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sexta-feira, 7 de junho de 2024

O ESPIRITISMO E O SEXO; EM BUSCA DA VERDADE COM O ESPIRITISMO

 

Polemicas e discussões acaloradas em torno da cura das chamadas inversões na área da sexualidade circunscrevem-se mais aos efeitos que as prováveis causas. O Espiritismo já na sua origem oferece bases para pelo menos reflexões mais objetivas sobre a questão. Na sequencia alguns pontos para embasar estudos mais aprofundados em torno da questão:1- Os Espíritos encarnam nos diferentes sexos; aquele que foi homem, poderá renascer mulher e aquele que foi mulher poderá renascer homem, a fim de realizar os deveres de cada uma dessas posições, e sofrer-lhes as provas. 2- Sofrendo o Espírito encarnado a influência do organismo, seu caráter se modifica conforme as circunstâncias e se dobra às necessidades e exigências impostas pelo mesmo organismo. Esta influência não se apaga imediatamente após a destruição do invólucro material, assim como não perde instantaneamente os gostos e hábitos terrenos. 3- Percorrendo uma série de existências no mesmo sexo, conserva durante muito tempo, no estado de Espirito, o caráter de homem ou de mulher, cuja marca nele ficou impressa. 4- Se esta influência se repercute da vida corporal para a espiritual, o mesmo se dá quando o Espírito passa da vida espiritual para a corporal. Numa nova encarnação trará o caráter e as inclinações que tinha como Espírito. Se for avançado, será um homem avançado; se for atrasado, será um homem atrasado. Mudando de sexo, poderá então, sob essa impressão e em sua encarnação, conservar os gostos, inclinações e o caráter inerente ao sexo que acaba de deixar. Assim se explicam certas anomalias aparentes, notadas no caráter de certos homens e de certas mulheres. 5- Não existe diferença entre o homem e a mulher, senão no organismo material, que se aniquila com a morte do corpo. Mas, quanto ao Espírito, à alma, o Ser essencial, imperecível, ela não existe, porque não há duas espécies de almas. 6- A sede real do sexo não se acha, no veículo físico, mas sim na entidade espiritual em sua estrutura complexa. 7- O sexo é mental em seus impulsos e manifestações. 8- Além da trama de recursos somáticos, a alma guarda a sua individualidade sexual intrínseca, a definir-se na feminilidade ou masculinidade, conforme os característicos acentuadamente passivos ou claramente ativos que lhe sejam próprios. 9- A energia natural do sexo, inerente à própria vida em si, gera cargas magnéticas em todos os seres, pela função criadora de que se reveste, caracterizadas com potenciais nítidos de atração no sistema psíquico de cada um. 10- O instinto sexual não é apenas agente de reprodução, mas reconstituinte de forças espirituais, pelo qual as criaturas encarnadas ou desencarnadas se alimentam mutuamente, na permuta de raios psíquico-magnéticos necessários ao seu progresso. 11- O Espírito reencarna em regime de inversão sexual, como pode renascer em condições transitórias de mutilação ou cegueira. Isso não quer dizer que homossexuais ou intersexos estejam em posição, endereçados ao escândalo ou à viciação, como aleijados e cegos não se encontram na inibição ou na sombra para serem delinquentes. 12- O conceito de normalidade ou anormalidade são relativos. Se a cegueira fosse a condição da maioria dos Espíritos reencarnados na Terra, o homem que pudesse enxergar seria positivamente minoria e exceção. 13- Ações praticadas contra pessoas do sexo oposto na busca de prazer a qualquer preço, impõem além da morte a desorganização mental do causador manifestada através da alienação mental exigindo para seu reequilíbrio muitas vezes pela intervenção os Agentes da Lei Divina, reencarnações compulsórias renascendo em corpo inversos às suas características momentâneas de masculinidades ou feminilidade, para que no corpo inverso, no extremo desconforto íntimo, aprenda a respeitar o semelhante lesado. 14- A inversão também ocorre por iniciativa daqueles que, valendo-se da renúncia construtiva para acelerar o passo no entendimento da vida e do progresso espiritual no intuito de operarem com mais segurança e valor o acrisolamento moral de si mesmos ou na execução de tarefas especializadas, através de estágio perigosos de solidão, em favor do campo social da Terra 15- Masculinidade ou feminilidade totais são inexistentes na personalidade humana, do ponto de vista psicológico, visto que homens e mulheres, em Espírito, apresentam certa percentagem de característicos viris ou feminis em cada indivíduo, o que não assegura possibilidades de comportamento íntimo normal para todos, segundo a conceituação de normalidade que a maioria dos homens estabeleceu para o meio social. 16- Homens e mulheres podem nascer homossexuais ou intersexos, seja como expiação ou em obediência a tarefas específicas –, como são suscetíveis de tomar o veículo físico na condição de mutilados ou inibidos em certos campos de manifestação para melhorar-se e nunca sob a destinação do mal. 17- A Terra, pouco a pouco, renovará princípios e conceitos, diretriz e legislação, em matéria de sexo, sob a inspiração da ciência, que situará o problema das relações sexuais no lugar que lhe é próprio .



Taiwan. Nesse país já aconteceram vários terremotos e, com certeza, acontecerão outros. O terremoto é um fenômeno da natureza, que acaba causando muitas mortes, além do grande prejuízo material. A pergunta é: Por que Deus permite que essas coisas aconteçam? Será que esse povo tem alguma conta a pagar? Por que esse pessoal não sai de lá?

Segundo os princípios espíritas, nada acontece por acaso. Este é um lado da questão.

Sabemos, por informação da espiritualidade, que existem provas e expiações coletivas, ou seja, quando uma calamidade atinge uma população é porque existe alguma dívida moral solidária que envolve as vítimas.

No entanto, muitos entre a população atingida também podem estar ali para prestar algum serviço e manifestar solidariedade para o seu próprio crescimento espiritual.

Não podemos esquecer que é na dificuldade que o ser humano se supera, encontrando soluções que concorrem para o seu progresso e para o progresso científico e tecnológico do planeta, além do exercício coletivo da solidariedade, muito comum nessas situações.

No caso específico do Taiwan, já podemos perceber o quanto o homem se aperfeiçoou para enfrentar calamidades dessa natureza, desenvolvendo técnicas e condições que acabam por minorar os efeitos do terremoto e levando mais segurança para a população.

Portanto, há este outro lado da questão, que geralmente não levamos em consideração, mas que, diante dessas calamidades, está ajudando a humanidade a crescer, inclusive no campo da solidariedade como dissemos, o que é mais importante ainda, pois os progresso espiritual tem mais valor para o nossa evolução do que o progresso apenas material.

No conceito espírita existem a dívida individual e a dívida coletiva, ambas de ordem moral. A individual, como o nome está dizendo, é quando uma pessoa tem algo a resgatar pelo mal que praticou contra alguém.

A dívida coletiva é quando um grupo de pessoas, que no passado se uniram para causar algum prejuízo para a sociedade, retorna para juntos quitar essa dívida.

Note bem: não se trata de um castigo de Deus (como muita gente pode pensar), mas apenas de um processo de reparação movido pela consciência moral das pessoas e da coletividade, o que é demonstra que são as leis divinas ou leis naturais que regulam todos os fatos do universo.

As pessoas, envolvidas no calamitoso acontecimento, reúnem-se para responder de alguma forma e de maneira coletiva pelo mal que possivelmente causaram de maneira solidária no passado. Este é um dos aspectos da questão.

Quanto ao terremoto em si, trata-se de um fenômeno natural de acomodação das placas tectônicas, que faz parte do longo processo de amadurecimento geológico do planeta. O universo é dinâmico, tudo está em constante transformação.

Tais situações de perigo não existem para castigar, para matar pessoas ou para causar sofrimento. Mas, os Espíritos, que trazem na consciência o peso de dívidas morais ou mesmo a necessidade de trabalhar pelo bem coletivo, acabam reencarnando nesses lugares para desenvolver virtudes nobres.

Centenas de milhões de anos atrás, quando a Terra ainda não era habitada por seres humanos e. principalmente antes de existir aqui qualquer tipo de vida, tais fenômenos eram muito mais violentos e muito mais frequentes.

Mas, ao povoar o mundo, cada indivíduo, como cada povo, passou a renascer, muitas vezes, em ambiente inóspito ou perigoso, para acelerar o seu desenvolvimento espiritual.

Desse modo, não é só Taiwan, não só o Japão, a Turquia ou o Haiti estão sujeitos a tais calamidades. Ultimamente, com o desenvolvimento dos meios de comunicação, ficamos sabendo que fenômenos naturais de grandes proporções ocorrem em várias partes do mundo e, muitas vezes, de forma imprevisível.

Respondendo a segunda parte da pergunta, caros ouvintes, diríamos que existe um vínculo afetivo e moral de uma coletividade de Espíritos com o seu território e sua cultura . Isso explica em parte porque a população ameaçada geralmente não abandona sua terra, mesmo ante a iminência de uma calamidade.

quinta-feira, 6 de junho de 2024

A MORTE NÃO MODIFICA OPINIÕES PRONTAMENTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Na seção PERGUNTAS E PROBLEMAS da edição de maio de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, uma dúvida interessante levantada na reunião de 27 de março daquele ano da Sociedade Espírita de Paris, foi analisada por alguns Espíritos presentes: os que morrem descrentes da continuidade da vida ante as evidências diante das quais se veem, continuam a desacreditar ?. Através do médium Sr D’Ambel, os Espíritos Viennois, Erasto e Lamenais ofereceram seus esclarecimentos, dos quais extraímos alguns pontos importantes: Viennois - “No mundo em que habitais, acreditava-se geralmente que a morte vem de repente modificar a opinião dos que se foram e que a venda da incredulidade é violentamente arrancada aos que na Terra negavam Deus. Aí está o erro, porque, para estes, a punição começa justamente em permanecerem na mesma incerteza relativamente ao Senhor de todas as coisas e a conservarem a mesma dúvida da Terra. Não, crede-me; a vista obscurecida da inteligência humana não percebe instantaneamente a luz. Procede-se na erraticidade ao menos com tanta prudência quanto na Terra; assim, não se deve projetar os raios de luz elétrica sobre os olhos dos doentes que se queira curar. A passagem da Vida Terrestre à Espiritual oferece, é certo, um período de confusão, de perturbação para a maioria dos que desencarnam. Alguns há, no entanto, que, desprendidos dos bens terrenos ainda em vida, realizam essa transição tão facilmente quanto uma pomba que se eleva no ar. É fácil perceberdes essa diferença examinando os hábitos dos viajantes que embarcam para atravessar os Oceanos. Para alguns a viagem é um prazer; para a maioria um sofrimento, uma aflição que durará até o desembarque. Pois bem! Ocorre o mesmo com quem viaja da Terra ao Mundo dos Espíritos. Alguns se desprendem rapidamente, sem sofrimento e sem perturbação, ao passo que outros são submetidos ao mal da travessia etérea. Mas acontece isto: assim como os viajantes que tocam a terra, ao sair do navio, recuperam o equilíbrio e a saúde, também o Espírito que transpõe os obstáculos da morte acaba por se achar, como no ponto de partida, com a consciência limpa e clara de sua individualidade. É, pois, certo, meu caro Sr. Kardec, que os incrédulos e os materialistas absolutos conservem sua opinião além do túmulo, até a hora em que a razão ou a graça tiver despertado em seu coração o pensamento verdadeiro, ali escondido”. Erasto: - “Apenas uma palavra: todos os corpos sólidos ou fluídicos pertencem à substância material; isto está bem demonstrado. Ora, os que em vida só admitiam um princípio na Natureza – a matéria – muitas vezes não percebem ainda, depois da morte, senão esse princípio único, absoluto. Se refletires nos pensamentos que os dominaram toda a vida, achá-los-íeis certos, ainda hoje, sob a inteira subjugação desses mesmos pensamentos. Outrora se consideravam como corpos sólidos; hoje se olham como corpos fluídicos: eis tudo. Notai bem que eles se apercebem sob uma forma claramente circunscrita, conquanto vaporosa, idêntica à que tinham na Terra, em estado sólido ou humano, de tal sorte que não veem em seu novo estado senão uma transformação de seu Ser, no qual não haviam pensado. Mas ficam convencidos de que é um encaminhamento para o fim a que chegarão, quando estiverem suficientemente desprendidos, para se diluírem no todo universal. Nada mais obstinado do que um sábio; e eles persistem em pensar que, nem por ser demorado, esse fim é menos inevitável. Uma das condições de sua cegueira moral é de aprisionar mais violentamente nos laços da materialidade e, conseguintemente, de os impedir que se afastem das regiões terrestres ou similares à Terra. E, assim como a maioria dos desencarnados, cativos na carne, não pode perceber as formas vaporosas dos Espíritos que os cercam, também a opacidade do envoltório dos materialistas lhes impede a contemplação das entidades espirituais que se movem, tão belas e tão radiosas, nas Altas Esferas do Império Celeste”. 



Eu quero insistir na questão de bens materiais. Parece que Jesus Cristo condenou os ricos quando disse que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Talvez essa concepção servisse para o povo daquela época. Hoje, porém, nós vemos que é a riqueza que movimenta a economia e a vida das nações. Se todo mundo fosse pobre, não teríamos tido nenhum progresso, nem material, nem intelectual, nem científico, e estaríamos vivendo numa era primitiva, talvez aquela que antecedeu a civilização. Gostaria de um comentário sobre esta questão.

Seu pensamento está certo em relação ao papel da riqueza. Mas ele não está certo em relação ao que Jesus quis dizer. Não era a riqueza em si que Jesus combatia, mas à forma como ela é utilizada e para que fim é utilizada.

A citação se refere ao homem que disse querer segui-lo, mas recuou quando Jesus mandou que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres. De fato, é uma figura muito forte esta, diante da qual o homem recuou de imediato, porque tinha muitos bens e não concebia pudesse se desvencilhar de tudo que possuía.

No entanto, Jesus estava apenas experimentando o quanto aquele homem de grandes posses era apegado aos seus bens, até porque seguir Jesus – ou seja, participar de seu apostolado – era uma missão que exigia grande renúncia aos bens materiais.

Infelizmente, hoje em dia, para muitos que pregam o evangelho e dizem seguir Jesus, a prosperidade material passou a fazer parte de seu discurso, pois ensinam abertamente que Jesus quer que sejamos ricos e com isso incentivam a riqueza material em lugar dos bens espirituais.

Contrariando este posicionamento Jesus convidou para seu apostolado os mais pobres, até porque aqueles homens materialmente não tinham o que perder e, portanto, não viviam atormentados pelo desejo de acumular riquezas. Pessoas muito ricas jamais aceitariam participar do apostolado de Jesus. Nenhum de seus apóstolos se tornou rico, em razão do evangelho.


quarta-feira, 5 de junho de 2024

O COMEÇO DE TUDO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Fazia frio na noite da sexta feira, 8 de julho de 1927 na cidade de Pedro Leopoldo, a poucos quilometros da capital do Estado de Belo Horizonte. Na sala de modesta casa numa das ruas da pequena localidade, um grupo de pessoas se reunia para uma reunião em torno dos ensinamentos do Espiritismo coordenada por uma senhora de nome Carmem Perácio. Embora moradora de Curvelo, localidade distante cem quilômetros, ali se encontrava atendendo pedido recebido semanas antes do amigo João Candido, cuja filha encontrava-se acometida por sérios transtornos comportamentais e que através dela já encontrara alívio, neutralizando influências ditas espirituais. Entre os participantes, Chico, irmão de 17 anos da referida moça que testemunhara a extraordinária mudança havida no quadro mental de Maria Pena Xavier. A reunião começara com uma prece e em meio a etapas conduzidas por Dona Carmem, repassando instrução de um Benfeitor presente, sugeriu que Chico tomasse de papel e lápis e aguardasse alguns instantes. O que se seguiu, segundo lembraria anos depois Chico foi um fenômeno inesquecível. Deixando de perceber a friagem que dominava o ambiente, sentiu-se como que crescendo, tendo a impressão que o próprio telhado do cômodo em quem se encontravam desapareceu e avistando o esplendor da noite estrelada típica do Inverno, enquanto seu braço corria célere e mecanicamente sobre as folhas de papel como que passando a limpo em 17 páginas psicografadas o pensamento de Um Amigo Espiritual exortando ao trabalho em nome de Jesus. Começava ali uma das mais extraordinárias histórias no campo do intercâmbio entre diferentes Dimensões, resultando após mais de 8 décadas em mais de 400 livros contendo ensinamentos, instruções, histórias em prosa e verso escritas por personalidades reconhecidas ou não na realidade em que nos encontramos. Ser humano invulgar, aquele jovem simples e humilde, fascinado com a explicação do que lhe ocorria pelas palavras de Dona Carmem, renunciaria à sua fé católica e passando a seguir o Espiritismo, estudando-o e exercitando a mediunidade que lhe era natural ao longo dos próximos anos até que o Amigo Espiritual da primeira mensagem se apresentou objetivamente numa tarde de domingo em local de beleza natural invulgar nas cercanias da cidade em que viveria até os 48 anos quando se transferiu para a cidade de Uberaba no Triangulo Mineiro. Esse Amigo identificado como Emmanuel lhe informou a tarefa que deveriam desenvolver em conjunto na produção de livros que divulgassem a Doutrina Espírita codificada por Allan Kardec, assumindo a coordenação de tal trabalho que marcou gerações, inspirando o surgimento de extraordinários trabalhos, sobretudo, em favor da caridade dirigida aos menos favorecidos. Instruiu-o que se em algum momento dissesse algo que contradissesse Jesus e Allan Kardec que o esquecesse e ficasse com os dois. Fiel, Chico elegeu a recomendação como norma de conduta não só no trabalho doutrinário como na vida pessoal, alcançando um nível de iluminação extraordinário, inspirando milhares de pessoas que reconheceram nela uma luz entre as sombras do mundo em mudança em que nos encontramos. Um detalhe interessante que revela ter Chico cumprido a missão pela qual renasceu está preservado no livro CHICO XAVIER EM PEDRO LEOPOLDO (Didier, 2000) de Divaldinho Matos. Revela que o casal Carmem e José Hermínio Perácio transferiu residência para Pedro Leopoldo após terem conhecido Chico atendendo orientação de médium de suas relações em Belo Horizonte, Paschoal Comanducci que afirmou: - A principal missão de vocês agora é ajudar Chico Xavier. Ele possui recursos mediúnicos múltiplos. Está cercado de falanges tão poderosas como as que assistiam Jesus. Esse menino assombrará o mundo. Escreverá mediunicamente centenas de livros e será intransigente defensor e divulgador do Espiritismo codificado por Allan Kardec. Viverá muito. Desencarnado, não terá substitutos. Da mesma forma que Jesus, Chico é único no Planeta. Só ele, em reencarnação posterior, poderá retomar o leme e dar continuidade à obra específica que lhe foi confiada pelo Altíssimo. Poderá ter, em princípio, sucessores. Substitutos, reafirmo, jamais”.


AUTO PERDÃO

A necessidade do perdão surge quando eu preciso me libertar de uma ferida que me dói na alma (uma ferida chamada mágoa) e que foi causada pela atitude de alguém que me atingiu no meu orgulho, deixando-me mal comigo mesmo.

A ferida da alma comporta-se assim: quanto mais eu me lembro de que como fui ferido, mais a ferida dói; quanto mais eu conto para alguém ou espalho a notícia de como fui ferido, mais ela me incomoda, ou seja, mais ela me faz sofrer. A única maneira pela qual eu posso me livrar dessa ferida, se eu estiver determinado a isso, é curá-la e o único remédio para essa cura se chama perdão.

Para que haja o perdão é preciso haver a ofensa, ou seja, é preciso que alguém se sinta atingido pela atitude do outro, o que nos leva a concluir que:

1º - se a pessoa quis me ofender com uma determinada atitude, mas eu não me senti ofendido, não há necessidade do perdão, simplesmente porque não houve ofensa e nem mágoa;

2º – se a pessoa não quis me ofender, mas eu me senti ofendido com sua atitude, embora ela não consciência disso, só o perdão me pode extirpar a dor da mágoa.

3º - se eu ofendi alguém e esse alguém me perdoou, esse perdão salva esse alguém da mágoa, mas pode deixar em mim um sentimento de culpa ainda maior.

Logo, para eu me libertar da culpa que me pode causar doenças do corpo e transtornos emocionais, não basta que o ofendido me perdoe. Pelo contrário, muitas vezes é o perdão do ofendido que faz com que eu me sinta ainda mais culpado.

Nesse caso, para eu me libertar do peso da culpa, preciso aprender a me perdoar. É o que chamamos de auto perdão.

Há quem não entenda por que precisamos nos perdoar, alegando que o auto perdão é uma porta para eu continuar cometendo erros e me perdoando indefinidamente. No entanto, o auto perdão ou auto compreensão é necessário para eu poder perdoar meu ofensor, mesmo porque. para compreendê-lo, primeiro preciso compreender meus próprios defeitos e limitações.

É nesse sentido que vou desenvolver o senso de responsabilidade, procurando estar disposto a reparar o meu erro.

Exemplos: Judas e Pedro traíram a confiança de Jesus. O primeiro. Judas Iscariotes, entregou-o aos inimigos e Pedro o negou por três vezes consecutivas logo que Jesus foi preso. Por alguns instantes, Judas pensou que levara alguma vantagem com sua traição (talvez, por conta das moedas), mas logo caiu em si, percebendo que Jesus o perdoaria e que ele se sentiria mais culpado ainda. O que fez, então? Tomado pelo remorso, não suportou a acusação que fazia contra si e, desesperado, procurou fugir da acusação da consciência pela porta enganosa do suicídio. Neste caso, temos um exemplo típico de quem deu uma dimensão muito grande ao erro que cometeu e não se perdoou.

Pedro, que acabara de prometer completa fidelidade a Jesus, fraquejou na presença dos soldados romanos e o negou por três vezes. Mas, em seguida, quando Jesus passou por ele, levado pelos soldados e seus olhares se cruzaram, ao perceber o olhar compassivo do mestre, Pedro sentiu o amargor da culpa. Contudo, ao contrário de Judas, que se deixou vencer pela culpa, Pedro ali mesmo assumiu a responsabilidade de trabalhar até o supremo sacrifício pela causa de Jesus. Neste caso temos um exemplo típico de quem se perdoou.

O aluno, que foi reprovado na escola, não deve se agarrar à culpa por não ter estudado o suficiente. Ele tem que se entender, admitir para si mesmo que a falha foi sua e, ao mesmo tempo, dar-se a oportunidade de retomar o estudo para, então, atingir seu intento.

Na linguagem espírita, perdoar-se é dar-se outra oportunidade para reconstruir a própria vida, no firme propósito de reparar o mal que causou.






terça-feira, 4 de junho de 2024

REENCARNAÇÃO - A LÓGICA DOS ARGUMENTOS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 “A pluralidade das existências, da qual o Cristo colocou o princípio no Evangelho, sem, contudo, defini-lo mais do que muitos outros, é uma das Leis mais importantes reveladas pelo Espiritismo, no sentido que lhe demonstra a realidade e a necessidade para o progresso. Por esta Lei, o homem explica todas as anomalias aparentes que a vida humana apresenta; as diferenças de posições sociais; as mortes prematuras que, sem a reencarnação, tornariam inúteis para a alma as vidas precocemente interrompidas; a desigualdade das aptidões intelectuais e morais, explicadas pela antiguidade do Espírito, que mais ou menos viveu, mais ou menos aprendeu e progrediu, e que traz, em renascendo, a aquisição de suas existências anteriores”. Vejamos outros dos argumentos levantados por Allan Kardec no número de setembro de 1866 da REVISTA ESPÍRITA: 1- Com a doutrina da criação da alma em cada existência, cai-se no sistema das criações privilegiadas; os homens são estranhos uns aos outros, nada os religa, os laços de família são puramente carnais; não são solidários de um passado em que não existiam; com a do nada depois da morte, toda relação cessa com a vida; eles não são solidários do futuro. 2- Pela reencarnação, são solidários do passado e no futuro; suas relações se perpetuam no Mundo Espiritual e no Mundo Corpóreo, a fraternidade tem por base as próprias leis da Natureza; o Bem tem um objetivo, o mal as suas consequências inevitáveis. 3- Com a reencarnação caem os preconceitos de raças e de castas, uma vez que o próprio Espírito pode renascer rico ou pobre, grande senhor ou proletário, senhor ou subordinado, livre ou escravo, homem ou mulher. De todos os argumentos invocados contra a injustiça da servidão e da escravidão, contra a sujeição da mulher à lei do mais forte, não há nenhuma que prepondere em lógica o fato material da reencarnação se, pois, a reencarnação funda-se sobre uma lei da Natureza, o princípio da Fraternidade Universal, funda-se sobre a mesma lei no da igualdade dos Direitos Sociais, e, consequentemente no da Liberdade. Os homens não nascem inferiores e subordinados senão pelo corpo; pelo Espírito, eles são iguais e livres. 4- Tirai ao homem o Espírito livre, independente, sobrevivente à matéria, dele fareis uma máquina organizada, sem objetivo, sem responsabilidade, sem outro freio que o da lei civil, e bom para explorar como um animal inteligente. Nada esperando depois da morte, nada nos detém para aumentar os gozos do presente; se sofre, não tem em perspectiva senão o desespero e o nada por refúgio. Com a certeza do futuro, a de reencontrar com aqueles a quem amou, o medo de rever aqueles a quem ofendeu, todas as suas ideias mudam. (...) 5- Sem a preexistência da alma, a doutrina do pecado original não é somente irreconciliável com a Justiça de Deus, que torna todos os homens responsáveis pela falta de um único, ela seria um contra senso, e tanto menos justificável quanto a alma não existia na época em que se pretende fazer remontar a sua responsabilidade. Com a preexistência e a reencarnação, o homem traz, em renascendo, o germe de suas imperfeições passadas, as faltas das quais não pôde se corrigir e que se traduzem por seus instintos natos, suas propensões a tal ou tal vício. Está aí o seu verdadeiro pecado original, do qual sofre muito naturalmente as consequências.


Vamos responder à Luiza Teodoro, que faz a seguinte colocação: por que existem baixo e alto Espiritismo?

Na verdade, Luiza, quando as pessoas estão mal informadas ou não procuram conhecer a doutrina espírita nos seus verdadeiros fundamentos, elas podem ser facilmente levadas a praticar a mediunidade de uma forma diferente daquela que o Espiritismo recomenda.

Não sabemos se isso pode se chamar baixo espiritismo, porque, para nós, o Espiritismo é um só; o que existem são variações na prática mediúnica que, de uma maneira equivocada, chamam de espiritismo.

A doutrina espírita, codificada por Allan Kardec, tem seus próprios princípios –porque se trata de uma doutrina que, antes de tudo, procura educar o ser humano para a vida, seguindo a moral de Jesus.

Eis porque não deve ser confundida com atos isolados de pessoas que se põem a praticar a mediunidade à sua maneira sem conhecimento espírita e sem a observância dos princípios do Espiritismo.

Desse modo, não devemos confundir Espiritismo com mediunidade, pois nem todo médium ou grupo mediúnico que se dedica à mediunidade é espírita. Chamamos isso de mediunismo.

O Espiritismo é uma doutrina filosófica, de bases morais, que procura caminhar ao lado da ciência. Seus serviços não se restringem à mediunidade. Vão muito além disso.

Na sua prática mediúnica, no entanto, não há rituais e não se usa velas ou qualquer outro apetrecho material em suas sessões.

A prática mediúnica espírita é toda espiritual, nada se cobra e nada se exige pelos serviços que presta, seguindo a recomendação de Jesus: “dai de graça o que de graça recebestes”.

Sem o conhecimento das obras básicas - O LIVRO DOS ESPÍRITOS, O LIVRO DOS MÉDIUNS e O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, pelo menos – não tem como se conhecer e praticar o Espiritismo.


segunda-feira, 3 de junho de 2024

EXISTE MAL OLHADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Sensação de mal estar ao cruzarmos com alguém ou recebermos uma visita. Existe isso de alguém atingir alguém com vibrações negativas? Se afirmativo como explicar. No número de dezembro de 1862 da REVISTA ESPÍRITA, encontramos argumentos de Allan Kardec para esse tema interpretado como superstição. Diz ele: “- Por sua natureza fluídica, essencialmente móvel e elástica, se assim nos podemos exprimir, como agente direto do Espírito, o perispírito é posto em ação e projeta raios pela vontade do Espírito. Por esses raios ele serve à transmissão do pensamento, porque, de certa forma, está animado pelo pensamento do Espírito. Sendo o perispírito o laço que une o Espírito ao corpo, é por seu intermédio que o Espírito transmite aos órgãos, não a vida vegetativa, mas os movimentos que exprimem a sua vontade; é, também, por seu intermédio que as sensações do corpo são transmitidas ao Espírito. Destruído o corpo sólido pela morte, o Espírito não age mais e não percebe senão pelo seu corpo fluídico, ou perispírito, razão por que age mais facilmente e percebe melhor, já que o corpo é um entrave. Tudo isto é ainda resultado da observação. Suponhamos agora duas pessoas próximas, cada qual envolvida – que nos permitam o neologismo – por sua atmosfera perispiritual. Esses dois fluidos põem-se em contato e se interpenetram; se forem de natureza antipática, repelem-se e os dois indivíduos sentirão uma espécie de mal-estar ao se aproximarem um do outro, sem disso se darem conta; se, ao contrário, forem movidos por sentimentos de benevolência, terão um pensamento benevolente, que atrai. Tal a causa pela qual duas pessoas se compreendem e se adivinham sem se falarem. Um certo não sei quê por vezes nos diz que a pessoa com a qual nos defrontamos deve ser animada por tal ou qual sentimento. Ora, esse não ‘sei quê’ é a expansão do fluido perispiritual da pessoa em contato com o nosso, espécie de fio elétrico condutor do pensamento. Desde logo se compreende que os Espíritos, cujo envoltório fluídico é muito mais livre do que no estado de encarnação, já não necessitam de sons articulados para se entenderem. O fluido perispiritual do encarnado é, pois, acionado pelo Espírito. Se, por sua vontade, o Espírito, por assim dizer, dardeja raios sobre outro indivíduo, os raios o penetram. Daí a ação magnética mais ou menos poderosa, conforme a vontade; mais ou menos benfazeja, conforme sejam os raios de natureza melhor ou pior, mais ou menos vivificante. Porque podem, por sua ação, penetrar os órgãos e, em certos casos, restabelecer o estado normal. Sabe-se da importância das qualidades morais do magnetizador. Aquilo que pode fazer o Espírito encarnado, dardejando seu próprio fluido sobre uma pessoa, um Espírito desencarnado também o pode, visto ter o mesmo fluido, ou seja, pode magnetizar. Conforme seja bom ou mau o fluido, sua ação será benéfica ou prejudicial. Assim, facilmente nos damos conta da natureza das impressões que recebemos, de acordo com o meio onde nos encontramos. Se uma assembleia for composta de pessoas animadas de maus sentimentos, o ar ambiente será saturado com o fluido impregnado de seus sentimentos. Daí, para as almas boas, um mal-estar moral análogo ao mal-estar físico causado pelas emanações mefíticas: a alma fica asfixiada. Se, ao contrário, as pessoas tiverem intenções puras, encontramo-nos em sua atmosfera como se estivéssemos num ar vivificante e salubre. Naturalmente o efeito será o mesmo num ambiente repleto de Espíritos, conforme sejam bons ou maus”



Por que alguns Espíritos, quando se comunicam no centro, parece que ainda estão no seu corpo, sofrendo a situação que os levou à morte, agindo como se ainda estivessem encarnados?


Essa situação é até comum. Em geral, ela ocorre com Espíritos ainda muito presos à matéria; ou seja, aquelas pessoas que não conseguiram desenvolver valores espirituais e que se fecharam à ação de seus protetores. A morte, quase sempre, é um trauma para o Espírito – e para essas pessoas, mais ainda - devido à mudança que provoca, principalmente quando a morte se dá de maneira brusca, inesperada, como no caso de acidentes ou mesmo numa morte repentina.


Assim, é comum haver comunicação de Espíritos que ainda estão experimentando as emoções dos últimos momentos de sua vida, momentos sofridos, que ficam gravados mais fundo em sua memória. Como todos têm medo da morte, é natural que inconscientemente esses Espíritos resistam à idéia de desencarnar, e essa negação faz com que se agarrem aos momentos finais da existência terrena, como tábua de salvação. O medo da morte leva-os a prolongarem as sensações mais desconfortáveis. Para alguns, superar esse momento é muito complicado; para outros, basta uma presença de um familiar desencarnado ou de um amigo espiritual.


Entretanto, as pessoas mais espiritualizadas conseguem vencer com relativa facilidade os obstáculos dessa passagem, até porque, devido às suas vibrações mentais, estão mais próximas de Espíritos amigos ou familiares, que vêm ao seu encontro, ajudando-as a aceitar a grande mudança e a tomar consciência de que devem iniciar uma nova vida. Daí a importância de vivermos uma vida voltada para o seu sentido mais elevado, cultivando valores do espírito, agindo com responsabilidade, procurando ser útil ao semelhante, confiando em si mesmo e, sobretudo, em Deus. Quem vive uma vida reta e elevada cria em torno de si uma psicosfera luminosa.


Contudo, o desenvolvimento da religiosidade numa pessoa não quer dizer, necessariamente, que ela precise ter uma religião, mas, sim, que ela alimente um espírito solidário em relação àqueles que a cercam, que tenha uma participação positiva no meio em que vive – seja no âmbito da família ou da sociedade. Aqueles que só pensam em si mesmos, que nada fazem pelos outros, que só buscam as próprias vantagens – principalmente, vantagens de ordem material, em prejuízo do semelhante – estão mais sujeitos a situações traumáticas depois da morte, e por culpa deles mesmos.


domingo, 2 de junho de 2024

OS ESPÍRITOS DO SENHOR; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 As - certamente angustiantes - horas que antecederam a prisão de Jesus resultante das tramas urdidas por inimigos, encarnados e desencarnados, segundo relatado no capítulo quatorze do Evangelho atribuído ao discípulo João, demonstram a dificuldade dos seguidores mais próximos em entender o real significado do que o líder e Mestre, estava tentando dizer. No versículo 26, porém ele afirma: -“Eu rogarei a Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre; O Espírito de Verdade, que o mundo pode receber, porque não o vê nem conhece; mas vos o conheceis, porque habita convosco, e estará em vós (...). Mas aquele Consolador, o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome, esse vos ensinará todas as coisas, e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”. Quase 20 séculos se passaram e, no prefácio de uma das obras básicas do Espiritismo – O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO -, Allan Kardec inseriu trecho de uma mensagem assinada pelo Espírito da Verdade – supostamente o próprio Jesus - dizendo: -Os Espíritos do Senhor, que são as virtudes dos céus, como um imenso exército que se movimenta ao receber a ordem de comando, espalham-se sobre toda a face da Terra. Semelhantes a estrelas cadentes, vem iluminar o caminho e abrir os olhos aos cegos. Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que todas as coisas devem ser restabelecidas no seu verdadeiro sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e glorificar os justos”. Observa-se que no texto não fica explícita essa ação seja em nome do Espiritismo, restringindo-a, portanto. Embora o trabalho de observações e pesquisas de Kardec tenham se iniciado somente em 1854, mensagem de um Espírito identificado como Dr. Barry, inserida no capítulo dezoito do livro A GÊNESE revela que as ações dos Espíritos do Senhor, se iniciaram um século antes da Codificação dos princípios espíritas. Vários fatos confirmam que os chamados fenômenos de efeitos físicos, a princípio, e, intelectuais, na continuidade, já atraiam atenções na Europa e América do Norte. O livro JOANA D’ARC POR ELA MESMA, recebida pela médium Ermance Dufaux, quando ela contava apenas 14 anos, foi publicada em 1855, dois anos antes d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS. Concluída a tarefa de Kardec, teria se interrompido tal processo? A lógica e o bom senso dizem que não. Considerando a condição espiritual de encarnados e desencarnados, problemas culturais, interferências decorrentes do personalismo, após a desencarnação do professor Rivail que se ocultava no pseudônimo Allan Kardec, em todo planeta prosseguiu o trabalho dos Espíritos do Senhor, semeando as verdades ofuscadas pelas ambições humanas ao longo dos quase 20 séculos transcorridos desde a passagem de Jesus por nossa Dimensão. Se nos aprofundarmos no conhecimento sobre o surgimento de muitas obras e descobertas que influenciaram movimentos e inovações no pensamento da coletividade humana, constataremos que a ação da Espiritualidade fica evidenciada. A dinâmica, se deu através de AÇÕES OBJETIVAS (mediunidade ostensiva dos efeitos inteligentes e efeitos físicos) e de AÇÕES SUBJETIVAS (mediunidade oculta – inspiração - na literatura, artes, cultura, cinema, terapias psicológicas, novas propostas filosófico / religiosas). Inúmeras podem ser essas constatações, entendidas a partir de dois comentários presentes n’ O LIVRO DOS MÉDIUNS. No item 294: “Quando é chegado o tempo de uma descoberta, os Espíritos encarregados de dirigir-lhe a marcha procuram o homem capaz de conduzi-la a bom termo, e lhe inspiram as ideias necessárias, de maneira a deixar-lhe todo o mérito, porque, essas ideias, é preciso que as elabore e as execute. Ocorre o mesmo com todos os grandes trabalhos de inteligência humana”. E, no item 183: -“Artistas, sábios, literatos, são sem dúvida, Espíritos avançados, capazes por si mesmos de compreender e de conceber grandes coisas; ora, é precisamente por que são julgados capazes, que, os Espíritos que querem o cumprimento de certos trabalhos lhes sugerem as ideias necessárias, e é assim que, o mais frequentemente, são médiuns sem o saberem. Tem, no entanto, uma vaga intuição de uma assistência estranha, porque quem apela para a inspiração, não faz outra coisas senão uma evocação”. Apenas para citar alguns na categoria de subjetivas, destacamos três exemplos, por localidade e cronologia: 1- Paris (FR) – 1903 – Investigando o possível fenômeno de exteriorização da consciência em estado de transe, o engenheiro Albert de Rochas, depara-se com a regressão de memória a vidas passadas. 2 - Suécia – 1959 – Friedrich Juergenson capta pela primeira vez vozes de Espíritos desencarnados através de um gravador magnético enquanto tentava registrar o canto de pássaros. 3 - Colorado (EUA) – 1966 – Ian Stevenson, catedrático de Psiquiatria na Universidade da Virgínia, publica VINTE CASOS SUGESTIVOS DE REENCARNAÇÃO.


Os espíritas dizem que a morte não é o fim, mas apenas uma porta para o mundo do espírito; que ela não aniquila o individuo, porque a vida verdadeira continua. Nesse caso, não seria contraditório lutar contra a morte ou procurar um meio de prorrogar a vida, ou até mesmo chorar quando perdemos um ente querido, já que o que lhe acontece é bom para ele, porque a vida espiritual é melhor que a vida aqui na Terra?


Você tem razão quando diz que a morte é uma porta ou uma passagem na vida do Espírito. De fato, quando ele deixa o corpo, passa a viver inteiramente numa dimensão espiritual, de onde veio e onde, certamente, vai conhecer novas experiências. A morte é inevitável porque faz parte do mecanismo da vida e, mais do que isso, do mecanismo da evolução. O Espírito encarna para viver algum tempo na Terra e desencarna para voltar ao plano espiritual e, mais adiante, encarnar de novo. É o ciclo da vida, que vai enriquecendo de experiências o Espírito, impulsionando-o à perfeição.


Dizendo isso, estamos afirmando que a vida (na Terra) é uma necessidade para o crescimento do Espírito. É reencarnando que ele progride moral e intelectualmente. Daí a necessidade: por isso, é indispensável que ele viva na Terra e que sua experiência seja aproveitada ao máximo. É a razão pela qual precisamos defender a vida, lutar pela vida, até o momento em que nossos esforços se tornam inúteis. Assim, cada vida é uma oportunidade a mais na longa experiência do Espírito, pois ele deve viver o máximo possível. As próprias leis naturais defendem a vida biológica – a começar pelo instinto de conservação – para que o indivíduo não morra prematuramente e possa, assim, ter a vida mais longa possível, segundo seu projeto reencarnatório.


Logo, a luta que o indivíduo empreende para salvar sua vida física( e que todos seus entes queridos também empreendem) significa que queremos viver e devemos viver o quanto possível, até o esgotamento de todos os recursos. A própria família ( devido ao instinto de conservação e aos laços afetivos que se estabeleceram entre os familiares) assume uma postura de defesa da vida, dando o máximo de si para a preservação da vida daquele a quem muito ama. Isso tudo é perfeitamente natural e compreensível. Do contrário, a pessoa se deixar morrer ou a família abandoná-la à própria sorte, seria um suicídio ou homicídio, que contrariam a lei de Deus.


Mas se o individuo tem conhecimento espírita, se a família também participa desse mesmo conhecimento – ou seja, se há uma consciência do que realmente seja a desencarnação - todos aceitarão a morte sem revolta e com naturalidade;. sem, contudo, deixar de lutar pela vida. Neste caso, reconhecerão que o termo da vida chegou, que deverão resignar-se: o que partiu – por ter deixado a família; e os que ficaram – por ter perdido a presença física do ente amado. A resignação diante da morte, assim, se torna necessária para o equilíbrio e o bem estar de todos, uma vez que se trata de uma separação passageira, e de um fato inevitável na experiência evolutiva de todos nós.


Portanto, o que provoca a resignação do espírita, diante da morte de um ente querido, é a certeza da continuidade da vida, é o fato de saber que aquela experiência – por mais curta que tenha sido – foi bem aproveitada, que familiares e amigos desencarnados o esperam do lado de lá ( ou seja, no plano espiritual); e que de fato não perdeu o ser amado, que deixa saudades, mas continua amando os que ficaram e sendo por eles amado, divisando agora um novo panorama promissor, no qual se desenhará seus próximos passos rumo ao aperfeiçoamento constante, que faz parte da Lei de Deus.


sábado, 1 de junho de 2024

CHOCANTE, MAS LÓGICO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Considerando o perfil dos Espíritos ligados ao Planeta Terra no seu processo evolutivo apresentado no capítulo 3 d’O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, entende-se parte da realidade observada atualmente. Acrescentando a isso o fato de que numa hipotética existência de 60 anos, apenas v20 são aproveitados, visto que 20 dispende-se no sono físico, e outros 20 no processo de ascensão à vida adulta, deduz-se quanto é moroso o progresso da Individualidade. A análise de Allan Kardec reproduzida na REVISTA ESPÍRITA de janeiro de 1864 em resposta a um leitor dá uma dimensão do problema: -“Ignoramos absolutamente em que condições se dão as primeiras encarnações da alma; é um desses princípios das coisas que estão nos segredos de Deus. Apenas sabemos que são criadas simples e ignorantes, tendo todas, assim, o mesmo ponto de partida, o que é conforme à justiça; o que sabemos ainda é que o livre-arbítrio só se desenvolve pouco a pouco e após numerosas evoluções na vida corpórea. Não é, pois, nem após a primeira, nem depois da segunda encarnação que a alma tem consciência bastante clara de si mesma, para ser responsável por seus atos; não é senão após a centésima, talvez após a milésima. Dá-se o mesmo com a criança, que não goza da plenitude de suas faculdades, nem um, nem dois dias após o nascimento, mas depois de anos. E, ainda, quando a alma goza do livre-arbítrio, a responsabilidade cresce em razão do desenvolvimento de sua inteligência; é assim, por exemplo, que um selvagem que come os seus semelhantes é menos castigado que o homem civilizado, que comete uma simples injustiça. Sem dúvida os nossos selvagens estão muito atrasados em relação a nós e, no entanto, já se acham bem longe de seu ponto de partida. Durante longos períodos, a alma encarnada é submetida à influência exclusiva dos instintos de conservação; pouco a pouco esses instintos se transformam em instintos inteligentes ou, melhor dizendo, se equilibram com a inteligência; mais tarde, e sempre gradualmente, a inteligência domina os instintos. Só então é que começa a séria responsabilidade. (...) Se houvesse acaso ou fatalidade, toda responsabilidade seria injusta. Como dissemos, o Espírito fica num estado inconsciente durante numerosas encarnações; a luz da inteligência não se faz senão aos poucos e a responsabilidade real só começa quando o Espírito age livremente e com conhecimento de causa. (...) A Terra já foi, mas não é mais, um mundo primitivo; os mais atrasados seres humanos encontrados em sua superfície já se despojaram das primeiras fraldas da encarnação e os nossos selvagens estão em progresso, comparativamente ao que eram antes que seu Espírito viesse encarnar neste Globo Que se julgue agora o número de existências necessárias a esses selvagens para transpor todos os degraus que os separam da mais adiantada civilização; todos esses degraus intermediários se acham na Terra sem solução de continuidade e se pode segui-los observando as nuances que distinguem os diferentes povos; só o começo e o fim aí não se encontram; para nós o começo se perde nas profundezas do passado, que não nos é dado penetrar. Aliás, isto pouco importa, pois tal conhecimento em nada nos adiantaria. Não somos perfeitos, eis o que é positivo; sabemos que nossas imperfeições são o único obstáculo à nossa felicidade futura; portanto, estudemo-nos, a fim de nos aperfeiçoarmos. No ponto em que estamos a inteligência está bastante desenvolvida para permitir ao homem julgar sensatamente o bem e o mal, e é também deste ponto que a sua responsabilidade é mais seriamente empenhada, já que não mais se pode dizer o que dizia Jesus: “Perdoai-lhes, Senhor, porque não sabem o que fazem.”


A questão, que vamos tratar agora, vem da Adriana Regina, do Jardim Brasil, e diz o seguinte: “Hoje a gente ouve falar muito em amor a si mesmo. Parece que não é bem isso que aprendemos na vida, porque quase sempre agimos como pessoas egoístas, queremos tudo para nós e nada para os outros. Ora, se nós já somos egoístas, será que amar-se mais não vai aumentar ainda mais o nosso egoísmo?”

Não temos dúvida, Adriana, de que precisamos nos amar. Aliás, o primeiro compromisso que cada um tem nesta vida é consigo mesmo. Porém, esse amor para consigo significa aceitar-se como é, procurando melhorar sempre; cuidar-se para viver bem e para viver mais tempo possível nesta vida, evitando abusos e extravagâncias que possam comprometer a saúde e a vida. Isso é o mínimo que cada um deve esperar de si mesmo, para o cumprimento de sua missão na Terra. Amar-se significa dar a si o valor que realmente tem e compreender que Deus quer o melhor para nós, porque Deus nos ama a todos.

O problema do autoamor (ou do amor a si mesmo) está em saber como amar-se, até porque tudo na natureza tem limite. Vamos fazer uma reflexão sobre isso. Jesus foi categórico quando disse “amai o próximo como a si mesmo”. O que podemos entender dessa expressão? Naturalmente que o mesmo amor que cada um tem por si, deve ter para com o seu próximo. Se eu quero o meu bem-estar, devo desejar o mesmo para os outros. No entanto, há pessoas que não se respeitam a si mesmas. Elas se agridem, violentam-se, destroem sua saúde, acomodam-se na ignorância e tornam-se intratáveis, rudes e difíceis. Isso significa que elas não se amam. Ora., se elas não se amam, como poderão amar o próximo?.

Quando falava de amor ao próximo, Jesus estava querendo dizer que o amor não pode estar confinado em nós, como ele fosse apenas para nós. Tanto erra aquele que se despreza e se destrói, quanto aquele que só pensa em si, destruindo os outros. O amor precisa ser distribuído entre todos com quem convivemos. O amor confinado, guardado, recusado ao outro, é o que chamamos de egoísmo, e acaba se transformando em doença. Para Jesus, portanto, o amor – para ser amor - precisa ser compartilhado. Desta colocação, podemos tirar algumas conclusões importantes, Adriana.

Primeira: se não nos amamos, não podemos amar o próximo; quem não está bem consigo mesmo, não pode estar bem com ninguém. Segunda conclusão: se dirigimos todo amor a nós mesmos, ou seja, o que chamamos de egoísmo, guardamos o amor só para nós, e também não podemos amar o próximo. Terceira: será que sabemos nos amar? Será que esse apego, que sentimos por nós, preocupando-nos apenas conosco, como se fossemos a pessoa mais importante do mundo – será que isso é amor?

Alguns estudos espíritas nos têm levado à conclusão que, quase sempre, não sabemos nos amar. Existe em nós muita rejeição por nós mesmos – uma espécie de autopunição porque não somos o que queríamos ser e nem temos o que queríamos ter. Muitos não se aceitam, mas não têm consciência disso: pensa que se amam, mas se odeiam e se machucam, provocando ou agravando enfermidades. Vivem em conflito íntimo, querendo ser o que não são.

Você, por exemplo, está contente consigo mesma? Quando estamos bem conosco mesmos, agradecemos a Deus todos os dias pela maravilha da vida. Mas quando o conflito se instala dentro de nós, por mais que lutemos pelos nossos interesses, na verdade estamos nos guerreando, estamos nos punindo, não estamos nos aceitando como somos. E, quando isso acontece, torna-se impossível amar o próximo, simplesmente porque ainda não aprendemos a nos amar nem a nós mesmos.