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segunda-feira, 8 de outubro de 2018

DOGMAS, LINGUAS ESTRANHAS E KARDEC - HOJE E SEMPRE 47


 Hoje, a presença do professor José Benevides Cavalcante (FUNDAMENOS DA DOUTRINA ESPÍRITA, eme) auxiliando-nos a compreender temas solicitados pelos leitores. DOGMAS E ESPIRITISMO No Centro que frequento vejo que muita gente acredita nos dogmas da Igreja. Talvez pelo fato de o Espiritismo se abrir a qualquer pessoa, qualquer que for a religião, de nada impor ou exigir de seus seguidores, deixando-os à vontade para crer como lhes convém, é que muitos espíritas que conheço ainda acreditam na virgindade de Maria e na ressurreição dos mortos. Aliás, já li obras, que também se intitulam espíritas, até de editoras consagradas, que se referem à ressurreição de Jesus com a maior naturalidade. Gostaria de ter uma opinião a respeito. A Doutrina Espírita é simples para aqueles que realmente se propõem a aprende-la, esforçando-se para isso. Tudo indica que o melhor caminho para o conhecimento da doutrina são os Cursos sugeridos por Allan Kardec, a que os Centros deveriam se dedicar. Kardec não isenta ninguém do estudo constante. Parece que uma boa parte das pessoas, que se afeiçoam ao Espiritismo, não estudam a doutrina; apenas ouvem palestras ou se detêm em leituras esparsas, sem seqüência ou metodologia, a maioria romances, alguns dos quais, ainda trazem resquícios de catolicismo. Muitos dos que lêem, não trocam idéias, não discutem os temas, ficando a leitura prejudicada por falta de uma dinâmica apropriada de estudo. Nestes casos, o conhecimento doutrinário deixa muito a desejar, mesmo porque as pessoas geralmente já trazem idéias e concepções religiosas, arraigadas no seu inconsciente, sobre as quais querem erigir o edifício de seus novos conhecimentos. Disso resulta um fenômeno conhecido por aculturação, através do qual elas acabam misturando uma coisa com outra, gerando essa mixórdia que, muitas vezes, encontramos no Centro Espírita. Ainda há espíritas que aceitam passivamente esses dogmas, que você citou, como a virgindade de Maria e a ressurreição de Jesus, que fazem orações católicas, que entoam hinos nas reuniões mediúnicas, que acendem velas, que usam incenso, que benzem roupas, que usam imagens e outras extravagâncias mas, simplesmente porque não querem estudar a doutrina, não leram Kardec, nem aprenderam a raciocinar como espíritas. Elas supririam melhor sua defasagem de conhecimento, se fizessem um curso de Espiritismo com base nas obras da Codificação, a única fonte verdadeiramente segura para preservarmos a pureza doutrinária. Quanto às editoras, é possível que realmente ocorram essas discrepâncias doutrinárias, porque, às vezes, deixa de haver uma equipe de doutrina exigente que proceda à revisão desses trabalhos e examine com cautela o teor das ideias apresentadas. Aliás, os autores espíritas, no Brasil, costumam se preocupar muito com a forma, usam e abusam de figuras de linguagem e no excesso de preciosismo, acabam, muitas vezes, por transmitirem conceitos antidoutrinários. LÍNGUAS ESTRANHAS Frequentei uma igreja evangélica, depois de ter participado de várias reuniões espíritas, e vi na igreja comunicações em línguas estranhas por uma senhora em transe, que o pastor classificava como manifestações do Espírito Santo. Não entendi nada do que se passava, porque a mulher pronunciava palavras incompreensíveis, mas aquilo parecia mais uma mediunidade descontrolada. Fiquei pensando comigo mesmo para que serviam aquelas manifestações barulhentas, porque não se entendia nada. A crença na comunicação por "línguas estranhas" vem do cristianismo primitivo. Paulo fala a respeito em suas epístolas, especialmente na primeira carta aos Coríntios. Foi uma fase fértil de manifestações mediúnicas, de que o apóstolo se ocupa em seus escritos, incentivando a mediunidade, mas o povo mesmo entendia muito pouco do que estava acontecendo. As pessoas preferiam, como hoje, ver mais o lado espetacular do fenômeno, dando-lhe, muitas vezes, um colorido mágico que atendia mais à curiosidade e dava azo à imaginação. No Espiritismo, há um estudo sobre a mediunidade de xenoglossia, que é justamente a mediunidade pela qual o médium pode dar comunicações de diferentes idiomas. Não é muito comum esse tipo de médium, porque, em geral, os Espíritos não têm necessidade de se manifestar em idioma que seja diferente do idioma do médium. O que vale na comunicação é o pensamento, a idéia, dando ensejo a que o médium capte o teor da mensagem e o transmita em sua própria língua. No entanto, há médiuns que tem a capacidade de transmitir mensagens de vários idiomas, por ele desconhecidos, fato que serve aos interesses dos pesquisadores, interessados em estudar o lado científico da mediunidade. Todavia, a mensagem em si só tem valor pelo que ela for capaz de comunicar: A comunicação supõe um emissor, um receptor e uma mensagem. Se alguém recebe alguma mensagem numa língua que os circunstantes não conhecem, isso não tem nenhum valor prático, porque não houve comunicação e os presentes sairão dali sem entender nada. Por isso, é indispensável o tradutor-intérprete, que vai dizer aos presentes o que o Espírito está dizendo. Ademais, uma pessoa pode simular estar falando numa língua estranha e, assim, enganar os presentes, se forem pessoas muito crédulas e não procurarem decifrar o que foi falado. Quem primeiro falou sobre a necessidade do intérprete foi o próprio Paulo de Tarso, porque para ele "eu antes quero falar na igreja cinco palavras no meu próprio entendimento, para que possa também instruir os outros, do que dez mil palavras em língua desconhecida" ( II Cor. 14:19), "Mas, se não houver intérprete, - diz Paulo, referindo-se à necessidade de estar atento às comunicações em línguas estranhas - esteja calado na igreja, e fale consigo mesmo e com Deus"". ( II Cor.14:28)








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