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sexta-feira, 17 de maio de 2024

O QUE ENSINA O ESPIRITISMO; EM BUSCA DA VERDADE COM O PROFESSOR

 

Em sua REVISTA ESPIRITA de agosto de 1865, Allan Kardec inicia a pauta com um artigo intitulado O QUE ENSINA O ESPIRITISMO, respondendo às pessoas que perguntam quais as conquistas novas que devemos ao Espiritismo. Num trecho de seus comentários, diz que “é incontestável que o Espiritismo ainda tem muito a nos ensinar. É o que não temos cessado de repetir, pois jamais pretendemos que ele tenha dito a última palavra”. Em outro, que “para alcançar a felicidade, Deus não pergunta o que se sabe, nem o que se possui, mas o que se vale e o bem que se terá feito. É, pois, no seu melhoramento individual que todo espírita sensato deve trabalhar, antes de tudo. Só aquele que dominou suas más inclinações aproveitou realmente o Espiritismo e receberá sua recompensa”. Alinha 10 argumentos, demonstrando a lógica de seus raciocínios: 1 – Inicialmente, ele dá, como sabem todos, a prova patente da existência e da imortalidade da alma. É verdade que não é uma descoberta, mas é por falta de provas sobre este ponto que há tantos incrédulos ou indiferentes quanto ao futuro; é provando o que não passava de teoria que ele triunfa sobre o materialismo e evita as funestas consequências deste sobre a sociedade. Tendo mudado em certeza a dúvida sobre o futuro, é toda uma revolução nas ideias, cujas consequências são incalculáveis. Se aí, se limitassem os resultados das manifestações, esses resultados seriam imensos. 2 – Pela firme crença que desenvolve, exerce uma ação poderosa sobre o moral do homem; leva-o ao Bem, consola-o nas aflições, dá-lhe força e coragem nas provações da vida e o desvia do pensamento do suicídio. 3 – Retifica todas as ideias falsas que se tivessem sobre o futuro da alma, sobre o céu, o inferno, as penas e as recompensas; destrói radicalmente, pela irresistível lógica dos fatos, os dogmas das penas eternas e dos demônios; numa palavra, descobre-nos a vida futura e nô-lo mostra racional e conforme à justiça de Deus. É ainda uma coisa de muito valor. 4 – Dá a conhecer o que se passa no momento da morte; este fenômeno, até hoje insondável, não mais tem mistérios; as menores particularidades dessa passagem tão temida são hoje conhecidas; ora, como todo mundo morre, tal conhecimento interessa a todo mundo. 5 – Pela Lei da Pluralidade das existências, abre um novo campo à filosofia; o homem sabe de onde vem, para onde vai; com que objetivo está na Terra. Explica a causa de todas as misérias humanas, de todas as desigualdades sociais; dá as mesmas leis da natureza para base dos princípios de solidariedade universal, de fraternidade, de igualdade e de liberdade, que só se assentavam na teoria. Enfim, lança a luz sobre as questões mais complexas da metafísica, da psicologia e da moral. 6 – Pela teoria dos fluidos perispirituais, dá a conhecer o mecanismo das sensações e das percepções da alma; explica os fenômenos da dupla vista, da visão à distância, do sonambulismo, do êxtase, dos sonhos, das visões, das aparições, etc; abre um novo campo à Fisiologia e à Patologia. 7 – Provando as relações existentes entre os mundos corporal e espiritual, mostra neste último uma das forças ativas da natureza, um poder inteligente e dá a razão de uma porção de efeitos atribuídos a causas sobrenaturais, e que alimentaram a maioria das ideias supersticiosas. 8 – Revelando o fato das obsessões, faz conhecer a causa, até aqui desconhecida, de numerosas afecções, sobre as quais a ciência se havia equivocado, em detrimento dos doentes, e dá os meios de os curar. 9 – Dando-nos a conhecer as verdadeiras condições da prece e seu modo de ação; revelando-nos a influência recíproca dos Espíritos encarnados e desencarnados, ensina-nos o poder do homem sobre os Espíritos imperfeitos para os moralizar e os arrancar aos sofrimentos inerentes à sua inferioridade. 10Dando a conhecer a magnetização espiritual, que era desconhecida, abre ao magnetismo uma via nova e lhe trás um novo e poderoso elemento de cura. Conclui, por fim, que “o Espiritismo deu sucessivamente e em alguns anos todas as bases fundamentais do novo edifício. Cabe agora a seus adeptos por em obra esses materiais, antes de pedir novos. Deus saberá bem lhes fornecer, quando tiverem completado sua tarefa”.


Érica, fez a seguinte pergunta:”O que é reencarnação compulsória”?


A palavra “compulsória”, Érica, no seu sentido comum, quer dizer “obrigatória”, “forçada”. Tudo aquilo, que somos compelidos a fazer, mesmo contra a nossa vontade, porque não tem outra alternativa, é compulsório. Na vida social, por exemplo, temos muitas coisas compulsórias, aquelas que nos são impostas por força da lei. Hoje, por exemplo, todo mundo é obrigado a ter uma carteira de identidade, uma carteira profissional, um título de eleitor ou um cartão de contribuinte de imposto de renda; sem esses documentos é impossível viver como um cidadão. São, portanto, documentos compulsórios, que existem ao lado de outros que não são compulsórios – como a carteira de motorista, a carteira de associado de um clube, e assim por diante.


Há Espíritos que, no plano espiritual decidem sobre sua próxima reencarnação, que escolhem as provas pelas quais eles querem passar. Para esses Espíritos a reencarnação não é compulsória, pois a decisão partiu deles e são eles que vão estar à frente de seu destino. Entretanto, há outros, cuja situação é tão difícil, que eles não conseguem tomar decisões por si mesmos: são como as crianças daqui, que precisam dos pais para decidirem por elas. Esses Espíritos, geralmente, reencarnam compulsoriamente, assim como a criança, que não quer, mas precisa ir para a escola. É nesse sentido que a reencarnação é compulsória.


Contudo, a condição de compulsoriedade não está ligada apenas e tão somente ao fato de alguém determinar a reencarnação para um Espírito. Isso realmente pode acontecer, quando seus protetores decidem por ele, assim como os pais decidem pelos filhos, pensando no seu futuro, na sua felicidade. Mas, pode ocorrer também que o Espírito aceita reencarnar numa situação muito difícil, simplesmente porque não tem saída melhor, diante da condição em que se encontra. Neste sentido também podemos entender a compulsoriedade da reencarnação.


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