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quinta-feira, 6 de junho de 2024

A MORTE NÃO MODIFICA OPINIÕES PRONTAMENTE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

Na seção PERGUNTAS E PROBLEMAS da edição de maio de 1863 da REVISTA ESPÍRITA, uma dúvida interessante levantada na reunião de 27 de março daquele ano da Sociedade Espírita de Paris, foi analisada por alguns Espíritos presentes: os que morrem descrentes da continuidade da vida ante as evidências diante das quais se veem, continuam a desacreditar ?. Através do médium Sr D’Ambel, os Espíritos Viennois, Erasto e Lamenais ofereceram seus esclarecimentos, dos quais extraímos alguns pontos importantes: Viennois - “No mundo em que habitais, acreditava-se geralmente que a morte vem de repente modificar a opinião dos que se foram e que a venda da incredulidade é violentamente arrancada aos que na Terra negavam Deus. Aí está o erro, porque, para estes, a punição começa justamente em permanecerem na mesma incerteza relativamente ao Senhor de todas as coisas e a conservarem a mesma dúvida da Terra. Não, crede-me; a vista obscurecida da inteligência humana não percebe instantaneamente a luz. Procede-se na erraticidade ao menos com tanta prudência quanto na Terra; assim, não se deve projetar os raios de luz elétrica sobre os olhos dos doentes que se queira curar. A passagem da Vida Terrestre à Espiritual oferece, é certo, um período de confusão, de perturbação para a maioria dos que desencarnam. Alguns há, no entanto, que, desprendidos dos bens terrenos ainda em vida, realizam essa transição tão facilmente quanto uma pomba que se eleva no ar. É fácil perceberdes essa diferença examinando os hábitos dos viajantes que embarcam para atravessar os Oceanos. Para alguns a viagem é um prazer; para a maioria um sofrimento, uma aflição que durará até o desembarque. Pois bem! Ocorre o mesmo com quem viaja da Terra ao Mundo dos Espíritos. Alguns se desprendem rapidamente, sem sofrimento e sem perturbação, ao passo que outros são submetidos ao mal da travessia etérea. Mas acontece isto: assim como os viajantes que tocam a terra, ao sair do navio, recuperam o equilíbrio e a saúde, também o Espírito que transpõe os obstáculos da morte acaba por se achar, como no ponto de partida, com a consciência limpa e clara de sua individualidade. É, pois, certo, meu caro Sr. Kardec, que os incrédulos e os materialistas absolutos conservem sua opinião além do túmulo, até a hora em que a razão ou a graça tiver despertado em seu coração o pensamento verdadeiro, ali escondido”. Erasto: - “Apenas uma palavra: todos os corpos sólidos ou fluídicos pertencem à substância material; isto está bem demonstrado. Ora, os que em vida só admitiam um princípio na Natureza – a matéria – muitas vezes não percebem ainda, depois da morte, senão esse princípio único, absoluto. Se refletires nos pensamentos que os dominaram toda a vida, achá-los-íeis certos, ainda hoje, sob a inteira subjugação desses mesmos pensamentos. Outrora se consideravam como corpos sólidos; hoje se olham como corpos fluídicos: eis tudo. Notai bem que eles se apercebem sob uma forma claramente circunscrita, conquanto vaporosa, idêntica à que tinham na Terra, em estado sólido ou humano, de tal sorte que não veem em seu novo estado senão uma transformação de seu Ser, no qual não haviam pensado. Mas ficam convencidos de que é um encaminhamento para o fim a que chegarão, quando estiverem suficientemente desprendidos, para se diluírem no todo universal. Nada mais obstinado do que um sábio; e eles persistem em pensar que, nem por ser demorado, esse fim é menos inevitável. Uma das condições de sua cegueira moral é de aprisionar mais violentamente nos laços da materialidade e, conseguintemente, de os impedir que se afastem das regiões terrestres ou similares à Terra. E, assim como a maioria dos desencarnados, cativos na carne, não pode perceber as formas vaporosas dos Espíritos que os cercam, também a opacidade do envoltório dos materialistas lhes impede a contemplação das entidades espirituais que se movem, tão belas e tão radiosas, nas Altas Esferas do Império Celeste”. 



Eu quero insistir na questão de bens materiais. Parece que Jesus Cristo condenou os ricos quando disse que é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no reino dos céus. Talvez essa concepção servisse para o povo daquela época. Hoje, porém, nós vemos que é a riqueza que movimenta a economia e a vida das nações. Se todo mundo fosse pobre, não teríamos tido nenhum progresso, nem material, nem intelectual, nem científico, e estaríamos vivendo numa era primitiva, talvez aquela que antecedeu a civilização. Gostaria de um comentário sobre esta questão.

Seu pensamento está certo em relação ao papel da riqueza. Mas ele não está certo em relação ao que Jesus quis dizer. Não era a riqueza em si que Jesus combatia, mas à forma como ela é utilizada e para que fim é utilizada.

A citação se refere ao homem que disse querer segui-lo, mas recuou quando Jesus mandou que vendesse tudo o que tinha e desse aos pobres. De fato, é uma figura muito forte esta, diante da qual o homem recuou de imediato, porque tinha muitos bens e não concebia pudesse se desvencilhar de tudo que possuía.

No entanto, Jesus estava apenas experimentando o quanto aquele homem de grandes posses era apegado aos seus bens, até porque seguir Jesus – ou seja, participar de seu apostolado – era uma missão que exigia grande renúncia aos bens materiais.

Infelizmente, hoje em dia, para muitos que pregam o evangelho e dizem seguir Jesus, a prosperidade material passou a fazer parte de seu discurso, pois ensinam abertamente que Jesus quer que sejamos ricos e com isso incentivam a riqueza material em lugar dos bens espirituais.

Contrariando este posicionamento Jesus convidou para seu apostolado os mais pobres, até porque aqueles homens materialmente não tinham o que perder e, portanto, não viviam atormentados pelo desejo de acumular riquezas. Pessoas muito ricas jamais aceitariam participar do apostolado de Jesus. Nenhum de seus apóstolos se tornou rico, em razão do evangelho.


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