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sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

SURPREENDENTE REVELAÇAO

“Os Espíritos que nos cercam não são passivos; formam uma população essencialmente inquieta, que pensa e age sem cessar, que nos influencia, queiramos ou não, que nos excita e nos dissuade, que nos impulsiona para o Bem como para o mal, o que não nos tira o livre arbítrio mais que os bons ou maus conselhos que recebemos de nossos semelhantes”, escreveu Allan Kardec na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1859. No ano seguinte, na edição de setembro, acrescenta que essas influênciassão inteiramente independentes da faculdade mediúnica, tal qual esta é vulgarmente compreendida. Estando a ação do Mundo Invisível na ordem das coisas naturais, ela se exerce sobre o homem, independentemente de qualquer conhecimento espírita. Estamos a elas submetidos como o estamos à ação da eletricidade atmosférica, mesmo sem saber física, como ficamos doentes, sem conhecer Medicina”. No capítulo com que conclui o livro A GÊNESE, reproduz uma mensagem de um Espírito identificado como Dr. Barry no qual, entre outras coisas ele revela:- “O Mundo dos Espíritos, mundo que vos rodeia, experimenta o contrachoque de todas as comoções que abalam o mundo dos encarnados. Digo mesmo que aquele toma parte ativa nessas comoções (...). Quando uma revolução social se produz na Terra, abala igualmente o Mundo Invisível, onde todas as paixões, boas e más, se exacerbam, como entre vós. Indizível efervescência entra a reinar na coletividade dos Espíritos que ainda pertencem ao vosso mundo e que aguardam o momento de a ele volver”. Na edição de fevereiro de 1865, dedica espaço para comentar artigo destacado de outra publicação se referindo a fato ocorrido anos antes na capital da Ilha de Madagascar, país que viria tempos depois a ser colônia francesa. Segundo a nota, o fato foi testemunhado por mais de duzentos mil homens e denominado por aquele povo de Ramanenjana, palavra que significa tensão, exprime uma estranha doença que, de início, se manifestou ao sul de Emirne. Dela se teve conhecimento em Tananarive cerca de um mês antes. A princípio era apenas um vago rumor que circulava entre o povo. (...) Esta doença age especialmente sobre os nervos, neles exercendo uma pressão tal que logo provoca  dor na nuca e depois no estômago. Ao cabo de algum tempo convulsões e alucinações, das quais apenas se dá conta do ponto de vista da ciência. Os que são atingidos sentem, inicialmente, violentas dores na cabeça, aí começam os acidentes convulsivos (...). Os vivos entram em comunicação com os mortos: vêem a rainha Ranavalona, Radama I, Andrian Ampoinemerina e outros, que lhes falam e lhes dão incumbências. (...) Os Ramanenjana parecem especialmente enviados pela  velha Ranavalona, para dar a entender a Radama que ele deve voltar ao antigo regime, fazer cessar a prece, expulsar os brancos, interditar os porcos na cidade santa, etc., etc; caso contrário, grandes desgraças o ameaçam, e que ela o renegará como seu filho.(...). Comentando as evidências, Allan Kardec diz que “esses fenômenos são o resultado de uma obsessão, ou possessão coletiva, verdadeira epidemia de Espíritos maus, como se produziu ao tempo do Cristo e em muitas outras épocas. Cada população deve fornecer ao Mundo Invisível ambiente Espíritos similares que, do espaço, reagem sobre essas mesmas populações, das quais, devido à sua inferioridade, conservaram os hábitos, as inclinações e os preconceitos. Os povos selvagens e bárbaros estão, pois, cercados por uma massa de Espíritos ainda selvagens e bárbaros, até que o progresso os tenha levado a se encarnarem num meio mais adiantado”. Numa comunicação mediúnica obtida pela senhora Dellane logo após a notícia ter sido lida e analisada, um Espírito presente escreveu opinando sobre o assunto e apresentou uma surpreendente revelação: É uma obsessão coletiva, produzida por uma plêiade de Espíritos atrasados que, tendo conservado suas antigas opiniões políticas, vêm tentar perturbar os seus compatriotas, por meio dessas manifestações, a fim de que estes últimos, tomados de pavor, não ousem apoiar as ideias de civilização que começam a implantar-se nesses países onde o progresso começa a despontar. Os Espíritos obsessores que impelem essa pobre gente a tantas manifestações ridículas são os dos antigos malgaxes, furiosos, repito, por verem os habitantes dessas regiões admitindo as ideias de Civilização, que alguns Espíritos adiantados, encarnados, têm a missão de implantar entre eles. Assim, muitas vezes os ouvis repetir: “Nada de preces, abaixo os brancos, etc.” É para vos fazer compreender que são antipáticos a tudo quanto possa vir dos europeus, isto é, do centro intelectual.

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