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sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

OS PERÍODOS DO ESPIRITISMO

Pouco mais de seis anos haviam se passado desde a publicação d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, marco do surgimento da Doutrina Espírita, e, na edição da REVISTA ESPÍRITA de dezembro de 1863, Allan Kardec inclui interessante matéria sobre os períodos de luta que enxergava na revolucionária proposta pela qual fora responsável. Segundo sua avaliação, seis períodos podiam ser considerados: “O primeiro período do Espiritismo, caracterizado pelas mesas girantes, foi o da curiosidade. O segundo, o período filosófico, marcado pelo aparecimento d’ O Livro dos Espíritos. A partir deste momento o Espiritismo tomou um caráter completamente diverso. Entreviram-lhe o objetivo e o alcance e nele hauriram fé e consolação, sendo tal a rapidez de seu progresso que nenhuma outra doutrina filosófica ou religiosa oferece exemplo semelhante. Mas, como todas as ideias novas, teve adversários tanto mais obstinados quanto maior era a ideia, porque nenhuma ideia grande pode estabelecer-se sem ferir interesses(...)  Então uma verdadeira cruzada foi dirigida contra ele, dando início ao período da luta, de que o auto de fé de Barcelona, de 9 de outubro de 1861, de certo modo foi o sinal. Até então ele tinha sido alvo dos sarcasmos da incredulidade, que ri de tudo, principalmente do que não compreende, mesmo das coisas mais santas, e, aos quais, nenhuma ideia nova pode escapar: é o seu batismo de fogo (...)  A luta determinará uma nova fase do Espiritismo e levará ao quarto período, que será o período religioso; depois virá o quinto, período intermediário, consequência natural do precedente, e que mais tarde receberá sua denominação característica. O sexto e último período será o da regeneração social, que abrirá a era do século vinte”. Nessa época, segundo ele, “todos os obstáculos à nova ordem de coisas determinadas por Deus para a transformação da Terra terão desaparecido. A geração que surge, imbuída das ideias novas, estará em toda a sua força e preparará o caminho da que há de inaugurar o triunfo definitivo da união, da paz e da fraternidade entre os homens, confundidos numa mesma crença, pela prática da lei evangélica. Assim serão confirmadas as palavras do Cristo, já que todas devem ter cumprimento e muitas se realizam neste momento, porque os tempos preditos são chegados”. O otimismo de Allan Kardec, todavia esbarrou em vários obstáculos, entre os quais o fato de ter surgido na França, por sinal, o único lugar possível à época face ao grande impulso que a nação europeia imprimia às mudanças filosóficas/políticas/sociais que se irradiariam por todo o mundo. O País trazia, contudo, grandes compromissos coletivos perante as Leis de Deus e no século 20 estava previsto o início dos resgates. Com a morte de Allan Kardec, o ritmo arrefeceu até o quase desaparecimento do outrora pujante movimento. Aqueles que dos bastidores da invisibilidade planejam a evolução da Humanidade na Terra, imprimem outro rumo aos acontecimentos como explicado pelo médium Chico Xavier, comentando revelação feita pelo Orientador Emmanuel quando do retorno do médium mineiro de sua primeira visita ao Exterior. Disse: - “Perguntei a ele, em 1965, onde estavam aqueles companheiros de Allan Kardec que vibravam com a Doutrina Espírita na França, que aceitaram aquelas ideias e as divulgaram com tanto entusiasmo pelo mundo inteiro. Então ele me disse que do último quartel do século 19 para cá, de 15 a 20 milhões de Espíritos da cultura francesa, principalmente simpatizantes da obra de Allan Kardec, reencarnaram no Brasil para dar corpo às ideias do Espiritismo e fixarem os valores da reencarnação”.  Assim sendo, no Brasil, o novo centro irradiador do Espiritismo, a dinâmica ganhou outro impulso sobre o qual o líder espiritual Bezerra de Menezes falou em palestra proferida no Plano Espiritual, no alvorecer do século 21,  psicografada pelo médium Wanderley Soares de Oliveira e reproduzida no livro SEARA BENDITA (inede, 2000). Dividiu os períodos de atuação do chamado Movimento Espírita em três, de setenta anos: O primeiro de 1.857 a 1.927 teve como foco a consolidação do fato de que o Espiritismo não é uma crença fundamentada em ideias humanas, mas, sim, o Espiritismo é a Doutrina dos Espíritos. O segundo período de 1.928 a 1.997 teve como objetivo a proliferação dos Centros Espíritas e a difusão do conhecimento espírita. Foi o em que ficamos especialistas em fazer belos discursos, sem praticá-los! Passamos a ter conhecimento, mas, sem as correspondentes atitudes. O terceiro e último período de 70 anos (1.998 a 2.067) é o que estamos vivendo neste momento! O que implica o quão essencial é crermos que nossa atual reencarnação é a mais importante de todas as existências que até hoje tivemos. Sobre este último período, diz Bezerra de Menezes: é o período das atitudes, isto é, o momento de praticarmos o que até agora aprendemos com o Espiritismo.


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