Embora poucos saibam, quando do surgimento do Espiritismo, as ações focadas na intervenção de Espíritos desencarnados em atividades de cura eram comuns, tendo Allan Kardec dedicados muitas páginas da sua REVISTA ESPÍRITA a expor e analisar relatos de casos a ele encaminhados. Fundamentados nesta constatação, elaboramos dentro da série AS RESPOSTAS QUE O ESPIRITISMO DÁ, uma abordagem sobre MENTE, SAUDE E DOENÇAS. Dela, destacamos para sua análise duas das questões que o compõem: 1- Como sob o prisma do Mundo Espiritual entender a falta de saúde ou a manifestação da das doenças? A saúde é questão de equilíbrio vibracional, de conformação de frequências. Naturalmente, enquanto na Terra, esse problema implica uma equação de vários parâmetros, quais sejam a respiração e a atividade, o banho e o alimento. Forçoso é, todavia, convir que as raízes morais são sempre os fatores de maior importância, não somente na vida normal, senão também, e em particular, nas horas conturbadas. (FT, MC) A extrema vibratilidade do Espírito produz estados de hipersensibilidade, os quais em muitas circunstâncias, se fazem sentir por verdadeiros desastres organopsíquicos. (FT, JM) Energias atraem energias da mesma natureza, e, quando estacionários na viciação ou na sombra, as forças mentais que exteriorizamos retornam ao nosso Espírito, reanimadas e intensificadas pelos elementos que com elas se harmonizam, engrossando, dessa forma, as grades da prisão em que nos detemos irrefletidamente, convertendo-se-nos a alma num mundo fechado, em que as vozes e os quadros de nossos próprios pensamentos, acrescidos pelas sugestões daqueles que se ajustam ao nosso modo de ser, nos impõem reiteradas alucinações. (AR, 4) Durante a reencarnação, a criatura elege, automaticamente, para si mesmo, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações. Rende-se, habitualmente, às sugestões do mal, criando em si não apenas condições favoráveis à instalação de determinadas moléstias no cosmo orgânico, mas também ligações aptas a funcionarem como pontos de apoio para as influências perniciosas interessadas em vampirizar-lhe a vida. (RE) A grande maioria das doenças tem a sua causa profunda na estrutura semimaterial do corpo espiritual. Havendo o Espírito agido erradamente, nesse ou naquele setor da experiência evolutiva, vinca o corpo espiritual com desequilíbrios ou distonias, que o predispõem à instalação de determinadas enfermidades, conforme o órgão atingido. 2- (2A invasão microbiana (fungos, virus, bactérias, etc) está vinculada a causas espirituais? Os micróbios patogênicos se associam a elementos sutilíssimos de ordem espiritual. (NRCX; 41) Excetuados os quadros infecciosos pelos quais se responsabiliza a ausência da higiene comum, as depressões criadas em nós por nós mesmos, nos domínios do abuso de nossas forças, seja adulterando as trocas vitais do cosmo orgânico pela rendição ao desequilíbrio, seja estabelecendo perturbações em prejuízo dos outros, plasmam, nos tecidos fisiopsicossomáticos que nos constituem o veículo de expressão, determinados campos de ruptura na harmonia celular. Verificada a disfunção, toda a zona atingida pelo desajustamento se torna passível de invasão microbiana, qual praça desguarnecida, porque as sentinelas naturais não dispõem de bases necessárias à ação regeneradora que lhes compete, permanecendo muitas vezes, em devedor do ponto lesado, buscando delimitar-lhe a presença ou jugular-lhe a expansão. Desarticulado, pois, o trabalho sinérgico das células nesse ou naquele tecido, aí se interpõem as unidades mórbidas, quais as do câncer, que, nesta doença, imprimem acelerado ritmo de crescimento a certos agrupamentos celulares, entre as células sãs do órgão em que se instalem, causando tumorações invasoras e metastáticas, compreendendo-se, porém, que a mutação, no início, obedeceu a determinada distonia, originária da mente, cujas vibrações sobre as células desorganizadas tiveram o efeito das projeções de raios X ou de irradiações ultravioleta, em aplicações impróprias. Emerge, então, a moléstia por estado secundário em largos processos de desgaste ou devastação, pela desarmonia a que compele a usina orgânica, a esgotar-se, debalde, na tarefa ingente da própria reabilitação no plano carnal. (EDM)
Eu gosto de ler a Bíblia. No Êxodo ( cap.34,vers. 11), encontrei o seguinte: “O Senhor falava a Moisés, face a face, como um homem costuma falar com seu amigo”. Em Mateus, cap. 4, vers. 8, Jesus fala: “Bem-aventurados os puros de coração, porque verão a Deus”. Mas na primeira carta de João, cap.4, vers. 12, ele diz: “Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus está em nós, e em nós é perfeita a sua caridade”. Isso me parece uma contradição. O que vocês acham? ( anônimo, por e-mail)
Você não deve ler a Bíblia como lê um livro científico. A Bíblia é uma coleção de textos muito antigos, escritos por vários autores em diferentes épocas e que procura retratar a vida do povo hebreu. Os textos não foram escritos por historiadores, que se preocupassem muito com precisão e coerência dos fatos. Esses autores eram pessoas que inspiravam confiança na população, lideres religiosos e profetas, e que , escrevendo, deixaram uma história longa, interessante e, ao mesmo tempo, cheia de opiniões pessoais e narrativas populares que se espalhavam de boca em boca.
Não pense, também, que a Bíblia foi escrita de uma vez só, com o formato e a seqüência que conhecemos hoje. Não. Na antiguidade não havia papel. Os textos foram escritos separadamente e eram grafados em pergaminho (feito de couro de animais), que eram enrolados e guardados em recipientes em forma de vasos, até que alguém os juntou e os reuniu num só volume. Daí o nome Bíblia, que quer dizer livros. O livro, que conhecemos hoje, só apareceu muito recentemente, há menos de 500 anos, a partir da invenção da imprensa por Gutemberg. Só então é que se deu à Bíblia o formato que ela tem atualmente, dividido em capítulos e versículos.
O fato de ela dizer num momento que Moisés viu Deus face a face, e de João afirmar muitos séculos depois que ninguém nunca viu Deus, nada tem de estranho, mesmo porque as pessoas escreviam o que ouviam dizer, segundo suas crenças. Há muitas outras contradições nesses textos. Entretanto, nós não procuramos neles uma precisão científica, até por que não se fazia ciência naquele tempo e os fatos, antes de serem escritos, eram divulgados e comentados por muita gente, dando margem a muitas interpretações diferentes. Até podemos considerar como uma alegoria o fato de se dizer que Moises viu Deus.
A concepção de Deus, no tempo de Moisés era uma, e a ideia que se passou a fazer de Deus, depois de Jesus é outra. No passado, acreditava-se num Deus de forma humana, como a maioria dos outros povos acreditava. Mas, naquela época, a visão de mundo era muito acanhada. Achavam que Deus estava no alto dos céus e o homem embaixo na Terra; não se conheciam nem as verdadeiras dimensões da Terra, quanto mais do Universo onde a Terra é quase nada, de modo que o mundo para eles tinha uma extensão tão reduzida, que Deus precisa descer num monte para encontrar com Moisés.
– Jesus mudou essa visão ao falar de um Deus interior, de um Deus em Espírito e Verdade , e não mais de um deus humano e limitado. O Reino de Deus, para ele, era um estado de alma e o Pai, um Espírito Perfeito que habitava todos os corações. Ver Deus, para Jesus, não era apenas contemplar uma figura ( Deus não tem forma), mas vivenciar o amor e paz, compreendendo que temos um destino elevado e glorioso, e que só o bem merece ser feito.
Nenhum comentário:
Postar um comentário