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terça-feira, 25 de outubro de 2016

QUEM FEZ O ESPIRITISMO?

A História da Humanidade constitui-se de descobertas ou revelações que requerem anos e até séculos para que possam ser incorporadas pelo inconsciente coletivo. Contando pouco mais de meio século, esbarrando na resistência da intolerância religiosa e da ignorância, nos atavismos individuais, avança em meio às confusões derivadas da falta de maior conhecimento e estudo de suas obras básicas. Allan Kardec no número de abril de 1866 da REVISTA ESPÍRITA, incluiu material de sua autoria que nos ajuda a entender melhor a proposta revolucionária de que foi o grande Codificador. Escreve: - Quem fez o Espiritismo? É uma concepção humana pessoal?  O Espiritismo é o resultado do ensino dos Espíritos, de tal sorte que, sem as comunicações dos Espíritos, não haveria Espiritismo. Se a Doutrina Espírita fosse uma simples teoria filosófica nascida de um cérebro humano, não teria senão o valor de uma opinião pessoal; saída da universalidade do ensino dos Espíritos, tem o valor de uma obra coletiva, e é por isto mesmo que em tão pouco tempo ela se propagou por toda a Terra, cada um recebendo por si mesmo, ou por suas relações íntimas, instruções idênticas e a prova da realidade das manifestações. Pois bem! é em presença deste resultado patente, material, que se tenta erigir em sistema a inutilidade das comunicações dos Espíritos. Convenhamos que se elas não tivessem a popularidade que adquiriram, não as atacariam, e que é a prodigiosa vulgarização dessas ideias que suscita tantos adversários ao Espiritismo. Os que hoje rejeitam as comunicações não se assemelham a essas crianças ingratas que negam e desprezam os pais? Não é a ingratidão para com os Espíritos, a quem devem o que sabem? Não é servir-se do que eles ensinaram para os combater, voltar contra eles, contra seus próprios pais, as armas que nos deram? Entre os Espíritos que se manifestam não está o Espírito de um pai, de uma mãe, dos seres que nos são mais caros, dos quais se recebem essas tocantes instruções que vão diretamente ao coração? Não é a eles que devemos ter sido arrancados da incredulidade, das torturas da dúvida sobre o futuro? E é quando se goza do benefício que se desconhece a mão do benfeitor? Que dizer dos que, tomando sua opinião pela de todo o mundo, afirmam seriamente que, agora, não querem comunicações em parte alguma? Estranha ilusão! que um olhar lançado em torno deles baste para fazer desvanecer-se. Por seu lado, que devem pensar os Espíritos que assistem às reuniões onde se discute se se devem condescender em os escutar, ou se se deve, ou não, excepcionalmente, permitir-lhes a palavra para agradar os que têm a fraqueza de se prenderem às suas instruções? Sem dúvida lá se acham Espíritos ante os quais se cairia de joelhos se, nesse momento, eles se apresentassem à vista. Já pensaram no preço que podia ser pago por tal ingratidão? Tendo os Espíritos a liberdade de comunicar-se, independentemente do seu grau de saber, resulta que há uma grande diversidade no valor das comunicações, como nos escritos, num povo onde todo mundo tem a liberdade de escrever e onde, por certo, nem todas as produções literárias são obras-primas. Segundo as qualidades individuais dos Espíritos, há, pois, comunicações boas pelo fundo e pela forma; outras que são boas pelo fundo e más pela forma; outras, enfim, que nada valem, nem pelo fundo, nem pela forma. Cabe-nos escolher. Rejeitá-las em bloco, porque algumas são más, não seria mais racional do que proscrever todas as publicações, só porque há escritores que produzem banalidades? Os melhores escritores, os maiores gênios, não têm partes fracas em suas obras? Não se fazem seleções do que produzem de melhor? Façamos o mesmo em relação às produções dos Espíritos; aproveitemos o que há de bom e rejeitemos o que é mau; mas, para arrancar o joio, não arranquemos o bom grão. Consideremos, pois, o mundo dos Espíritos como uma réplica do mundo corporal, como uma fração da Humanidade, e digamos que não devemos desdenhar de ouvi-los, agora que estão desencarnados, pois não o teríamos feito quando encarnados; estão sempre em nosso meio, como outrora; apenas estão atrás da cortina, e não à frente: eis toda a diferença. Mas, perguntarão, qual o alcance do ensino dos Espíritos, mesmo no que há de bom, se não ultrapassa o que os homens podem saber por si mesmos? É bem certo que não nos ensinam mais nada? No seu estado de Espírito não veem o que não podemos ver? Sem eles, conheceríamos seu estado, sua maneira de ser, suas sensações? Conheceríamos, como hoje conhecemos, esse mundo onde talvez estejamos amanhã? Se esse mundo não tem para nós os mesmos terrores, se encaramos sem pavor a passagem que a ele conduz, não é a eles que o devemos? Esse mundo está completamente explorado? Diariamente ele não nos revela uma nova face? e nada é saber aonde se vai e o que se pode ser ao sair daqui? Outrora lá entrávamos tateando e estremecendo, como num abismo sem fundo; agora esse abismo é resplandecente de luz e nele se entra contente. E ainda ousam dizer que o Espiritismo nada nos ensinou?. Sem dúvida, o ensino dos Espíritos tem seus limites. Só se lhe deve pedir o que pode dar, o que está na sua essência, no seu objetivo providencial, e ele dá muito a quem sabe buscar. Mas, tal como é, já fizemos todas as suas aplicações? Antes de lhe pedir mais, sondamos as profundezas dos horizontes que nos descortina? Quanto ao seu alcance, ele se afirma por um fato material, patente, gigantesco, inaudito nos fastos da História: é que apenas em sua aurora, já revoluciona o mundo e abala as forças da Terra. Que homem teria tal poder? O Espiritismo contribui para a reforma da Humanidade pela caridade. Não é, pois, de admirar que os Espíritos preguem a caridade sem cessar; eles a pregarão ainda por muito tempo, enquanto ela não houver extirpado o egoísmo e o orgulho do coração dos homens. (Visite o canal  Luiz Armando – canal do YouTube  /  Conheça também  Luiz Armando - Preces)

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