado como André Luiz, reproduz parecer do Instrutor Alexandre, personagem central da narrativa em que, entre outras coisas, sobre as limitações mentais do homem pondera que nele “é reduzida a capacidade sensorial. O homem eterno guarda a lembrança completa e conserva consigo todos os ensinamentos, intensificando- os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é próprio. O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si, variando de alma para alma. Entretanto, cabe-me acrescentar que, na memória de todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício, ainda mesmo que eles, no período de vigília, não consigam positivar a origem”.  No ultimo dos livros organizado por André Luiz cujo título é E A VIDA CONTINUA (1969, feb), no capítulo 26, a descrição de como se operam algumas experiências além do sono físico, sob diferentes ângulos: o antes, o durante e o depois. Reflitamos sobre o caso descrito: -“Noite alta no Plano Físico... Mariana, em desdobramento espiritual através do sono comum, penetrou a sala em que Ribas e os amigos a esperavam. Escoltada carinhosamente por um mensageiro, a recém-chegada não poderia apresentar-se de maneira mais simples. Ao defrontar-se com os Benfeitores, deteve-se perante Ribas, com a lucidez que lhe era possível, e, magnetizada talvez por aquele olhar brando e sábio, ajoelhou e pediu-lhe a bênção. O Mentor, recalcando a emoção de que fora tangido, afagou-lhe a fronte, rogou a Jesus para que a protegesse e recomendou: – Levante-se, Mariana, temos algo a conversar... Ao vê-la convenientemente sentada, o Orientador apresentou-lhe Evelina e Ernesto, demorando-se, todavia, a salientar Evelina, a fim de que ela lhe guardasse mais vivamente a figura na tela da memória, quando tornasse ao corpo denso: – Esta é a irmã que velará por você, na próxima gravidez. Por favor, Mariana, esforce-se para retê-la na lembrança!... A interpelada fitou-a com simpatia e implorou: – Anjo de Deus, compadecei-vos de mim!... A filha de Brígida, emocionada, retificou, de olhos úmidos: – Mariana, não sou um anjo, sou apenas sua irmã. A jovem mãe, cujo corpo descansava no mundo de matéria grosseira, como que espiritualmente muito distante da formosa paisagem doméstica, a que se acolhia, para deter-se tão-só na alegria de ser útil, voltou-se para Ribas, com quem já tivera entendimentos anteriores, e notificou, tomada de apreço filial: – Meu pai, cumprirei a vontade de Deus, recebendo mais um filho, e aguardo a vossa proteção. Joaquim, meu esposo, está mais fraco, mais doente... Lavo e passo, trabalho quanto posso, mas ganho pouco... Quatro filhos pequenos!... Ignoro se já sabeis, mas nosso barraco não está resistindo às chuvas... Quando o vento atravessa as paredes rachadas, Joaquim piora, tosse muito!... Não estou a queixar-me, meu pai, mas peço o vosso auxílio!... – Oh! Mariana – respondeu o Mentor, sensibilizado –, não tema! Deus não nos abandona! Seus filhinhos serão sustentados e, muito em breve, você e Joaquim estarão numa casa grande... – Confio em Deus e em vós!... Não sabia a devotada criatura que o Instrutor se reportava à próxima desencarnação do casal, quando, por merecimento genuíno, teriam os dois cônjuges novo domicílio na Vida Maior. Mariana voltou, agora custodiada também por Evelina e Fantini, à rústica habitação que o vento castigava e, em retomando o corpo, o coração bateu-lhe descompassado, ante o júbilo que se lhe represava no peito, e acordou o marido: Joaquim!... Joaquim!... E, enquanto ele, estremunhado, articulava monossílabos: – No sonho, acabei de encontrar o velho que já vi outras vezes... Ele disse que vamos ter mais um filho!... – Que mais? – Disse que nós dois vamos ter uma casa grande... Ele riu-se e aditou, ignorando que abordava a realidade: – Ah! minha mulher!... Casa grande? só se for no outro mundo... Os visitantes desencarnados sorriram...