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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

CONFORME TIVERMOS VIVIDO

Morreu, acabou? Milhares de depoimentos de Espíritos desencarnados através de igual número de médiuns ao redor do mundo demonstram que não. Como somos projetos personalizados de Deus, sem cópias, cada um relata suas percepções e sensações conforme o próprio grau evolutivo Muitos falam de situações surpreendentes, inesperadas e difíceis. Afinal, sofrem os Espíritos? Que sensações experimentam?  Allan Kardec no número de dezembro de 1858, da REVISTA ESPÍRITA, escreveu interessante artigo sobre a questão do qual destacamos breve trecho. Diz ele: -“Tais questões nos são naturalmente dirigidas e vamos tentar resolve-las. Inicialmente devemos dizer que, para isso, não nos contentamos com as respostas dos Espíritos. De certa maneira, através de numerosas observações, tivemos que considerar a sensação com o fato. Em uma de nossas reuniões, pouco depois que São Luís nos transmitiu bela dissertação sobre a avareza, um de nossos associados narrou o seguinte fato, a propósito dessa mesma dissertação. -Estávamos ocupados de evocações numa pequena reunião de amigos quando se apresentou, inopinadamente e sem que o tivéssemos chamado, o Espírito de um homem que havíamos conhecido muito bem e que, quando vivo, poderia ter servido de modelo ao retrato do avarento, feito por São Luís: um desses homens que vivem miseravelmente no meio da fortuna e que se privava, não pelos outros, mas para acumular sem proveito para ninguém. Era inverno, estávamos perto do fogo; de repente aquele Espírito lembrou-nos seu nome, no qual absolutamente não pensávamos, pedindo-nos permissão para vir, durante três dias, aquecer-se à nossa lareira, pois que sofria horrivelmente do frio que voluntariamente suportara durante a vida e que, por sua avareza, também fizera os outros suportar. Era um alívio que experimentaria, acrescentou, caso concordássemos com o pedido. Aquele Espírito, pois, experimentava penosa sensação de frio; mas, como a experimentava? Eis aí a dificuldade. A esse respeito dirigimos a São Luís as seguintes pergunta: Como esse Espírito de avarento, que não tinha mais o corpo material, podia sentir frio e pedir para se aquecer? – Podes representar os sofrimentos do Espírito pelos sofrimentos morais. Concebemos os sofrimentos morais, como pesares, remorsos, vergonha; mas o calor e o frio, a dor física, não são efeitos morais; experimentariam os Espíritos tais sensações?. – Tua alma sente frio? Não; mas tem consciência da sensação que age sobre o corpo. – Disso parece resultar que esse Espírito de avarento não sentia um frio real, mas a lembrança da sensação do frio que havia suportado e essa lembrança, tida por ele como realidade, tornava-se um suplício.– É mais ou menos isso. Fique bem entendido que há uma distinção, que compreendeis perfeitamente, entre a dor física e a dor moral; não se deve confundir o efeito com a causa. Se bem entendemos, poderíamos, ao que nos parece, explicar as coisas do seguinte modo: O corpo é o instrumento da dor. Se não é a causa primeira desta é, pelo menos, a causa imediata. A alma tem a percepção da dor: essa percepção é o efeito. A lembrança que da dor a alma conserva pode ser muito penosa, mas não pode ter ação física. De fato, nem o frio, nem o calor são capazes de desorganizar os tecidos da alma, que não é susceptível de congelar-se, nem de queimar-se. Não vemos todos os dias a recordação ou a apreensão de um mal físico produzirem o efeito desse mal, como se real fosse? Não as vemos até causar a morte? Toda gente sabe que aqueles cujos membros foram amputados costumam sentir dor no membro que lhes falta. Certo que aí não está a sede, ou, sequer, o ponto de partida da dor. O que há, apenas, é que o cérebro guardou esta impressão. Lícito, portanto, será admitir-se que coisa análoga ocorra nos sofrimentos do Espírito após a morte. Essas reflexões são justas?Sim; mais tarde, porém, compreendereis melhor ainda. Esperai que novos fatos venham vos fornecer motivos de observação; deles tirareis consequências mais completas.


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