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sexta-feira, 8 de dezembro de 2023

JUÍZO FINAL; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

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Dentro do novo século, começaremos a preparação do Terceiro Milênio do Cristianismo na Terra”, afirmou Jesus aos participantes de uma reunião nas Esferas Superiores da Terra, na noite de 31 de dezembro de 1799, como revela através do médium Chico Xavier o Espírito Irmão X, no livro CARTAS E CRÔNICAS (feb, 1966). Começava a se cumprir ali o combinado 18 séculos antes, na ultima conversa entre Jesus com seus seguidores mais próximos a poucas horas de sua prisão, condenação e morte: -“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre” (14:16), que “vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo quanto vos tenho dito”(14:26), preservado no EVANGELHO de João. Hoje, através do Espiritismo, nos sabemos Espíritos reencarnados, preexistentes, que sobreviverão após a morte, ressurgindo futuramente em outros corpos, subordinados à LEI DE CAUSA E EFEITO, caminhando decididamente na direção da Evolução Espiritual. Na REVISTA ESPÍRITA de fevereiro de 1868, encontramos uma mensagem psicografada no ano anterior pelo Espírito Clélie Duplantier, habitualmente presente nas reuniões da Sociedade Espírita de Paris, na qual dá sua visão sobre o debatido tema JUÍZO FINAL. Escreve ela: – “A sociedade em geral ou, melhor dizendo, a reunião dos seres, tanto encarnados quando desencarnados, que compõem a população flutuante de um mundo, numa palavra, a Humanidade, não é senão uma grande criança coletiva que, como todo Ser dotado de vida, passa por todas as fases que se sucedem em cada um, desde o nascimento até a mais avançada idade; e, assim como o desenvolvimento do indivíduo é acompanhado por certas perturbações físicas e intelectuais, que se dão mais particularmente em certos períodos da vida, a Humanidade tem as suas doenças de crescimento, suas perturbações morais e intelectuais. É a uma dessas grandes épocas que terminam um período e que começam outro que vos é dado assistir. Participando ao mesmo tempo das coisas do passado e das do futuro, nos sistemas que se aniquilam e nas verdades que se estabelecem, tende cuidado, meus amigos, de vos pôr do lado da solidez, da progressão e da lógica, se não quiserdes ser arrastados sem rumo; e abandonai os palácios suntuosos quanto à aparência, mas vacilantes pela base, e que logo sepultarão sob suas ruínas os infelizes bastante insensatos que deles não querem sair, a despeito dos avisos de toda natureza que lhes são prodigalizados. Todas as frontes se tornam sombrias, e a calma aparente que desfrutais não serve senão para acumular maior número de elementos destruidores. Algumas vezes a tempestade que destrói o fruto dos suores de um ano é precedida por mensageiros que permitem tomar as precauções necessárias para evitar, tanto quanto possível, a devastação. Desta vez não será assim. O céu carregado parecerá iluminar-se; as nuvens fugirão; depois, de repente, todos os furores, por muito tempo, reprimidos, se desencadearão com uma violência inaudita. Infeliz dos que não tiverem preparado um abrigo! Infelizes dos fanfarrões que enfrentarem o perigo de mãos desarmadas e peito descoberto! Infelizes dos que desafiarem o perigo com a taça na mão! Que decepção terrível os espera! Antes que a taça que sustentam alcance seus lábios eles serão atingidos! À obra, pois, espíritas, e não esqueçais que deveis ser todos prudência e todos previdência. Tendes um escudo, sabei dele vos servir; uma tábua de salvação: não a desprezeis”.



Uma coisa que eu não entendo na Bíblia, é como os primeiros homens viviam tanto tempo. Lá consta que Matusalém viveu 969 anos, que Adão viveu 960 anos e outros, ainda, viveram quase tanto ou até mais. Será que para eles o ano tinha uma duração diferente ou realmente eles viveram tanto tempo?

Não temos dúvida, caro ouvinte, de essas idades foram calculadas segundo um critério desconhecido. No mínimo, seguiram uma fórmula totalmente diferente do nosso calendário. No passado muito distante da humanidade, não havia tanta preocupação com o tempo como hoje, e cada povo podia adotar a própria maneira de medi-lo. Consta que o primeiro calendário surgiu na Suméria, séculos antes de Cristo.

Devemos considerar ainda que, entre os hebreus, havia uma crença de que os anos vividos na Terra eram uma concessão divina, conforme podemos ler nos textos dos primeiros livros da Bíblia. Tanto assim que, entre os mandamentos entregues a Moisés, havia um que dizia: “Honrai vosso pai e vossa mãe para que os vossos dias sejam longos sobre a Terra”. Disso decorria que a pena de morte era o maior castigo e havia no código de conduta daquele povo várias ordenações de morte para os desobedientes, para os rebeldes e para os profanadores.

Um outro aspecto que convém ressaltar na história hebraica é que os primeiros livros da Bíblia não foram escritos na época dos fatos, mas muito séculos depois dos acontecimentos a que eles se referem. Entre os historiadores, prevalece um entendimento que esses textos começaram a ser escritos somente no século 8 A.C.. É claro que, depois de tanto tempo, muitas informações chegavam completamente deturpadas, pois, até então, elas eram passadas oralmente (de boca em boca, de geração em geração) e cada vez mais ganhavam nova roupagem, dependendo das crenças do povo.

Por outro lado, se você observar com atenção, vai verificar que todos os personagens a quem se atribui essas idades extraordinárias – como o próprio Matusalém, Adão, Enoque, Lamek e outros – teriam vivido antes do dilúvio, numa época muito remota. Só para você fazer uma idéia, o povo sumério, que também relata o episódio do dilúvio, possui textos ainda mais antigos que os dos hebreus. Nesses textos aparecem reis sumérios que teriam vivido mais de 240 mil anos. Logo, os estudos nesse sentido podem comprovar que essa forma exagerada de apresentar a idade de personagens de destaque era muito comum no Oriente Médio.

Além do mais, analisando cientificamente a questão, podemos deduzir que, ao pesquisar a História, quanto mais recuamos no tempo, menor é a expectativa de vida das pessoas. No início do século 20, a duração média da vida humana era praticamente a metade do que era no final desse século e, neste século 21, ainda teremos um avanço mais significativo em termos de longevidade humana. Isso significa que, nenhuma época como hoje, o homem está vivendo tanto, devido à qualidade de vida que foi sendo conquistada aos poucos com o desenvolvimento dos conhecimentos científicos, da tecnologia, da própria medicina e do saneamento básico das cidades.



A Ter

quinta-feira, 7 de dezembro de 2023

CAMINHOS INUSITADOS; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

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A reencarnação como apresentada pelo Espiritismo encontra suas afirmações e comprovações através de caminhos os mais inesperados. Certamente o século 21 oferecerá demonstrações cada vez mais frequentes das revelações encontradas nas obras do grande pesquisador que foi Allan Kardec. Um deles, fala da experiência do médico inglês Denys Kelsey que, depois de formado, exerceu a clínica, num hospital militar, onde, de maneira inesperada encontrou-se com os problemas do Espírito. Ante o afastamento de um colega vitimado por uma epidemia de influenza, foi convidado a acumular, tanto quanto possível, os encargos da ala dedicada à Psiquiatria. Conta ele que já na primeira noite, acidental e intuitivamente, hipnotizou um paciente agitadíssimo dificilmente controlado por dois homens, o que abriu para ele um amplo panorama sobre os mistérios do Espírito. Definiu-se pela especialidade da Psiquiatria, associando-a com critério à hipnose. Não demorou muito tempo para se defrontar com a ideia da reencarnação. Relutante, a princípio, acabou por integrá-la ao seu repertório de conhecimentos como autêntico instrumento de trabalho. Essa convicção não lhe chegou subitamente, mas, vagarosamente e por etapas, após dedicar-se por mais de quatro anos em sua clínica particular, Depois de várias evidências, casualmente lera o livro de uma senhora chamada Joan Grant, desconhecida até então, intitulado O FARAÓ ALADO, convencendo-se antes do final que a reencarnação era uma realidade. Disposto a, se necessário percorrer a distância que fosse necessária para conhecer a autora da obra, descobriu morar ela a menos de 50 quilômetros dele. Um jantar que se desdobrou por horas de conversa, resultou na identificação e casamento com a escritora viúva Joan Grant. Descobriram-se velhos conhecidos tendo passado algumas experiências muito interessantes no passado remoto. Numa existência na Roma antiga, ela fora dama de grande beleza e vaidade que se apaixonou por um médico – o próprio Kelsey reencarnado - que conheceu e contratou para seu serviço permanente. Orgulhosa ante a não declaração de afeto do jovem médico idealizou mirabolante plano de matar-se, após a compra de belíssimo sarcófago de mármore, um banquete programado com amigos mais próximos e um discurso de despedida, após o que se deitou na urna cheia de água perfumada, por pétalas de rosa que nela boiavam, pedindo, em seguida, que o amado médico lhe abrisse as veias, confiando que ante tal procedimento, ele apaixonadamente vivesse com ele. Entretanto, ele tomou sua determinação ao pé da letra, ocasionando sua morte prematura. Casados na vida atual passaram a trabalhar juntos, enriquecendo suas pesquisas com as faculdades mediúnicas de que Joan era dotada, o que resultou em 1967, num livro de dez capítulos intitulado MUITAS EXISTÊNCIAS, alternando-se capítulo a capítulo nos relatos de suas vivências, ele como médico, ela como médium. Um caso impressionante tratado pelo Dr Kelsey, envolveu um homem de meia idade, profissional liberal de elevado grau de cultura afligido por persistente e invencível homossexualismo. A Psicanálise convencional, mesmo com hipnose, não apresentaram resultados práticos. Apesar das convicções religiosas profundas desenvolvidas na atividade de membro da Igreja Anglicana, na décima quarta consulta, uma sessão de hipnose, afloraram lembranças de uma existência remota entre os hititas, onde, na qualidade de esposa de um dos chefes da época, exercendo grande influencia sobre o marido, ao sentir-se preterida por ele, negociou com um sacerdote de Baal, o amaldiçoamento dele, acabando, por fim, assassinada, levando para o Além toda a frustração da sua humilhante posição de esposa orgulhosa e desprezada. Ao que parece, o episódio trazido do fundo do passado distante repercutia na vida atual, na torturante tendência homossexual.


Luzinete de Lourdes Martins, residente no Bairro Mariana, telefonou no domingo passado e disse que aprendeu, desde a infância, que todos nós temos um anjo da guarda. Ela quer saber qual a visão que o Espiritismo tem sobre anjos da guarda.

O LIVRO DOS ESPÍRITOS, Luzinete, que é obra básica da Doutrina Espírita, autoria de Allan Kardec, contém nada menos que 33 questões sobre este assunto: anjos guardiães, espíritos protetores. O tema começa na questão 489 e vai até a questão 521. Isso significa que o Espiritismo dá um grande valor ao tema e vem confirmar aquilo que as religiões cristãs sempre falaram, ou seja, que todos temos proteção espiritual.

Neste particular, o que diferencia o Espiritismo das religiões tradicionais é apenas a forma como vê essa proteção e o modo como ela opera. De uma maneira geral, costumamos chamar de Espírito Protetor aquilo que os católicos chamam de Anjo da Guarda, embora Kardec tenha usado a expressão Anjo da Guarda, no seu tempo, pois ele deduziu que, assim fazendo, facilitava o entendimento dos leitores, a grande maioria católicos.

Antes de reencarnar, todo Espírito já tem seu protetor (ou até, protetores, dependendo do caso). O protetor é um Espírito um pouco mais elevado que seu protegido e que assume o compromisso de acompanhá-lo nesta vida. Não é um Espíritos muito mais elevado na escala evolutiva, pois, se assim fosse, ele teria dificuldade de entrar em contato com o protegido; mas, ele tem capacidade suficiente para essa missão, do mesmo modo que os pais, aqui na Terra, desempenham o papel de protetores de seus filhos.

Esse Espírito, muitas vezes, tem algum vínculo de encarnação passada com o protegido , mas também pode ser um Espírito amigo ou de boa vontade, servidor da boa causa – isto é, Espírito devotado ao bem. Assim como, na Terra, existem pessoas altruístas, que se dedicam a causas nobres, levando sua contribuição aos necessitados de toda ordem, no plano espiritual ( em número muito maior ainda) existem Espíritos abnegados que, voluntariamente, se propõem a tarefas educativas em favor dos que se reencarnam – são os protetores.

Como o protetor ou anjo da guarda atua? Primeiramente, ele tem acesso ao plano de vida de seu protegido, ele sabe a razão de sua encarnação, conhece suas necessidades. Mas, como é um Espírito bom, ele respeita a decisão do protegido e só interfere para aconselhar, jamais para dominá-lo ou obrigá-lo a seguir este ou aquele caminho. Esse respeito, que ele tem pelo protegido, advém do fato de que o protegido precisa aprender a exercitar a sua liberdade e, quando for o caso, sofrer com as consequências dos erros que comete.

Como o protetor aconselha? Ele só age quando for necessário; quer dizer, ele só age quando a decisão do protegido possa comprometer seu plano de vida. Neste caso, ele pode atuar durante o sono ( dando conselhos e orientações). Mas, se o protegido não estiver receptivo durante o sono ou tiver um sono agitado e intranquilo, ele pode intuir outra pessoa (um familiar, um amigo ou até um estranho) para levar sua mensagem através de um conselho ou de uma palavra de alerta.

Todavia, isso tudo pode não dar o resultado que pretendia. Neste caso, após insistir e não obter êxito, o protetor simplesmente ora pelo seu protegido, deixando que ele prossiga no caminho que escolheu, sofra as consequências de seus atos e possa aprender com isso. Em muitos casos, a rebeldia do protegido afasta o protetor, ficando por sua conta exclusiva encontrar solução para seus problemas.

O protetor ou anjo guardião – ao contrário do que se acredita popularmente – não fica permanentemente ligado ao protegido. Ele age mais nos primeiros momentos, como na infância (por exemplo), mas, aos poucos, vai se afastando para outras ocupações, uma vez que ser protetor espiritual de uma determinada pessoa não é a única ocupação que tem. Desse modo, ele pode acompanhar seu protegido à distância e somente se aproxima em caso de extrema necessidade.

Infelizmente, Luzinete, na muitas vezes, envolvidos por pensamentos negativos, preocupamo-nos mais com os obsessores do que com os protetores, o que é um grave erro. Se estivéssemos mais ligados aos nossos protetores espirituais, teríamos bem menos problemas, pois, com certeza, atrairíamos melhores companhias. O pensamento bom ou mau cria vínculos, Luzinete. O LIVRO DOS ESPÍRITOS dedica somente 2 ou 3 questões aos obsessores, mas para os protetores, como já dissemos, há 33 questões n’O LIVRO DOS ESPÍRITOS.


quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

FATALIDADE - O QUE DIZ O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VEREDADE COM O PROFESSOR

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Estarão os acontecimentos mais marcantes de nossa vida realmente marcados para acontecer? Quase um ano após o lançamento d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, no número de março de 1858 da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec inclui a matéria A FATALIDADE E OS PRESENTIMENTOS, nascida da dúvida levantada por um correspondente sobre experiência pessoal na qual escapara de morrer mais de uma vez testemunhando, entretanto, desfecho trágico para quatro das pessoas – entre os quais dois religiosos -, que com ele viajavam, enquanto ele e outros três sobreviveram. Revelando ter escapado seis ou sete vezes da morte propôs algumas questões, respondidas por São Luiz, um dos orientadores do trabalho da Codificação Espírita: 1- Quando um perigo iminente ameaça alguém, é um Espírito que dirige o perigo, e quando dele escapa, é outro Espírito que o afasta? – Quando um Espírito se encarna, escolhe uma prova; elegendo-a, estabelece-se uma espécie de destino que não pode mais conjurar, uma vez que a ele está submetido; falo das provas físicas. Conservando seu livre-arbítrio sobre o bem e o mal, o Espírito é sempre senhor de suportar ou de repelir a prova; vendo-o fraquejar, um Espírito bom pode vir em seu auxílio, mas não pode influir sobre ele de maneira a dominar sua vontade. Um Espírito mau, isto é, inferior, mostrando-lhe ou exagerando um perigo físico, pode abalá-lo e apavorá-lo, mas nem por isso a vontade do Espírito encarnado fica menos livre de qualquer entrave. 2. Quando um homem está na iminência de perecer por acidente, parece-me que o livre-arbítrio nada vale. Pergunto, pois, se é um Espírito mau que provoca esse acidente; se, de alguma sorte, é o seu agente; e, caso se livre do perigo, se um Espírito bom veio em seu auxílio? – Os Espíritos bons e maus não podem sugerir senão pensamentos bons ou maus, conforme sua natureza. O acidente está assinalado no destino do homem. Quando tua vida é posta em perigo, é uma advertência que tu mesmo desejaste, a fim de te desviares do mal e de te tornares melhor. Quando escapas a esse perigo, ainda sob a influência do perigo que correste, pensas mais ou menos vivamente, segundo a ação mais ou menos forte dos Espíritos bons , em te tornares melhor. Sobrevindo o Espírito mau – e digo mau, subentendendo o mal que nele ainda persiste – pensas que igualmente escaparás a outros perigos, e deixas, de novo, tuas paixões se desencadearem. 3. A fatalidade que parece presidir aos destinos materiais de nossa vida também é resultante do nosso livre-arbítrio? – Tu mesmo escolheste a tua prova. Quanto mais rude ela for e melhor a suportares, tanto mais te elevarás. (...). 4. Compreendemos perfeitamente essa doutrina, mas isso não nos explica se certos Espíritos exercem uma ação direta sobre a causa material do acidente (...)? – Quando um homem passa sobre uma ponte que deve cair, não é um Espírito que o leva a passar ali, é o instinto de seu destino que o conduz a ela. 5. Quem fez a ponte desmoronar? – As circunstâncias naturais. A matéria tem em si as causas da destruição. No presente caso, tendo o Espírito necessidade de recorrer a um elemento estranho à sua natureza para movimentar forças materiais, recorrerá de preferência à intuição espiritual. (...) O Espírito, digamos, insinuará ao homem que passe por essa ponte, em vez de passar por outro local. Tendes, aliás, uma prova material do que digo: seja qual for o acidente, ocorre sempre naturalmente, isto é, por causas que se ligam às outras e o produzem insensivelmente. 6. Tomemos um outro caso, em que a destruição da matéria não seja a causa do acidente. Um homem mal-intencionado atira em mim, a bala passa de raspão, mas não me atinge. Poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projétil? – Não.. Podem os Espíritos advertir-nos diretamente de um perigo? Eis um fato que parece confirmá-lo: Uma mulher saiu de casa e seguia pelo bulevar. Uma voz íntima lhe diz: Vai embora; retorna para tua casa. Ela hesita. A mesma voz faz-se ouvir várias vezes; então ela volta; mas, pensando melhor, diz a si mesma: O que vou fazer em minha casa? Acabo de sair de lá; sem dúvida é efeito da minha imaginação. Então, continua o seu caminho. Alguns passos mais adiante, uma viga que tiravam de uma casa atinge-lhe a cabeça e a derruba, inconsciente. Que voz era aquela? 7 -Não era um pressentimento do que ia acontecer a essa mulher? – A voz do instinto; nenhum pressentimento, aliás, apresenta tais caracteres: são sempre vagos. 8. Que entendeis por voz do instinto? Resp. – Entendo que, antes de encarnar-se, o Espírito tem conhecimento de todas as fases de sua existência; quando estas fases têm um caráter fundamental, conserva ele uma espécie de impressão em seu foro íntimo e tal impressão, despertando quando o momento se aproxima, torna-se pressentimento.



Elias Domingos da Silva, nos telefonou domingo passado e fez a seguinte colocação: “Falam que os animais também têm alma. Eu pergunto: se os animais têm alma, como nós, então por que matamos os animais para nos alimentar? Essa prática de matança de animais não contraria a lei de Deus?”

Todos os seres vivos têm um princípio espiritual, Elias. É o que vem afirmando o Espiritismo há 157 anos. Quando falamos em “princípio espiritual”, estamos dizendo que cada ser vivo que existe neste planeta – o homem, o animal e o vegetal - é algo além do corpo físico e que, portanto, sua essência, sua verdadeira natureza, não desaparece com a morte desse corpo; pelo contrário, ela continua – até porque ela já existia antes de o corpo existir.

Nós ainda, apesar do Espiritismo, não conhecemos a fundo todos os aspectos da natureza, mas sabemos que em tudo existe algo além da matéria visível, sem o que a matéria não existiria. Se você abrir O LIVRO DOS ESPÍRITOS, vai encontrar logo o capítulo II, intitulado, “Elementos Gerais do Universo”. Ali estão o conceito de espírito e de matéria, No capítulo seguinte, capítulo III – intitulado “Criação” – você vai encontrar informações sofre a formação dos seres vivos e, no capítulo IX, sob o título, “Os três Reinos”, a visão espírita sobre a relação entre o ser humano, os animais e os vegetais.

Pensava-se que o conhecimento de tudo quanto existe no mundo chegaria ao fim neste século que passou, século XX, tal o acelerado progresso dos conhecimentos científicos. No entanto, mesmo a ciência, embora seu desenvolvimento, ainda está longe de penetrar nessa realidade mais profunda e mais ampla da natureza. Tanto assim que os estudos sobre a matéria e sobre o universo continuam a busca de explicações, com a elaboração de novas teorias para desvendar o que existe atrás do mundo que percebemos, mas que não é toda a realidade que existe.

O que queremos dizer, Elias, é que conhecemos muito pouco do mundo e de nós mesmos. No entanto, os Espíritos adiantaram a Kardec que há um princípio espiritual até na estrutura da matéria bruta e que, sem isso, a matéria do universo se desagregaria. Só com o desabrochar da Física Quântica, no século passado, é que pudemos avaliar o que realmente os Espíritos estavam querendo dizer. Nos seres vivos, esse princípio inteligente é mais evidente e podemos perceber isso pela sua organização física, bem mais complexa do que a dos seres não-vivos, como os minerais. Contudo, o fato de seres vivos se alimentarem de seres vivos – naquilo que a Ecologia chama de “cadeia alimentar” - também está na ordem da natureza.

Aliás, a busca da sobrevivência sempre dependeu dessa prática violenta de um matar o outro para dele se alimentar, como ainda vemos nos documentários de televisão sobre o mundo animal. Na espécie humana, contudo – a mais evoluída das espécies vivas sobre a Terra - com o despertar da inteligência e da consciência moral, temos condições de conhecer outro aspecto da lei natural, que nos faz superiores na escala evolutiva. Trata-se, na verdade, de uma nova etapa de progresso espiritual, onde o ser já é capaz de cultivar o amor e, portanto, de compreender a necessidade da cooperação e da solidariedade.

Desse modo, Elias, haverá um tempo em nosso planeta ( não sabemos quando isso vai acontecer, mas sabemos que a lei de evolução nos aponta para essa meta) em que o ser humano não mais terá necessidade de se nutrir da carne animal. Ele amará os animais como ama seus irmãos humanos, e amará de fato a natureza, da qual faz parte E embora ainda não tenhamos alcançado esta etapa, já estamos acordando para a nova realidade, e já é tempo de nos preparar para essa nova etapa de progresso espiritual.

terça-feira, 5 de dezembro de 2023

NÃO ACABOU; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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O dia 8 de junho de 1982 é uma data que marca a história da aviação comercial no Brasil e no mundo. Isso porque, nas imediações de Fortaleza, capital do Ceará, ocorreu um acidente de grandes proporções a poucos minutos da aterrisagem. Passava das duas e meia da madrugada e envolveu o voo 168 da Varig, interrompendo a vida de 137 passageiros, inclusive a de Olimar Feder Agosti, então com 29 anos. Advogada, casada três meses antes, seguia para a capital cearense onde seu marido a encontraria no dia seguinte, a fim de desfrutarem alguns dias de férias ao lado dos padrinhos de sua união. Meses depois, contudo, Olimar restabeleceria a conexão mais objetiva com seus familiares mais próximos através da prodigiosa mediunidade de Chico Xavier, testemunhando sua sobrevivência. Em sua carta, descreve minúcias de suas percepções antes, durante e depois da queda do avião. Os detalhes são surpreendentes, confirmando a presença de Equipes de Espíritos desencarnados operando o resgate das vitimas nos minutos que se seguiram a dolorosa ocorrência. Na mensagem, testemunha a necessária adaptação à situação inesperadamente vivida, evidenciando sua condição evolutiva diferenciada em relação ao predominante na Humanidade de nosso tempo, em sua quase totalidade impulsionada pelo egoísmo ancestral. Escreve: -“Estou ainda sob a impressão difícil de descrever – a impressão dos que passaram pela ocorrência de que compartilhei. Ainda assim, estou na condição da filha reconhecida que lhes pede a bênção. Venho trazida, porque, por mim própria, a iniciativa da visita a que me entrego, seria quase impraticável. A vovó Marieta considerou, porém, que seria justo endereçar-lhes alguma notícia e estou pronta a isso. Mesmo assim, como não poderia deixar de ser, me sinto amparada a fim de articular as minhas palavras escritas. Lembro-me perfeitamente de nossa despedida natural antes da decolagem do avião, tudo alegria e certeza de paz com a promessa do reencontro com o nosso querido Geraldo em fortaleza para que a minha alegria fosse complementada. A viagem começou sem novidades que mereçam menção especial. Alguns passageiros, creio que veteranos nas travessias aéreas, se punham a dormir, tentei fazer o mesmo, no entanto, não conseguia perder-me no repouso desejado. Refletia na vida e montava mentalmente os meus projetos para a excursão iniciada. Guardava a ideia de que alguém velava comigo, sem que eu pudesse identificar qualquer presença espiritual. Mais tarde é que soube que a vovó Marieta estava ao meu lado. Tudo seguia sem sobressaltos, máquina estável e segurança em tudo. A aeromoça ia e vinha de quando em quando, oferecendo brindes para nosso reconforto e irradiando o sorriso com que parecia desejosa de nos tranquilizar. Consultei o horário e pensava na mãezinha Helena a esperar-me na alta madrugada, quando o estrondo nos reuniu a todos na mesma ideia horrível. Num relâmpago de segundo ainda consegui mentalizá-los em companhia do GE, mas o raciocínio desapareceu como por encanto. Dores, não senti. Creio hoje que nas calamidades imprevistas qual aquela em que me vi, não há tempo para registro de sofrimento pessoal. Se isso aconteceu deve ter sido um pesadelo que o assombro empalideceu. Nada mais vi nem ouvi. Não sei fazer qualquer comparação para transmitir-lhes essa ou aquela ideia do sucedido. Quanto tempo estive largada ao esquecimento de mim, ainda ignoro. Primeiramente a amnésia me dominou totalmente, em seguida me vi colada a uma apatia sem nome. (...) Passaram-se dias sobre dias, até que pude interpelar minha querida avó que se identificou para minha tranquilidade. Iniciei os meus contatos e, com espanto, vim saber que já não mais pertencia ao nosso mundo familiar, segundo os vínculos físicos. Aturdia-me saber que me achava num corpo absolutamente igual ao meu e a meio custo aceitei a realidade de que o outro, aquele que eu deixara no avião sinistrado, era uma veste que me fizera inútil. A transição era violenta demais para que me conformasse sem rebeldia, sentia sim uma certa mágoa contra a vida, porque efetivamente não poderia dizer contra a morte, já que a morte passara a ser inexistente em meu modo de pensar e sentir




O ouvinte de iniciais A.C.I., da Rua Prudente de Moraes, Vila Rebelo, nos telefonou domingo passado e perguntou o que acontece com os animais quando desencarnam e se eles voltam a encarnar.

Assim como os seres humanos, os animais também desencarnam e reencarnam, Antonio Carlos. Esta questão, que tem sido estudada pelo Espiritismo, ainda tem muitos pontos a serem desvendados, pois estamos apenas começando. Imagine que ela foi levantada por Allan Kardec, há quase 160 anos atrás, que as considerou importante para compreensão das leis universais. Tanto assim que Kardec dedicou um dos capítulos de O LIVRO DOS ESPÍRITOS para cuidar do assunto.

Assim, da questão 592 à questão 610, vemos Kardec questionando os Espíritos sobre o tema, “Os animais e o homem”. Se você se interessar por um esclarecimento mais elaborado a respeito, deve consultar O LIVRO DOS ESPÍRITOS. O que falamos aqui é apenas uma resenha sobre esta complexa questão: se a vida na Terra surgiu das espécies inferiores (caso dos micróbios, como vírus e bactérias) e, depois de bilhões de anos, chegou à espécie humana, isso significa que entre nós (seres humanos) e todos os seres vivos existe algo em comum além do corpo.

Ora, o homem – do qual só conhecemos o corpo - tem uma alma; ou melhor, o homem é um Espírito, momentaneamente fazendo uso de um corpo para poder agir sobre o mundo físico. O corpo, portanto, é um instrumento de ação. Quando o corpo morre – o que deve necessariamente acontecer um dia – ele mesmo, o Espírito, deixa esse corpo e retorna ao plano espiritual. Posteriormente, ele vai voltar a reencarnar, perfazendo ciclos de vidas sucessivas que vão lhe garantir o progresso espiritual.

Lendo as obras de Kardec – especialmente A GÊNESE – mas lendo também André Luiz ( no seu livro EVOLUÇÃO EM DOIS MUNDOS), podemos perceber que o fenômeno da evolução não se dá apenas em relação ao corpo, mas o espírito também evolui através do corpo. Todos os seres vivos, da ameba ao homem, evoluem, mas evoluem justamente porque neles existem um princípio espiritual que busca aperfeiçoar-se. Desse modo, nós , seres humanos, vimos evoluindo desde épocas remotas, quando ainda nos encontrávamos nas primeiras espécies vivas.

Por isso, quando Kardec perguntou aos mentores espirituais se os animais têm alma, eles responderam que os animais têm um princípio espiritual, que podemos chamar de alma. Esse princípio espiritual é mais evoluído no ser humano, uma vez que o ser humano já caminhou milhões de anos à frente das outras espécies vivas. Logo, há uma diferença significativa entre a alma animal e a alma humana, mas o princípio é o mesmo.

As leis da natureza, embora venham sendo estudadas há milênios pelo homem, ainda estão distantes de serem conhecidas. A Doutrina Espírita veio justamente para desvendar um aspecto dessas leis ainda não conhecido e, ainda hoje, fora do âmbito da ciência. No século 20, com o surgimento da Física Quântica, a cabeça de eminentes cientistas sofreram uma reviravolta, face a novas perspectivas de conhecimento para elucidar os fenômenos da natureza. Mesmo assim, a jornada humana para desvendar os mistérios do universo ainda está no início.

É que só será possível uma compreensão ampla das leis universais quando se levar em conta o espírito, até porque toda a estrutura física e energética que constitui a realidade do mundo está assentada sobre bases espirituais, conforme podemos ler no cap. 2 de O LIVRO DOS ESPÍRITOS, “Elementos Gerais do Universo”. E se isso acontece em relação a fenômenos puramente físicos, que ocorrem no interior do átomo, quanto mais em relação aos seres vivos – vegetais, animais e o homem - que são muitíssimo mais complexos do que matéria que se conhece.

segunda-feira, 4 de dezembro de 2023

PORQUE ESQUECEMOS O PASSADO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

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Se vivi outras vidas, sofro em consequência das decisões e ações insensatas delas e essas pessoas às quais estou ligado fazem parte de experiências mal sucedidas delas, por que não lembro de nada? Argumento comum entre aqueles que preferem a lei do mínimo esforço, presos à filosofia do “achismo”. Em artigo do número de agosto de 1863, da REVISTA ESPÍRITA, Allan Kardec ressalta alguns pontos importantes da questão: -“A lembrança precisa dessas faltas teria inconvenientes extremamente graves, pois isso nos perturbaria, nos humilharia aos nossos próprios olhos e aos do próximo; trariam uma perturbação nas relações sociais e, por isto mesmo, travaria nosso livre arbítrio. Por outro lado, o esquecimento não é tão absoluto quanto o supõem. Ele só se dá na vida exterior de relação, no interesse da Humanidade; mas, a vida espiritual não sofre solução de continuidade. Tanto como desencarnados, quanto nos momentos de emancipação, o Espírito se lembra perfeitamente e essa lembrança lhe deixa uma intuição que se traduz na voz da consciência, que o adverte do que deve, ou não deve fazer. Se não a escuta, então é culpa sua. Além disso, o Espiritismo dá ao homem um meio de remontar ao seu passado, se não aos atos precisos, ao menos aos caracteres gerais desses atos que ficaram mais ou menos desbotados na sua vida atual. Das tribulações que suporta, das expiações e provas deve concluir que foi culpado; da natureza dessas tribulações, ajudado pelo estudo de suas tendências instintivas, apoiando-se no princípio que a mais justa punição é a consequência da falta, pode deduzir seu passado moral. Suas tendências más lhe ensinam o que resta de imperfeito a corrigir em si. A vida atual é para ele um novo ponto de partida: aí chega rico ou pobre de boas qualidades; basta-lhe, pois, estudar-se a si mesmo para ver o que lhe falta e dizer: -‘Se sou punido, é porque pequei’. E a mesma punição lhe dirá o que fez. Citemos uma comparação. Suponhamos um homem condenado a tantos anos de prisão, sofrendo um castigo especial, mais ou menos rigoroso conforme sua falta: suponhamos, ainda, que ao entrar na prisão perca a lembrança dos atos que para lá o conduziram. Poderá dizer: -‘Se estou nesta prisão, é que fui culpado, pois não se condena gente virtuosa. Tratemos, pois, de nos tornarmos bons, para não voltarmos quando daqui sairmos’. Quer ele saber o que fêz? Estudando a lei penal, saberá quais os crimes que para ali conduzem, porque não se é posto a ferros por uma maluquice; da duração e severidade da pena, concluirá o gênero do que deve ter cometido. Para ter uma ideia mais exata, terá apenas que estudar os artigos para os quais irá sentir-se instintivamente arrastado. Saberá, então, o que daí em diante deverá evitar para conservar a liberdade e a isso será ainda excitado pelas exortações dos homens de Bem, encarregados de o dirigir e instruir no bom caminho. Se não aproveitar, sofrerá as consequências. Tal a situação do homem na Terra onde, como condenado, não pode ter sido posto por suas perfeições, desde que é infeliz e obrigado a trabalhar. Deus lhe multiplica os ensinamentos proporcionais ao seu adiantamento. Adverte-o incessantemente e o fere, até, para o despertar de seu torpor; e o que permanece no endurecimento não pode desculpar-se com a arrogância”. Através do médium Chico Xavier, o Espírito André Luiz registrou importantes apontamentos sobre o tema: 1: -“O obscurecimento das memórias pregressas, não é senão um fenômeno temporário, mais ou menos curto ou longo, conforme o grau de evolução que tenhamos atingido. Até certo ponto, uma dilatada hipnose. A passagem pelo claustro materno, o novo nome escolhido pelos familiares, os sete anos de semi-inconsciência no ambiente fluídico dos pais, a recapitulação da meninice, o retorno à juventude e os problemas da madureza, com as responsabilidades e compromissos consequentes, estruturam em nós – a individualidade eterna -, uma personalidade nova que incorporamos ao nosso patrimônio de experiências”. 2- Os Espíritos encarnados, tão logo se realize a consolidação dos laços físicos, ficam submetidos a imperiosas leis dominantes na Crosta (...). Sem a obliteração temporária da memória, não se renovaria a oportunidade”. 3 – “Sem o esquecimento transitório, não saberíamos receber no coração o adversário de ontem para regenerar-nos, regenerando-o”. 4 - Imaginemos a mente como sendo um lago. Se as águas se acham pacificadas e límpidas, a luz do firmamento pode retratar-se nele com segurança. Mas  se as águas vivem revoltas, as imagens se perdem ante o movimento das ondas móveis, principalmente quando o lodo acumulado no fundo aparece à superfície”.

 




Amor e Caridade. Mais uma vez este tema , agora estimulado pelo Mário Jorge Gianoti, de Marília, que pergunta: “No Evangelho Segundo o Espiritismo temos uma citação do Apóstolo Paulo, sobre caridade, no capítulo “Fora da Caridade não há salvação”. Eu já vi essa mesma citação em outros livros, inclusive numa tradução da Bíblia, mas que no lugar da palavra caridade vinha a palavra amor. Não me parece que é a mesma coisa. Vocês explicaram no programa que amor é sentimento e caridade é ação. Com que finalidade, então, alguns autores usam a palavra amor no lugar de caridade e vice-versa? Isso não seria uma distorção?

Não é uma coisa tão simples de se tratar, Mário. Mas, ao que tudo indica, as religiões que valorizam a fé e não as obras – ou melhor dizendo, aquelas que proclamam a salvação exclusivamente pela fé - tendem a fazer esse ajuste da palavra amor, porque não suportam a palavra caridade. Não é o caso, por exemplo, da famosa tradução de João Ferreira de Almeida, da Sociedade Bíblica do Brasil, que coloca a palavra “caridade” na boca do apóstolo Paulo.

No entanto, quanto à tradução, é possível empregar a palavra “amor”, sim, quando essa palavra “Amor” significa fazer o bem, auxiliar, ajudar, solidarizar-se, colocar-se ao lado daquele que precisa, seja ele quem for – sem exigir condições e sem esperar recompensa – porque foi o que Jesus quis ensinar, quando contou a Parábola do Bom Samaritano e quando proferiu o maior dos mandamentos: “Um grande mandamento vos dou, que vos ameis uns aos outros como eu vos amo “

Aliás, a palavra amor pode ter diversas conotações – como, por exemplo, o amor ente o homem e a mulher, o amor entre os familiares, o amor correspondido, etc. Contudo, o amor ágape, aquele que Jesus ensinou, não é apenas um sentimento que deve permanecer vivo no coração, mas é a expressão desse sentimento nas prática de nossa vida diária, em nossas relações uns com os outros, sem esperança de retribuição - ou seja, aquilo que o Espiritismo chama de caridade.

Repare que Kardec não afirmou que fora do Espiritismo não há salvação, mas deixou bem claro que “FORA DA CARIDADE NÃO HÁ SALVAÇÃO”. Logo a caridade está acima de qualquer religião, pode ser exercida até por uma pessoa que nem religião tem. Porém, muita gente, quando ouve a palavra “caridade”, ainda pensa em esmola, em gestos casuais de benevolência para quem está passando por necessidade. Todavia, para o Espiritismo – como para Jesus o Amor Ágape – caridade é um modo de vida, é a forma como convivemos e nos relacionamentos com toda e qualquer pessoa que esteja ao nosso lado, e que Jesus chamou de amor próximo.

A caridade material é mais fácil, a caridade moral é mais difícil. É fácil prestar um auxílio financeiro a alguém, num momento de necessidade Difícil, porém, é tolerar injúrias, perdoar ofensas, compreender os que erram contra nós, viver no dia a dia exercitando atos de compreensão e de bondade para aqueles que erram contra nós, caminhar ao lado de quem precisa de nossa palavra, de nosso apoio e de nossa colaboração.

A máxima de Jesus, “a cada um segundo as suas obras”, diz tudo. Jesus só estava interessado na melhoria moral do homem, pois é assim que o homem tende a se aproximar de sua perfeição – quer dizer, de sua felicidade. Amar, portanto, no sentido que ele nos ensinou, não é uma mera situação contemplativa, de adoração, rituais e louvores ( porque isso tudo é fácil e não contribui para o nosso crescimento espiritual). Amar é amar-se, buscar a felicidade no próprio coração, independente do que possa estar acontecendo ao redor.

domingo, 3 de dezembro de 2023

TENTANDO ENTENDER - EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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Em famoso programa de televisão dos anos 70, Chico Xavier confirmou a um de seus entrevistadores que, segundo o Orientador Espiritual Emmanuel, “o Mundo Espiritual era dividido em muitos Planos e Sub-Planos. A informação não apenas torna, de certo modo, mais concreta a resposta à questão 35 d’ O LIVRO DOS ESPÍRITOS – “o vazio absoluto não existe, nada é vazio, estando ocupado por uma matéria que nos escapa aos sentidos”, bem como, a 85 quando diz que “Mundo Espiritual preexiste e sobrevive a tudo”, hoje, mais de século e meio depois admitida por estudiosos da Física Quântica - a partir da Teoria das Supercordas-, quando afirmam que, “mesmo que as dimensões do espaço sejam imperceptíveis, são elas que determinam a realidade física em que vivemos”. Anos depois da resposta do médium mineiro, ele mesmo haveria de induzir-nos a mais amplas reflexões ao dizer que “as observações humanas, mesmo ampliadas por instrumentação de alta potência, apenas atingem a faixa de matéria em que nos situamos no Plano Terrestre”. A lente humana é o olho humano ampliado. Os que leram o livro OS MENSAGEIROS, devem se lembrar que o Instrutor Espiritual Aniceto em certo diálogo mantido com André Luiz e Vicente, ponderara: “-Há, porém André, outros mundos sutis, dentro dos mundos grosseiros, maravilhosas esferas que se interpenetram. O olho humano sofre variadas limitações e todas as lentes físicas reunidas não conseguiriam surpreender o campo da alma. Já nos anos 60, o Espírito André Luiz, ofereceria outros elementos merecedores de nossa atenção”. 1 - “-Será lícito calcular a população de criaturas desencarnadas em idade racional, nos círculos de trabalho, em torno da Terra, para mais de vinte bilhões”. 2 - As esferas de trabalho e evolução que rodeiam a Terra estão muito longe de quaisquer perspectivas de saturação, em matéria de povoamento”. 3 - “-Companheiros de evolução retardada, principalmente os que se fizeram necessitados de corretivo doloroso por delitos conscientemente praticados, em muitos casos, sofrem segregação em planos regenerativos”. 4 – “-Espíritos originários de outras plagas costumam estagiar na Terra com frequência, a fim de colaborarem na educação da Humanidade 5 – “Os Espíritos, em seu desenvolvimento evolutivo, ligam-se, necessariamente, a determinados orbes. 6 – “-Na imensidão dos espaços que separam dois ou mais corpos celestes vivem, também, inteligências individuais. 7 – “-Os processos de locomoção utilizados nas migrações interplanetárias, no Plano Espiritual, são numerosos. A técnica não se relaciona a moral. Os maiores criminosos do mundo podem viajar num jato sem que isso ofenda os preceitos científicos”. 8 – “-O Umbral, expressando região inferior da Espiritualidade, pelos vínculos que possui com a ignorância e com a delinquência, começa em nós mesmos”. Questões importantes da realidade espiritual de que fazemos parte, encontram-se implícitas nesses informes. Menos a resposta sobre os Planos e Sub-Planos Espirituais. Um eloquente exemplo – acreditamos -, de como funciona esse mecanismo deduzido e explicitado neste comentário, destacamos de farto documentário construído através de Chico Xavier, a história resumida de um Espírito identificado apenas como Josefina, constante do livro VOZES DO GRANDE ALÉM (feb). Conta ela: “-Jovem ainda, abandonada grávida pelo homem que lhe traíra a confiança, sem coragem de enfrentar a maternidade, entre o ódio e a desconfiança, soube guardar seu segredo até o nascimento de criança, que asfixiou com as próprias mãos, improvisando lhe o túmulo, vindo a desencarnar em seguida em consequência da inestancável hemorragia de que se viu acometida. Sem noção de quanto tempo se passara, desperta do torpor característico do processo de desencarne, descobrindo-se dentro da urna funerária, percebendo-se disforme, notando o sangue a fluir-lhe do baixo ventre. Reerguendo-se horrorizada, grita, aloucada, pelo socorro de parentes, clama por auxílio, até que uma voz igualmente chorosa lhe respondeu. Era outra mulher, que, aos seus olhos trazia uma criança nos braços ( imagem que, na verdade, era uma forma-pensamento plasmada pelo remorso da também mãe delinquente que a transportava, desolada e infeliz), visão que a fez começar a ouvir os gemidos do bebe assassinado. Gritando estentoricamente, fugiram encontrando uma terceira mulher, não muito longe, clamando por socorro. Mais alguns passos, uma quarta companheira e, pelas ruas a fora, dentro da noite, na cidade dormente, outras mulheres em iguais condições se juntaram a elas. Alucinadas, foram conduzidas por faunos desnudos a uma casa de meretrício, onde permaneceram aprisionadas. Não sabe quanto tempo depois, foi libertada do rebanho sinistro, sendo internada num manicômio, visto que o inferno interior em que se manteve, a levou à alienação mental”. A sintonia dessas entidades pela Lei da Afinidade reunidas pelo quadro mental em que se mantinham aprisionadas pela culpa que carregavam, cremos, compunha um Sub-Plano Espiritual, circunscrito num dos Planos maiores peculiares ao Planeta em que vivemos.




Aparecida Silvino Rocha pergunta: “Por que os espíritas, quando fazem uma oração, como o Pai Nosso por exemplo, no final da oração eles dizem “assim seja” , enquanto que os católicos dizem “amém”? Tem alguma diferença?”

Na verdade, Aparecida, não há nenhuma diferença entre a palavra “amém” e a expressão “assim seja”. O termo “Amém” faz parte da Língua Portuguesa, e quer dizer “assim seja”, “que seja assim”, ou “assim que eu acredito”. Segundo alguns especialistas, a palavra “amém” que, para nós, veio do latim, derivou de uma expressão hebraica, que tinha um som semelhante, mas o sentido é o mesmo. A palavra “amém”, portanto, existe em português, espanhol, italiano, francês, inglês, etc., com poucas variações de pronúncia.

No mundo antigo, qualquer que fosse o povo ou o idioma que falasse, era comum as pessoas usarem expressão dessa natureza ao final de alguma ordem, de alguma oração e, mais ainda, ao final de algum decreto de autoridade (de reis, sobretudo), que devia ser acatado passivamente, sem discussão. Dizer “amém” ou “que assim seja”, “que assim seja feito”, significava que não podia ser alterado e deveria seguir exatamente o que estava se falando ou o que estava escrito.

Ora, as preces ou orações referiam-se à autoridade maior, que é Deus. Logo se essa expressão era utilizada para os decretos do rei, por exemplo, entendia-se que, com mais forte razão, deveria ser empregada na oração, onde manifestava a vontade de Deus que, como sempre se acreditou, era o soberano maior. Por essa razão, Maria, pronunciava-se essa expressão ao final do mandamento, ao final da ordem ou do pedido, para dizer “que assim deveria ser feito” e não de outro modo.

Com o tempo a expressão “assim seja” ou “assim seja feito” ( ou “amém”), passou também a significar que aquilo que pedimos na oração é o que acreditamos que vai acontecer, numa demonstração de fé em Deus. Aqui no Brasil os espíritas preferiram usar a expressão “assim seja” ou invés de “amém”, talvez porque a palavra “amém” já estivesse muito desgastada pelo uso e adquirira uma conotação de aceitação muito passiva das coisas.

Isso se deve ao caráter racional da Doutrina Espírita, que considera que nem sempre devemos dizer amém; ou seja, nem sempre podemos concordar com as coisas que nos ensinam em matéria de religião ou de qualquer outra coisa. “Assim seja” , neste caso, seria uma expressão mais adequada, mais racional e mais de acordo com o princípio da fé raciocinada que o Espiritismo ensina. Trata-se, portanto, de uma questão de uso e de preferência por um termo ao invés de outro,






sábado, 2 de dezembro de 2023

ESPIRITISMO É RELIGIÃO - ALLAN KARDEC ESCLARECE; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

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A discussão sobre se o Espiritismo é ou não religião, volta a ficar em evidência de tempos em tempos. Ao tempo de Allan Kardec não parecia ser diferente como podemos constatar em matéria incluída na edição de dezembro de 1868 da REVISTA ESPÍRITA. Argumenta Kardec: -“Comunhão de pensamento quer dizer pensamento comum, unidade de intenção, de vontade, de desejo, de aspiração. Ninguém pode desconhecer que o pensamento seja uma força; mas é uma força puramente moral e abstrata? Não; do contrário não explicariam certos efeitos do pensamento. Para compreender, é preciso conhecer as propriedades e a ação dos elementos que constituem a nossa essência espiritual, e é o Espiritismo que no-las ensina. O pensamento é atributo característico do Ser espiritual; é ele que distingue o Espírito da matéria.; sem o pensamento, o Espírito não seria Espírito. A vontade não é atributo especial do Espírito; é o pensamento chegado a certo grau de energia; é o pensamento tornado força motriz. É pena vontade que o Espírito imprime aos membros e ao corpo movimentos num determinado sentido. Mas se ele tem a força de agir sobre os órgãos materiais, como não deve ser esta força sobre os elementos fluídicos que nos cercam. O pensamento age sobre os fluidos ambientes, como o som age sobre o ar; esses fluidos nos trazem o pensamento, como o ar nos traz o som. Pode, pois, dizer-se com toda a verdade que há nesses fluidos, ondas e raios de pensamentos que se cruzam sem se confundir, como há no ar ondas e raios sonoros. Uma assembleia é um foco onde irradiam pensamentos diversos; é como uma orquestra, um coro de pensamentos em que cada um produz a sua nota. Resulta daí uma porção de correntes e de eflúvios fluídicos, cada um dos quais recebe a impressão pelo sentido espiritual, como num coro de música cada um recebe a impressão dos sons pelo sentido da audição. (...) Todas as reuniões religiosas, seja qual for o culto a que pertençam, são fundadas na comunhão de pensamentos; é aí, com efeito, que esta deve e pode exercer toda a sua força, porque o objetivo deve ser o desprendimento do pensamento das garras da matéria. Infelizmente, em sua maioria, se afastam desse princípio, à medida que faziam da religião uma questão de forma. (...). Dissemos que o verdadeiro objetivo das assembleias religiosas deve ser a comunhão de pensamentos; é que, com efeito, a palavra religião quer dizer laço. Uma religião, em sua acepção nata e verdadeira, é um laço que religa os homens numa comunidade de sentimentos, de princípios e de crenças. Consecutivamente, esse nome foi dado a esses mesmos princípios codificados e formulados em dogmas ou artigos de fé. É neste sentido que se diz: a religião política; entretanto, mesmo nesta acepção, a palavra religião não é sinônima de opinião; implica uma ideia partícula; a da fé conscienciosa; eis porque se diz também; a fé política. Ora, os homens podem envolver-se, por interesse num partido, sem ter fé nesse partido, e a prova é que o deixam sem escrúpulo, quando encontram sem interesse alhures, ao passo que aquele que o abraça por convicção é inabalável; persiste à custa dos maiores sacrifícios e é a abnegação dos interesses pessoais que é a verdadeira pedra de toque da fé sincera. (...). O laço estabelecido por uma religião, seja qual for o seu objetivo, é pois, um laço essencialmente moral, que liga os corações, que identifica os pensamentos, as aspirações, e não somente o fato de compromissos materiais, que se rompem à vontade, ou da realização de fórmulas que falam mais aos olhos do que ao Espírito. (...). Se assim é, perguntarão: -Então o Espiritismo é uma religião? Ora, sim, sem dúvida. No sentido filosófico, o Espiritismo é uma religião, e nos glorificamos por isto, porque é a doutrina que funda os elos da fraternidade e da comunhão de pensamentos, não sobre uma simples convenção, mas sobre bases mais sólidas: as mesmas leis da Natureza. Porque, então, declaramos que o Espiritismo não é uma religião? Porque não há uma palavra para exprimir duas ideias diferentes, e que, na opinião geral, a palavra religião é inseparável da de culto; desperta exclusivamente uma ideia de forma, que o Espiritismo não tem. Se o Espiritismo se dissesse uma religião, o público não veria aí senão uma nova edição, uma variante, se se quiser, dos princípios absolutos em matéria de fé; uma casta sacerdotal com seu cortejo de hierarquias, de cerimônias e de privilégios; não o separaria das ideias de misticismo e de abusos contra os quais tantas e tantas vezes se levantou a opinião pública. Não tendo o Espiritismo nenhum dos caracteres de uma religião, na acepção usual do vocábulo, não podia nem devia enfeitar-se com um título sobre cujo valor inevitavelmente se teria equivocado. Eis porque simplesmente se diz: doutrina filosófica e moral”.



Uma ouvinte, que não quer se identificar, nos passou o seguinte: “Meu pai foi um homem trabalhador e sempre cumpriu seus deveres. Ele não tocava em religião, não ia à igreja, a não ser quando era convidado para um casamento e acho que nunca rezava. Nos últimos anos teve Alzheimer. A doença começou leve, mas com o tempo se agravou e, no final, ele não conhecia mais ninguém. Quero saber o seguinte. Como é que meu pai passou para o mundo espiritual? O que aconteceu depois? Será que ele recobrou a razão e se lembra de nós?” (I.M.N.)

Para você fazer uma idéia mais precisa do que vamos falar, deve consultar O LIVRO DOS ESPÍRITOS, de Allan Kardec, capítulo 3 da segunda parte. Título do capítulo: “Retorno da Vida Corpórea à Vida Espiritual”. Temas desenvolvidos neste capítulo: “A alma depois da morte”, “Vida Eterna”, “Separação da alma e do corpo” e “Perturbação Espírita”. Tema que nos interessa neste momento: “Separação da alma e do corpo”.

No processo de reencarnação que, no seu aspecto físico, começa na fecundação, com a formação da célula-ovo, o Espírito vai delinear o seu corpo – desde a gestação até a morte - e, de tal forma, se identifica com ele, que tudo que acontecer para um vai acontecer para o outro. Corpo e alma, durante a vida na Terra, permanecem, portanto, numa união integral e profunda, numa interação constante. Em termos gerais, isso significa que as doenças que acometem o corpo também atingem o períspirito, que é o nosso corpo espiritual.

Não podemos esquecer, no entanto, que o Espírito já traz do passado tendências e predisposições para determinadas doenças. Tais tendências e disposições serão agentes que atuarão na constituição de seu genoma – ou seja, da combinação dos genes que, de certa forma, determinarão a vida do Espírito na referida encarnação. Se determinadas doenças, como querem os geneticistas, já estão codificadas no DNA, ali elas se encontram como prováveis na vida da pessoa, mas ainda dependendo de outros fatores que poderão ou não desencadeá-las.

Que fatores são esses? O meio-ambiente, as condições e estilo de vida, a educação e, sobretudo, a forma como essa pessoa vai viver. Quanto mais saudáveis seus hábitos, buscando sempre uma vida melhor, mais suaves serão as enfermidades pelas quais terá que passar, podendo até mesmo, conforme o caso, não desenvolver determinados males que seriam apenas prováveis.

Após a separação definitiva entre Espírito e corpo, o corpo volta à Terra para ser desintegrado e aproveitado pelos elementos da natureza. O Espírito – que é a individualidade do ser e dotado desse corpo espiritual ( a que chamamos períspirito), não se transforma subitamente, como muitos pensam. Não acontece uma transformação brusca, nem um milagre.

Enfermidades e limitações com que a pessoa conviveu por muito tempo têm repercussões no plano espiritual. Então é comum – como vemos nas obras de André Luiz (especialmente, NOSSO LAR) o Espírito ser recolhido, no outro plano de vida, para um tratamento, mais ou menos prolongado (dependendo de seu estado) para a recuperação.

No plano terreno, a recuperação da saúde depende mais dos agentes físicos, como medicamentos, cirurgias e outros procedimentos médicos. No plano espiritual, o tratamento se volta mais para a condição moral do espírito - como, por exemplo: culpa, mágoa, ciúme, egoísmo, orgulho, ganância, etc. – porque esses são os agentes perturbadores da saúde do Espírito.

Portanto, a recuperação do Espírito depende de cada um. E é claro, o que mais vai contribuir para que ela venha a ocorrer em tempo menor é o caráter dessa pessoa, são seus sentimentos mais íntimos e sua predisposição para melhorar. Neste particular, a religião pode ser importante, mas não é o fator mais importante, porque não adianta nada a pessoa ser religiosa (desta ou daquela crença) e não construir no íntimo da alma um reino de paz e harmonia com a própria consciência.

O único valor da Terra que ajudam o Espírito é o bem que ela fez, o sentimento que deixou, o amor e o carinho de seus entes queridos (especialmente familiares). Isso vai ajudá-la muito, pois o Espírito não se desliga de seus verdadeiros sentimentos e as orações daqueles que o amam serão para ele como bálsamo para aliviar qualquer desconforto que venha a experimentar. Com certeza, se há um sentimento forte entre vocês e seu pai, isso é fundamental e é, através dele, que você pode expressar sua saudade e ajudá-lo sempre.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2023

EXPERIÊNCIA DE QUASE MORTE E CRIANÇAS ; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 Detentor do crédito de ter pela primeira vez publicado um livro – VIDA DEPOIS DA VIDA (1975) tratando das chamadas EQMs – Experiências de quase morte, Raymond A. Moody Jr, tornou-se referência no tema. Doutor em Filosofia, Psicologia e Psiquiatria, Moody Jr fez incursões também pela regressão a vidas passadas, se submetendo à experiência que revelou ele próprio ter tido nove reencarnações anteriores. Para quem não leu o livro que se tornou um campeão de vendagem, a obra baseia-se no depoimento de 150 pessoas que passaram pela chamada morte clínica. O estudo apurou existir um padrão entre os que retornaram da experiência de quase morte, baseado nas seguintes percepções: 1- Ouvir um zumbido nos ouvidos; 2- Um sentimento de profunda paz e ausência de dor; 3- Ter uma experiência fora do corpo; 4 - Sentir-se viajar dentro de um túnel; 5- Sentir-se subir pelos céus; 6- Ver pessoas, especialmente familiares falecidos; 7- Encontrar seres espirituais, por vezes identificados como sendo Deus; 8 – Ver uma revisão da própria vida; 9 – Sentir enorme relutância em voltar à vida. Cerca de treze anos depois, em 1988, o Dr. Moody publicou nova obra somente traduzida para o português em 2004 em tradução que ganhou o título A LUZ QUE VEM DO ALÉM, (butterfly, 2004). Chama a atenção a bibliografia construída sobre doze obras ou artigos de outros autores incluídos em revistas especializadas e dirigidas para o meio científico tratando das EQMs. Outro detalhe interessante é o que diz respeito às tais experiências vividas por crianças de várias idades, relatando os mesmos sintomas que adultos de variadas culturas. Narra que o primeiro caso que chegou ao seu conhecimento é o de um garoto de 9 anos que examinava após uma parada cardíaca devido a uma doença na glândula supra renal. Espontânea e timidamente, induzido a relatar a experiência, contou que em sua incrível vivência, sentiu-se flutuar para fora de seu corpo físico, olhando para baixo no exato instante em que o médico comprimia seu peito para reavivar seu coração, o que o fez em vão tentar que o médico parasse de esmurra-lo. Sentiu-se mover-se rapidamente para cima, vendo a Terra desaparecer atrás dele, passar por um túnel escuro, no fim do qual o aguardava um grupo de anjos, brilhando, parecendo todos amarem-no muito, num lugar cheio de luz, um lugar celestial, circundado por uma cerca, que, segundo os anjos, fosse ultrapassada por ele, não seria capaz de retornar à vida, até que um deles disse que ele teria de voltar e reentrar no corpo, o que, por fim, teve de obedecer”. Moody Jr, considera que crianças abaixo de 7 anos tendem a pensar na morte como temporária, pois para eles a morte é algo de onde se retorna. Dos 7 aos 10 anos, é um conceito mágico, substituído nos anos seguintes pelo conhecimento de que a morte envolve decomposição orgânica. Noutro caso observado, uma menina de nove anos morta durante uma cirurgia de apendicite, viu-se flutuando fora do corpo, observando tudo como se estivesse no teto do Centro Cirúrgico de onde podia ver tudo, ouviu dizerem que seu coração havia parado. Vendo seu corpo, a princípio não sabia que era o dela, e, ao reconhecê-lo, saiu para o corredor, vendo sua mãe chorando, perguntando sem ser ouvida a ela a razão das lágrimas, ficando, portanto, sem obter resposta. Assustada, viu aproximar-se uma senhora bonita que a auxiliou, por sabê-la confusa em suas emoções. A conduziu a um túnel de luz que ia até o céu, contemplando lá lindas flores. Sentia-se com Deus e Jesus que lhe disseram ser necessário retornar para ficar com sua mãe porque ela estava muito triste. Disseram também que tinha de terminar sua vida, o que a fez voltar e acordar, observando, agora, que o túnel pelo qual passava muito rápido, era longo e escuro, tendo uma luz muito brilhante no final, o que a alegrou bastante”. Considerando os relatos por ele compilados e pesquisas conduzidas por outros especialistas com crianças que passaram pelas EQMs, Moody Jr concluiu que “o fato de envolver crianças fornecem maior evidência da vida após a morte do que as ocorridas com pessoas mais velhas que tiveram mais tempo de ser influenciadas pelas experiências de suas vidas e uma infinidade de crenças religiosas”. Crê também que, “em nível clínico, o aspecto mais importante é o vislumbre que tem do ‘além-vida’, e como isto as afeta pelo resto de suas vidas, mostrando-se mais felizes e esperançosas do que outras pessoas ao seu redor”.


Wilson Rocha pede um comentário sobre as palavras “alma” e “espírito”. Alma e espírito significam a mesma coisa? Ele acha que esse assunto vai ajudar as pessoas a entender melhor esses conceitos.

Não há dúvida, Wilson, que o conhecimento sempre acrescenta algo à nossa vida. Embora a maioria das pessoas não veja nenhuma diferença entre as palavras alma e espírito, o Espiritismo aponta-nos um detalhe importante para que possamos entender melhor outros conceitos, como encarnação e desencarnação. Tradicionalmente, as religiões não fazem nenhuma diferença entre uma coisa e outra, de tal forma que essas palavras acabam sendo usadas como sinônimos.

Fala-se, por exemplo, em “alma do outro mundo”. No Catolicismo fala-se em “almas do purgatório”, em “almas que vão para o céu”, “oração pelas almas”, e assim por diante. Porém, se você tiver em mãos um exemplar d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS, poderá entender melhor esta questão (Alma e Espírito), conforme a visão espírita. Portanto, vamos abrir O LIVRO DOS ESPÍRITOS, onde encontramos Allan Kardec com esta mesma preocupação.

Kardec se dirige aos Espíritos orientadores e pergunta. Questão 133: “Que é a alma? Resposta: Um espírito encarnado”. Outra pergunta: “Que era a alma antes de se unir ao corpo? Resposta: Espírito”. Na pergunta seguinte, que ainda faz parte da mesma questão 133, Kardec insiste mais ainda, ao perguntar: “As almas e os espíritos são pois, identicamente a mesma coisa?” Os Espíritos respondem: “Sim, as almas não são senão os Espíritos. Antes de se unir ao corpo, a alma é um dos seres inteligentes que povoam o mundo invisível e que se reveste temporariamente de um envoltório carnal para se purificar e esclarecer.”

Nos dicionários comuns, Espírito e Alma aparecem muitas vezes como sinônimos. A palavra “espírito” ( do latim, “Spiritus”) quer dizer sopro, hálito. Ela está ligada à idéia bíblica do sopro divino, através do qual Deus teria dado vida ao homem. Já a palavra “alma” ( do latim, “ânima”) quer dizer essência, vida, ou aquilo que dá vida. Ela se aplica mais aos seres vivos, seres dotados de alma. Portanto, o sentido original é quase o mesmo.

Mas, no Espiritismo, por uma questão didática, a palavra “alma”, que significa aquilo que dá vida ao corpo, que anima o corpo, seria mais adequada para o ser humano ou espírito encarnado. Enquanto o espírito está nesta vida, animando um corpo, ele seria uma “alma”; depois que desencarna – ou seja, depois que deixa o corpo, ele passa a ser apenas “espírito”. E isto acontece também antes de ter encarnado; que dizer, enquanto se encontrava ainda no mundo espiritual. Desse modo, para o Espiritismo, alma é o Espírito encarnado. Depois que desencarna, é apenas “espírito”. Esperamos, com isso, ter elucidado a questão, Wilson.