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terça-feira, 16 de maio de 2023

A FRATERNIDADE REAL NUMA PASSAGEM EMOCIONANTE ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Os exemplos falam mesmo mais numerosas palavras. E a vida do cidadão Chico Xavier precisa ser lembrada também por isso. Marcada por grandes dificuldades familiares, econômicas e sociais, serve de inspiração para muitas reflexões sobre ângulos geralmente esquecidos por nós em meio às tribulações em que nos vemos. A passagem a seguir demonstra isso. Conta ele: -“Em 1939, desencarnou um de meus irmãos, José Cândido Xavier, deixando sob nossa responsabilidade, a viúva com dois filhinhos. Em 1941 ela foi acometida de grave distúrbio mental. Depois de alguns meses o caso agravou-se requerendo internação numa casa de saúde mental em Belo Horizonte. Voltei para casa com o coração muito abatido. Era noite. O segundo filho de minha cunhada, com meu irmão, era uma criança paralítica, cega e surda-muda. A criança chorava e me enterneci muito ao ver o pequenino sem a presença materna. Sentei-me e comecei a orar. As lágrimas vieram-me aos olhos, ao lembrar meu irmão desencarnado muito moço ainda, a viúva tão cedo numa prova tão difícil! Na incapacidade de dar a ela a assistência precisa, senti que minha dor era muito grande! Achegou-se, então, a mim, o Espírito de nosso amigo Emmanuel. Perguntou-me porque chorava. Contei-lhe que, naquela hora eu me enternecia muito por ver minha cunhada numa casa de saúde mental em condições assim precárias. – Não! disse ele – você está chorando por seu orgulho ferido; você, aqui, tem sido instrumento para cura de alguns casos de obsessão, para a melhoria de muitos desequilibrados. Quando aprouve ao Senhor, que a provação viesse debaixo de seu teto, você está com o coração amargurado, ferido, porque foi obrigado a recorrer à assistência médica o que, aliás, é muito natural. Uma casa de saúde mental, um sanatório, um hospício, é uma casa de Deus. Você não deve ficar assim. Disse-lhe, então, que concordava e pedi-lhe como Espírito Benfeitor, que trouxesse a minha cunhada de volta ao lar, pois a criança, o seu segundo filho era paralítico e aquele choro atestava a falta que o pequenino sentia dela. Ela voltaria – afirmou-me. Mas aquele “Ela voltaria” poderia ser depois de muito tempo – o que de fato aconteceu só depois de dois anos. – Eu queria que ela voltasse depressa – disse a ele impaciente. – Imaginemos a Terra – respondeu-me – como sendo o Palácio da Justiça, e ela como sendo uma pessoa incursa em determinada sentença da Justiça. Eu sou seu advogado e você é serventuário no Palácio da Justiça. Nós estamos aqui para rasgar ou cumprir o processo? Para cumprir – respondi. Continuei, porém, chorando por observar o assunto ser mais grave do que pensava. – Por que você continua chorando? – disse ele. Querendo me agastar, diante de um Amigo Espiritual tão grande e tão generoso, disse-lhe: – Estou chorando porque, afinal de contas, o senhor precisa saber que ela é minha irmã! – Eu me admiro muito – respondeu-me – porque, antes dela, você tinha lá dentro naquela casa, trezentas irmãs e nunca vi você ir lá chorar por nenhuma. A dor Xavier não é maior que a dor Almeida, do que a dor Pires, do que a dor Soares, a dor de toda a família que tem um doente. Se você quer mesmo seguir a Doutrina que professa, ao invés de chorar por sua cunhada, tome o seu lugar ao lado da criança que está doente, precisando de calor humano. Substitua nossa irmã, exercendo, assim, a fraternidade.


Não posso me conformar com a ideia de que devemos sofrer calados e sem revolta. Para mim esse tipo de atitude vai contra o princípio da dignidade humana, além de favorecer aqueles que exploram os mais fracos.

Respeitamos seu ponto de vista, caro ouvinte, mas, diante do que Jesus ensinou através de sua própria vida, não podemos concordar com você.

De fato, saber se conduzir com equilíbrio e serenidade é próprio dos Espíritos Puros como Jesus.

Nós, aqui, encarnados na Terra, estamos apenas ensaiando para um dia, muito distante, talvez atingirmos essa meta.

Disseram os Espíritos a Kardec que as pessoas mais felizes neste mundo são aquelas que têm menos necessidade.

O problema, portanto, está no conceito de sofrimento. Alguém já disse que “a dor é a mesma para todos; porém, o sofrimento é próprio de cada um”.

Ao que tudo indica, somos nós que criamos nossos sofrimentos, e os criamos pela forma como encaramos a dor.

Por isso mesmo, o que faz o sofrimento de uma pessoa pode não ser suficiente para causar o sofrimento em outra.

Em palavras mais simples: Há pessoas que, por pouco, sofrem muito; há outras que, por muito, sofrem menos”.

Existe uma lenda que fala de um eremita, que se isolou da sociedade, pensando venerar o Senhor.

Vivendo num lugar ermo em constantes orações, ele dizia em suas preces: “Senhor, como eu sofro neste lugar, mas aqui estou penitente para venerá-lo, alimentando-me somente de uma fruta por dia”.

Dias depois, descendo pela margem do riacho, ele conheceu outro monge penitente que se alimentava apenas e tão somente das cascas da fruta que ele jogava fora.

Ao contrário do que muita gente pode pensar, o Espiritismo não prega o conformismo ou o comodismo.

O conformista é aquele que, mesmo diante das piores situações, costuma deixar tudo como está para ver como é que fica.

Não, não é esse tipo de conduta que o Espiritismo ensina. Muito ao contrário, o Espiritismo nos estimula a buscar o melhor para nós, desde que essa busca não redunde em prejuízo dos outros.

A resignação de que fala a doutrina é aquela que alguém muito esclarecido soube resumir na seguinte prece:

"Senhor, concedei-me a serenidade necessária para eu aceitar as coisas que não posso modificar, coragem para modificar aquelas que posso e sabedoria para distinguir umas das outras".

Quem se entrega à dor, sem nada fazer para se aliviar, está descumprindo com a responsabilidade que assumiu diante de si mesmo.

No entanto, quem se revolta contra o desconforto, sem perceber está potencializando seu sofrimento e sofrendo inutilmente.

Não foi por outra razão que Jesus recomendou que amássemos o próximo como amamos a nós mesmos.




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