Eu,
você, todos nós chegaremos ao mesmo momento. Questão de tempo. As religiões de
modo geral se serviram do fato para dominar, atemorizar e explorar a fé
irracional das criaturas humanas. O Espiritismo, há 160 anos tem procurado
demonstrar que como dito por psiquiatra americano, morrer “nada mais é que abrir uma
porta e passar a outra sala”. Como uma mudança de cidade de forma imprevista.
Na sequência do trabalho SOBRE A MORTE E O MORRER – as respostas que o ESPIRITISMO dá,
destacamos algumas informações extremamente úteis pelo seu teor esclarecedor.
Vejamos: 1- Porque
tememos a morte? Tal
temor é algo natural, consequência do instinto de conservação comum a todos os
seres vivos. É necessária enquanto o homem não for bastante esclarecido quanto
às condições da vida futura, como contra peso ao arrastamento que, sem esse
freio o levaria a deixar prematuramente a vida terrestre, e a negligenciar o trabalho daqui, que deve servir para o seu
adiantamento. Sua intensidade resulta do atavismo trazido de vidas anteriores
pelo fato do tema ter se transformado num instrumento religioso de controle
social, especialmente no lado Ocidental da Terra. 2- Como nos livramos dele? Para libertar-se desta
apreensão, deve-se poder encará-la sob seu verdadeiro ponto de vista, isto é,
ter penetrado pelo pensamento no Mundo Invisível e dela ter feito uma ideia tão
exata quanto possível, o que denota no Espírito encarnado um certo desenvolvimento
e uma certa aptidão para se desprender da matéria. Nos que não são
suficientemente avançados, a vida material ainda predomina sobre a vida
espiritual. 3- Esse sentimento tende a desaparecer com a evolução do Espírito? A
apreensão da morte depende da insuficiência das noções sobre a vida futura.
Enfraquece à medida que se forma a certeza; desaparece quando a certeza é
completa. À medida que o homem melhor compreende a vida futura, diminui a
apreensão da morte. 4- A educação desde a infância pode
mudar isso? Naturalmente,
visto que outra razão para alimentar-se este medo se deve à impressão, que as
pessoas conservam do ensino que lhes foi dado ou não desde a infância. 5 – A informação de que no programa reencarnatório a ser cumprido pela
criatura na nossa Dimensão prevê a hora da morte é válida? Dentre as revelações obtidas por Allan Kardec
incluídas n’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, na questão 853, encontramos que “não há de fatal, no verdadeiro sentido da palavra, senão o
instante da morte, momento que quando chega, seja por um meio ou por outro, não
poderemos nos livrar”. Anos depois, o Instrutor Espiritual Emmanuel,
através do médium Chico Xavier, esclareceria que “a
morte, em geral, ocorre sempre no instante determinado. Há, todavia, exceções e
essas se verificam segundo o livre arbítrio do homem. A liberdade individual
está, pois, acima de todas as circunstâncias e, daí, se depreende a necessidade
da educação da vontade e disciplina de emoções de cada um”. 6 - Supondo-se que a existência do Espírito seja real, qual a
situação dos Espíritos encarnados cujos corpos ficam meses, e até anos em
estado de coma? Dependerá da sua situação mental. Há
casos em que o Espírito permanece como aprisionado ao corpo, dele não se
afastando até que permita receber auxílio dos Benfeitores Espirituais. São
pessoas, em geral, muito apegadas à vida material e que não se conformam com a
situação. Em outros casos, os Espíritos, apesar de manterem uma ligação com o
corpo físico, por intermédio do períspirito, dispõem de uma relativa liberdade.
Em muitas ocasiões, pessoas saídas do coma descrevem paisagens e contatos com
seres que já os precederam na passagem para a vida Espiritual. É comum que após
essas experiências elas passem a ver a vida com novos olhos, reavaliando seus
valores íntimos. Em qualquer das circunstâncias, o Plano Espiritual sempre
estende seus esforços na tentativa de auxílio. Daí a importância da prece, do
equilíbrio, da palavra amiga e fraterna, da transmissão de paz, das
conversações edificantes para que haja maiores condições ao trabalho do Bem que
se direciona, nessas horas, tanto ao enfermo como aos encarnados (familiares e
médicos)
Compartilhamento de informações reveladoras disponibilizadas pelo Espiritismo ampliando nosso nivel cultural
faça sua pesquisa
sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017
quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017
INERENTE À ESPÉCIE HUMANA
Rejeitado facilmente através
do combate da milenar escola religiosa do lado Ocidental da Terra com os
argumentos de que “seria coisa do Demônio”, “que mediunidade levava à loucura”,
o Espiritismo rompeu a barreira do preconceito e intolerância, floresceu no
Brasil e, após 160 anos, embora reconhecido pela sua atuação social, prossegue
ignorado em sua essência, aquela capaz de desenvolver a fé raciocinada, levando
a criatura humana de forma consciente na direção de sua própria iluminação
espiritual. Tal quadro sobre a fase europeia do Espiritismo na época de seu
início pode ser deduzido na leitura da REVISTA
ESPIRITA, na qual Allan Kardec publica na edição de março
de 1863 o artigo abaixo destacando inclusive a péssima qualidade
doutrinária das obras literárias produzidas em nome de ‘revelações espirituais’,
de onde destacamos alguns importantes argumentos: -“ Nada poderia prevalecer contra
o destino providencial do Espiritismo. Do mesmo modo que ninguém pode impedir a
queda daquilo que, pelos decretos divinos – homens, povos ou coisas – deve
cair, ninguém pode deter a marcha daquilo que tem de avançar. Em relação ao
Espiritismo, esta verdade ressalta dos fatos realizados e, muito mais ainda, de
outro ponto capital. Se o Espiritismo fosse uma simples teoria, um sistema,
poderia ser combatido por outro sistema; mas repousa sobre uma lei da Natureza,
tão bem quanto o movimento da Terra. A
existência dos Espíritos é inerente à espécie humana; não se pode impedir que
existam, como não se lhes pode impedir a manifestação, do mesmo modo que não se
impede o homem de marchar. Para isso não necessitam de nenhuma permissão e se
riem de toda proibição, pois não se deve perder de vista que, além das
manifestações mediúnicas propriamente ditas, há manifestações naturais e
espontâneas, que se produziram em todos os tempos e que se produzem diariamente
num grande número de pessoas que jamais ouviu falar de Espíritos. Quem, pois,
poderia opor-se ao desenvolvimento de uma lei da Natureza? Sendo obra de Deus,
insurgir-se contra ela é revoltar-se contra Deus. Estas considerações explicam
a inutilidade dos ataques dirigidos contra o Espiritismo. O que os espíritas
têm a fazer em presença dessas agressões é continuar pacificamente seus
trabalhos, sem fanfarrice, com a calma e a confiança dadas pela certeza de
chegar ao fim. Todavia, se nada pode deter a marcha geral, há circunstâncias
que podem provocar entraves parciais, como uma pequena barragem pode retardar o
curso de um rio, sem o impedir de correr. Deste número são as atitudes
irrefletidas de certos adeptos, mais zelosos que prudentes, que não calculam bem
o alcance de seus atos ou de suas palavras, produzindo, por isso mesmo, uma
impressão desfavorável sobre as pessoas ainda não iniciadas na doutrina. (...) Nunca
seria demais recomendar aos espíritas que refletissem maduramente antes de
agir. Em tais casos manda a prudência não confiar em sua opinião pessoal. (...)
Crer em sua própria infalibilidade, recusar o conselho da maioria e persistir
num caminho que se demonstra mau e comprometedor, não é a atitude de um
verdadeiro espírita. Seria dar prova de orgulho, se não de obsessão. Entre as inabilidades é preciso colocar em primeira
linha as publicações intempestivas ou excêntricas, por serem os fatos de maior
repercussão. Nenhum espírita ignora que os Espíritos estão longe de possuir a
soberana ciência; muitos dentre eles sabem menos que certos homens e, como
certos homens também, têm a pretensão de tudo saber. Sobre todas as coisas têm
sua opinião pessoal, que pode ser justa ou falsa. Ora, ainda como os homens, em
geral os que têm idéias mais falsas são os mais obstinados. Esses pseudo-sábios
falam de tudo, constroem sistemas, criam utopias ou ditam as coisas mais
excêntricas, sentindo-se felizes quando encontram intérpretes complacentes e
crédulos que lhes aceitam as elucubrações de olhos fechados. Esse tipo de
publicação tem grave inconveniente, pois o médium, iludido e muitas vezes
seduzido por um nome apócrifo, tem-na como coisa séria, de que se apodera a
crítica prontamente para denegrir o Espiritismo, ao passo que, com menos
presunção, bastaria que se tivesse aconselhado com os colegas para ser
esclarecido. É muito raro, neste caso, que o médium não ceda às injunções de um
Espírito que, ainda como certos homens, quer ser publicado a qualquer preço.
Com mais experiência ele saberia que os Espíritos verdadeiramente superiores
aconselham, mas não impõem nem adulam jamais, e que toda prescrição imperiosa é
um sinal suspeito. Quando o Espiritismo estiver completamente implantado e
conhecido, as publicações desta natureza não terão mais inconvenientes que os
maus tratados de Ciência em nossos dias”.
segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017
ALLAN KARDEC E O SEXTO SENTIDO
Pele, olhos, ouvidos, língua, nariz são os sensores
apontados pelo nossa Ciência como os responsáveis por captar as vibrações do
mundo exterior e leva-las ao cérebro em forma de percepções para identificação
e providências na relação do Ser humano com o meio. Quando do surgimento do
Espiritismo, porém, Allan Kardec baseado nas observações e
informações dadas pelos Espíritos propôs a existência de um sexto sentido
que através de outro sensor - sabe-se hoje a glândula pineal ou
epífise neural - , interno no corpo humano, colocava as criaturas em relação com o
Mundo Invisível. Graças a isso entendemos sua afirmação n’ O EVANGELHO
SEGUNDO O ESPIRITISMO de que a mediunidade
faz parte da condição orgânica de qualquer pessoa. Qualquer um a pode ter,
assim como vê, ouve e fala, e, n’ A GÊNESE de
que os fenômenos espirituais são as mais das
vezes espontâneos e se produzem sem nenhuma ideia preconcebida da parte das
pessoas com quem eles se dão e que, em regra, são as que neles menos pensam.
Essa a razão porque para Allan Kardec, todo individuo que, desta ou daquela maneira, sofre a
influência dos Espíritos, é, por isto mesmo, médium, podendo dizer-se que todo mundo é médium. Acrescenta
ainda que os médiuns são os intérpretes dos
Espíritos; suprem-lhes os organismos materiais que lhes faltam para transmitir
suas instruções; eis porque são capacitados com percepção para esse fim. Do extraordinário
acervo legado aos estudiosos da Doutrina Espírita através da REVISTA
ESPÍRITA, destacamos alguns de seus comentários provando sua proposição: 1-Sendo o homem composto de Espírito,
períspirito e corpo, durante a vida as percepções se produzem, ao mesmo tempo, pelos
sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os
sentidos orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito
continua a perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza aumenta em razão do
desprendimento da matéria. 2- Por
este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos
Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não, em seus pressentimentos e a
intuição das coisas futuras ou ausentes; que se exercem a fascinação, a ação
magnética inconsciente e involuntária, a penetração do pensamento, etc. 3- O
sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o fluido espiritual,
como a visão física tem por agente o fluido luminoso. Assim como a radiação do
fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas impressões. Esse fluido,
como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas propriedades sui generis. 4- Como os outros sentidos, é mais ou menos
desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme os indivíduos, mas todo mundo o
possui. Longe de ser a regra, sua inatividade é a exceção, e pode ser
considerada como uma enfermidade, assim como a ausência da vista e da audição. (RE, 6/1867) 5- Amortecido
pela predominância da matéria, o sentido espiritual não deixa de
produzir sobre todas as criaturas uma porção de feitos reputados maravilhosos,
por falta de conhecimento do princípio. (RE; 10/1864) Já no século XX, o Espírito conhecido como
André Luiz, através do médium Chico Xavier, repassaria em
seus livros mais alguns elementos importantes: 1- O pensamento em si é a base de todas as
mensagens silenciosas da ideia, nos maravilhosos planos da intuição, entre os
seres de toda espécie. (NL; 37) 2- A
intuição é o disco milagroso da consciência, funcionando livremente,
retransmitindo sugestões (Li;
13) 3- A
mediunidade mais estável e mais bela começa entre os homens, no império da
intuição pura. (NMM;9)
sábado, 18 de fevereiro de 2017
CARMA E ESPIRITISMO
Recorrente
em palestras espíritas, artigos e livros, a palavra “Carma” é associada aos
graves problemas enfrentados pelas criaturas humanas. Nem sempre, entretanto,
sua abordagem se faz dentro da racionalidade e lógica característica do
Espiritismo. Do trabalho A LEI DE CAUSA E EFEITO – AS RESPOSTAS QUE O
ESPIRITISMO DÁ, destacamos algumas questões
que elucidam muitas dúvidas. Vamos a elas:
1-Qual a relação do chamado Carma com a visão
do Espiritismo sobre a Lei de Causa e Efeito? O “carma”, expressão vulgarizada entre os
hindus, em sânscrito quer dizer “ação”. A rigor, designa “causa e efeito”, de
vez que toda ação ou movimento deriva de causa ou impulsos anteriores. Para
nós expressará a conta de cada um, englobando os créditos e os débitos que, em
particular, nos digam respeito. Há conta dessa natureza, não
apenas catalogando e definindo individualidades, mas também povos e raças,
estados e instituições. Para melhor
entender o “carma” ou “conta do destino criada por nós mesmos”, convém lembrar
que o Governo da Vida possui igualmente o seu sistema de contabilidade, a se
lhe expressar no mecanismo de justiça inalienável, dispondo de sábios departamentos
para relacionar, conservar, comandar e engrandecer a Vida. Nas sublimadas regiões de cada Orbe entregue
à inteligência e à razão, ao trabalho e ao progresso dos filhos de Deus,
fulguram os gênios angélicos, encarregados do rendimento e da beleza, do
aprimoramento e da ascensão da Obra Excelsa, com ministérios apropriados à
concessão de empréstimos e moratórias, créditos especiais e recursos
extraordinários a todos os Espíritos encarnados ou desencarnados, que os
mereçam, em função dos serviços referentes ao Bem Eterno. Nas regiões atormentadas, varridas por
ciclones de dor regenerativa, temos os poderes competentes para promover a
cobrança e a fiscalização, o reajustamento e a recuperação de quantos se fazem
devedores complicados ante a Divina Justiça (AR) 2- Existindo esses Departamentos de
Justiça, como interpretar o argumento de que somos os arquitetos do nosso
próprio destino? A
morte funciona como juiz inexorável, transferindo os bens de certas mãos para
outras e marcando com inequívoca exatidão o proveito que cada Espírito extrai
das vantagens e concessões que lhe foram entregues pelos Agentes da Infinita
Bondade. Aí, vemos os princípios de
causa e efeito, em toda a força de sua manifestação, porque, no uso ou no abuso
das reservas da vida que representam a eterna Propriedade de Deus, cada alma
cria na própria consciência os créditos e os débitos que lhe atrairão
inelutavelmente as alegrias e as dores, as facilidades e os obstáculos do
caminho. Quanto mais amplitude em
nossos conhecimentos, mais responsabilidade em nossas ações. Através
de nossos pensamentos, palavras e atos, que fluem, invariáveis, do coração,
gastamos e transformamos constantemente as energias do Senhor, em nossa viagem
evolutiva, nos setores da experiência, e, do quilate de nossas intenções e
aplicações, nos sentimentos e práticas da marcha, a vida organiza, em nós
mesmos, a nossa conta agradável ou desagradável ante as Leis do Destino. 3 - Sendo o primeiro
impacto experimentado pelo Espirito os
efeitos de suas ações insensatas após a morte física qual o critério determinante de sua intensidade? Não
há uma única imperfeição da alma que não importe tristes e inevitáveis
consequências, como não há uma só qualidade boa que não seja fonte de um gozo. A soma das penas é, assim, proporcional à
soma das imperfeições, como a dos gozos à das qualidades. A
alma que tem dez imperfeições, por exemplo, sofre mais do que a que tem três ou
quatro; e quando dessas dez imperfeições não lhe restar mais que metade ou um
quarto, menos sofrerá. De todo extintas, então a alma será perfeitamente feliz. Dependendo o sofrimento da imperfeição, como
o gozo da perfeição, a alma traz consigo o próprio castigo ou prêmio, onde quer
que se encontre, sem necessidade de lugar circunscrito. O bem e o mal que fazemos decorrem das
qualidades que possuímos. Não fazer o bem quando
podemos é, portanto, o resultado de uma imperfeição. Se toda imperfeição é
fonte de sofrimento, o Espírito deve sofrer não somente pelo mal que fez como
pelo bem que deixou de fazer na vida terrestre. Sendo
infinita a justiça de Deus, o bem e o mal são rigorosamente considerados, não
havendo uma só ação, um só pensamento mau que não tenha consequências fatais,
como não há uma única ação meritória, um só bom movimento da alma que se perca,
mesmo para os mais perversos, por isso que constituem tais ações um começo de
progresso. Toda
falta cometida, todo mal realizado é uma dívida contraída que deverá ser paga;
se o não for em uma existência, sê-lo-á na seguinte ou seguintes, porque todas
as existências são solidárias entre si. Aquele que se quita numa existência não
terá necessidade de pagar segunda vez. O
Espírito sofre, quer no mundo corporal, quer no espiritual, a consequência das
suas imperfeições.
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017
AGENERE: SERÁ POSSÍVEL?
Contra fatos não há
argumentos. E a história contada por Allan Kardec na edição de fevereiro
de 1859 da REVISTA ESPÍRITA
ilustra isso. Conta ele: Uma pobre mulher estava na igreja de São
Roque e rogava a Deus que a auxiliasse em sua aflição. À saída, na rua Saint
Honoré, encontra um senhor que a aborda e lhe diz: “Boa mulher, ficaríeis
contente se arranjasses trabalho?” – “Ah! meu bom senhor” – responde ela –
“peço a Deus que me conceda esse favor, porque estou muito necessitada.” –
“Pois bem! Ide a tal rua, número tanto. Procurai a senhora T...: ela vos dará
trabalho.” Então continuou seu caminho. A pobre mulher dirigiu-se sem demora ao
endereço indicado. – “Com efeito, tenho um trabalho para mandar fazer” – diz a
senhora em questão – “mas como não o dissera a ninguém, como pôde a senhora vir
me procurar?” Então a pobre indigente, avistando um retrato suspenso à parede,
respondeu: – “Senhora, foi esse cavalheiro que me enviou aqui.” – “Esse
cavalheiro!” – replicou espantada a senhora – “Mas isso não é possível; este é
o retrato de meu filho, morto há três anos.” – “Não sei como pode ser isto, mas
vos asseguro que foi esse senhor que acabei de encontrar ao sair da igreja,
onde tinha ido pedir a Deus que me assistisse. Ele me abordou e foi ele mesmo
que me mandou aqui”. A respeito, Kardec comenta: -“Conforme o que acabamos de ver,
nada haveria de surpreendente em que o Espírito do filho daquela senhora, a fim
de prestar um serviço à pobre mulher, da qual sem dúvida ouvira a prece, lhe
tivesse aparecido sob a forma corpórea para indicar-lhe o endereço da própria
mãe. Em que se transformou depois? Sem dúvida no que era antes: um Espírito, a
menos que, continuando seu passeio, tenha julgado conveniente mostrar-se a
outras pessoas sob a mesma aparência. Essa mulher teria, assim, encontrado um agênere, com o qual havia conversado. Mas, então –
dirão – por que não se teria apresentado à sua mãe? Nessas circunstâncias os
motivos determinantes dos Espíritos nos são completamente desconhecidos. Agem
como bem lhes pareça, ou melhor, como disseram, em virtude de uma permissão sem
a qual não podem revelar sua existência de modo material. Compreende-se,
ademais, que sua visão poderia causar à mãe perigosa emoção. E quem sabe se não
se apresentou a ela durante o sono ou de qualquer outro modo? E, aliás, não
terá sido um meio de lhe revelar sua existência? É muito provável que tenha
testemunhado aquela conversa entre as duas senhoras. O assunto seria
aprofundado na próximo trabalho publicado pelo sistematizador do Espiritismo em
1861: O LIVRO DOS MÉDIUNS. Quando da
abordagem na publicação mensal mantida por Allan Kardec, aproveitou para ouvir
o responsável pelas atividade da Sociedade Espírita da Paris, São
Luiz. Da entrevista de 16 perguntas, destacamos algumas das informações
prestadas pela entidade. Sobre a possibilidade de Espíritos desencarnados
aparecerem corporalmente em outros locais e a outras pessoas além da sua
família? Esclareceu que “sim, sem dúvida; não
dependendo, porém de sua vontade”, por ser “o poder dos Espíritos é limitado; só fazem o que lhes é
permitido fazer”; que podem pertencer à
classe dos Espíritos inferiores ou superiores; que são fatos raros, existindo
exemplos na própria Bíblia; que
um eventual ferimento mortal que sofresse o faria desaparecer subitamente;
“que
como Espíritos têm as paixões dos Espíritos, conforme
sua inferioridade, algumas vezes tomando um corpo aparente é para fruir as
paixões humanas; se são elevados, é com um fim útil que o fazem; que não podem procriar, o que seria contrário às leis que
estabelecidas na Terra que não podem ser
derrogadas; não havendo um meio de o reconhecer a não ser que seu
desaparecimento se fizesse de modo inesperado; que o objetivo que pode levar certos Espíritos a tomar esse
estado corporal é frequentemente o mal; os Espíritos bons têm a seu favor a
inspiração; agem pela alma e pelo coração; que os Espíritos que protagonizam tais fenômenos só têm o poder
que lhes faculta a sua posição como Espírito; que não tem necessidade real de alimento, pois, seu corpo não é real; que tais fatos são excessivamente raros e jamais têm um caráter
de permanência, e, finalmente, que o
Espírito familiar protetor não dispõe de recursos interiores algumas vezes toma
essa forma.
terça-feira, 14 de fevereiro de 2017
O SURPREENDENTE E INCANSÁVEL CHICO XAVIER
Além das riquíssimas informações
sobre sua atividade no campo do livro espírita, Chico Xavier foi protagonista
de inúmeros fatos testemunhados por inúmeras pessoas mostrando a diversidade de
suas percepções no campo da mediunidade. No depoimento de pessoas cuja credibilidade
é insuspeita, recolhemos algumas passagens do conhecimento dos que as
testemunharam. Alguns estão preservados no livro LUZ BENDITA (ideal,1977), organizado pelo querido amigo Rubens
Silvio Germinhasi para celebrar o cinquentenário do trabalho ininterrupto
de Chico
Xavier. Pertencem à hoje também desencarnada Maria Philomena Aluotto Beruto,
dirigente por várias décadas da UEM- União Espírita Mineira, no estado de Minas
Gerais. Dentre suas lembranças ali
contidas, destacamos duas. Diz ela: - Valendo-nos da oportunidade de nossa
presença em sua casa, em Uberaba outro acontecimento mediúnico. Encontrava-se
ali o comandante Santinônimo (assim entendemos o seu nome), que nos relatou
singular ocorrência. Aterrisara ele seu avião em pequena cidade do interior do
Maranhão, a fim de pernoitar e levantar voo na manhã seguinte. Como a
temperatura estivesse elevada, deixou aberta a janela do quarto, pensando
fechá-la mais tarde, antes de adormecer, o que não fez, porque dormiu
profundamente. Mais ou menos às 4 horas da madrugada, despertando, lembrou-se
da janela aberta. Levantou-se para fechá-la, mas verificou, surpreso, que
estava fechada. Estranhou, naturalmente, o fato, mas logo o esqueceu. Semanas
depois foi a Uberaba para visitar o Chico, que o recebeu com as seguintes palavras:
"Meu caro Santinônimo, que susto você me deu,
deixando aberta a janela do hotel! Receoso de que algo lhe acontecesse, fui
fechá-la, enquanto você dormia! Relato, agora. outro episódio
revelador da personalidade espiritual de Chico Xavier, ocorrido por ocasião de
sua vinda a capital mineira para receber, na Secretaria de Saúde, em 8 de
novembro de 1974, o diploma de Cidadão de Belo Horizonte. Dia seguinte, visitou
a União Espírita Mineira. Após 7 horas de atendimento aos que o procuravam, com
a bondade de sempre, fomos surpreendidos com ruidosa manifestação em um grupo
de pessoas que vinham em nossa direção. Empunhando uma arma, alguém bradava:
"Ninguém vai tocarem Chico Xavier: Eu o defenderei de qualquer um. Ele é
um santo!" Notava-se o desequilíbrio da pessoa, o que aumentava a apreensão
de todos, especialmente porque em sua mão havia a
realidade de uma arma de fogo, de grosso calibre... A movimentação aumenta no
recinto, uns se apavorando, outros procurando
correr, e outros, ainda, tentando controlar a
pessoa. O Chico, tranquilo, afasta-se um pouco do grupo e põe se em silêncio,
permanecendo, contudo, no recinto. Descemos ao
andar térreo pensando em providências defensivas,
e, para, nosso alívio, um jipe com militares da PMMG
estaciona junto ao meio-fio e os seus ocupantes, comandados
por um distinto sargento, vêm ao nosso encontro,
sendo recebidos com as seguintes palavras:
"Graças a Deus vocês chegaram em boa hora: estamos com problemas
lá em cima!" E
antes de qualquer explicação, para surpresa, nossa, o Chefe da
Patrulha fala: "Não tem nada
não, vamos subir. O senhor Chico Xavier FOI NOS CHAMAR NA ESTAÇÃO RODOVIÁRIA,
onde nos encontrávamos em serviço de ronda. Viemos logo atender ao
chamado!" Fora
evidente o fenômeno de bilocação. Em poucos
minutos a situação normalizava-se. O difícil foi
impedir os nossos estarrecidos comentários...
domingo, 12 de fevereiro de 2017
VIVÍAMOS ANTES, VIVEREMOS DEPOIS
Apontado no seu surgimento como causador da loucura a quem o seguisse, o
Espiritismo, na verdade representa um importante auxiliar para a compreensão
dos fatores determinantes da mesma quando diz ser a vida física a continuação
de um processo objetivando a evolução do Espírito. Enfim, vivíamos antes,
viveremos depois experimentando os efeitos de nossas ações. Na sequência
destacamos do trabalho TRANSTORNOS MENTAIS
PATOLOGICOS E OBSESSIVOS – as respostas que o Espiritismo dá, disponível
no YOUTUBE alguns argumentos para termos uma ideia da importância da
revolucionária proposta apresentada por Allan Kardec: 1- Na REVISTA
ESPÍRITA de dezembro de 1864, Allan Kardec escreve que “sem o pensamento o Espírito não seria Espírito, sendo o atributo
característico do Ser Espiritual que, por sua vez, distingue o Espírito da
matéria”, acrescentando
que Vontade “é o pensamento chegado a um
certo grau de energia, é o pensamento transformado em força motriz”. Então o pensamento não é uma reação fisiológica? O pensamento não está no cérebro, como não
está na caixa craniana. O cérebro é o instrumento do
pensamento, como o olho é o instrumento da visão, e o crânio é a superfície
sólida que se molda aos movimentos do instrumento. Se o
instrumento for danificado, não se dá a manifestação, exatamente como, quando
se perdeu um olho, não se pode mais ver. (RE;
7/1860) O pensamento é... a - preexistente
e sobrevivente ao organismo. Este ponto é capital. (RE;3/1867) b - força viva, em toda parte; atmosfera
criadora que envolve tudo e todos. (NL, 37) c - força
criadora de nossa própria alma. d - a
continuação de nós mesmos, através da qual, atuamos no meio em que vivemos e
agimos, estabelecendo o padrão de nossa influência, no bem ou no mal. (L;
17) f e - matéria, a matéria mental, compondo
maravilhoso mar de energia sutil em que todos nos achamos submersos”. (MM;4) f- fluxo energético do campo espiritual dos
seres criados, se graduando nos mais diferentes tipos de onda, passando pelas oscilações curtas, médias e longas em
que se exterioriza a mente humana, até as ondas fragmentárias dos animais, cuja
vida psíquica ainda em germe, somente arroja de si determinados pensamentos ou
raios descontínuos. (MM;4) g - vibração e transmite-se por onda, que só
excita as vibrações de ondas afins. (GS;145) 2-
Onde se forma o pensamento ? - As
fontes do pensamento procedem de origens excessivamente complexas. E, nesse sentido, cada
criatura humana, nos serviços comuns, reflete o núcleo de vida invisível a que
se encontra ligada de mente e coração. Assim, as esferas dos
encarnados e desencarnados se interpenetram em toda a parte. (PC) Observa,
pois, os próprios impulsos. Desejando,
sentes. Sentindo, pensas. Pensando, realizas. Realizando, atrais. Atraindo,
refletes. E
refletindo, estendes a própria influência, acrescida, dos fatores de indução do
grupo com que te afinas. O pensamento, é portanto, nosso cartão de visita. (SM,2) Todo
Espírito, na condição evolutiva em que nos encontramos, é governado
essencialmente por três fatores específicos, ou, mais propriamente, a
experiência (conjunto de nossos próprios pensamentos); o estímulo
(circunstância que nos impele a pensar) e a inspiração (conjunto dos
pensamentos alheios que aceitamos e procuramos). (SM,38) 3- Na
relação da Individualidade consigo mesma, a partir de certo nível de evolução,
o ser pode experimentar graus variados de insanidade. Como distinguir a loucura
patológica da loucura obsessiva? A
primeira resulta de uma desordem nos órgãos de manifestação do pensamento. Notemos que, nesse estado de
coisas, não é o Espírito que é louco; ele conserva a plenitude de suas
faculdades, como o demonstra a observação; apenas estando desorganizado o
instrumento de que se serve para manifestar-se, o pensamento, ou, melhor
dizendo, a expressão do pensamento é incoerente. Na loucura obsessiva não há
lesão orgânica; é o próprio Espírito que se acha afetado pela subjugação de um
Espírito estranho, que o domina e subjuga. No
primeiro caso, deve-se tentar curar o órgão enfermo; no segundo basta livrar o
Espírito doente do hóspede importuno, a fim de lhe restituir a liberdade. Casos semelhantes são muito
frequentes e muitas vezes tomados como loucura o que não passa de obsessão,
para a qual deveriam empregar meios morais e não duchas. Pelo tratamento físico e,
sobretudo, pelo contato com os verdadeiros alienados, muitas vezes tem sido
determinada uma verdadeira loucura onde esta não existia. Abrindo novos horizontes a
todas as ciências, o Espiritismo vem, também, elucidar a questão tão obscura
das doenças mentais, ao assinalar-lhes uma causa que, até hoje, não havia sido
levada em consideração – causa real, evidente, provada pela experiência e cuja
verdade mais tarde será reconhecida. (RE,
3/1862)
sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017
COMO É POSSÍVEL PREVER O FUTURO?
Abrindo o número de maio
de 1864 da REVISTA ESPÍRITA,
Allan
Kardec na habitual linha de racionalidade com que sempre trata os
assuntos sobre os quais fala, analisa a questão da previsibilidade do futuro.
Formula a Teoria da Presciência. Na sua abordagem, entre outras coisas,
explica: -“Como o homem tem de concorrer para o progresso geral, como certos
acontecimentos devem resultar da sua cooperação, pode acontecer que, em casos
especiais, ele pressinta esses acontecimentos, a fim de lhes preparar o
encaminhamento e de estar pronto a agir, em chegando a ocasião. Por isso é que
Deus, às vezes, permite se levante uma ponta do véu; mas, sempre com fim útil,
nunca para satisfação da vã curiosidade. Tal missão pode, pois, ser conferida,
não a todos os Espíritos, porquanto muitos há que do futuro não conhecem mais
do que os homens, porém a alguns Espíritos bastante adiantados para
desempenhá-la. Ora, é de notar-se que as revelações dessa espécie são sempre
feitas espontaneamente e jamais, ou, pelo menos, muito raramente, em resposta a
uma pergunta direta. Pode também semelhante missão ser confiada a certos
homens, desta maneira: Aquele a quem é dado o encargo de revelar uma coisa
oculta recebe, à sua revelia e por inspiração dos Espíritos que a conhecem, a
revelação dela e a transmite maquinalmente, sem se aperceber do que faz. É
sabido, ao demais, que, assim durante o sono, como em estado de vigília, nos
êxtases da dupla vista, a alma se desprende e adquire, em grau mais ou menos
alto, as faculdades do Espírito livre. Se for um Espírito adiantado, se,
sobretudo, houver recebido, como os profetas, uma missão especial para esse
efeito, gozará, nos momentos de emancipação da alma, da faculdade de abarcar,
por si mesmo, um período mais ou menos extenso, e verá, como presente, os
sucessos desse período. Pode então revelá-los no mesmo instante, ou conservar
lembrança deles ao despertar. Se os sucessos hajam de permanecer secretos, ele
os esquecerá, ou apenas guardará uma vaga intuição do que lhe foi revelado,
bastante para o guiar instintivamente. É assim que em certas ocasiões essa
faculdade se desenvolve providencialmente, na iminência de perigos, nas grandes
calamidades, nas revoluções, e é assim também que a maioria das seitas
perseguidas adquire numerosos videntes. É ainda por isso que se veem os grandes
capitães avançar resolutamente contra o inimigo, certos da vitória; que homens
de gênio, por exemplo, Cristóvão Colombo, caminham para uma meta, anunciando
previamente, por assim dizer, o instante em que a alcançarão. É que eles viram
essa meta, que, para seus Espíritos, deixou de ser o desconhecido. Todos os
fenômenos cuja causa era ignorada foram tidos à conta de maravilhosos. Uma vez
conhecida a lei segundo a qual eles se realizam, eles entraram na ordem das
coisas naturais. Nada, pois, tem de sobrenatural o dom da predição, mais do que
uma imensidade de outros fenômenos. Ele se funda nas propriedades da alma e na
lei das relações do Mundo Visível com o Mundo Invisível, que o Espiritismo veio
dar a conhecer. (...) A teoria da presciência talvez não resolva de
modo absoluto todos os casos que se possam apresentar de revelação do futuro,
mas não se pode deixar de convir em que lhe estabelece o princípio fundamental.
Se não explica tudo, é pela dificuldade, para o homem, de colocar-se nesse
ponto de vista extraterrestre; por sua própria inferioridade, seu pensamento,
incessantemente arrastado para o atalho da vida material, muitas vezes é
impotente para se destacar do solo. A esse respeito, certos homens são como
filhotes de aves, cujas asas, demasiado fracas, não lhes permitem elevar-se no
ar, ou como aqueles cuja vista é muito curta para ver ao longe, ou, enfim, como
aqueles a quem falta um sentido para certas percepções. Entretanto, com alguns
esforços e o hábito da reflexão, lá chegaram: os espíritas, mais facilmente que
os outros, podem identificar-se com a Vida Espiritual, que compreendem. Para
compreendermos as coisas espirituais, isto é, para delas fazermos ideia tão
clara como a que fazemos de uma paisagem que tenhamos ante os olhos, falta-nos
em verdade um sentido, exatamente como ao cego de nascença falta um que lhe
faculte compreender os efeitos da luz, das cores e da vista, sem o contato. Daí
se segue que somente por esforço da imaginação e por meio de comparações com
coisas materiais que nos sejam familiares chegamos a consegui-lo. (...) Tal
faculdade é inerente ao estado de espiritualização, ou, se o preferirem, de
desmaterialização. (..) Portanto, para gozar dessa percepção, não precisa o
Espírito transportar-se a um ponto qualquer do espaço. Pode possuí-la em toda a
sua plenitude aquele que na Terra se acha ao nosso lado, tanto quanto se
achasse a mil léguas de distância, ao passo que nós nada vemos além do nosso
horizonte visual. Não se operando a visão, nos Espíritos, do mesmo modo, nem
com os mesmos elementos que no homem, muito diverso é o horizonte visual dos
primeiros. Ora, é precisamente esse o sentido que nos falece para o
concebermos. O Espírito, ao lado do encarnado, é como o vidente ao lado do
cego. Devemos, além disso, ponderar que essa percepção não se limita ao que diz
respeito à extensão; que ela abrange a penetração de todas as coisas. É,
repetimo-lo, uma faculdade inerente e proporcionada ao estado de
desmaterialização
terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
QUEM CONFERE CONCORDA
No capítulo três d’ O LIVRO DOS MÉDIUNS, Allan Kardec
aconselha para estudo da Doutrina Espírita primeiro O QUE É O ESPIRITISMO; segundo O
LIVRO DOS ESPÍRITOS ; terceiro O LIVRO DOS MÉDIUNS e, quarto, a REVISTA ESPÍRITA. Publicada entre
janeiro de 1858 e março de 1869, com recursos próprios o que garantiu que
nenhuma interferência pudesse comprometer seu conteúdo, o trabalho ininterrupto
constitui-se num instigante documentário complementando as duas principais
obras básicas da chamada Codificação. Publicada pela primeira vez em idioma
diferente do francês no Brasil em meados dos anos 60, por iniciativa de um
idealista – Frederico Gianinni Jr – que investiu na fundação da EDICEL
- Editora Cultural Espírita, após um
esforço incomum por mais de uma década do cearense Júlio de Abreu Filho os diferentes
números analisam problemas, responde a contestações, elucida dúvidas de
leitores que se multiplicavam se transformando muitos em correspondentes do
periódico em vários pontos da Europa e alguns países. Destacamos a seguir
algumas afirmações de Kardec desconhecidos por certo de muitos seguidores do
Espiritismo. 1- O
Espiritismo é o resultado do ensino dos Espíritos, de
tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos, não haveria Espiritismo.
(RE; 1866); 2- O grande juiz, o juiz soberano, é a
opinião pública. Quando essa opinião se formar pela aquiescência das massas e
dos homens esclarecidos, os cientistas oficiais a aceitarão como indivíduos e
sofrerão a força das circunstâncias. (RE;1859) 3- O LIVRO DOS ESPÍRITOS não é um tratado completo de
ESPIRITISMO; apenas apresenta as bases e os pontos fundamentais, que se devem
desenvolver sucessivamente pelo estudo e pela observação. (RE; 1866) 4- O médium fez pelo Mundo Invisível o
mesmo que o microscópio pelo mundo dos infinitamente pequenos. (RE; 1862) 5- Porque
não se compreende uma coisa, não é motivo para que ela não exista, visto que o
que hoje é utopia, poderá ser verdade amanhã. (RE; 7/1868) Allan
Kardec quando revela a mediunidade como a grande responsável por uma
infinidade de fenômenos sem ela inexplicáveis, a apresenta como o sexto
sentido, escrevendo, entre outras coisas o seguinte: 1-Sendo
o homem composto de Espírito, períspirito e corpo, durante a vida as percepções
se produzem, ao mesmo tempo, pelos sentidos orgânicos e pelo sentido espiritual; depois da morte, os sentidos
orgânicos são destruídos mas, restando o períspirito, o Espírito continua a
perceber pelo sentido espiritual, cuja sutileza
aumenta em razão do desprendimento da matéria. 2- Por
este sentido recebemos os eflúvios fluídicos dos
Espíritos, nos inspiramos, queiramos ou não e a intuição das coisas futuras ou
ausentes; que se exercem a fascinação, a ação magnética inconsciente e
involuntária, a penetração do pensamento, etc. 3- O sexto sentido ou sentido espiritual tem como agente o
fluido perispiritual, como a visão física tem por agente o fluido luminoso.
Assim como a radiação do fluido espiritual traz à alma certas imagens e certas
impressões. Esse fluido, como tantos outros, tem seus efeitos próprios, suas
propriedades sui generis. 4- Como
os outros sentidos, é mais ou menos desenvolvido, mais ou menos sutil, conforme
os indivíduos, mas todo mundo o possui. Longe de ser a regra, sua
inatividade é a exceção, e pode ser considerada como uma enfermidade, assim
como a ausência da vista e da audição.. (RE, 6/1867 ) 5- Amortecido pela predominância da
matéria, o sentido espiritual não deixa
de produzir sobre todas as criaturas uma porção de efeitos reputados
maravilhosos, por falta de conhecimento do princípio. (RE; 1864)
Dúvidas sobre a visão do Espiritismo a respeito de questões essenciais? Consulte a série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ acessando Luiz Armando – Canal do Youtube
O ESPIRITISMO PRECISA TORNAR-SE MAIS CONHECIDO. COOPERE COMPARTILHANDO COM AMIGOS O ENDEREÇO DESTE BLOG
segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017
SAÚDE, DOENÇAS E CURA
O Espiritismo demonstrando que as desarmonias
físicas podem ser manifestação de processos emanados tanto do Espírito, quanto
do perispÍrito (corpo espiritual) quanto do corpo físico amplia sobremaneira o entendimento das
doenças experimentadas pelo Ser humano nas múltiplas reencarnações de que se
vale para avançar no seu progresso. Na sequencia algumas explicações para
nossas reflexões sobre o tema Saúde, Doenças e Cura. 1- Saúde: como definir a partir de uma visão espiritual do
Ser humano? Em
todos os Planos do Universo, somos Espírito e manifestação, pensamento e forma. Todo
mal praticado conscientemente expressa de algum modo, lesão em nossa consciência
e toda lesão dessa espécie determina distúrbio ou mutilação no organismo que
nos exterioriza o modo de ser. Todos os estados acidentais das formas de
que nos utilizamos, no espaço e no tempo, dependem, assim, do comando mental
que nos é próprio. A Medicina há de considerar o doente como um todo
psicossomático, se quiser realmente investir-se da arte de curar. (AR, 19) Da
mente clareada pela razão, sede dos princípios superiores que governam a
individualidade, partem as forças que asseguram o equilíbrio orgânico, por
intermédio de raios ainda inabordáveis à perquirição humana, raios esses que
vitalizam os centros perispiríticos, em cujos meandros se localizam as chamadas
glândulas endócrinas, que, a seu turno, despedem recursos que nos garantem a estabilidade
do campo celular. Nas criaturas encarnadas esses elementos se consubstanciam
nos hormônios diversos que atuam sobre todos os órgãos do corpo físico, através
do sangue. (AR, 19) 2- E as doenças:
como, com base nas revelações espíritas, entende-las? A maioria das doenças, como todas as misérias
humanas, são expiações do presente ou do passado, ou provas para o futuro; são
dívidas contraídas, cujas consequências devem ser sofridas, até que tenham sido
saldadas. Aquele, pois, que deve suportar sua provação até o fim não pode ser
curado. São inerentes à
grosseria da nossa natureza material e à inferioridade do mundo que habitamos.
As paixões e os excessos de toda espécie, por sua vez, criam em nossos
organismos condições nocivas, frequentemente transmissíveis pela
hereditariedade. (RE, 1868) 3- A doença não
seria apenas um reflexo da condição mental inferior dos Espíritos na condição
humana constituindo-se desse modo numa necessidade no processo evolutivo? Cada qual de nós renasce na Terra a exprimir
na matéria densa o patrimônio de bens ou males que incorporamos aos tecidos
sutis da alma. A patogenia, na essência, envolve estudos que remontam ao corpo
espiritual, para que não seja um quadro de conclusões falhas ou de todo irreais. (ETC, 10) Milhares
de pessoas registram doenças de variados matizes e com elas se adaptam para
mais segura acomodação com o menor esforço. Dizem-se
prejudicadas e inquietas, todavia, quando se lhes subtrai a moléstia de que se
fazem portadoras, sentem-se vazias e padecentes, provocando sintomas e
impressões com que evocam as enfermidades a se exprimirem, de novo, em
diferentes manifestações, auxiliando-as a cultivar a posição de vítimas, na
qual se comprazem. Isso acontece na maioria dos
fenômenos de obsessão. Encarnados e desencarnados se prendem uns aos outros,
sob vigorosa fascinação mútua, até que o centro da vida mental se lhes altere. É
por esse motivo que, em muitas ocasiões, as dores maiores são chamadas a
funcionar sobre as dores menores, com o objetivo de acordar as almas viciadas
nesse gênero de trocas inferiores. (NDM,
14) 4 - E no caso das
chamadas doenças de nascença? Doenças
de nascença, sobretudo aquelas que tiram aos infelizes a possibilidade de
ganhar a vida pelo trabalho: as deformidades, a idiotia, a imbecilidade, entre
outras (...), são efeitos que devem ter uma causa, em virtude do axioma de que
todo efeito tem uma causa, e desde que se admita a existência de um Deus justo,
essa causa deve ser justa. A causa sendo sempre anterior ao efeito e, desde que
não se encontra na vida atual, é que pertence a uma existência precedente. (ESE, 5, 6)
sábado, 4 de fevereiro de 2017
O OUTRO MAL DO SÉCULO
Confirmado pelas
estatísticas como sendo dois dos mais graves problemas de saúde publica da
atualidade, a depressão e o suicídio encontram um forte parceiro comprometendo
a saúde espiritual das criaturas humanas: a obsessão. Mal revelado pelo
Espiritismo, ante a vulnerabilidade mento/emocional das pessoas, responde
inclusive pela intensidade dos dois
problemas citados no início deste comentário, monitorados pela OMS – Organização
Mundial da Saúde. Possibilidade ignorada pela importante instituição pode ser
melhor entendido nos argumentos lógicos da proposta até certo ponto combatida e
desdenhada pelos que representam ciência da nossa Dimensão. Mas como se instala
a perturbação espiritual? Allan kardec com a racionalidade de
sempre, em artigo com que abre a edição de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, afirma que “ o
primeiro ponto que importa nos compenetremos, é da natureza dos espíritos, do
ponto de vista moral. Não sendo os espíritos senão as almas dos homens, e não
sendo bons todos os homens, não é racional admitir-se que o espírito de um
homem perverso se transforme subitamente; caso contrário não haveria
necessidade de castigo na vida futura. A experiência vem confirmar a teoria ou,
melhor dizendo, esta teoria é fruto da experiência. De fato, as relações com o Mundo
Invisível nos mostram, ao lado de espíritos sublimes em sabedoria e
conhecimento, outros ignóbeis, ainda com todos os vícios e paixões da humanidade.
Depois da morte, a alma de um homem de bem será um espírito bom. Do mesmo modo,
encarnando-se, um espírito bom será um homem de bem. Pela mesma razão, ao
morrer, um homem perverso dará um espírito perverso ao mundo invisível; e um
espírito mau, ao se encarnar, não pode transformar-se num homem virtuoso, pelo
menos enquanto o espírito não se houver depurado ou experimentado o desejo de
melhorar-se. Porque, uma vez entrado na via do progresso, pouco a pouco se
despoja de seus maus instintos; eleva-se gradualmente na hierarquia dos
espíritos, até atingir a perfeição, acessível a todos, porquanto não pode deus
ter criado seres eternamente votados ao mal e à infelicidade. Assim, os mundos
visível e invisível se interpenetram e se alternam incessantemente, se assim
nos podemos exprimir, e se alimentam mutuamente; ou, melhor dizendo, na
realidade esses dois mundos não constituem senão um só, em dois estados
diferentes”. Na mesma matéria, Allan Kardec apresenta o segundo ponto
da influência perturbadora como sendo “o modo recíproco de ação dos Espíritos encarnados e
desencarnados. Sabemos que os Espíritos são revestidos de um envoltório vaporoso,
formando para eles um verdadeiro corpo fluídico, ao qual damos o nome de
perispírito, e cujos elementos são colhidos do fluido universal ou cósmico,
princípio de todas as coisas. Quando o Espírito se une a um corpo, aí vive com
seu perispírito, que serve de ligação entre o Espírito propriamente dito e a
matéria corporal; é o intermediário das sensações percebidas pelo Espírito. Mas
o perispírito não está confinado no corpo, como numa caixa; por sua natureza
fluídica, ele irradia para o exterior e forma em torno do corpo uma espécie de
atmosfera, como o vapor que dele se desprende. Mas o vapor liberado de um corpo
enfermiço é igualmente insalubre, acre e nauseabundo, o que infecta o ar dos
lugares onde se reúnem muitas pessoas doentes. Assim como esse vapor é
impregnado das qualidades do corpo, o perispírito é impregnado de qualidades,
isto é, do pensamento do Espírito, e irradia tais qualidades em torno do corpo.
Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos
podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação
e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à
transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento
do Espírito. (...) Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida por
sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se
interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos
sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se
darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência,
terão um pensamento benevolente, que atrai. (...) O fluido perispiritual do
encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por
assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a
ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos
benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos
vivificante”.
quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017
SONHAR: EXPERIÊNCIA IGNORADA EM SUA AMPLITUDE
O chamado pai da
Psicanálise somente revelaria suas hipóteses sobre ele através do livro A INTERPRETAÇÃO DOS SONHOS lançado em
1899. O Espiritismo, contudo desde 1857 apresentava as informações dos autores
das respostas d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS,
dizendo que do simples cochilo ao sono profundo, o Espírito ligado ao corpo da
personalidade de nossa Dimensão, desenvolve experiências nas múltiplas regiões
vibratórias que envolvem o Planeta Terra, nas quais se envolve em vivências
condizentes com sua realidade mento/emocional naquele momento de sua
reencarnação. Mas, porque não retém integralmente os registros destas experiências
contra argumentam os céticos? Na terceira obra das construídas pelo Espírito
identificado como André Luiz, reproduz parecer do Instrutor Alexandre, personagem
central da narrativa em que, entre outras coisas, sobre as limitações mentais
do homem pondera que nele “é reduzida a capacidade sensorial. O homem
eterno guarda a lembrança completa e conserva consigo todos os ensinamentos,
intensificando- os e valorizando-os, de acordo com o estado evolutivo que lhe é
próprio. O homem físico, entretanto, escravo de limitações necessárias, não
pode ir tão longe. O cérebro de carne, pelas injunções da luta a que o Espírito
foi chamado a viver, é aparelho de potencial reduzido, dependendo muito da
iluminação de seu detentor, no que se refere à fixação de determinadas bênçãos
divinas. Desse modo, o arquivo de semelhantes reminiscências, no livro
temporário das células cerebrais, é muito diferente nos discípulos entre si,
variando de alma para alma. Entretanto, cabe-me acrescentar que, na memória de
todos os irmãos de boa vontade, permanecerá, de qualquer modo, o benefício,
ainda mesmo que eles, no período de vigília, não consigam positivar a origem”. No ultimo dos livros organizado por André
Luiz cujo título é E A VIDA
CONTINUA (1969, feb), no capítulo 26, a descrição de como se operam algumas
experiências além do sono físico, sob diferentes ângulos: o antes, o durante e
o depois. Reflitamos sobre o caso descrito: -“Noite
alta no Plano Físico... Mariana, em desdobramento espiritual através do sono
comum, penetrou a sala em que Ribas e os amigos a esperavam. Escoltada
carinhosamente por um mensageiro, a recém-chegada não poderia apresentar-se de
maneira mais simples. Ao defrontar-se com os Benfeitores, deteve-se perante
Ribas, com a lucidez que lhe era possível, e, magnetizada talvez por aquele
olhar brando e sábio, ajoelhou e pediu-lhe a bênção. O Mentor, recalcando a
emoção de que fora tangido, afagou-lhe a fronte, rogou a Jesus para que a
protegesse e recomendou: – Levante-se, Mariana, temos algo a conversar... Ao
vê-la convenientemente sentada, o Orientador apresentou-lhe Evelina e Ernesto,
demorando-se, todavia, a salientar Evelina, a fim de que ela lhe guardasse mais
vivamente a figura na tela da memória, quando tornasse ao corpo denso: – Esta é
a irmã que velará por você, na próxima gravidez. Por favor, Mariana, esforce-se
para retê-la na lembrança!... A interpelada fitou-a com simpatia e implorou: –
Anjo de Deus, compadecei-vos de mim!... A filha de Brígida, emocionada,
retificou, de olhos úmidos: – Mariana, não sou um anjo, sou apenas sua irmã. A
jovem mãe, cujo corpo descansava no mundo de matéria grosseira, como que
espiritualmente muito distante da formosa paisagem doméstica, a que se acolhia,
para deter-se tão-só na alegria de ser útil, voltou-se para Ribas, com quem já
tivera entendimentos anteriores, e notificou, tomada de apreço filial: – Meu
pai, cumprirei a vontade de Deus, recebendo mais um filho, e aguardo a vossa
proteção. Joaquim, meu esposo, está mais fraco, mais doente... Lavo e passo,
trabalho quanto posso, mas ganho pouco... Quatro filhos pequenos!... Ignoro se
já sabeis, mas nosso barraco não está resistindo às chuvas... Quando o vento
atravessa as paredes rachadas, Joaquim piora, tosse muito!... Não estou a queixar-me, meu pai, mas peço o vosso auxílio!... –
Oh! Mariana – respondeu o Mentor, sensibilizado –, não tema! Deus não nos
abandona! Seus filhinhos serão sustentados e, muito em breve, você e Joaquim
estarão numa casa grande... – Confio em Deus e em vós!... Não sabia a devotada
criatura que o Instrutor se reportava à próxima desencarnação do casal, quando,
por merecimento genuíno, teriam os dois cônjuges novo domicílio na Vida Maior.
Mariana voltou, agora custodiada também por Evelina e Fantini, à rústica
habitação que o vento castigava e, em retomando o corpo, o coração bateu-lhe
descompassado, ante o júbilo que se lhe represava no peito, e acordou o marido:
Joaquim!... Joaquim!... E, enquanto ele, estremunhado, articulava monossílabos:
– No sonho, acabei de encontrar o velho que já vi outras vezes... Ele disse que
vamos ter mais um filho!... – Que mais? – Disse que nós dois vamos ter uma casa
grande... Ele riu-se e aditou, ignorando que abordava a realidade: – Ah! minha
mulher!... Casa grande? só se for no outro
mundo... Os visitantes desencarnados sorriram...
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