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domingo, 22 de fevereiro de 2015

PRESTEMOS ATENÇÃO

No Mundo Espiritual muita gente vai se surpreender. Lá não seremos identificados pela importância, ou melhor, pela suposta importância no mundo”, comentou  Chico Xavier com um grupo de amigos. Cada um terá sua porta de acesso à verdadeira vida, bem como uma realidade muito pessoal a enfrentar. Nossas ideias, revelam os estudos propiciados pelo Espiritismo, especialmente as inferiores, com o tempo, se cristalizam em nossa alma, impondo-nos aflitiva fixação mental, decorrente de nossas criações íntimas. Em muitos casos, seu despertar se faz através dos chamados trabalhos de desobsessão realizados em nossa Dimensão. É o caso do Espírito cujo depoimento reproduziremos a seguir. Oculto, por razões óbvias, apenas pela inicial F. de seu nome, ocupou a mediunidade psicofônica de Chico ao final da reunião de 24 de junho de 1954, retornava, oferecendo um alerta para todos nós. Entre outras coisas, diz ele: -“Com aprovação de vossos orientadores, venho trazer-vos meu reconhecimento e algo de minha amarga experiência, como aviso de um náufrago aos viajantes do mundo. Quantas vezes afirmei que o dinheiro era a solução da felicidade!.. Quanto tempo despendi, acreditando que a dominação financeira fosse o triunfo real na Terra!... No entanto, a morte me assaltou empelna vida, assim como o tiro do caçador surpreende o pássaro desprevenido no malto inculto...Como foi o meu desligamento do corpo físico e quantos dias dormi na sombra, por agora, nada sei dizer. Sei hoje apenas que acordei no espaço estreito do sepulcro, com o pavor de um homem que se visse repentinamente enjaulado. Sufocava-me a treva espessa. Horrível dispneia agitava-me todo. Queria o ar puro...Respirar...respirar...E gritei por socorro. Meus brados, contudo, se perdiam sem eco. Ao cabo de alguns instantes, notei que duas mãos vigorosas me soergueram e vi-me, depois de estranha sensação, na paz do campo, sorvendo o ar fresco da noite. Que lugar era aquele? Uma casa sem teto? De repente, a cambalear, reconheci-me rodeado de grandes caixas fortes... Ao frouxo clarão da Lua, reparei que essa caixas fortes surgiam milagrosamente douradas...Tateei-as com dificuldade, percebi palavras em alto relevo e verifiquei que eram túmulos...Espavorido, transpus apressado as grades daquela inesperada prisão. Vi-me, semilouco, na via pública. Devia ser noite alta. Na rua, quase ninguém...Um bonde retardado apareceu. Achava-me doente, inquieto e exausto, mas ainda encontrei forças para clamar: -Condutor!...Condutor!...O homem, porém, não me ouviu. Caminhei mais depressa. Tomei o veículo em movimento e consegui a situação do pingente anônimo; todavia, com espanto, observei que o bonde era todo talhado em ouro...As pessoas que o lotavam vestiam-se de ouro puro.O motorneiro envergava uniforme metálico. Intrigado, sentia medo de mim mesmo. E, para distrair-me, tentei estabelecer uma conversação com vizinhos. Os circunstantes, porém, pareciam surdos. Ninguém me ouvia. Vencendo embaraços indefiníveis, alcancei minha residência. As portas, no entanto, jaziam cerradas. Esmurrei, chamei, supliquei... Mas tudo era silêncio e quietação. E quando fitei o frontispício do prédio, o ouro me cercava por todos os lados. Acomodei-me no chão de ouro e tentei conciliar, debalde, o sono, até que, manhãzinha, a porta semiaberta permitiu-me a entrada franca. Tudo, porém, alterara-se em minha ausência. Ninguém me reconheceu. Fatigado, avancei para meu leito.... Mas o velho móvel se me apresentava agora em ouro maciço. Senti sede e procurei a água simples, entretanto, o líquido que jorrava era ouro, ouro puro... Faminto, busquei nosso antigo depósito de pão. O pão, todavia, transformara-se. Era precioso bloco de ouro, de cuja existência, até então, não tinha qualquer conhecimento em nossa casa. Meditei... Meditei...Todos os meus afeiçoados como que como que conspiravam contra mim... Não passava de intruso em minha própria moradia. Dia terrível aquele em que reassumia ou tentava reassumir meu contato com os seres amados que, naturalmente, me deviam assistência e carinho”. F prossegue em seu testemunho confirmando que nosso “desejo-central”, aprisiona-nos nos efeitos do que causamos em nossas próprias encarnações. Realmente como ponderou Chico Xavier no apontamento com que iniciamos, “gente há que desencarna imaginando que as portas do Mundo Espiritual irão se lhes escancarar, Ledo engano!. Ninguém quer saber o que fomos, o que possuímos, que cargo ocupávamos no mundo. O que conta é a luz que cada um já tenha conseguido fazer brilhar em si mesmo. Esse negócio de ter sido fulano de tal interessa à consciência de quem foi e, na maioria das vezes, se complicou.  































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