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terça-feira, 24 de outubro de 2017

VALE A PENA REFLETIR

Poucos sabem, mas o médium Chico Xavier foi instrumento para a manifestação de dois ex-presidentes brasileiros, analisando a realidade percebida por eles desde o Plano Espiritual sobre a realidade da Pátria que os teve como dirigentes na fase republicana. A primeira vez no dia 31 de julho de 1935, em extensa mensagem assinada por Nilo Peçanha, o sétimo Presidente, e, a segunda já nos anos 50, de autoria de Deodoro da Fonseca, que além do proclamador da Republica tornou-se o primeiro improvisado mandatário, signatário da primeira Constituição. Respectivamente, podem ser encontrados no livro PALAVRAS DO INFINITO (lake, 1936) e na obra FALANDO A TERRA (feb, 1951). Opiniões expressas há tanto tento, contudo, muito atuais. Acreditando merecerem uma reflexão diante do quadro atual, bem como das origens do que aí está, destacamos alguns pontos: 1 - NILO PEÇANHA -“País essencialmente agrícola, o Brasil tem de voltar suas vistas para sua imensa extensão territorial, multiplicando os conselhos técnicos da agricultura, velando carinhosamente pelos seus problemas”. “Não bastam conciliábulos da política administrativa para a criação de leis exequíveis e benfeitoras da coletividade (...). Faz-se preciso interessar as classes, captar a adesão do povo a essas leis, seduzir as massas com a exposição os seus altos benefícios(...). As leis estiolam-se e desaparecem quando não são bafejadas pela homologação popular”. Esses problemas grandiosos tem sido relegados a um plano inferior pelos nossos administradores (1935), os quais, infelizmente, arraigados aos sentimentos de personalismo vivem apenas para as grandes oportunidades”. “Faz-se necessário melhorar as condições das classes operárias antes que elas se recordem de o fazer, segundo suas próprias deliberações, entregando-se à sanha de malfeitores que, sob as máscaras da demagogia e a pretexto de reivindicações, vivem no seu seio para explorar os entusiasmos vibrantes que se exteriorizam sem objeto definido”. Seria preciso criarmos um largo movimento de brasilidade, não para a arte balofa dos dias atuais que aí correm de bandeirolas ao vento (...), um sentimento essencialmente brasileiro, saturado de nossas realidade e necessidades inadiáveis” . “Infelizmente tivemos a fraqueza de nos apaixonarmos pelas teorias sonoras, acalentando os homens palavrosos, conduzindo-os aos poderes públicos; endeusando-os, incensando-os com a nossa injustificável admiração, olvidando homens de ação, de energia, que aí vivem isolados, corridos dos gabinetes da administração nacional, em virtude de sua inadaptabilidade às lutas da política do oportunismo e das longas fileiras do afilhadismo que vem constituindo a mais dolorosa das calamidades públicas do Brasil. Nem sempre liberdade significa prosperidade. Dar muitas liberdades a um povo que se ressente de necessidades gravíssimas, inconsciente ainda de suas responsabilidades, falando-se de um modo geral, é fornecer armas perigosas para destruição da vida desse mesmo povo. No Brasil sobram as regalias politicas e as liberdades públicas. Tudo requer ordem e método”. 2- DEODORO DA FONSECA --“Proclamada a República e lançada a Carta Magna de 1891, é que reparamos a enorme população ruralizada, a disparidade dos climas, a extensão do deserto verde, as tragédias do sertão, o problema da seca, a necessidade de uma consciência sanitária na massa popular, os imperativos da alfabetização, a incultura da liberdade, a escassez de sentimento cívico, a excentricidade das comunas municipais, e o espírito ainda estrito de numerosas regiões.(...) O programa compulsório do País não poderia afastar-se da educação nos mínimos pontos; entretanto, teceramos precioso manto constitucional com frases e textos de fina polpa democrática, quase impraticáveis além dos subúrbios do Rio de Janeiro.(...) Cabe-nos confessar hoje (1951), honestamente, que ignorávamos nossa condição de povo juvenil, com idiossincrasias que não pudéramos perceber. Como se vê, muda o calendário, sucedem-se as gerações, mas o comportamento é o mesmo.


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