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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ainda a Lei de Causa e Efeito e o Suicídio



“-Por que não se é livre de pôr termo aos próprios sofrimentos?”, propõe para reflexão Allan Kardec, em comentário à resposta da questão 957 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS, comentando na sequência que “estava reservado ao Espiritismo demonstrar, pelo exemplo dos que sucumbiram que o suicídio não é apenas uma falta como uma infração a uma Lei Moral, consideração que pouco importa para certos indivíduos, mas um ato estúpido, pois, que nada ganha quem o pratica. Não é pela teoria que ele nos ensina isso, mas pelos próprios fatos que coloca sob nossos olhos”. Aprofundando ainda mais o tema, Kardec explica que “a afinidade que persiste entre o Espírito e o corpo produz, em alguns suicidas, uma espécie de repercussão do estado do corpo sobre o Espírito, que assim ressente, mau grado seu, os efeitos da decomposição, experimentando sensações cheias de angústias e horror, estado que pode persistir tão longamente quanto tivesse de durar a vida que foi interrompida”. Como, por sinal, pode-se perceber nas postagens anteriores. Nas obras produzidas pelo Espírito André Luiz, através de Chico Xavier, dentro da série conhecida como NOSSO LAR, encontramos vários casos ilustrando a temática do suicídio, além de ponderações bastante esclarecedoras de vários Instrutores Espirituais. Clarêncio, por exemplo, na obra ENTRE A TERRA E O CÉU (feb), diz que “o suicídio acarreta vasto complexo de culpa. A fixação mental do remorso opera inapreciáveis desequilíbrios no corpo espiritual. O mal como se instala nos recessos da consciência que o arquiteta e concretiza(...). O pensamento que desencadeia o mal encarcera-se nos resultados dele, por que sofre fatalmente os choques de retorno, no veículo em que se manifesta”. Em outro momento, considera que “a morte prematura, quando traduz indisciplina diante das leis infinitamente compassivas que nos governam, constrange o Espírito que a provoca a dilatada purgação na paisagem espiritual. Não podemos trair o tempo, e a existência planificada subordina-se a determinada quota de tempo, que nos compete esgotar em trabalho justo. Quando esses recursos não são suficientemente aproveitados, arcamos com tremendos desequilíbrios na organização que nos é própria (...). Em qualquer tempo, receberemos da vida, de acordo com as nossas próprias obras”. No AÇÃO E REAÇÃO (feb),o Ministro Sânzio comenta que “da justiça ninguém fugirá, mesmo porque a nossa consciência, em acordando para a santidade da vida, aspira a resgatar dignamente todos os débitos de que se onerou perante a Bondade de Deus(...). Assim é que, se claudicamos nessa ou naquela experiência indispensável à conquista da luz que o Supremo Senhor nos reserva, é necessário nos adaptemos à justa recapitulação das experiências frustradas, utilizando os patrimônios do tempo. Figuremos um homem acovardado diante da luta, perpetrando o suicídio aos quarenta anos de idade no corpo físico. Esse homem penetra no mundo espiritual sofrendo as consequências imediatas do gesto infeliz, gastando tempo mais ou menos longo, segundo as atenuantes e agravantes de sua deserção, para recompor as células do veículo perispirítico, e, logo que oportuno, quando torna a merecer o prêmio de um corpo carnal na Esfera Humana, dentre as provas que repetirá, naturalmente se inclui a extrema tentação ao suicídio na idade precisa em que abandonou a posição de trabalho que lhe cabia”. Em esclarecedora mensagem escrita por Emmanuel, a propósito da questão 957 citada no início desses comentários, inserida no livro RELIGIÃO DOS ESPÍRITOS (feb), encontramos que “os resultados do suicídio não se circunscrevem aos fenômenos de sofrimento íntimo, porque surgem os desequilíbrios consequentes nas sinergias do corpo espiritual, com impositivos de reajuste em existências próximas. É assim que após determinado tempo de reeducação, nos círculos de trabalho fronteiriços da Terra, os suicidas são habitualmente reinternados nos plano carnal, em regime de hospitalização na cela física, que lhes reflete as penas e angústias na forma de enfermidades e inibições(...). Adita a isso, que “segundo o tipo de suicídio, direto ou indireto, surgem as distonias orgânicas derivadas, que correspondem a diversas calamidades congênitas, inclusive a mutilação e o câncer, a surdez e a mudez, a cegueira e a loucura, a representarem terapêutica providencial na cura da alma”. Ilustra sua observação dizendo que “os que se envenenaram, conforme os tóxicos de que se valeram, renascem trazendo as afecções valvulares, os achaques do aparelho digestivo, as doenças do sangue e as disfunções endócrinas, tanto quanto outros males de etiologia obscura; os que incendiaram a própria carne amargam as agruras da ictiose ou do pênfigo; os que se asfixiaram, seja no leito das águas ou nas correntes de gás, exibem processos mórbidos das vias respiratórias, como no caso do enfisema ou dos cistos pulmonares; os que se enforcaram carreiam consigo os dolorosos distúrbios do sistema nervoso, como sejam as neoplasias diversas e a paralisia cerebral infantil; os que estilhaçaram o crânio ou deitaram a própria cabeça sob rodas destruidoras, experimentam desarmonias da mesma espécie, notadamente as que se relacionam com o cretinismo, e os que se atiraram de grande altura reaparecem portando os padecimentos da distrofia muscular progressiva ou da osteíte difusa”. Evidente que a generalização como em qualquer caso em que o Espiritismo ou a mediunidade tenham servido para ampliar-nos o entendimento, não é cabível. Mas grande número de incompreensíveis doenças manifestadas ainda na fase embrionária ou infantil podem se enquadrar nas associações expostas no texto do condutor das tarefas mediúnicas de Chico Xavier. Quanto aos vínculos dos que recebem Espíritos portando qualquer tipo de inibição física ou mental, o Instrutor Ribas, na obra E A VIDA CONTINUA (feb), explica sob a ótica da Lei de Ação e Reação, que “somos mecanicamente impelidos para pessoas e circunstâncias que se afinem conosco ou com nossos problemas”,  de certa forma, sintetizando informação do Instrutor Druso em AÇÃO E REAÇÃO (feb), que disse “as entidades que necessitam de tais lutas expiatórias são encaminhadas aos corações que se acumpliciaram com elas em delitos lamentáveis, no pretérito distante ou recente ou, ainda, aos pais que faliram junto dos filhos, em outras épocas, a fim de que aprendam na saudade cruel e na angústia inominável o respeito e o devotamento, a honorabilidade e o carinho que todos devemos na Terra ao instituto da família. A dor coletiva é o remédio que nos corrige as falhas mútuas”.  



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