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sábado, 31 de dezembro de 2016

O OLHAR DO FILÓSOFO

Ele tinha oito anos quando da publicação d’O LIVRO DOS ESPÍRITOS que só conheceu aos 18 ao passar por uma livraria em Tours cidade em que viveu até o fim da vida. Autodidata, segundo a obra LÉON DENIS NA INTIMIDADE (o clarim) de Claude Baumart seria a reencarnação do inglês John Widcliffe que no século 14, teólogo, filosofo e professor da Universidade de Oxford, na Inglaterra, influenciou o aluno Jeronimo de Praga que, por sua vez compartilhou as teses do Mestre sobre a Reforma com John HussAllan Kardec em vida passada – que enfrentou a morte na fogueira pelas ideias revolucionarias que propunha afrontando a escola religiosa que, por sinal, representava. Escreveu sua historia na do Espiritismo pelas reflexões filosóficas que desenvolveria em mais de doze livro, entre os quais O GRANDE ENÍGMA (feb) em que realça mais uma vez seu olhar a respeito da evolução do Ser: -“A lei circular preside todos os movimentos do mundo; ela rege as evoluções da Natureza, as da História e da Humanidade. Cada ser gravita num círculo, cada vida descreve um circuito, toda a história humana se divide em ciclos. Os dias, as horas, os anos, os séculos rolam na órbita do Espaço e do tempo e renascem, pois o seu objetivo, se há um, é precisamente o de retornar ao seu princípio. Os ventos, as nuvens, as águas, as flores, a luz seguem a mesma lei. Os ventos retornam sobre suas órbitas enlaçadas para as cavernas misteriosas de onde eles procedem. O vapor eleva-se para as alturas; forma as nuvens, verdadeiros oceanos suspensos sobre nossas cabeças. As nuvens que planam, mares imensos e móveis, fundem-se em chuvas e tornam-se novamente os rios, os riachos que já foram. Assim, o Reno, o Ródano, o Danúbio, o Volga têm rolado acima de nossas cabeças antes de correr aos nossos pés. É, portanto, a lei, a lei da Natureza e a da Humanidade. Todo ser já existiu; ele renasce e sobe, evolui, assim, numa espiral cujas órbitas vão aumentando cada vez mais, e é por isso que a História toma um caráter cada vez mais universal: é o “corso i ricorso” de que fala o filósofo italiano Vico. Esses princípios, uma vez colocados, eu gostaria de consagrar essa meditação para estudar as idades da vida humana: a juventude, a idade madura, a velhice, à luz dessa grande lei, e a morte como coroamento e como apoteose. Desses estudos sairá o grande princípio espiritualista da reencarnação, o único que explica o mistério do ser e de seu destino. É preciso renascer, é a lei comum do destino humano que também evolui num círculo cujo centro é Deus. “Ninguém, dizia Jesus a Nicodemos, ninguém verá o reino de Deus, isto é, não compreenderá a lei de seu destino — se não renascer da água e do espírito.” A reencarnação é claramente expressa nessas palavras, e Jesus repreende Nicodemos: “de ser Mestre em Israel e ignorar essas coisas”. Dentre nossos mestres contemporâneos, quantos merecem a mesma repreensão! Há tantas pessoas que se contentam com a noção superficial da vida e nunca são tentadas a olhar em profundidade! É tão fácil negar as coisas para se exonerar do dever e do trabalho de estudá-las e de compreendê-las! O positivismo nunca aborda o problema da origem, nem o dos fins; ele se contenta com o momento presente e o explora da melhor forma. Muitos homens, mesmo inteligentes, fazem como ele. De seu lado, o católico se limita a crer naquilo que ensina a Igreja, que coloca um mistério no início e no final da vida e, no meio, alguns milagres; e quando essas duas palavras foram pronunciadas: milagre, mistério! Inclinaram-se, calaram-se e acreditaram. Por outro lado, durante longo tempo, os universitários acreditaram apenas nos dados da experimentação. Para eles, tudo o que não figurasse nos seus programas não tinha valor. Jamais os ídolos de Bacon tiveram tantos oradores. A Ciência oficial, também, há cinquenta anos pouco tem contribuído com o progresso para o pensamento moderno. Todavia, o médico dos nossos dias, tão preso há algum tempo aos sistemas materialistas da Escola, começa a sacudir o jugo; e é das fileiras da Medicina atual que saem os doutores mais autorizados e melhor informados do Espiritualismo. A próxima geração será mais feliz e melhor dotada ainda. Cresce uma geração que não depende de pedagogo algum e que somente se instrui na grande Escola da Natureza e da consciência íntima. Esta será a juventude verdadeiramente livre, isto é, independente de qualquer educação factícia, de qualquer método empírico e convencional. Ela ouve as verdadeiras vozes; a voz interior, a voz subliminal do Ser, a que explica o homem ao homem e resolve, tão claramente quanto é possível fazê-lo, o teorema do destino. É para essa juventude de amanhã que escrevo estas páginas; eu as dedico aos “iniciados” e aos “esclarecidos”, àqueles que, segundo as palavras do Mestre, têm olhos para ver e ouvidos para ouvir. 

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