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quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

COMO FUNCIONA

Um século é período demasiado curto em assuntos do Espírito”, afirmou o engenheiro Gabriel Dellane à André Luiz em entrevista realizada em 1965, em Paris, França. Hoje, cento e cinquenta anos se passaram desde que Allan Kardec publicou o que seria o quarto livro da sequência fundamental do Espiritismo. A obra O CÉU E O INFERNO ou a justiça Divina segundo o Espiritismo, apareceu pela primeira vez nas livrarias francesas no mês de agosto de 1865. Dividido em duas partes, na segunda reúne mais de seis dezenas de casos exemplificando as impressões e situação de pessoas que passaram por diferentes tipos de morte e foram, através de diversos médiuns ligados à Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas – o laboratório onde se dissipavam mistérios sobre a realidade espiritual que se confunde com a nossa - entrevistados em reuniões ali desenvolvidas, para se conhecer as impressões nos instantes que precederam, marcaram e sucederam o natural transe da morte. Com base nisso e o apoio da Espiritualidade que assessorava Allan Kardec no trabalho de organização dos “manuais” denominados Pentateuco Espírita: O LIVRO DOS ESPÍRITOS, O LIVRO DOS MÉDIUNS, O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO, O CÉU E O INFERNO e A GÊNESE, resgata a reencarnação como instrumento indispensável no processo evolutivo dos Espíritos, e, no capítulo 7 do quarto livro, reproduz o que chama de CODIGO PENAL DA VIDA FUTURA. Trata-se de um conjunto de 33 artigos ou princípios que mostram como o Ser avança na direção de sua iluminação ou na escala do progresso perante a Sabedoria que caracteriza a Obra da Inteligência Suprema do Universo, chamada por alguns Deus, por outros Arquiteto Supremo do Universo, Consciência Cósmica, Allah, Jeová, etc. Uma ideia como dito por Allan Kardec, que “materializamos conforme nossa materialidade”, em outras palavras, que evolui com nossa evolução. Aprendemos que o desenvolvimento de nossa consciência (efeito da ampliação de nossa inteligência e memória), vai se manifestando em nós o “sentimento de culpa” a cada ação intencionalmente realizada confrontando a Lei do Amor. O ciclo vicioso de experiências empurra a criatura na direção das expiações e, os progressos realizados como Espírito resultam numa sequência de estados mento-emocionais conhecidos como remorso, seguido do arrependimento que passam a solicitar a reparação dos prejuízos causados em nossa relação conosco mesmos através da vida em sociedade. Tudo para que nos liberemos dos incômodos registros guardados na nossa memória de profundidade, a memória integral, o grande banco de dados acumulados a partir de nossas experiências. Para medir eventuais os resultados, as chamadas provas vão se sucedendo, testando avanços ou aumentando a carga de perturbadoras desarmonias pelo não aproveitamento das oportunidades criadas. Corpo físico, tempo, família de origem, família organizada, desenvolvimento nesta ou naquela área são instrumentos ou ferramentas fornecidas para o trabalho que incessantemente temos a realizar. Como repassado pelo Espírito André Luiz através do médium Chico Xavier, “o sentimento de culpa é sempre um colapso da consciência e, através dele, sóbrias forças se insinuam”. O filósofo Léon Denis considera que “o deslize do Espírito no mal implica fatalmente na diminuição de liberdade. Os pensamentos e os atos criam em torno da alma culpada, uma sombria atmosfera fluídica que se condensa pouco a pouco, vai se contraindo e a encerra como numa prisão”. Como explicado pelo Espírito Emmanuel, essa fuga ao dever, precipitando-nos no sentimento de culpa, “origina o remorso, com múltiplas manifestações, impondo-nos brechas de sombra aos tecidos sutis da alma”. Acrescenta que o “arrependimento, incessantemente fortalecidos pelos reflexos de nossa lembrança amarga, transforma-se num abcesso mental, envenenando-nos, pouco a pouco, e expelindo, em torno, a corrente miasmática de nossa vida íntima, intoxicando o hausto espiritual de quem nos desfruta o convívio”. Nas palavras de André Luiz, “a recordação dessa ou daquela falta grave, mormente daquelas que jazem recalcadas no Espírito, sem que o desabafo e a corrigenda funcionem como válvula de alívio às chagas ocultas do arrependimento, cria na mente um estado anômalo que podemos classificar de “zona de remorso”, em torno as qual a onda viva e continua do pensamento passa a enovelar-se em circuito fechado sobre si mesma, com reflexo permanente na parte do veículo fisiopsicossomático ligada à lembrança da pessoa e circunstâncias associadas ao erro de nossa autoria. Estabelecida a ideia fixa sobre esse nódulo de forças mentais desequilibradas, é indispensável que acontecimentos reparadores se contraponham ao modo enfermiço do Ser, para que nos sintamos exonerados desse ou daquele fardo íntimo, ou exatamente redimidos perante a Lei”.



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